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Capítulo 3: Fraqueza Humana

Inexperientes, “ele” pensou. Naquela floresta tudo podia matar, até mesmo muitas das plantas tinham vida fazendo assim ser necessário diferenciar quais eram muito mortais, quais eram apenas mortais e quais eram as um pouco mortais.

Seis dos humanos haviam sobrado, dois homens vestiam mantos vermelhos e seguravam longos pedaços de madeira. Estes o goblin sabia que seriam aqueles com capacidade de lançar a flor vermelha que esquenta. 

Uma mulher, aquela mais distante de todos, vestia peles de couro e carregava nas mãos um longo graveto curvado cujas pontas eram ligadas pelo que “ele” só podia reconhecer como um cipó estranho e fino. Nas costas da mulher havia um jarro de madeira com vários gravetos finos dentro, objetos com perfurantes pontas de pedra. 

Os dois restantes eram homens cobertos por placas de metal. O primeiro tinha uma altura mediana e segurava com as duas mãos um grande, plano e afiado pedaço de metal. O segundo tinha uma estatura impressionante para um humano, com o seu braço esquerdo carregava um gigantesco pedaço de ferro achatado e com a mão direita segurava um machado que possuía um cabo quase tão longo quanto seu dono.

“Péssima idéia, péssima idéia Leomio.” A mulher falou usando sua ferramenta pra lançar três de seus gravetos pontudos no monstro.

“Você concordou, todos concordaram.” O homem grande falou enquanto via um braço de madeira enorme indo em sua direção.

“Oh Deus Hefesto á quem todas as chamas pertencem, eu rogo que…”

“Pelos céus!! Não faça isso.” O segundo homem de armadura falou correndo em direção a criatura e desferindo um ataque em uma das pernas do monstro. “Iria começar um incêndio na floresta”

“Então o que nós fazemos!?” Perguntou um dos guerreiros de manto.

“Tentem não ser mortos.” Respondeu a mulher lançando mais dos seus itens perfurantes na criatura que sequer os sentia tocando seu corpo.

“Mas é claro madame óbvio!!”

Com o braço direito a criatura atacou o maior homem. Ele em um pensamento rápido firmou suas pernas abertas no chão, com o membro esquerdo posicionou o escudo para receber o ataque e usando seu braço esquerdo manteve o machado reto em oposição ao seu corpo.

Quando o enorme punho de madeira atingiu o escudo, o homem usou o instrumento e toda sua força para desviar a direção do golpe, assim fez o braço da planta viva ficar reto. Foi neste momento que ele levantou alto o seu poderoso machado de guerra e o desceu em um ataque rápido.

“O que!?” Ele quase gaguejou sua questão incrédulo com o que viu em sua frente.

O machado conseguiu repartir parte do alvo, mas estava preso a sua madeira agora. Por mais que o guerreiro puxasse sua arma, sua força era insuficiente para executar essa ação. Impotente, ele abandonou sua ferramenta de trabalho e se afastou do inimigo que rugia de raiva.

Aproveitando dessa distração momentânea, o segundo guerreiro de armadura em movimentos certeiros desferiu cortes horizontais seguidamente em uma das pernas do monstro para o desiquilibrar de alguma forma.

“Deveria ser tão resistente?! Nossas armas mal arranham sua madeira!” O guerreiro menor questionou se agachando e por centímetros desviando de um golpe da árvore que tentou o morder.

“Não, não devia… ah não ser que esteja perto de uma evolução!” Um dos homens de manto falou com medo daquele pensamento.

“O que ela está fazendo?!” Um dos homens de manto perguntou quando a criatura começou um movimento estranho.

O monstro se contorcia, se comprimindo quase como se desse um abraço a si mesmo, se encolhendo tão profundamente que sua madeira rachou conforme ele permaneceu a realizar essa ação aparentemente sem qualquer sentido. 

A forma como pedaços dele, por serem firmes de mais não se encolhiam e apenas quebravam, assim projetando formas pontudas para fora dele, foram o que denunciaram seu plano ao grande homem de armadura. Alguém que há essa altura já havia provado ser o mais centrado e inteligente daquele grupo.

“Abaixem-se, protejam-se imediatamente”

Entretanto já era tarde demais. O monstro de forma rápida se ergueu outra vez, seu movimento fez aqueles fragmentos afiados de seu corpo voarem em alta velocidade para todos os lados possíveis. Muitas de suas lascas foram lançadas para cima, algumas fincaram no chão e outras até perfuraram algumas árvores a distância.

As importantes mesmo foram aquelas que atingiram os corpos dos humanos. Um homem de manto teve sua garganta aberta enquanto o outro caiu no chão ainda vivo com seu estômago sangrando. A mulher não teve tempo de dizer algo antes que um dos projéteis entrasse por sua boca e saísse pela região traseira de seu crânio.

O grande homem de armadura se defendeu de muitos daqueles tiros com seu escudo que agora apresentava várias perfurações, entretanto não conseguiu impedir aqueles que vieram por baixo e tornaram suas pernas inúteis.

O segundo homem de armadura em um segundo de distração no qual se permitiu olhar para os companheiros, teve sua cabeça arrancada do corpo por um dos galhos que se enroscou no seu pescoço.

O goblin observou tudo à distância de um local seguro. Assistir aquela batalha não foi de todo inútil, havia aprendido algumas coisas e mesmo que já soubesse outras, era bom sempre às lembrar.

Principalmente aquela sobre poder e a falta dele, sobre a sobrevivência e a inevitável morte que viriam para aqueles que fossem incapazes. “Ele” não sabia como era nas terras além da floresta, mas sabia que ali naquele lugar onde nasceu.

A fraqueza é um pecado.

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