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Capítulo 101: De encontro aos Orcs.

— Eles vieram como loucos exigindo encontrar você, gritaram e ordenaram que trouxéssemos você e eu até tive problemas pra expulsa-los. O que você fez a eles? — Lauany informou quase sem fôlego.Todos estavam indo juntos até o acampamento dos Orcs, uma vez que a Pseudo-centaura os alcançou, mal deu-lhes tempo para pensar e logo o Hobgoblin estava pegando carona nela sendo seguido por seus Homens Lobos.

O Monstro Verde sentado com suas pernas cruzadas para um lado, com as mão juntas sobre elas em uma pose elegante. Parecia calmo e posturado naquela situação, o que era um intenso contraste com a forma que seu coração saltava em seu peito.

Eu não sei. — e precisamente, esse era o problema.

“Ele” fazia muitas coisas, o tempo todo e ocasionalmente várias delas ao mesmo em simultâneo. Naturalmente, uma quantidade razoavelmente grande dessas coisas envolvia mentir, manipular, culpar, usar, trair e descartar.

Então fazia sentido que as criaturas envolvidas em suas tramóias guardassem rancor e nutrisse graus moderados de raiva, entretanto uma dúvida ainda restava. O que “ele” tinha feito?!? Por mais que raciocinou, a resposta não foi encontrada e sem dúvida nenhuma de suas maquinações teria dado tanta raiva aos Orcs, o monstro sequer tinha tentado usá-los em qualquer coisa, mal tinha tempo para mais esquemas.

Se acabasse morto por aqueles brutos estúpidos devido a alguma besteira fora da sua compreensão, teria certeza de se tornar um morto vivo e assombrar a existência de todos os envolvidos.Se fosse sua escolha, sequer teria ido de encontro até aqueles bastardos naquele mesmo dia, infelizmente Lauany o colocou em seu dorso antes de que pudesse reagir e galopou na direção dos problemas sendo seguida pela tribo e o Hobgoblin simplesmente não soube o que fazer.

Até mesmo os mais espertos tinham seus momentos de incapacidade.E o seu teria de ser encerrado o mais rápido possível, uma vez que a tribo dos Orcs podia ser vista ao longe e isso apenas fez a forte e poderosa matriarca aumentar a sua velocidade até mesmo deixando os lupinos para trás.

Os dois foram vistos por um dos pele verde que correu para o interior, provavelmente para alertar seu chefe. A Pseudo-centaura mal colocou sua carona no chão e o maior de todos correu em direção a eles. Se perguntado, mentiria, mas o Monstro Verde menor claramente sentiu medo naquele momento. Uma criatura de mais de dois metros correu em sua direção, com as mãos nuas e mesmo assim foi amedrontador. Seu semblante era ensandecido e passou pela mente do Hobgoblin simplesmente recuar (e não correr covardemente como teria parecido) para se planejar.

— Nem mais um passo. — a voz de Lauany soou autoritária como nunca ouvira antes.O seu arco, que nem percebeu que a mulher carregava, estava apontado diretamente ao rosto do brutamontes, o que o fez parar e recuar alguns passos.

A corda branca tensionada ao limite, uma flecha luminosa e brilhante encaixada na arma. Se alguma hesitação a incomodava, a arqueira não mostrou, seus olhos azuis eram frios e sua postura firme, teria matado o líder se este tivesse a desobedecido.O Hobgoblin olhou para a mulher e foi como se a visse pela primeira vez na vida, tão forte e poderosa como o nome declarava, mortal e eficiente, destemida.

A Pseudo-centaura sempre foi assim tão bonita? Com os raios do sol resvalando sobre sua pelagem azul e atravessando seus fios de cabelo claros, ela era uma guerreira esculpida, uma líder digna, era maravilhosa.

Junto a proteção dela, os dez Homens Lobos os alcançaram, cada um deu um passo à frente deixando seu líder, mesmo que provisório, sob a proteção deles. Seus lábios se ergueram dando vista aos caninos mortais com as quais a natureza os agraciou, um rosnado profundo se desprendendo de suas gargantas.

É claro, “ele” não estava sozinho, mesmo que não fossem tão próximos, era do interesse daqueles lobos o manter vivo. Respirou mais aliviado, parte do medo escorrendo por sua pele como suor e evaporando pelo ar, poderia improvisar e sair daquela situação como fez todas as outras vezes.

— Eu não quero lutar. — o Orc declarou com as mãos levantadas em palmas abertas, um sinal de paz.

O Hobgoblin analisou a face do grande monstro, poderia ser enganoso, mas de fato o outro não parecia com raiva, sua feição remetia mais ao desespero do que a qualquer outro sentimento. Suas mãos estavam despidas de qualquer arma e até mesmo os outros integrantes daquela tribo não se aproximaram e escolheram assistir a distancia. O Monstro Verde menor fez um aceno com sua cabeça, um gesto de permissão, iria ouvir o que o outro tinha a dizer.

— Você conhece toda essa floresta, não é? — o homem perguntou, alguma esperança em sua voz.

A maior parte, não tudo. — admitiu, aquele seria um péssimo momento para mentir ou se enaltecer.

— Eu preciso da sua ajuda, por favor. — não houve hesitação ou vergonha em sua voz, como se o seu orgulho continuasse intacto. O chefe não o manipulou ou ordenou e nem tentou algum acordo, apenas pediu. — Eles levaram nossos filhos.

Isso deu-lhe uma compreensão melhor da situação, nunca foi o que havia feito e sim o que poderia vir a fazer. Os Cupendiepes também fizeram uma visita noturna às cabanas dos Orcs e assim como fizeram com os Homens Lobos, saíram com um prêmio ainda não crescido.

Seus olhos amarelos percorreram o monstro a sua frente, deveria ajudá-lo?

— O que você quer? Quer que eu me ajoelhe e implore? — o chefe era a imagem de alguém cansado e deprimido, a ponto de desistir de tudo. — Eu farei se for por meu filho.

Isso… não será necessário, eu… vamos conversar na sua cabana, ver o que podemos fazer.

Estranhamente, fazer com que o outro se ajoelhasse parecia estranho naquele momento, inapropriado. “Ele” não deu atenção ao sentimento e se concentrou nas ideias que já começara a ter, um favor dos Orcs era tudo que precisava.

Lauany baixou seu arco e soltou a corda sem deixar que sua flecha voasse, uma tensão abandonando o seu corpo. Ficou feliz por medidas drásticas não terem sido tomadas e compadecida pela situação do seu vizinho. Foi distraída quando sentiu uma mão sobre a sua, olhando para ao lado notou que foi seu amigo quem a pegou.

Os olhos dele se afogaram nos dela, pela primeira vez a mulher era olhada daquela forma por “ele”. Ela sabia que o monstro admirava suas habilidades, até mesmo respeitava sua força, mas nunca passou disso. Todavia, daquela vez algo mais era perceptível em seus sóis pequenos, uma afeição genuína.—

Obrigado. — disse e ela não entendeu a razão dele parecer tão emocionado, só havia agido como achava correto.

O Hobgoblin não desenvolveu sua fala ou cuspiu palavras como gostava, apenas saiu acompanhado de seus lobos deixando-a para trás por alguns segundos. A matriarca olhou sua própria mão que momentos antes compartilhou calor com outra, aquilo foi estranho.

Se concentrando outra vez, galopou em direção aos outros, incapaz de não oferecer sua ajuda e ignorou o sentimento desconhecido em seu peito.

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