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Desejou começar sua exploração pelas terras nas fronteiras do território orc. Além daquelas planícies havia um povo que o hobgoblin desejava observar mais atentamente, um que “ele” só havia visto algumas poucas vezes em sua vida.

Uma raça de seres cuja metade superior do corpo lembrava (mas não se igualava) a dos humanos, enquanto suas partes inferiores eram quase a totalidade dos corpos de animais de quatro membros. Costumeiramente equinos, embora não na sua grande maioria.

Centauros.

A Bruxa do Pantano disse que pelas descrições do hobgoblin, aquelas criaturas deviam ser centauros. No entanto, “ele” sabia pelos livros que leu na casa dela que aqueles nas planícies não eram realmente dessa raça.

Embora alguns fossem de fato metade cavalo, outros compartilhavam mais semelhanças com cervos, alces e veados. Peculiaridades que pareciam não serem conhecidas nos reinos humanos, fazendo monstro pensar que aquele povo não saia de seu território.

Uma região para onde iria em breve, mas para fazer isso teria que passar pelos orcs ou contornar seus acampamentos.

Uma decisão que seria fácil caso se baseasse em pura racionalidade, porém naquele dia, o hobgoblin estava com vontade de ser mais passional.

Sentiu vontade de fazer uma loucura que se bem sucedida poderia ter consequências agradáveis, mas caso viesse a falhar, sua morte seria inevitável. Foi abraçando seu lado mais impulsivo que o hobgoblin realizou a sandice que passou por sua cabeça.

“Ele” caminhou pelo acampamento dos orcs calmamente.

Alguns orcs lhe acompanharam com o olhar, sussurros tomaram conta do ambiente. Estavam confusos, hesitantes. Ver um monstro de outra raça na floresta era normal, porém ver um andar pelo seu território tão calmo e natural era diferente.

O invasor dava passos lentos, relaxados como se não ligasse para os olhares que recebia ou os questionamentos que os moradores faziam uns para os outros.

“O que goblin faz aqui?”

“A gente matar goblin?”

“Goblin é bonito.”

“Goblin é macho ou fêmea?”

“Goblin bonito é macho, tem volume grande em calça pequena.”

Muitas conversas paralelas para os seus ouvidos pontudos, só se dava ao trabalho de captar algumas. O perigo não era imediato até onde percebia.

Aquilo era uma das mais estúpidas ações de sua vida, fato inegável e menso assim se sentiu obrigado a realizá-lo. Era uma prova de coragem, de que não era menor (metaforicamente falando, é claro) do que eles, inferior. Mostrar que não os temia.

E como estava assustado, terrivelmente amedrontado. Se os orcs se juntassem para o matar, morreria rápido e sem chance de reação em um confronto direto.

Suas chances de fugir eram melhores uma vez que era mais ágil e rápido do que qualquer habitante daquele acampamento. Ainda assim, com tantos inimigos, a probabilidade de ter sucesso em uma fuga era baixa.

Um orc deu um passo em sua direção.

Ele fez essa ação sozinho, desacompanhado e por isso o hobgoblin sorriu. Aquela tribo de guerreiros não entrava na luta de outros membros quando elas já havia começado. Lutariam juntos desde o começo ou lutariam sós o tempo todo.

É claro que o pequeno monstro verde já tinha noção disso, foi a única razão de ter cometido aquela idiotice, pois sua soberba o fazia ter certeza de que podia vender um orc comum em uma luta.

E de fato podia.

“Haha, hoje mim levar goblin bonito pra casa, vai me agradar muito.” O orc proclamou em alto tom para que todos ouvissem.

Passou sua mão pelo pênis semi-ereto deixando claro como eram fortes suas afirmações. Urros de outros orcs puderam ser ouvidos, seus iguais o apoiando, pois é claro que deveria ser ele o vencedor.

O hobgoblin revirou os olhos. Tinham noção dos efeitos que causou nos machos, nenhum deles se preocupou em esconder como haviam ficado excitados. A maior parte já tinha noção de que o invasor era macho e não se importava.

O que é bem natural.

Foi interessante uma conversa que teve com a Bruxa do Pantano meses antes onde ela comentou sobre como os povos organizados em sociedades tinham mal olhos para o relacionamento entre seres do mesmo sexo. Mais um hábito estranho dos humanos, embora não só deles.

Monstros não pensavam em coisas assim e costumeiramente só eram movidos pelo prazer. Machos copulam com machos e fêmeas copulam com fêmeas se assim desejarem, apenas pela satisfação. Não havia o que pensar sobre esses casos.

Humanos, elfos, anões e as outras variadas sociedades no além da floresta tinham muitos costumes estranhos de fato, mas não era o momento para refletir sobre isso, a menos que quisesse ter seus orifícios violados por um orc bruto.

Não era o caso.

Seu oponente era um orc de tamanho mediano para seus iguais, significando assim que o hobgoblin chegava apenas na altura de seu abdômen. O monstro grande não estava vestindo roupas o que era normal, estranho mesmo é que não segurava nenhuma arma. Talvez achasse que ia parecer covarde frente aos seus semelhantes.

“Goblin bonito vai fazer gostoso.” Disse o inimigo se aproximando com confiança, sequer numa pose de quem ia lutar.

O hobgoblin sorriu, aquilo ia ser fácil, fácil até demais.

Seu movimento foi inesperado, sua perna direita subiu em velocidade em direção ao queixo do oponente. Não foi simplesmente um chute alto, era mais impressionante, sua perna subiu completamente formando uma linha perfeita na vertical. 

Os alongamentos dolorosos que passou semanas fazendo pra alcançar aquela flexibilidade valeram a pena. Provavelmente ninguém mais na floresta além de alguns do povo macaco era capaz de abrir as pernas daquela forma.

A sola do pé do hobgoblin acertou com força o queixo do orc e seu ataque não cessou ali. Sua perna que estava no alto desceu ao chão e nesse momento o monstro girou, sua perna esquerda acompanhando o movimento do corpo e subindo no processo. Mais uma vez acertou o queixo do inimigo.

Nesse momento o pequeno deu dois passos para o lado do deixou que o orc inconsciente caísse no chão.

Ah sim, um golpe bem dado no queixo era certeza de inconsciência. “Ele” ainda não entendia a razão disso, porém estava feliz em aproveitar desse detalhe. 

Os moradores urraram, aplaudiram e riram. Não entendiam as questões que envolviam acertar uma região específica do corpo e tampouco se preocupavam. O que viram foi um monstro derrubar outro com apenas dois golpes e para eles, isso era força. Muitas das fêmeas fizeram movimentos convidativos, pedindo que ”ele” copulasse com elas, amavam a força.

O hobgoblin olhou no chão para ver se nenhuma flecha havia caído de sua aljava e então seguiu caminho. Agora estava mais seguro, orc nenhum o atacaria naquele dia uma vez que isso ia ser visto como covardia apenas por um dos seus ter perdido. Não, se quisessem matar aquele invasor, teria que ser no dia seguinte.

O hobgoblin parou apenas quando viu um orc diferente, era o maior de todos. Vestia peles de animais diferentes e carregavam uma grande clava pesada. As cicatrizes espalhadas pelo seu rosto davam apenas um indício das lutas pelas quais havia passado.

“Goblin bonito lutar bem, não volte mais.”

Era um aviso, aquela tribo estava feliz em rir do orc caído e se impressionar com as habilidades do estranho. Todavia não tolerariam algo como aquilo uma segunda vez.

O hobgoblin sorriu educadamente e saiu da mesma forma que entrou, calmo e silencioso. Aquele vento teria a feliz consequência que desejava, seria lembrado pelos orcs durante um tempo.

Isso seria apenas o começo de algo maior.

Picture of Olá, eu sou MK Hungria!

Olá, eu sou MK Hungria!

Ei gente, pode parecer estranho toda aquela discussão sobre homossexualidade no meio do capítulo. Eu nem pretendia fazer isso dessa forma, na verdade, sempre planejei ter LGBTs no futuro da história, mas não tornar isso algo banal entre os monstros. Era algo mais para os povos organizados em sociedade.

Mas li alguns artigos sobre homossexualismo na natureza e isso me fez refletir um pouco. Existem muitos casos de homossexualismo na natureza, entre muitas espécies de animais como leões, golfinhos, cães, macacos e etc…

Isso me fez pensar que se eu escrevo os monstros como animais inteligentes, relações homossexuais seriam comuns na teoria, principalmente pq eles não se importam com padrões ou dogmas.

O que cês acha? Espero que não tenha ficado estranho. Ainda não tô muito certo se isso foi uma boa ideia.

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