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— Que porra de deusa é essa?!
Era inimaginável pensar que Vermeti na realidade não era uma deusa adorada pela Igreja de Querypyn. Essa repentina informação deixou Tyrant e Rei surpresos.
Houve um silêncio no local — tanto Kazuki quanto Tyrant não pareciam querer dizer nada para responder o estudante.
Foi só depois que a atmosfera tornou-se estranha que o homem-fera então terminou de contar tudo o que sabia sobre o caso.
— Bem, esse assunto é um pouco polêmico.
— Resumindo grosseiramente, Vermeti era uma das primeiras deusas cultuadas no continente, desde os primórdios ela era retratada como uma figura influente, principalmente para a raça dos elfos, que adoravam-na como uma progenitora.
Nesse momento, Tyrant também entrou na conversa e complementou a resposta de Kazuki.
— Mas isso foi há muitos séculos atrás, jovem. Ninguém sabe o por quê dessa deusa ter sido deixada de lado pelos elfos. Hoje em dia é considerado até mesmo repulsivo citar o nome dela na presença dos elfos.
Ela disse com seriedade nos olhos, com o pouco de conhecimento que adquiriu em suas viagens.
— De uma deusa idolatrada e integra, ela passou a ser considerada uma deusa maliciosa e corrupta pelos elfos. Pelos céus, chega a ser inacreditável, não acha? Como a visão das pessoas mudou em tão pouco tempo.
A declaração da vidente deixou o estudante assustado. Então sua cabeça foi tomada por várias dúvidas nesse instante.
— Como… como isso aconteceu? Tem como a reputação de uma deusa assim decair a esse ponto? — perguntou ele, entretido pelo assunto e sem conseguir tomar o chá em suas mãos.
— Essa é uma boa pergunta. Quando isso aconteceu?
Dito isso, a vidente então começa a pensar. Embora ela tivesse muito conhecimento e sabedoria, muitas das informações eram descartadas pelo cérebro devido a sua idade.
Após refletir e buscar uma resposta para a pergunta, ela simplesmente declara:
— Ninguém sabe como esse nível de rejeição ou mudança de imagem ocorreu. O que as pessoas comuns dizem a respeito desse assunto é que; os novos ideais e crenças de Vermeti mudaram repentinamente após a revelação dos oráculos.
— Oráculos? — perguntou Rei.
— Os oráculos são representantes das entidades. Eles são indivíduos que recebem por meio de suas visões os ensinamentos ou avisos dos deuses, colocando-os em testamentos religiosos. — Kazuki disse, em seguida ele continou a explicar mantendo a compostura.
— As crenças passadas pelos oraculos de Vermeti na época foram consideradas absurdas e imorais. Para se ter uma ideia, se antes nos testamentos religiosos era necessário manter a paz com “jejum e orações”, agora isso se tornou algo como paz com “violência e oração”.
Após ouvi-lo, a expressão de confusão no rosto de Rei parecia dizer: “Que mudança radical é essa?”
“Bem, algo parece não se encaixar nessa história. Por que Vermeti, que era uma deusa adorada, teve que mudar os testamentos religiosos?”
“Não faz sentido, não importa o quanto eu pense sobre isso. Será que ela propositalmente mudou a sua imagem de deusa santa para uma deusa caída e maliciosa?”
“Mas por causa disso, ela perderia muita influência pelo continente, não? Inclusive, o que a torna uma deusa forte seria toda a adoração e influência.”
Depois de pensar em várias hipóteses plausíveis, a única resposta que o estudante chegou foi a mesma — “Algo parece não se encaixar”.
— Em todo o continente, estar relacionado com essa deusa é o mesmo que estar em uma aliança com o rei demônio.
Ao dizer isso, o homem-fera complementa de uma maneira desajeitada:
— Ah, isso só foi uma comparação. Não precisa se preocupar tanto com isso, mas você conseguiu ter uma ideia sobre esse assunto?
Antes de responder, o estudante soltou um suspiro, tendo acabado de ouvir sobre todo aquele assunto.
— É um assunto realmente chato. Mas não acho que deveria se comparar ao nível de estar em uma aliança com o exército do rei demônio. Mas de qualquer forma, nada de se esperar de uma religião que tá mais para terrorista.
Em seguida ele complementa e olha para o rosto da vidente com uma expressão animada: — Enfim, não viemos aqui para falar sobre essa merda de religião! Vamos logo com isso, Tyrant. Fala logo o que a gente quer ouvir.
Após ouvir as palavras de Rei, a expressão de seriedade no rosto da vidente mudou, ela parecia mais relaxada do que antes.
— Desembucha velha, eu quero saber da visão. Aquela que você teve do meu futuro. Depois do que rolou no precipício, algumas das suas visões realmente aconteceram.
Ele se levantou de onde estava sentado e moveu sua mão até a parte de baixo, retirando um espesso livro da cintura.
Quando Tyrant viu o livro, ela não pôde reprimir seu entusiasmo e sua alegria. Até mesmo a expressão em seu rosto parecia diferente de antes. Era como se nada de incoveniente tivesse lhe acontecido algumas horas atrás.
— Pelos céus!!! Eu consigo sentir. A minha previsão se realizou. Pela movimentação dos cosmos e interferência divina das estrelas, minha gratidão eterna ao universo.
— Embora o livro da minha visão ser diferente desse que está em duas mãos, jovem.
— Diferente? — perguntou, virando levemente a cabeça para o lado, em dúvida.
— Sim, jovem. O caderno que você estava equipado na minha visão era dourado e vermelho, diferente do seu que é cinza e sem gravuras.
Ela simplesmente respondeu, sem ocultar detalhes ou informações como fizera antes.
“O que isso significa? Os livros são parecidos, mas diferentes? Será que é uma evolução? Afinal, armas com ego também evoluem.”
— Então você quer saber sobre a parte que não contei, jovem? Tudo bem, vou dizer…
A voz da Tyrant ficou mais áspera, possivelmente como resultado das suas próprias palavras que pareciam transbordar de hesitação.
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