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Capítulo 15: Contra o cipó que faz sssss

O goblin saltou de um galho a outro com cuidado, em alguns momentos esteve perto de cair, mas em hora alguma foi ao chão. Quanto mais próximo do pantano ficava, mais forte seu peito batia, “ele” sentia o próprio coração retumbar em sua boca e podia imaginar que em qualquer momento iria devolver o que comeu para o chão da floresta.

O monstro chegou ao local que buscava e reconsiderou seu objetivo lá. Enfrentar o animal e correr o risco de morte apenas para se tornar melhor ou voltar para a segurança da covardia.

Rapidamente “ele” tomou sua decisão e avançou mais fundo no lugar onde as árvores cresciam da água. Logo qualquer luz deixou de existir e ele foi coberto pela escuridão mesmo em pleno dia. Os únicos sons eram aqueles dos insetos e das folhas movidas pelos pequenos seres do lago escuro.

Caso caísse acabaria na água onde sabia que seu inimigo era mais rápido, então faria de tudo pra se manter nos galhos onde a desvantagem seria evitada.

O cipó que faz ssssss se encontrava em uma junção de grossos galhos no centro daquela região. Seu corpo longo se estendia e passava por várias árvores diferentes, o monstro não sabia dizer quantas, mas entendia que o bastante para o tempo de reação do alvo ser retardado.

O goblin respirou fundo, seus olhos amarelos enxergavam claro como se houvesse um sol lá e assim encararam o alvo. “Ele” colocou um dos gravetos pontudos na arma humana e puxou o cipó dela.

Seus dedos tremiam quando se abriram e a criatura não ousou respirar enquanto via o projétil voar na direção do cipó que faz sssss. O objeto acertou o corpo dele em seu centro, sua ponta perfurou a carne e não foi muito mais fundo que isso. 

O animal se virou na direção do ataque, sua língua bifurcada tremendo no ar enquanto produzia o seu característico ssssss. O corpo do alvo escorreu por entre os galhos e com delicadeza passou para outras árvores, chegando cada vez mais perto do goblin.

“Ele” saltou para outra árvore e usou a mão livre para agarrar um cipó (normal claro) cujo impulso lhe ajudou a se afastar mais. Enquanto fugia repetia o processo que levou ao seu primeiro ataque quase bem sucedido.

Seus olhos percorreram o ambiente atrás de algum galho que fosse grosso o suficiente para sustentar o impacto de seu peso e quando o achou, saltou em sua direção.

Quando no ar, se virou e atirou contra o animal que se movia rapidamente. O monstro caiu com suas costas no galho e por um instante perdeu todo o fôlego enquanto via seu graveto pontudo atingir um ponto próximo ao que sua mente primitiva entendia como o pescoço do cipó que faz ssssss.

O goblin se ergueu com temor, sentiu o item em suas costas se partir e viu muitos dos gravetos rolarem pelo galho até caírem. Desesperado conseguiu segurar cinco deles, de forma que só possuía agora a arma humana e esses cinco tiros.

Colocou os itens pequenos em sua boca e os manteve lá. Com a arma em uma de suas mãos saltou novamente e em pleno ar agarrou outro cipó para se lançar para frente.

Foi em momento oportuno, ele não percebeu o impulso que o animal tomou anteriormente, apenas entendeu o que ocorria quando seu alvo se lançou em alta velocidade com a boca e ficou perto o suficiente para quase morder o goblin no ar 

Uma mordida era o suficiente para que perdesse sua cabeça. O cipó que faz sssss falhou por pouco e agora no ar sem apoio que o mantivesse, caiu até afundar na água escura e desapareceu.

“Ele” observou, mas não sem tomar qualquer ação. Olhando para a água colocou um dos gravetos pontudos na arma e aguardou com atenção.

Nada parecia que ia acontecer, o lago estava calmo, sem qualquer ondulação em sua superfície. Quase poderia imaginar que não havia nada lá embaixo se antes não tivesse visto o terrível predador afundar.

Silêncio foi o que recebeu por sua espera.

Nem os animais pulantes da beira do lago estavam fazendo seus “ribit” “ribit”, tampouco os bichinhos pequenos das moitas faziam “cri” “cri” “cri” “cri”.  

Pensou com sua cabeça pouco capaz, talvez o grande cipó houvesse morrido. Seus ferimentos, que pareciam leves, poderiam ter sido mais graves do que o monstro achou. Então ferido abaixo da água, morreu sem ar para respirar ou força que permitisse seu retorno ao alto.

Havia vencido?

Sem dúvida que não, a criatura saltou para fora das profundezas. De onde tirou tanta força era de desconhecimento do goblin, mas seu alvo havia saído da água com tanta força que ia em sua direção com alta velocidade.

“Ele” devia ser rápido ao tomar sua decisão, saltar em direção a outra árvore ou então arriscar e atirar. Não foi uma decisão fácil, não para o goblin. Sempre correr do perigo não bastava mais, desejou fazer o contrário mesmo indo contra seus instintos.

E assim o fez.

Abriu a mão que puxava a arma humana e o projétil voou na direção contrária à que o alvo seguia. O graveto de ponta afiada passou rasgando pelo queixo da criatura criando uma trilha dentro de sua carne que descia por toda a extensão do corpo.

Ele não sabia contar, de forma que não entendia que estava limitado a quatro tiros, porém era esperto o bastante para compreender que suas chances haviam se tornado ainda menores.

Enquanto seu inimigo se tornou ainda mais motivado.

O cipó que faz ssssss passou do lado do goblin, o medo e impacto fizeram com que “ele” caisse do galho. Enquanto seu corpo ia em direção ao chão, viu a cauda do animal ir com força em sua direção.

O monstro mordeu mais forte os itens em sua boca para que não voassem e recebeu o golpe do inimigo em sua face. Seu corpo então fez um curva no ar enquanto sua queda se projetava mais ao centro do lago, tamanha foi a força do ataque que recebeu.

Caindo na água, afundou graças a sensação de fraqueza que a dor provocava. Abraçado por uma escuridão que não era confortável como aquela que gostava, pensou que até estava indo melhor do que esperava.

O que não era muito, já que a situação continuava horrível.

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Olá, eu sou MK Hungria!

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