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Capítulo 9: Rosto Familiar


“Droga… Não vou conseguir segurar…!”, Uma fumaça negra saiu do corpo de Levi, revelando sua verdadeira forma para todos na taverna.

Todos os presentes na taverna ficaram boquiabertos com o que seus olhos testemunharam. Um demônio humanoide com pele lilás e olhos negros estava ali, bem na frente deles, vivendo, conversando e agindo como um humano.

— P-pessoal, eu posso explicar… — Levi tentou argumentar, mas interrompido por um chute no peito desferido pelo Bob.

— Explicar? Como ousa enganar todos nós, seu demônio asqueroso! — gritou Bob, sanguinário com a presença de Levi.

 Norman pegou sua besta, Milena e Ana ficaram acuadas atrás de Barcímio e Bob empunhou seu machado de guerra.

— Seu maldito! Eu não vou te perdoar por enganar a mim, e ao meu grupo. — Bob arrancou na direção de Levi balançando seu machado para decepá-lo, o jovem demônio fechou os olhos apenas esperando o seu fim.

Quando uma sensação calorosa e úmida passou pela sua mão. Ao abrir os olhos, ele percebeu que inconscientemente, ele havia atravessado seu braço no peito de Bob, que vomitou sangue e se ajoelhou, já sem vida em seus olhos.

— AAAAAAAH! — Milena e Anna, gritavam desesperadas. — SEU MONSTRO!

— Não… Isso não sou eu…!  Foi sem querer! — Levi tentou se justificar, no entanto, era tarde demais.

— Você não é diferente dos outros demônios que matam por prazer. Morra imediatamente. —  Norman mirou sua besta na cabeça de Levi e em seguida disparou.

A flecha disparada por Norman atravessou a cabeça de Levi, deixando sua visão avermelhada e o fazendo perder o controle de seu corpo, que desabou no chão. Sua última visão foi quando o líder do grupo se aproximou e pisoteou sua cabeça.

— NÃÃÃAO! — Levi acordou em uma cama, dentro de um quarto pequeno. Ele passou a mão em sua testa, procurando algum ferimento, mas não havia nada além da sua própria pele.

— Ei, Levi. Está tudo bem? — perguntou Anna, do outro lado da porta.

— S-sim, não se preocupe. — Tudo não passou de um sonho, ou melhor, de um pesadelo.

— Certo. O café está pronto. Se você quiser se juntar a nós, estaremos lá. — Depois de avisar, Anna se retirou.

“Eu preciso achar uma forma de suportar minha transformação por um longo período de tempo. Não posso permitir que aquele cenário se repita…”, O fatídico massacre causado por Levi em Galego ainda o atormentava, embora ele não demonstrasse. Ele nunca conseguiu esquecer aquele momento. 

“Acho que tive uma ideia!”

Levi saiu de seu quarto, usando roupas largas que recebeu de Norman já que eles têm alturas semelhantes. As vestimentas cobriam tudo do pescoço para baixo. Ele fazia isso para que pudesse transformar apenas a cabeça e o resto de seu corpo ficasse em sua forma original, assim gastando menos energia.

Levi se dirigiu até a cozinha, onde todos estavam tomando café da manhã. 

— Bom dia, Levi. Por que você está usando roupas largas? Está um calor infernal. — disse Norman. Incomodado com as vestimentas de seu novo membro.

— É que eu estou gripado, meu corpo está mais gelado que o comum. — Apesar da explicação sem muita lógica, ele decidiu ignorar.

— Falando nisso, o Levi praticamente não tem roupa para vestir. Acho bom levarmos ele para o centro comercial para comprarmos roupas para ele. — sugeriu Milena.

— Verdade. A única peça de roupa dele estava suja de sangue e fedia a carniça podre. — disse Bob, apoiando a sugestão de Milena.

— Tudo bem. Vamos para o centro comercial renovar nossos estoques de comida e comprar roupas para o Levi.

Após tomarem o café matinal, Levi e seus companheiros foram até o centro comercial de Petrovski. Essa região é considerada o coração do reino, uma vez que é o lugar mais movimentado, sendo atrativo até mesmo para estrangeiros. As ruas estavam lotadas de pessoas vendendo e comprando, crianças correndo e brincando, e o aroma de especiarias e comidas frescas preenchia o ar.

— Levi, eu e o pessoal vamos para o setor alimentício. A Milena vai te acompanhar até o setor de roupas, ok? — disse Norman. Levi assentiu com a cabeça.

— O que? Por que eu? — Milena cochichou no ouvido do Norman, em tom ríspido.

— Preciso que alguém vigie ele. E você é a única que não precisa comprar nada. 

*Suspiro.*

Mesmo contra sua vontade, no final das contas Milena aceitou acatar o pedido de seu líder.

Levi e Milena caminharam pelas movimentadas ruas do centro comercial. O som das vozes dos vendedores, o barulho das carruagens e o burburinho das conversas enchiam o ar, mas entre os dois, o silêncio constrangedor desconfortava ambos.

Ao chegarem ao setor de roupas, entraram em uma loja que exibia uma grande variedade de vestimentas. Milena começou a escolher algumas peças, colocando-as nos ombros de Levi.

— Experimente essas. — disse ela, sem olhar diretamente para ele.

Levi pegou as roupas e entrou no provador. Enquanto trocava de roupa, pensava sobre o pesadelo que tivera. “Preciso achar um jeito de controlar melhor minhas transformações… Se aquilo realmente acontecer, não terei outra chance.”

Depois de alguns minutos, Levi saiu do provador vestindo roupas novas, adaptando a sua transformação para as partes de seu corpo que ficavam visíveis. Milena o observou de cima a baixo e, com um leve aceno de cabeça, indicou que as roupas estavam boas o suficiente.

— Está bom. Vamos pegar mais algumas peças e sair daqui. — disse Milena, já se dirigindo para outra seção da loja.

Enquanto escolhiam mais roupas, uma movimentação do lado de fora chamou a atenção dos dois. Sons de passos apressados e gritos de alerta começaram a ecoar pelas ruas. Levi e Milena trocaram um olhar preocupado e se apressaram em sair da loja.

Ao chegarem na rua, viram um grupo de soldados reais empurrando as pessoas para abrir caminho. No meio do tumulto, uma figura alta e imponente se destacava. Era Christian, o líder dos soldados que haviam confrontado Norman na taverna.

—  ATENÇÃO, POVO DE PETROVSKI! PEÇO UM MINUTO DA ATENÇÃO DE TODOS —  grita Christian, chamando toda a atenção para si —  PEÇO QUE TODOS SE DIRIJAM PARA A PRAÇA PÚBLICA! O REI TEM UM PRONUNCIAMENTO URGENTE!

Depois que Milena pagou pelas roupas de Levi. Os dois foram para a praça pública. O local estava lotado pelos moradores de Petrovski. Em um palco, estava um homem loiro, baixinho, ostentando um luxuoso manto vermelho, várias joias preciosas e uma coroa dourada em sua cabeça. Ao seu lado esquerdo, um guarda portava uma grande espada e do outro, uma criatura peluda humanoide de joelhos com o rosto encapuzado.

 — Será que já dá para começar? —  o rei de Petrovski perguntou baixinho, apenas para seu guarda escutar.

—  Acredito que sim, vossa majestade. — O guarda retirou um artefato mágico que estava em seu bolso e entregou para o rei — Aqui está o amplificador.

O rei revirou os bolsos de seu manto até retirar um pedaço de papel dobrado. Nele, estava o discurso no qual ele precisava pronunciar. 

— Caros cidadãos de Petrovski… — O rei abriu o bilhete e começou a pronunciar através do amplificador, que fazia sua voz ecoar para todos. — Pensávamos que sabíamos tudo sobre os demônios, até que nossos leais cavaleiros fizeram uma descoberta mudou a forma como vemos essas criaturas repulsivas! Pode tirar, Kayn. 

O cavaleiro ao lado do rei retirou o capuz da cabeça da criatura, revelando sua verdadeira identidade. Era uma espécie de bode humanoide, com uma barba espessa e cabelos longos que desciam até as costas. Sua pelagem tinha uma coloração castanho-claro, e seus dois chifres, envergados para trás, eram característicos de sua raça. O povo que observava ficou incrédulo com o que via. “Como um ser bizarro como esse pode vagar na terra entre nós?” era a pergunta que pairava na mente de todos.

“Esse é…”, Levi imediatamente reconheceu aquele ser, que cruzou olhares com ele e em seguida sorriu.

— Como podem ver, esse não é um demônio comum. Ele não é monstrengo como os outros, mas é tão perigoso quanto. Sabem por que? — O povo começou a conversar entre si, sobre que tipo de criatura seria aquela. — Porque ele possui inteligência, assim como nós.

— Nossa… Eu nunca vi um demônio como esse! O quão forte será que ele é? — Levi agarrou o braço de Milena e nadou pelo mar de pessoas de forma apressada com terror estampado em seu rosto.

— O que foi Levi? Você conhece aquela coisa? — perguntou Milena, confusa com a reação aterrorizada de Levi.

— Sim! Depois eu te explico! — Segurando Milena, Levi continuou a passar pela multidão.

— Precisamos sair daqui o mais rápido possível! Depois eu te explico! — Sem parar, Levi continuou a passar pelos moradores.

— A partir de hoje, eu decreto o início da caça aos demônios sapientes! — pronunciou o rei, que em seguida olhou para seu cavaleiro e passou o dedo na garganta, sinalizando a permissão para decapitar o demônio.

Ao receber o sinal, o cavaleiro deixou o peso da espada fazer seu trabalho. A lâmina cortou o pescoço do ser demoníaco, separando a cabeça do corpo com um golpe certeiro. Os espectadores vibravam com euforia enquanto o cavaleiro erguia a cabeça decepada, exibindo-a para a multidão.


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