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— Subtenente, ele chegou — informou um dos capangas, que estava vigiando do lado de fora.

— Excelente. Recepcionem ele da forma que orientei — ordenou Christian. 

Ao chegar ao galpão de madeira decadente, afastado alguns metros de Petrovski, Bob foi recebido por dois soldados reais, que o olhavam com hostilidade.

— Estenda os braços. — disse um deles, segurando algemas.

— Primeiro, quero ver se Milena está bem — exigiu Bob, tentando manter-se calmo.

— Não se preocupe, ela não foi machucada. Mas isso não irá durar muito se você não for um menino obediente. — Sem opções, Bob deixou-se algemar e foi levado para dentro do galpão.

Ao ser levado para dentro pelos soldados reais, ele se sentiu aliviado por ver que Milena estava bem, embora essa sensação de alívio logo se transformasse em ódio após ele colocar seus olhos em Christian, que esboçou um sorriso satisfeito, saboreando o momento em que ele tanto aguardava.

— Bob… Por que…? — disse Milena, vendo seu parceiro rendido e a mercê dos soldados reais.

Christian se aproximou de Bob, forçando-o a ficar de joelhos. Mesmo naquela posição, ele superava o subtenente em altura.

— Eu não disse, que você iria fazer você se arrepender? — Christian desferiu um soco no rosto de Bob, que não podia fazer nada devido às algemas que selavam a sua mana. Ele caiu no chão, atordoado e com o nariz sangrando.

De forma sádica e cruel, Christian subiu em Bob e começou a golpeá-lo no rosto com socos cada vez mais brutais. Seus ataques, amplificados por magia, devastavam ele, que, incapaz de usar sua própria magia para reforçar seu corpo e assim aumentar sua resistência, sentia o impacto muito maior do que o normal.

Milena chorava e se debatia ao ver seu parceiro de trabalho e amigo apanhando de uma forma tão covarde e cruel. Seus prantos ressoavam pelo galpão, no entanto, os soldados riam de seu desespero.

Depois que se sentiu satisfeito, Christian cessou os ataques. Seus punhos pingavam sangue.  Bob estava nocauteado, desfigurado e caído no chão, seu rosto ficou irreconhecível.

— Qazar, cheque a pulsação dele —  ordenou, Christian. Enquanto limpava suas mãos em um trapo sujo.

Qazar se ajoelhou ao lado de Bob e verificou a pulsação fraca, franzindo a testa ao sentir o quanto ele ainda resistia.

“Esse cara não existe mesmo! Uma pessoa normal teria morrido com isso. Os socos do subtenente são tão fortes quanto coices de cavalos.”

— Por pouco, mas ele ainda está vivo, subtenente. — informou Qazar, levantando-se.

— Excelente. Restaure o rostinho dele e depois o acorde.

Com magia de cura, Qasar reconstruiu o rosto de Bob de volta ao normal, as feridas se fechavam lentamente enquanto o sangue coagulava até secar. Em seguida, ele concentrou grande quantidade de energia elétrica em suas mãos e colocou sob o peito do bárbaro, o acordando na marra.

Bob respirava ofegantemente, seu coração estava acelerado devido a desfibrilação.

— Sabe Bob, é uma pena que estejamos de lados diferentes. Se você tivesse ingressado no Exército Real… 

— Vai se foder! — disse Bob, interrompendo Christian. Em seguida, cuspiu no rosto dele. Mesmo após sofrer ataques que poderiam matá-lo, ele manteve-se inabalável.

Christian limpou a saliva que escorria em seu rosto, e depois socou Bob com força na região do abdômen, quebrando algumas costelas dele no processo. O ar foi expulso dos pulmões do dele, que cuspiu sangue devido ao impacto, os fragmentos de ossos perfuravam seus órgãos internos lhe causando uma dor latente insuportável.

— Eu poderia fazer isso o dia todo. — Christian soltou um suspiro de satisfação ao ver Bob gemendo e se contorcendo de dor.  — Qazar?

— Sim, senhor. —  respondeu Qazar, mais uma vez curando os ferimentos de Bob. Dando a ele um misto de sentimentos de alívio e tortura.

— Por favor… HIC! HIC! …Poupe ele… HIC! …Eu faço qualquer coisa… —  implorou Milena, entre soluços, seus olhos inchados de tanto chorar. 

— Isso é entre mim e ele, Milena. Não se envolva nisso! — disse Bob, recuperado e consciente. Com a desesperança em seu olhar, porém sem um pingo de remorso.

— Ouviu seu amigo, né? Isso é algo pessoal. —  Christian pisou com força na perna de Bob, a quebrando como um galho.

— AAAAAAAAAARGH! —  Bob gritou de dor, enquanto babava em si mesmo.

Enquanto Bob estava caído no chão, Christian chutava seu corpo. Alguns capangas até viraram o rosto, pois tal cena era indigerível mesmo para eles. Até que ele foi interrompido por um de seus homens.

— Senhor, pegamos um garoto tentando invadir o galpão. — disseram, arremessando Levi, preso com correntes de selamento de mana, aos pés de Christian.

Levi tentou entrar no galpão desesperadamente após escutar os prantos de Milena e os gritos de Bob. No entanto, foi facilmente capturado pelos soldados que vigiavam o lado de fora.

Ao olhar Bob com inúmeros edemas, sangramentos, ossos quebrados e escoriações. Levi fechou os olhos com força, ele sentiu aquele aperto no peito chegando com força. 

“Fique calmo, fique calmo, fique calmo, fique calmo, FIQUE CALMO!”, Ele repetiu para si mesmo, segurando os sentimentos negativos que tentavam dominar o seu ser.

Milena não sabia o que fazer, não sabia o que pensar, não sabia o que falar. Ela só podia lamentar, pois agora mais um de seus companheiros estava em uma gaiola cheia de leões, e ela se culpava por isso. 

— Aaah, você é aquele garoto que foi recrutado pelo Norman… — disse Christian, reconhecendo Levi assim que bateu os olhos nele. Logo após, levantou a cabeça de Bob puxando-a pelos cabelos — Eu achei que tinha pedido para vir sozinho, hum? 

Bob estava inconsciente. Levi mantinha os olhos fechados, afinal ele sabia que o menor dos gatilhos naquele instante poderia fazer seu lado demoníaco implodir, e depois disso sabe-se lá o que poderia acontecer.

— Abra os olhos, garoto. Olhe como os superpebleus são patéticos! — Christian encarava Levi, que se recusava a ceder.

— É assim? Eu não vou falar duas vezes… 

— Eu disse… — Christian desferiu um soco no rosto de Bob. Levi conseguia escutar o som da pancada e do sangue respingando pelo chão.

— Abra… — E mais um.

— Os…  — E mais um.

— Olhos. —  Antes de Christian desferir o próximo soco, Levi arrebentou as correntes na força bruta.

Um de seus olhos destransformou-se voltando a sua forma original e apenas um toquinho negro, que era para ser um chifre, cresceu em sua testa. Levi havia se transformado parcialmente, sua humanidade ainda estava sob controle, embora o pouco que foi despertado tenha sido o suficiente para causar uma mudança sutil em sua personalidade.

“Como isso é possível? Essas correntes de selar mana são praticamente inquebráveis!”, Christian não podia acreditar no que estava vendo. Ele não sabia que Levi não era usuário de magia e portanto, não foi afetado pelos efeitos da corrente.

Levi não deixava de surpreender Milena, que não conseguia sequer piscar enquanto olhava para o poder que seu parceiro emanava. Graças a isso, ela teve um pingo de esperança.

— Cacete…  Mas o que você é? — Christian estava perplexo, a aura que Levi exalava lhe causava arrepios.

Levi colocou a lâmina no pescoço de Qazar, que ainda estava próximo dele. — Cure meu amigo, ou eu te mato.

Qazar olhou para Christian, esperando uma ordem, mas viu uma hesitação incomum no rosto de seu superior. A aura de Levi era tão ameaçadora que mesmo ele parecia momentaneamente abalado.

— Ele não vai te salvar. Cure meu amigo ou irei cortar a sua cabeça. —  disse Levi, com uma frieza que fez Qasar congelar.

Sentindo o pânico crescente e vendo que Christian estava paralisado, Qazar, suando frio, começou a curar Bob, suas mãos tremiam.

— Sim, senhor  — Qazar concentrou-se no feitiço, ele usava toda a mana que lhe restava para isso. 

— Qazar, seu maldito traidor! Irei te punir por isso! — Assim como Levi, Christian desembainhou sua espada. — Homens, não se envolvam nisso. Não precisarei de qualquer ajuda para acabar com essa criança.

Uma aura azul começou a envolver o corpo de Christian, sua espada brilhava com a mesma tonalidade. Ele estava disposto a levar esse embate a sério, pois sentia que poderia morrer caso não o fizesse. Em postura de combate e com um respiro profundo, preparou-se para a primeira investida.

“Ele não vai ficar em guarda? Ele está me subestimando!?”, pensou Christian, ao ver Levi com uma postura relaxada. A verdade é que ele não sabia técnicas de esgrima.

Com um arranque, Christian disparou na direção de Levi, que com rápidos reflexos bloqueou o ataque. Enquanto as lâminas estavam cerrando uma na outra, Levi tirou proveito disso para que, com a sua outra mão, lançasse uma esfera de fogo negro na barriga do subtenente.

BOOOM!

Após ser acertado, Christian pulou para trás ganhando distância. Ele olhou para o estrago que Levi havia feito, e o fogo negro atravessou sua armadura e causou queimaduras em sua barriga. Ele podia sentir sua carne ainda queimando e a dor aguda o incomodava.

“Se não fosse a armadura e o feitiço que lancei em mim mesmo, esse ataque teria me matado! Esse garoto não é normal. Agora entendo porque Norman o recrutou.”

Levi tentava não demonstrar, mas aquele ataque o deixou esgotado. Por ele não conseguir dosar a quantidade de essência, o ataque drenou grande parte de suas energias. 

Pelas costas de Levi, um dos soldados disparou um dardo venenoso. O projétil cravou-se em seu pescoço. Ele sentiu um calor repentino se espalhando pela pele, seguido por uma dormência gelada. Seus músculos começaram a tremer involuntariamente, e sua visão ficou borrada como se um véu de névoa envolvesse seus olhos.

Ele não conseguiu mais suportar o peso do seu próprio corpo e caiu de joelhos. Christian não entendeu o comportamento confuso, mas viu como uma oportunidade para acabar com o Levi de uma vez por todas.

Ele se aproximou, e levantou a espada prontamente para cortar a cabeça do jovem misterioso.

— POR FAVOR, NÃO FAÇA ISSO! ELE É SÓ UM GAROTO! — berrou Milena, que tentou levantar para ao menos entrar na frente do ataque, no entanto, foi agarrada por um dos soldados.

— Essa é a punição dele, por ter me desafiado. — Levi fechou os olhos, esperando o seu fim.

Mas, antes de Christian baixar a espada. Um estrondo ecoou pelo galpão, seguido pelo baque de um corpo caindo no chão.

— Cheguei na hora certa. — Era a voz de Norman, que entrava no galpão com sua besta em mãos.


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