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Capítulo 106: Karma

“Ele” riu, foi cruel e desnecessário, mas não foi possível evitar. O Monstro Verde gargalhou apesar dos olhares intrigados dos Orcs e as faces desgostosas dos Homens Lobos, apesar de tudo foi com gosto que soltou uma sonora risada de deboche. Não foi reação provocada pela violência e morte por si só, os gritos dos Cupendiepes pouco prazer davam apenas por sua existência.

O seu gozo e esse termo é apropriado pelos seus vários sentidos, veio do significado por trás da ação. Quantos dos homens morcegos viviam lá dentro? Duas dezenas? Três ou até mais? E todos morreriam, isso colocou um sorriso em seu rosto, aquelas criaturas aladas iriam sufocar no fim por causa de um plano seu.

Sua estratégia, seu plano, a sua inteligência tornou aquilo possível. De uma só vez, todos eles caídos com pulmões negros de fumaça e sangue fervente. O Hobgoblin sairia superior, melhor que todos os seus alvos, “ele” era incrível não era?

Pela primeira vez, esse pensamento passou por sua cabeça sem hesitação ou segunda análise sobre. “Ele” era incrível e ali estava uma prova do fato, mais de três dezenas mortos sem a menor chance de revidar. Isso era o poder, decidir o destino dos outros conforme sua vontade.

O Hobgoblin riu.

O mundo estava aos seus pés.

Não, o Monstro Verde reteve esse último parecer, essa era uma ideia perigosa. A arrogância era o amante da imprudência e “ele” não era nada menos que cauteloso com suas ações. Tudo ao seu tempo, um dia sua paciência seria recompensada e tudo que era de seu desejo seria saqueado.

Algum quantidade moderada de orgulho era adequada, no entanto em parcimônia uma vez que o mundo sempre parecia ir contra sua vontade e incluir variáveis imprevistas a seus planos. Não aconteceu vezes o bastante para que deixasse de ser uma série de coincidências esporádicas, mas o suficiente para começar a acreditar que o universo tinha algo contra “ele”.

Parece que aquela seria uma dessas vezes.

Um dos lupinos enlutados tocou o seu ombro e apontou aos céus, havia um filete escuro de fumaça nascendo em algum ponto do morro do morcego tal qual um riacho que corre para as nuvens. Aquilo não era um bom sinal, aquilo era uma péssima notícia.O Hobgoblin deu um aperto firme a sua balestra e a ergueu. Era questão de tempo, a fumaça serviu como um sinal do que iria vir. Esperou e como se ansiasse pelo que viria, a floresta assumiu um silêncio que não era natural. O filete se tornou mais, o riacho era agora um rio e subitamente dezenas deles saíram da rocha.

Tanto para uma estratégia perfeita.

O primeiro ataque não poderia ter saído de outra criatura, o virote voou como uma ave de rapina. Seu trajeto era perfeito em direção ao pescoço de um dos Cupendiepes recém libertos, a ponta de ferro abriu passagem pela carne e o corpo despencou com um buraco em sua garganta.

Foi a provocação necessária para todos os outros descerem. Os homens alados se encontraram longe de seu auge seja em sua forma física ou sua consciência, todos tinham um vôo vacilante, olhos de direção incerta, suas respirações era roucas e seus corpos suavam baldes.

Independente das mazelas, todos atacaram e isso lembrou ao Hobgoblin de algum antigo ditado sobre sempre evitar deixar seu inimigo como um animal acuado, pois é quando ele se torna capaz de ações imprevisíveis.

Dez a vinte homens alados estavam livres e a vantagem aérea não era um fator ignorável, no entanto as chances dos invasores eram ótimas.

Por isso “Ele” correu, aquela não era sua luta para arriscar e os outros se virariam adequadamente bem, se não o fizessem só teriam a própria incompetência para culpar. Cada um por si, teriam dito alguns, todavia seu egoísmo habitual não foi o suficiente para o fazer abandonar a todos. Ficar e fornecer apoio renderia frutos mais saborosos a serem colhidos em seu futuro.

O primeiro a acertar um golpe após aquela morte, foi o Chefe da tribo dos Orcs. Seu punho acertou o queixo de um dos Cupendiepes que desceu, ninguém poderia duvidar da força daquele guerreiro após ver os dentes do homem alado se espalharem pelo ar e seu sangue derramar pelas rochas.

Foi a motivação que os seus subordinados precisavam, pois com um grito de fúria os outros se jogaram ao combate e ao seu lado foram os lupinos levando suas lanças. Apesar de feridos, os morcegos humanóides se mostraram um maior desafio do que o esperado.

Um dos Homens Lobos atravessou o estômago do inimigo com sua arma, entretanto mesmo dessa forma, o Cupendiepe atacou aprofundando a lança em seu corpo em prol de ferir a criatura laranja. A mandíbula se fechou em volta da garganta do canino, sangue jorrando da carne perfurada.

Eles não parariam independente do que fosse jogado aos seus corpos, uma lição que teria feito bem o Hobgoblin aprender. Quando um dos Cupendiepes voou em seu caminho, o Monstro Verde acreditou que um tiro preciso em suas asas de couro interromperia o seu trajeto. Ocorreu de forma diferente do esperado, sem jamais desacelerar, a criatura alada agarrou o atirador com seu vôo desequilibrado e derrubou os dois daquela região.

O corpo do Hobgoblin rolou pela encosta do Morro do Morcego, suas costas acertaram as mais diferentes rochas com formatos estúpidos que não deviam existir na maldita natureza e o pior de tudo foram as pancadas na cabeça que o deixaram desorientado.

Os dois terminaram na borda da floresta depois do que foi uma curta descida que pareceu ter durado horas. Grande jeito de iniciar um luta, jogando fora tudo o que pensou anteriormente sobre o quão incrível “ele” era. Talvez o mundo estivesse tentando lhe dar um sinal de como as coisas realmente eram.

— Ruaaaaarghssh. — o monstro com asas rosnou no que mais parecia um sibilo enquanto se levantava.

O Hobgoblin ainda caído virou sua cabeça na direção do som, alguns fios negros obscurecendo sua visão não o impediu de perceber a feição irritada e movimentos cheios de fúria.

Aquela estava sendo uma tarde horrível.

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