Selecione o tipo de erro abaixo

Capítulo 22: Um novo problema

A nova arma lhe servia bem, mesmo sendo notavelmente mais difícil de usar do que o seu antigo arco, este novo atirava flechas mais rápidas e mais fortes. 

Ficava feliz que houvesse recebido uma nova arma para o objetivo impossível que foi entregue a “ele”. O chifre de um troll, seria difícil e o goblin provavelmente iria cair no sono eterno tentando.

Nada o obrigava a cumprir aquela tarefa, se quisesse poderia fugir e a Bruxa do Pantano nunca poderia o pegar. Afinal, já estava claro para o monstro que ela não podia ou não desejava sair de sua região.

Ignorou os seus instintos primários que sempre optaram pelo menor risco, o goblin tinha algo dentro de si que passou a combater esse desejo de estar seguro. Uma vontade que “ele” não sabia dizer quando surgiu, mas que ditava o rumo de suas ações cada vez mais.

Uma fome de algo que a infeliz criatura não sabia dizer o que era e que mesmo assim, tinha noção de que jamais seria saciada independente de o quanto conseguisse.

O que só o fazia querer mais.

Somente um longo tempo depois, o goblin viria a compreender noções de ambição e desejo por poder. Por enquanto tudo que desejava era cumprir sua missão e conseguir o que queria da desconhecida.

Enquanto pensou nisso, a imagem da Bruxa ficou viva em sua mente. Ela era muito atraente, estava fora do alcance dele e isso não o impediu de imaginar o que gostaria de fazer com o corpo dela.

Sentiu que em suas partes baixas, seu membro ganhava vida. Fazia muito tempo que não se preocupava com o prazer rápido e viciante que ocupava as cabeças vazias de seus iguais. Mesmo que agora houvessem vontades mais importantes, aquela não havia desaparecido completamente.

Poderia facilmente conseguir uma fêmea de sua espécie com alguma demonstração de força. Não demoraria muito para chegar nas cavernas em que vivia antes com seus iguais e a partir dali iria em sua missão.

Assim o fez andando sem pressa por caminhos que sabia não passarem pelo território de nenhum monstro, chegando cada vez mais perto de sua antiga morada.

Infelizmente, antes mesmo que chegasse notou algo estranho. Muitas folhas caídas e galhos quebrados se espalhavam pela terra.

Aquela área ficava na região mais aberta da selva, próximo ao território humano e cercada de grandes árvores. Com ouvidos atentos, “ele” subiu em uma dessas árvores e aguardou por algum movimento. Nada aconteceu, qualquer que fosse o perigo, não dava sinais de aparecer ali tão cedo.

Voltando ao chão, o goblin tirou uma flecha de sua aljava e deixou no arco pronto para atirar caso fosse preciso. Em um caminhar ainda mais lento chegou próximo a um grande buraco escondido atrás de alguns arbustos.

A entrada era grande, o suficiente para passarem criaturas pequenas como “ele” próprio ou os seus iguais, mas não o bastante para a entrada de predadores.

Ainda assim tinha um ali, um humano peludo sentado em frente ao buraco, inconsciente da nova presença no ambiente. Era pouco maior que o goblin e parecia cansado, até ferido por alguma luta. Qualquer dor que ele sentisse acabou com sua morte quando a flecha lançada pelo monstro atravessou sua cabeça.

O corpo dele caiu sem fazer som, metade dele no buraco. O goblin apenas recuperou a flecha usada e saltou para dentro da terra, ansioso para ver o que havia acontecido ali.

Seus olhos amarelos não demoraram para se acostumar à falta de luz, cada pedaço daquele túnel escuro era bem visível. Seguiu o caminho  familiar até chegar em um ponto onde mais duas entradas surgiam.

As cavernas do seu povo eram muitas e confusas para quem nunca houvesse entrado nelas, o que felizmente não era o caso dele.

Deixou de lado o túnel que sabia não ir a qualquer lugar importante. “Ele” parou apenas quando encontrou o corpo de um goblin, caído no chão com marcas de mordidas no pescoço e nos ombros.

O monstro segurou seu arco com mais força e tomou coragem para seguir. Estava pronto pra enfrentar algum inimigo que houvesse invadido o que um dia foi o seu lar.

Infelizmente não estava preparado para o que viu. Em uma grande caverna cheia de espaço estavam os corpos caídos de seus iguais, vários deles sangrando sem vida. Alguns davam seus últimos suspiros quando “ele” entrou.

Em quantidade menor tinham humanos peludos de diversos tipos. Após um longo tempo sem vê-los, imaginou que a busca daqueles que caminham nos galhos já havia cessado. 

Ainda procuravam por “ele”, o que causou a morte de todos que via. Não deu importância para eles, eram só alguns de muitos que viviam naquela floresta. Só ficava preocupado em como aquilo afetaria sua vida, uma hora seria encontrado e nesse momento teria que estar pronto para lutar contra a grande fêmea.

O desejo que o fez ir até lá já não existia mais e estava prestes a dar meia volta para ir embora quando notou algo que chamou sua atenção.

Uma de seu povo olhava para “ele”, olhos implorando por salvação. Os ferimentos dela não eram graves, porém estava perdendo a consciência e ficava cada vez mais fraca. Não cederia imediatamente, entretanto se ficasse só ali, o sono eterno viria em algum momento.

Caminhou até ela, passando por cima dos corpos sem vida. Não havia razões para salvar a vida dela, porém poderia encontrar alguma utilidade para sua igual se procurasse bem. Poderia usá-la para satisfazer seu corpo, ou ordenar que procurasse comida, limpar suas armas e o que mais quisesse. Se não conseguisse utilidade para ela, se livraria dela rapidamente.

“Ele” segurou a goblin em seus braços e com cuidado seguiu os caminhos confusos dos túneis. Deixaria a sua igual repousando em sua própria caverna e após isso partiria para sua missão.

Tinha muito o que fazer, cumprir a missão, aprender a ler, encontrar utilidade para aquela goblin e se livrar da ameaça que a grande fêmea peluda representava.

Não seria fácil.

Picture of Olá, eu sou MK Hungria!

Olá, eu sou MK Hungria!

Comentem e avaliem o capítulo! Se quiser me apoiar de alguma forma, entre em nosso Discord para conversarmos!

Clique aqui para entrar em nosso Discord ➥