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Aquele comportamento de Matsuno deixou Kazuki assustado. O cavaleiro negro simplesmente tomou uma medida de ofensiva, sendo que o correto era analisar a situação e optar por uma estratégia defensiva. 

Sua tomada de decisões contrastava completamente com as suas ações anteriores, as quais sempre analisava e pensava coerentemente. 

“Ele parece uma pessoa diferente quando está no campo de batalha.”

Foi o pensamento de Rei, mas ele não parecia incomodado com o comportamento de Matsuno. 

Na realidade, Rei estava gostando daquela decisão, seu semblante parecia dizer nesse momento: “Por que devemos recuar se podemos acabar com todos eles de uma única vez? Que se foda a defensiva.”

— Vamos acabar com eles! 

Quando o cavalo aproximou-se novamente dos Tak’nas, a postura de Matsuno que estava na frente de repente alterou-se. O movimento de sua espada mudou, e ele perfurou e cortou a maioria dos demônios que estavam adiante. 

Seu corte foi limpo, ele destruiu e obliterou todos que estavam à sua frente. A forma que empunhava a espada, juntamente com seus golpes precisos, eram incríveis ao ponto de serem considerados magníficos.

Somente a força que Matsuno colocou na espada, foi o suficiente para impedir que os demônios colidissem com o cavalo.

Ao derrubar um demônio, ele repetia a mesma rotação e empunhava outro demônio que vinha em sua direção. Embora seus movimentos precisassem de muitas palavras para serem descritos, eles ocorreram em uma fração de segundos. 

Era algo além do que os humanos eram capazes, mas Matsuno não mostrou sinais de exaustão. Ele estava se dirigindo a situações cada vez mais perigosas por pura impaciência. 

Ele havia chegado a um ponto em que não precisava mais se preocupar conscientemente pelos ataques dos Tak’nas, pois podia imediatamente localizá-los com seus sentidos desenvolvidos. 

Além disso, seus reflexos intensificados tornaram mais fácil evitá-los, evitando uma possível colisão entre a velocidade dos inimigos. 

Enquanto Matsuno cuidava da parte da frente, Kazuki terminava o serviço na dianteira. Ceifando a vida dos demônios que por pouco sobreviviam aos avanços do cavaleiro negro.

Diferente de como empunhava a espada de forma rude e grosseira, os movimentos de Kazuki eram suaves e calmos, ele apenas mirava em pontos vitais.

Assim que acertava um Tak’na, ele caia no chão sem forças para se levantar. Embora não fossem movimentos rápidos comparados com os de Matsuno, seus avanços e acertos eram certeiros e críticos. Uma vez que eram acertados por Kazuki, os demônios apenas caiam como bonecas sem vida no chão.

Na parte do meio, estava Rei, que conjurava suas habilidades contra os Tak’nas à distância, que sequer conseguiam se aproximar.

Seus movimentos eram retidos pela habilidade de Raio Congelante, e no momento seguinte, eram atingidos por Esferas Negras. 

Eles sequer conseguiam reagir.

Uma esfera negra apenas perfurava à sua cabeça e todo o seu corpo era sugado para o interior daquela escuridão infinita. 

O estudante não teve que se preocupar com os demônios próximos, pois eram finalizados por Kazuki e Matsuno, que não os deixava se aproximar sequer um centímetro do corpo de Rei. 

Tudo aconteceu em uma fração de segundos, e centenas de demônios foram mortos. 

❖ ❖ ❖

— Poha… finalmente acabou… certo? 

O estudante disse após descer do cavalo e deitar na grama próxima, olhando para o céu. O horizonte estava tingido de um leve vermelho. 

O céu vermelho acima dava a impressão de que as nuvens haviam sido assadas em um forno, e as sombras davam contornos bastante distintos. 

A noite já presente começou a aparecer no céu, com estrelas espreitando no crepúsculo. 

Quando um vento frio da noite soprou sobre ele, Rei olhou para o céu e suspirou. Seu semblante parecia um pouco ansioso nesse momento. 

— O que há de errado? — perguntou Kazuki, após descer do cavalo e sentar próximo do garoto. 

Assim que recebeu aquela pergunta, o estudante soltou um suspiro e permaneceu da mesma forma. 

— Não sei se é certo, mas eu me diverti tanto. 

Fechou os olhos por um momento; ele provavelmente estava pensando naquela memória, pois seus olhos brilharam um pouco quando os abriu de novo. 

Na visão do estudante, matar aqueles demônios parecia um jogo de tiro e alvo. Vê-los explodindo à distância com suas habilidades pareceu divertido o suficiente para fazê-lo sorrir um pouco. A sua felicidade estava de um lado e a sua racionalidade do outro. 

Assim que ouviu a resposta do estudante, Kazuki abriu um pequeno sorriso no rosto e deu um gentil tapinha na sua cabeça.

— Não se preocupe com isso… Há muita diversão apenas por estar vivo. 

Nesse momento, a armadura de Matsuno caiu no chão, chamando a atenção dos rapazes que estavam próximos. 

— Não quero ser o cara chato aqui, mas essa não é uma boa hora para descansar. Vamos primeiro tirar as sujeiras residuais dos Tak’nas da nossa roupa, elas são venenosas. 

Após dizer isso, ele tirou o elmo que estava na cabeça e deixou próximo a sua armadura negra. Quando inclinou sua visão para baixo, percebeu que sua cota de malha de baixo também estava manchada com uma gosma verde.

Ele não teve escolha a não ser tirar a sua cota de malha, ficando apenas com uma pequena camisa de seda branca em baixo. 

Enquanto tirava a camisa, ele dizia baixinho: — Droga…  

Nesse momento, o estudante olhou para o lado e viu Matsuno vestido apenas uma camisa de seda e com o rosto suado.

O suor parecia escorrer de seu rosto e chegar a baixo, deixando as linhas de seus músculos firmes acentuados sobre um tecido tão fino que parecia rasgar com a menor força colocada sobre. 

Se Rei pudesse descrever em apenas algumas palavras aquela visão, seria: “A aparência rude de uma fera selvagem bem desenvolvida e sexy”. 

Era uma visão realmente interessante. Tão interessante que o estudante até tentou disfarçar o olhar enquanto olhava-o da cabeça aos pés. 

Matsuno não parecia perceber, pois estava perdido em pensamentos nessa hora. Quando terminou de colocar a armadura, o elmo e sua cota de malha no chão, ele colocou-se na frente deles e estendeu a mão. 

No momento seguinte, de repente água saiu da palma de sua mão. 

— Você sabe usar magia? 

…  

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