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Capítulo 32: Nova jornada

O hobgoblin voltou ao que chamava de seu lar, buscando se preparar para a viagem que iria fazer. Consigo levava apenas sua aljava com poucas flechas, quinze delas, seu arco e quatro coelhos mortos que segurava com uma mão pelas orelhas. 

A pequena caverna em que vivia já não tinha nada do qual um dia foi cheia, sem restos animais ou armas roubadas. A única coisa notável era o grande buraco ao fundo, distante da entrada. 

Entrou nele e seguiu por um longo e estreito túnel que descia cada vez mais nas entranhas da terra. A sensação da terra dura sob seus pés e do pouco ar pra respirar o acalmava e tornava aquela pequena caminhada mais confortável.

Depois de andar por alguns minutos chegou a uma grande câmara, nela haviam outras oito entradas que levavam para outros salões no subsolo, alguns guardavam coisas e outros estavam vazios. Neste principal em que estava não havia nada de notável, apenas uma grande cadeira feita de madeira e couro. Distante dela, sentados no chão enquanto prestavam sua atenção em algo que faziam, haviam quatro hobgoblins, três fêmeas e um macho. Um deles notou a nova presença no salão e cutucou os outros para que também notassem.

“CHEFE!” Gritaram as vozes altas e escandalosas.

Aquela prole falava muito mais do que “ele”, embora tivessem muito menos em suas cabeças para dizer. Nunca conseguiu os ensinar a falar frases complexas ou a ler, sequer a contar. Ainda assim conseguiam fazer tarefas simples que dependiam pouco da inteligência baixa deles.

“Flecha! Flecha!!” Gritou uma delas pegando várias flechas caídas do cão e levando a “ele”.

É por isso que tinha voltado, deixou com sua prole a tarefa de criar mais munição para seu arco. Algumas ficaram com tamanhos disformes e a ponta de pedra não era particularmente boa, entretanto ficava feliz de as ter.

Jogou os coelhos para os hobgoblins e guardou suas flechas na aljava. Caminhou calmamente até sua cadeira e sentou nela para refletir.

Enquanto estivesse fora, aqueles que ficavam para trás iriam sem dúvida dobrar os seus números e então repetir o ato. “Ele” não planejava grandes períodos fora, apenas alguns dias explorando e então retornar, descansar e voltar a explorar.

Ainda sim, pouco tempo era o suficiente para a alta libido dos hobgoblins. Estava contando com isso, aumentando muito mais os membros daquela tribo. Gostava bastante de estar no topo de uma hierarquia, de ordenar e ser obedecido, era bom.

Além do prazer, também era útil. Teve relativo sucesso em ensinar sua prole a lutar e para sua felicidade notou que os próprios seriam capazes de ensinar a outros iguais. O líder planejava ter mais, muito mais deles e treinados.

Então partiria para lutar com os homens macacos. Seis meses não foi o suficiente para que a raiva da grande fêmea sumisse. “Ele” não poderia evitar aquela luta para sempre e mais do que isso, desejava possuir as pirâmides em ruínas que eram dominadas pelos que caminham nos galhos.

Se aqueles animais não fossem tão estúpidos, talvez conseguisse fazê-los obedecer. Infelizmente jamais conseguiria os controlar, não da forma que pretendia fazer com outros povos daquela floresta.

Tinha um objetivo bem claro.

Seis meses disse a Bruxa, um longo tempo desde sua evolução, o bastante para que entendesse a si mesmo. Notou seu gosto por muitas coisas, maçãs verdes e azedas, o frio das manhãs de garoa, o sexo, ler e até uma simples conversa.

No entanto, o que mais gostava era dominar, possuir e controlar.

Só sentiu esse prazer quando passou a ter os hobgoblins lhe servindo. Futuramente teria muito mais, era ambição, essa palavra define bem os seus pensamentos.

“Ele” se levantou e partiu rumo à saída da floresta. Seus servos o observando partir sem questionamentos, o mais forte iria embora. Enquanto fora os que ficaram lutariam para decidir quem iria mandar, mas um dia o mais forte voltaria e então todos iriam se ajoelhar.

Do lado de fora, o hobgoblin respirou fundo. Talvez passasse na cabana do pantano, sua professora provavelmente teria algo a pedir, algum ingrediente presente nos recantos mais obscuros da Grande Floresta de Dante.

Era grato a ela, muito havia sido ensinado a “ele” pela reptiliana. Evolução, o modo como as sociedades se organizavam, magia e outras coisas. Havia muito que ela guardava para si e o hobgoblin tinha noção disso, entretanto deixaria que ela o escondesse por um tempo.

Inevitavelmente teria tudo o que quisesse.

É para isso que partia naquele dia, de norte a sul, leste a oeste, pisaria nos principais pontos daquela gigantesca selva. Conheceria as principais raças e povos, se tornaria muito mais forte do que já era. E depois disso?

“Ele” os dominaria, os possuiria, os controlaria.

O Rei da Grande Floresta de Dante, ou qualquer coisa parecida com isso. Não se importava com o título, apenas com o poder.

E desejava ter muito poder.

Picture of Olá, eu sou MK Hungria!

Olá, eu sou MK Hungria!

Bom galera, esse foi um capítulo bem mais curto que os outros. Ele só serve pra dar um bom pontapé para nova jornada do nosso protagonista, como uma espécie de abertura.

Agora que encerramos esse primeiro arco da história, eu vou tirar pelo menos uma semana pra descansar desses capítulos diários e depois voltamos com tudo.

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