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No momento em que Matsuno recuou com o seu cavalo, no intuito de se afastar dos corpos de Tak’nas que estavam próximos dos cadáveres de seus antigos companheiros, um brilho verde começou a irradiar daqueles demônios.
— Que poha! Acho que não vai dar tempo.
Pela primeira vez, Rei ouviu Matsuno soltar um palavrão da boca, enquanto tentava comandar para que o cavalo pudesse correr mais rápido que antes.
O cavalo seguiu fazendo desvios de um lado para o outro, evitando os corpos brilhantes que pareciam ficar cada vez mais verdes à medida que o tempo passava.
Pow!
Um dos primeiros Tak’nas que Matsuno havia matado, explodiu em milhares e os pedaços de seu corpo voaram com um líquido verde grudado por todos os centímetros quadrados daquela área.
Pow!
Explodiu o segundo Tak’na, seguido por outros que não seguiram uma ordem certa, eles apenas foram destroçados em poucos segundos depois, — era como se uma bomba relógio estivesse dentro de seus órgãos.
Rei não pôde olhar para trás e analisar a situação com clareza, ele apenas soube que os corpos daqueles monstros estavam sendo explodidos, pois o cavalo de Matsuno estava em alta velocidade enquanto desviava do restante dos Tuk’nas pelo caminho.
Quando o cavalo estava prestes a sair daquele local infestado por corpos, de repente uma das criaturas por perto explodiu e causou um desequilíbrio em sua movimentação.
Em reação à explosão que passou perto, o cavalo de Matsuno pulou para cima, suas duas patas dianteiras levantaram-se e o seu movimento rápido fez com que Kazuki fosse o primeiro a cair no chão.
Matsuno não teve escolha se não puxar com as duas mãos as rédeas do cavalo, para que ele não perdesse o controle ou pudesse cair em cima do homem-fera, causando assim algum tipo de acidente.
Nesse momento, Rei também estava a um passo de cair no chão. Seu corpo se desequilibrou e ele caiu do cavalo.
“Droga… ele vai cair. Não posso deixar isso acontecer.”
No entanto, Kazuki jogou-se para frente apenas para que o garoto não pudesse se machucar ao cair.
A espada de um cavaleiro e espadachim é sua honra e seu ego. E Kazuki a jogou no chão apenas para abraçar o estudante.
— Arghh! Voc… você tá bem? — O homem-fera perguntou um momento depois, com o estudante em seu colo.
Assim que percebeu o que tinha acontecido, Rei abriu a boca para responder, mas nenhum som escapou de seus lábios. Ele respondeu com um aceno de cabeça em vez de suas palavras.
Nesse momento, Matsuno conseguiu controlar o cavalo que tinha perdido o equilíbrio por conta do Tak’na que explodiu próximo.
Era bem provável que o barulho ou a força do ar que o monstro soltara tenha afetado os seus movimentos. Por sorte, nenhum veneno expelido pelo demônio acertou os rapazes.
Quando puxou as rédeas e acalmou o cavalo, conseguindo assim recuperar o equilíbrio do corpo, Matsuno olhou rapidamente para trás, em direção ao estudante e o homem-fera.
Sua expressão no rosto estava hesitante, nessas horas parecia até mesmo que toda a sua confiança e seu semblante inalterável, estivesse sumido de repente. Dando lugar a uma expressão repleta de preocupação e culpa.
— É um alívio ver que vocês estão bem. Bom trabalho!
Ele disse no momento seguinte, mudando a expressão no rosto e abaixando as sobrancelhas.
Os Tak’nas restantes que estavam espalhados, assim que perceberam que Rei e Kazuki estavam indefesos, movimentaram-se rapidamente.
Suas pernas pequenas pareciam quebrar o chão em dois, fazendo a propria terra do solo tremer violentamente.
Eles passaram em cima dos corpos dos demônios de sua própria espécie e, pela forma como estavam agindo, não pareciam ligar para nada.
Nessas horas, eles eram como zumbis seguindo a própria sede de sangue, movidos exclusivamente pelo cheiro de comida ou carne fresca.
O veneno espalhado pelos corpos dos Tak’nas havia retorcido todas as árvores e vegetações locais. A alteração de seus venenos deixou até o ar úmido, e as correntes de vento dificultavam a respiração dos que estavam vivos naquela região.
Até mesmo o fluxo de éter parecia alterado, sendo complicado usar algumas magias de grau menor.
Matsuno franziu a testa e inclinou a cabeça.
— Precisamos continuar, subam depressa! Se ficarmos por mais tempo aqui, vamos morrer — disse logo em seguida, sentindo a hostilidade emanando de mais longe da floresta.
Os dois rapazes levantaram-se com o comando.
O homem-fera ajudou primeiro o estudante a montar, em seguida pegou a espada que havia caído no chão e subiu no cavalo com a ajuda de Rei.
Assim que subiram, a única coisa que eles podiam ver era os Tak’nas de longe, correndo em suas direções. Era uma visão assustadora.
Não havia apenas algumas dezenas, eram centenas de demônios adiante. Os demônios que foram mortos antes não pareciam nada em comparação com os que ainda estavam vivos.
— Essas larvas inúteis fuderam com o nosso plano.
O estudante comentou com raiva, franzindo a testa e deixando sua sede de sangue escapar.
Embora tivesse uma quantidade infinita de mana, e pudesse conjurar habilidades em todos os momentos durante a batalha, a sua compreensão e conhecimento eram escassos. Devido a isso, ele não conseguia aproveitar todo o seu potencial.
Embora suas habilidades a esse ponto já fossem consideradas poderosas — poderosas o suficiente para serem classificadas como as de um mago avançado, chegando até mesmo em um grau mais elevado.
— Hehehe, você tem razão. Espero que vocês me ajudem, há uma grande chance de derrotá-los. — Matsuno comentou com um sorriso, comandando seu cavalo para virar e encarar de frente todos aqueles demônios.
O cavalo correu na direção indicada, enquanto os Tak’nas da floresta não pararam de se mover indo de encontro ao cavalo.
Essa estratégia chegava a ser irracional, pois era como se dois caminhões estivessem prontos a se colidir.
“Que cara problemático, ele planeja enfrentar de frente todos os demônios. Esse é o seu plano? Se não estivéssemos aqui, isso não seria praticamente suicídio.”
“Quem é esse doido…?”
Kazuki pensou após observá-lo sorrindo, sem acreditar que alguém assim poderia realmente existir.
Continua…
