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Capítulo 26: Divagações de uma Bruxa.

“Pelas trevas de Anhangá.” Disse a Bruxa do Pantano incrédula. 

Quando ouviu uma batida na porta de sua casa, muitas possibilidades passaram por sua cabeça, a mais provável não foi uma delas e esta seria o goblin. Ficou paralisada ao ver o monstro na plataforma de madeira do lado de fora de sua casa, molhado por nadar até lá (Desde quando goblins sabem nadar?), completamente ileso e com um chifre quebrado na mão.

Ela tomou o objeto das mãos dele e passou sobre a superfície sentindo a textura e as formações. Era sem sombras de dúvidas o chifre genuíno de um troll e como aquele monstro fraco na frente dela foi capaz de conseguir isso, estava além de sua compreensão.

Claro que foi ideia dela enviar aquele bicho patético, porém o fez mais pela piada do acontecimento do que por confiar nas chances da criatura verde. Não se importava com as armas e por isso foi fácil dar um ao verme. Quis companhia por estar solitária? Nunca, ela amava estar sozinha. 

Apenas ficou curiosa depois de ver o goblin matar uma serpente mutante e após o conhecer achou que seria engraçado o mandar para uma morte dolorosa, apenas pelo próprio sadismo.  

Não que houvesse mentido sobre sua necessidade de obter o chifre, realmente desejava o item e não estava disposta a sair de seu pantano para o conseguir. No fundo nutriu alguma esperança naquele bicho patético e só esperava que essa emoção não houvesse sido notada pelo outro.

Observou o monstro enxergando valor nele, mesmo que pouco e quase inexistente. Indo contra ao seu plano original de matar o bicho patético, resolveu que iria cumprir sua promessa para ele e o ensinaria a ler. Como mais ele a surpreenderia?

Desgosto assumiu sua face quanto mais tempo passava olhando. Se aquilo fosse ficar em sua presença, então teria que vestir alguma peça de roupa. A bruxa não passaria mais nenhum minuto tendo que observar as partes nuas daquela coisa repulsiva.

“Entre.”

E quando fechou a porta com os dois dentro, seguiu para o interior de sua cabana mandando que ele a esperasse. Não era uma casa muito grande, cinco cômodos sólidos que não se comparavam ao que ela já possuiu no passado. Uma sala onde preparava suas poções, ficava sua mesa de jantar e seus livros. De resto havia o seu quarto, o armazém onde guardava tralhas, a despensa para comida e o último que lhe era muito especial.

Abriu a porta de seu quarto humilde, vendo aquilo não sentia falta da glória com a qual viveu em seu auge. Pensamentos logo guardados nos recantos de sua mente, não era algo em que queria pensar. 

O cômodo era simples, uma cama pequena com um grande baú em sua frente e uma penteadeira logo ao lado. A Bruxa se ajoelhou em frente ao baú e o abriu, havia muitas roupas lá guardadas e pegou se perguntando qual serviria no monstro.

Qualquer vestido ou calça seria grande demais para uma criatura pequena. Talvez roupas íntimas servissem. Ela só possuía femininas, é claro, mas duvidava que o monstro se importasse com questões de gêneros e caso o fizesse, ela o faria se vestir de qualquer forma.

Pegou em suas mãos uma calcinha que nunca chegou a usar, era larga e seu centro era de algum tecido preto enquanto as tiras eram de couro, no topo tinha uma pequena peça de bronze com uma pedra dourada. Nem mesmo lembrava quando recebeu aquilo, provavelmente no antigo emprego, por isso parecia tão cara. Nunca iria usar de qualquer forma, então colocou sobre o braço e voltou a vasculhar o móvel.

Não havia necessidade alguma de dar ao monstro algo para parte superior de seu corpo, todavia ela acreditava que aquela peça de roupa tinha um par sua falta de apego incentivava que também a desse.

Logo achou o que procurava, como era o nome daquilo mesmo? Sutiã esportivo? Não sabia, só lembrava que era algum novo tipo de roupa que estava fazendo sucesso recentemente ou que tinha feito sucesso anos atrás, ela não lembrava há quanto tempo estava na Floresta de Dante.

A vestimenta cobriria quase todo o torso de quem usasse. Era feita de um couro preto, provavelmente de uma besta mágica e assim teria alguma propriedade especial que a bruxa não se importava o suficiente para lembrar. A parte superior da peça tinha uma grande extensão também de bronze extravagante, por isso a mulher nunca tinha usado, odiava tanto o luxo e não entendia a razão de ter isso em algo que não era para ser visto.

Com as duas roupas em mão voltou para a sala onde o goblin aguardava com paciência invejável (goblins deviam não deviam ser ansiosos?). Estendeu os dois ítens para ele que pegou sem entender, mas curioso.

“Vista, entendeu? V-e-s-t-ir.” Ela fez abaixou os braços até chegarem na altura das pernas e os levantou até a cintura indicando como deveria ser feito. “Vista logo, vamos.”

O monstro não pareceu à vontade com aquilo e assim não o fez. A Bruxa do Pantano não entendia o que tanto incomodava o outro e também não se importava.

“Escuta aqui, se você vai ficar vindo até minha casa para eu te ensinar, é melhor vestir algumas roupas.” Ver um goblin pelado não estava na lista de coisas que ela queria para sua rotina.

Foi somente após o monstro pensar por um longo tempo que ele vestiu as duas peças de roupas presenteadas a ele. Com um sorriso satisfeito ela começou a imaginar como ensinaria ao monstro e enquanto isso começou a trabalhar em seus assuntos pessoais.

Pegou o chifre de troll em cima da mesa e voltou a sua bancada de trabalho onde começou a raspar o objeto.

“Afinal, como você conseguiu isso? Com certeza não foi com sua força.” Ela riu achando divertido imaginar a cena e então se virou para olhar nos olhos amarelos dele. “Talvez com sua inteligência?”

Mesmo tendo urgência em usar aquele chifre, a mulher parou por um minuto e avançou cautelosamente até onde seu visitante estava.

“Afinal, como você ficou tão inteligente? Hum, talvez se evoluir comece a falar.” Disse dando um cutucão nele, evolução nunca foi um assunto pelo qual se interessou então ela não tinha noção se goblins evoluiam ou não, mas imaginou que o fizessem. “Aguarde um momento.”

Pediu surpresa assim que o tocou. Suas mãos seguraram os dois braços da pequena criatura que ficou tensa frente aquele aperto, talvez acreditasse que ia se morto. Felizmente, nada na expressão descrente da Bruxa indicava que isso fosse acontecer.

“Essa energia em seu corpo, você comeu mais dos dois órgãos que eu lhe falei?” 

Um aceno positivo do monstro e a mulher o soltou com um olhar curioso. Ela deu uma volta na mesa observando cada detalhe do goblin com um sorriso, as coisas só ficaram mais divertidas a cada segundo.

Tanta energia queria significar que o goblins havia comido dezenas e dezenas de órgãos Limitadores e Transformadores, uma quantidade obscena. Como o patético verme em sua frente teria alcançado tal feito era difícil de imaginar, entretanto ela já tinha noção de qual seria a consequência.

“Vá para o seu lar, verme. Seu corpo está absorvendo e assimilando a energia daqueles órgãos, acredito que essa noite você irá evoluir.”

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Olá, eu sou MK Hungria!

Ei galera! Queria convidar vocês a entrarem no server que eu fiz para a novel. Lá vocês serão notificados das atualizações, poderão saber curiosidades sobre a história ou personagens e verão ilustrações oficiais.

Já temos uma ilustração da Bruxa do Pantano e logo postarei uma ilustração do protagonista após sua evolução.

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