Tudo que Deckard sentiu foi o início daquele inferno eletrizante, acompanhado pela dor excruciante e a inconsciência.
Ele não saberia dizer quantos minutos foram ou quantas horas se passaram. Mas, ele poderia dizer que aquilo foi doloroso de formas que ele nem poderia imaginar. Ele não sabia nem como conseguiu sobreviver depois de tanta dor.
Mas, ele voltou à consciência e se viu preso em meio aos metais que chiavam com toda aquela eletricidade correndo, sendo amplificada pela água em volta. Ao contrário do que seria o esperado, ele se sentia vivo, energizado, mesmo depois de toda aquela dor. Sentia que poderia se soltar dali e correr uma maratona, sem se cansar.
— O que diabos foi isso? — nada daquilo que havia acontecia fazia sentido para ele.
Ele fez força para se soltar daquele metal todo. Apesar de ter o prendido, agora foi bem fácil de sair dali, mesmo depois de tudo e com toda aquela eletricidade em volta. Depois de toda a dor, nem parecia mais que aquela eletricidade lhe afetava. Mas ele não quis pagar para ver e saiu o mais rápido que podia para o gramado próximo à água.
— Não faz nenhum sentido, eu deveria estar morto depois de tudo isso — Deckard começou a olhar seu corpo, para ver os machucados causados por aquele desastre, só para ver que não havia um arranhão sequer, o que o deixou extremamente chocado.
Não é que ele quisesse ser levado a mal ou que achassem que ele era ingrato, mas nunca havia ouvido falar de alguém sobrevivendo a algo assim.
Ele não só estava ileso, como se sentia bem, mais forte, mais ligado. De repente, sentiu um leve incômodo, que o fez olhar para trás, assustado.
Ele aguardou, com o coração acelerado, para se ver frente a frente com uma Diane assombrada, que veio correndo em sua direção, com o choque estampado em seu rosto.
Ele não pôde reagir, enquanto ela o abraçava assustada e se afastava com um grito.
— Santo Marte, Deckard — ela olhava para ele, para suas mãos e para os pelos eriçados em seu braço.
A expressão dela o fez olhar para baixo, para as próprias mãos e o que ele viu o assustou, pois suas mãos estavam envoltas em eletricidade e sua pele marcada até a altura dos pulsos com marcas de cor cinza chumbo, como tatuagens.
— Com mil demônios, eu queria saber o que aconteceu aqui? — ela indagou, voltando à si.
— Não sei dizer. Eu tomei aquela poção que você deixou para mim e comecei a treinar e tudo saiu de controle. Quando dei por mim, estava preso por metal até a altura do peito e sendo atingido pelo que pareceram milhares de relâmpagos, achei que eu já estaria morto à essa altura.
— Você sabe quanto tempo passou nisso Deckard?
— Não faço ideia, perdi completamente a noção de tempo com o desespero que estava sentindo.
— 2 horas, Deckard. Você permaneceu lá por 2 horas. Eu pude sentir toda aquela energia de longe, como se toda a floresta estivesse sendo eletrocutada. Até mesmo eu estava sendo afetada quando tentei me aproximar de você.
Não precisou muito para que Deckard entendesse que o que ela estava sentindo era incredulidade.
Ela o analisou duas ou três vezes para ter certeza que estava tudo bem com Deckard.
— Ninguém deveria sobreviver àquilo, a menos que tenha anos de treino com relâmpago ou tenha uma baita resistência natural.
Deckard ainda estava meio atordoado, depois de tudo e da notícia que ela lhe deu.
Ela decidiu que era melhor cancelar o restante do treino do dia e da noite, o que ele aceitou de bom grado. Já que havia tido emoções demais para um dia.
— Posso ir deitar mais cedo hoje, mestre? — Perguntou para ela, meio abatido.
Nem mesmo as notificações azuis pulsantes estavam lhe animando, depois de uma experiência de quase morte.
— Claro. Amanhã, durante a manhã, vamos ver como isso te afetou e, caso esteja bem, retomamos o treino durante a tarde.
— Certo, então vamos voltar por favor.
Ele e Diane tomaram o caminho de volta para a casa dela, sem querer ele precisasse pedir uma segunda vez.
Por conta do acidente, Diane o deixou dormir no quarto por uns dias. Ele entrou, fechou a porta e foi se deitar. Aproveitou para ver com calma as notificações, pois sabia que não conseguiria fechar os olhos com aquele brilho piscando.
– CONQUISTA OBTIDA: SUCESSOR DO RELÂMPAGO –
– CONQUISTA OBTIDA: SOBREVIVENTE –
– CONQUISTA OBTIDA: AQUELE QUE RESISTIU –
– CONQUISTA OBTIDA: DURO COMO AÇO –
– NOVA HABILIDADE OBTIDA: ARMADURA DE RAIOS –
– NOVA HABILIDADE OBTIDA: TEMPESTADE DE RAIOS –
Ele já foi direto ver as habilidades, pois foi o que mais chamou sua atenção.
HABILIDADES
COMBATENTES
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– FORTALECIMENTO CORPORAL Nvl.1
– ASCENSÃO DO TROVÃO Nvl.1
– MURALHA DE AÇO Nvl.1
– ARMADURA DE RAIOS Nvl. 1
– Rank: Raro
– Reveste o corpo do usuário com eletricidade e aumenta a velocidade de movimento em 20%, durante 10 segundos. Há 25% de chance de atordoar o alvo por 2 segundos.
– TEMPESTADE DE RAIOS Nvl.1
– Rank: Épico
– O Usuário invoca uma tempestade de 5+(2*Nvl) raios em um raio de 3m. O usuário é imune à tempestade. Há 10% de chance de eletrocutar o alvo e 20% de chance de atordoar o alvo por 5 segundos.
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Apesar de tudo, ele ainda conseguiu ficar empolgado, afinal era a sua primeira habilidade de rank épico. Mas, Deckard não estava mais tão confiante em lidar com relâmpagos, por enquanto.
Ele abriu as notificações de conquistas. A “Sucessor do relâmpago” sim, conseguiu o deixar feliz, afinal era a tão aguardada resistência que ele esperava conseguir com os treinamentos, além de 1 ponto de destreza e 2 de magia. “Sobrevivente” o deixou com uma sensação de prêmio de consolação, por parte do sistema. Mas, nenhum ponto de atributo seria dispensado por Deckard. Principalmente quando cada ponto equivalia a ganhar um nível em cada atributo e mais cinco pontos aleatórios.
“Aquele que resistiu” foi uma conquista que ele ganhou por sobreviver a um desastre e lhe deu dois pontos em cada atributo e mais um ponto aleatório. Já a conquista “duro como aço” lhe deu um título de mesmo nome que permite com que Deckard evite 1 ferimento fatal a cada 30 dias, o que o deixou bem mais empolgado do que os pontos de atributo.
— Irônico, mas parece que hoje foi meu dia de sorte. Depois de quase morrer, ganhei a chance de fugir da morte, além de mais um nível em cada atributo e mais 4 pontos de atributos aleatórios.
Depois de analisar tudo, ele distribuiu os pontos aleatórios, de forma a manter todos os atributos equilibrados.
— Bem, a força ainda está um pouco acima dos outros por causa do título, mas tudo bem. E vou manter esse ponto que ganhei ao chegar ao nível 3 para depois, não acho que vai fazer falta por agora.
Nome: Deckard Crowford
Idade: 20
Nível: 3
Status (Saúde): Saudável
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Título: “Caçador fora do comum” (+1)
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Profissão: Não atribuído
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Atributos:
Força: 25 (+2)
Destreza: 25
Inteligência: 25
Carisma: 25
Magia: 25
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PONTOS NÃO DISTRIBUÍDOS: 1
— Bem, vou dormir e aproveitar as horas extras de sono. Afinal, estarei de volta ao inferno amanhã.
Assim que ele se deitou, percebeu o quanto os acontecimentos do dia o esgotaram. Antes que ele pudesse se dar conta, já estava apagado.
E assim, se iniciou seu primeiro pesadelo em muito tempo.
