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Após uma longa e exaustiva viagem, o grupo de Norman avistou a grande muralha que cercava o Reino de Petrovski, com suas torres de vigia onde haviam arqueiros a postos. As pedras que compunham a estrutura eram cobertas com musgo, o que refletia a sua antiguidade.

Ao se aproximarem da entrada, um grande portão feito de barras grossas de ferro com sinais de ferrugem, eles foram recebidos pelos olhares atentos dos guardas que vestiam armaduras e portavam lanças enormes. Um soldado de meia-idade deu um passo à frente, sua expressão suavizada por reconhecer o grupo.

— Olá, Norman. É bom ver você e o seu grupo vivo — disse o soldado, cumprimentando Norman com um aperto de mão firme — não encontraram nenhum demônio pelo caminho?

— E aí, Becker. Na verdade nós encontramos um demônio sim — respondeu Norman, com um sorriso de satisfação estampado em seu rosto ao lembrar do cadáver — mas felizmente, ele já estava morto quando chegamos.

— Parece que a sorte está do nosso lado. — Becker se virou para o portão. — DEIXEM O GRUPO DE NORMAN ENTRAR!

O portão rangeu ao se abrir, revelando o movimento em Petrovski. Norman e seu grupo o atravessaram montados em seus cavalos, e Levi não pode deixar de ficar fascinado com a imensidão do Reino. Fazia anos que ele não via tanta gente em um lugar só.

 De um lado, soldados com espadas na cintura e semblantes sérios vigiavam o movimento, prontos para agir a qualquer momento. Do outro, comerciantes de especiarias discutiam animadamente o preço de suas mercadorias, enquanto o cheiro das ervas preenchiam o ambiente.

— Pessoal, acho que vou descer aqui — disse Levi, ajeitando-se para sair da garupa do cavalo.

— Como assim? Você não vai entrar no nosso grupo? — falou Bob, com um tom de decepção.

— Eu não sou um caçador de demônios, sou apenas um aprendiz de ferreiro. Além disso, pretendo ir para Constantino, então creio que nossos objetivos sejam diferentes.

— Ahhh, verdade! Você falou que quer encontrar a sua mãe, né?! — Bob coçou a cabeça, claramente desapontado. Ele realmente queria que Levi se juntasse ao grupo.

— Sim, talvez eu leve um ano ou mais para conseguir dinheiro para ir para lá, mas eu definitivamente vou conseguir. Enfim, obrigado por me trazerem até aqui, ficarei devendo essa para vocês.

— Um ano? Mas pretendemos ir para lá no próximo mês — informou, Norman. Pegando Levi e até mesmo o seu próprio grupo de surpresa.

— Sério!? — disseram todos os membros e Levi, quase em sincronia.

— Escuta, Levi. Eu sei que você não tem experiência nenhuma como caçador, mas se realmente tiver matado aquele demônio, significa que provavelmente é um despertado, e há poucas pessoas com essa capacidade no mundo. Portanto, suas habilidades serão de grande ajuda e poderão salvar muitas vidas. O que me diz? Vai se juntar a nós? — disse Norman, de forma dramática.

— Pois, é. Mas você precisa ser um despertado, né? — acrescentou Milena, ainda cética sobre as capacidades de Levi.

“Ele tem um ponto. Se eles realmente forem para Constantino no próximo mês, então além de economizar, eu ainda vou chegar lá mais rápido do que o esperado.”,  Enquanto Levi ponderava sobre entrar ou não no grupo, os membros esperavam em silêncio, a maioria com perspectiva de uma resposta positiva.

— Está bem. Eu aceito. Vou me juntar a vocês e ajudar no que puder.

— É ASSIM QUE SE FALA! — disse Bob, eufórico, com um sorriso largo no rosto.

O grupo dirigiu-se até à Associação de Caçadores de Demônios. A estrutura imensa e movimentada impressionou Levi. O lugar reunia a maioria dos despertados de Petrovski, exibindo uma diversidade de guerreiros armados com tudo, desde espadas gigantes até cajados mágicos. O jovem demônio observava com fascinação essas pessoas.

Norman e os demais entraram em uma fila para falar com a recepcionista da associação. 

— Próximo! — Chegou a vez do grupo de Norman.

— A escolta foi cumprida. — Norman entregou uma carta escrita pelo cliente, que confirmava o cumprimento da missão.

— Uhum, certinho — disse a balconista, após ler o conteúdo da carta. Em seguida, ela  abriu o cofre da associação, colocou o pagamento em um saquinho e entregou para Norman — Aqui está. Você quer ver se tem alguma missão disponível? Recebemos um pedido especial essa manhã.

— Na verdade, não. Eu gostaria que fizesse um favor para mim  — disse Norman. A recepcionista o olhou, confusa — Poderia examinar aquele garoto? Acredito que ele seja um despertado.

— Claro!  Deixe eu pegar o medidor de mana… — A recepcionista se agachou, pegando um dispositivo que estava guardado abaixo de sua bancada, enquanto isso, Levi se aproximava.

O medidor de mana era um artefato impressionante, forjada a partir de um metal resistente e moldada em um formato quadricular. No centro, um cristal transparente esperava pelo toque de um ser mágico. Ao entrar em contato, o cristal captava a mana, emitindo um brilho que variava em intensidade conforme a densidade da magia absorvida, revelando assim o poder da pessoa.

No final, ele se tingia com uma cor. Quanto mais escura ela for, maior é o grau de poder do usuário.

— Coloque sua mão no cristal, por gentileza. — orientou a recepcionista.

Levi seguiu as instruções e colocou a mão no medidor. Imediatamente, várias manchas lilás surgiram em seu braço enquanto a palma queimava intensamente. O cristal começou a brilhar gradualmente, e Norman e os demais observavam a avaliação com expectativa crescente.

“Urgh! Será que isso é normal?” Levi não conseguia mover a mão, era como se estivesse sendo eletrocutado. Sua respiração ficou ofegante enquanto o brilho do cristal aumentava, iluminando o rosto de todos ao redor com uma luz intensa.

“Será que ele é mesmo um despertado!? Como pode ele ser tão jovem?” A surpresa de Milena era evidente, já que há anos não surgia um novo despertado.

— AAARGH! — Levi conseguiu tirar a mão do cristal, que parou de brilhar quase que instantaneamente.

— D-desculpa, senhor. Você está bem? — A recepcionista correu até Levi para ajudá-lo. — Acho que deve ter dado defeito no medidor de mana, faz tempo que não o utilizamos.

O medidor de mana causou queimaduras de segundo grau na palma da mão de Levi, e ele sentiu a dor pulsante atravessar seu corpo. Por sorte, as manchas lilás desapareceram, sem serem notadas por ninguém.

— Estou bem — respondeu Levi, tentando esconder o desconforto.

— Ei, Gabriela. O que significa aquela cor? — perguntou Anna, apontando para o cristal que estava colorido.

Gabriela hesitou, sem saber o que responder, mas outra pessoa explicou por ela. — Significa que o cristal não foi capaz de calcular o poder dessa criança. — A voz feminina e delicada quebrou o silêncio.

Ao olharem na direção de origem dessa voz, eles viram uma mulher alta, de cabelos brancos e olhos castanhos. Sua pele era parda e ela usava um vestido com partes de metal implementadas na barriga, peitos, ombros e pescoço. Quatro asas se destacavam em suas costas, duas maiores e duas menores. 

Levi sentiu uma presença hostil vindo dessa mulher. Seus pelos se arrepiaram, um frio intenso tomou conta de seu estômago, como um soco inesperado. O suor frio começou a escorrer pelo seu rosto, todos os seus instintos gritavam para fugir o mais rápido possível.

— C-chefe, desculpa… Eu não fiz o que eu fiz de errado. — Gabriela estava nervosa, sentindo-se culpada pelas queimaduras de Levi.

— Está tudo bem, Gabriela. Não é culpa sua — disse Andariel, com um tom de voz doce e calmante que dissipou a tensão no ar. — deixe o restante comigo.

Andariel olhou para Levi, que estava sentado no chão segurando sua mão ferida. Embora ela não demonstrasse nenhuma má intenção, ele ficou inquieto com a sua presença.

— Não há o que temer, minha criança. Me dê a sua mão ferida — Mesmo relutante e assustado, Levi estendeu a mão para Andariel.

Ela soprou delicadamente sobre sua mão, e partículas de luz saíram de sua boca, cobrindo o ferimento de Levi. Em questão de segundos, a dor e o ferimento desapareceram.

“A queimadura e a dor sumiram!”, Levi contraiu os músculos da sua mão, incrédulo.

— O-obrigado, moça. — Levi ainda estava com medo de Andariel, ele tentou não fazer nenhuma atitude suspeita. 

— Pode me chamar de Andariel. Por falar nisso, qual é o seu nome?

— L-Levi.

— Levi é um belo nome — disse Andariel, com um sorriso que fez o jovem garoto relaxar um pouco.

—  Você disse que o poder dele é incalculável, não é? O que exatamente isso significa? — perguntou Milena, agora menos desconfiada e mais interessada em Levi.

— Significa que ele não é um usuário de mana. — Andariel lançou um olhar curioso em Levi. — Então, como não vamos conseguir medir o poder dele através do cristal, para definir o grau de poder de Levi, terei que ver suas habilidades com meus próprios olhos.


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