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Capítulo 25: O troll, o orc e o goblin.

Tudo havia acontecido da forma que o goblin desejava. Primeiro esperou que algum orc saísse de seu acampamento para alguma tarefa demorada. Quando um saiu para caçar, o pequeno monstro verde esperou até terminasse e desse início a retirada do sangue do animal, o que levaria tempo.

Rapidamente correu pelo caminho onde já havia preparado formas de atrapalhar quem por ali andasse e chegou ao acampamento dos trolls. Não perdeu tempo escolhendo algum específico, pois todos os machos lhe pareciam os mesmos. Logo fez com que um começasse a segui-lo e dessa forma acabou naquela oportuna situação.

Por qual razão o goblin teria que enfrentar um troll se outro monstro poderia o fazer em seu lugar?

O orc não parecia com medo, o que só se confirmou quando este fez o primeiro ataque. Seu punho forte indo de encontro ao rosto do inimigo que foi alguns passos para trás. O golpe não pareceu afetar o troll que avançou para atacar da mesma forma, seu braço fez um movimento de volta no ar e sua mão acertou o rosto do orc pelo lado.

Na opinião do observador ao longe nas árvores, aquela era uma forma burra de lutar. Levar ataques e revidar ataques, monstros como aqueles não se defendiam ou desviavam. Não os julgava tanto assim, uma vez que no passado quando era um goblin comum, lutava da mesma forma com os seus iguais. 

O orc se inclinou para o lado com o peso daquele soco e enquanto caía desferiu um golpe que atingiu o queixo do outro monstro. O troll rugiu de raiva enquanto sangue vazou de sua boca, ele cuspiu a língua que mordeu sem querer e olhou com raiva para o monstro quase caindo. Então levantou seus braços juntos, prontos para os descer sobre a cabeça do outro. Foi nesse momento que uma flecha atravessou um de seus olhos e ele gritou de dor se distraindo.

O orc confuso procurou a origem daquilo e viu ao longe um goblin segurando uma arma humana. Não havia tempo para pensar naquilo, se o pequeno monstro ia atrapalhar o troll então ele não se importava com sua presença.

Aproveitando da distração do outro, ele avançou e deu um soco em sua barriga fazendo o inimigo perder o ar. Então segurou um de seus chifres e usou toda sua força para o fazer cair no chão.

Repetiu o ataque que o troll antes tentou usar e desceu suas mãos unidas sobre a cabeça do inimigo caído várias vezes. Atingiu seus olhos, sua boca, seu pescoço, deixando vários machucados que poderiam ser fatais e até mesmo quebrou um de seus chifres no processo.

O goblin ao longe imaginou que se estivesse no lugar do troll, teria morrido com apenas alguns daqueles golpes. Infelizmente, aquele caído no chão não era assim tão fraco e num ímpeto de ódio se levantou agarrando os dois lados da barriga do orc e o erguendo sobre si para então o jogar longe com dificuldade.

O troll então respirou com dificuldade, estava cansado. Os ferimentos em sua cabeça rapidamente se curaram e apenas o chifre partido não voltou a ser o que era.

O orc se levantou tão exausto quanto o outro, tudo indicava que perderia a luta. Todos os ferimentos de seu inimigo se curavam, a única forma de o matar era arrancando sua cabeça e no momento todas as suas armas haviam ficado no acampamento. Tentaria arrancar a cabeça do outro com suas próprias mãos, o que dificilmente conseguiria.

O troll correu em sua direção com o corpo curvado, iria acertar o orc com seu chifre. Infelizmente para ele, mas uma vez uma flecha atravessou seu corpo, dessa vez atingindo seu pescoço o que lhe tirou o ar e mesmo assim não o fez cessar sua corrida.

O goblin sorriu, com seu antigo arco não seria capaz de fazer suas flechas atravessarem aquele troll, no máximo ficariam presas a pele dele tal qual fizeram com a serpente do pantano. 

Mas agora suas flechas atravessavam o músculo de um troll normal como aquele com facilidade e foi isso que deu uma ideia ao orc na luta. Em verdade, talvez um dos monstros parecidos com humanos mais inteligentes daquela região da floresta eram os orcs, mais espertos que trolls ou goblins e quase tão inteligentes quanto humanos, até falar eles falavam.

Por essa razão não foi difícil fazer um rápido plano usando a vantagem daquele intruso na luta. O orc deixou que o troll acertasse seu corpo com aquela cabeçada e imediatamente segurou no chifre que havia sobrado. Girou aquele corpo pesado do inimigo na direção em que estava o goblin e então gritou:

“Aqui!!”

A criatura verde nos galhos foi rápida em entender, o orc com uma mão apontava para o pescoço do troll enquanto que com a outra segurava o chifre restante. Logo uma flecha foi atirada na garganta do monstro maior, então outra e mais algumas até o orc achar que bastava.

Nesse momento ele enfiou suas mãos nas feridas abertas pelas flechas. Lá agarrou as carnes do pescoço e então as arrancou puxando para fora. Quase imediatamente enfiou as mãos outra vez e dessa vez as introduziu até que alcançassem o outro lado onde rasgaram a carne do troll por dentro dividindo assim a cabeça do corpo.

O corpo morto caiu no chão enquanto a cabeça continuou nas mãos do orc vitorioso que rugiu e gritou feliz por sua vitória. 

Quase esqueceu do goblin, porém não fez devido ao quão estranho foi aquilo. Olhou para o monstro nas árvores, agora iria lutar com ele? Por isso tinha sido ajudado? O que ele queria?

Com essas questões na cabeça, ele viu o pequeno monstro verde descer ao chão e se aproximar do canto onde o chifre quebrado do troll havia caído.

Um troféu? O orc entendia bem aquilo, afinal levaria consigo a cabeça do troll justamente como um, para que todos soubessem de sua batalha. Não ia impedir que o goblin ficasse com aquele chifre, uma pequena recompensa por uma participação de mesmo tamanho na luta.

Ficou feliz quando viu o goblin se afastar e sumir entre as árvores. Então pegou o animal que havia matado e junto da cabeça arrancada voltou para o acampamento. Não se importava com o corpo, o que era ótimo uma vez que enquanto se afastava, o goblin abria a barriga do morto para retirar dois órgãos específicos.

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