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Capítulo 55: Pensando novas opções

“DA PRA IR MAIS RÁPIDO?!” Ela gritou esperando que o idiota a ouvisse de onde quer que estivesse.

O hobgoblin a deixou sozinha esperando para pegar alguma coisa em algum dos buracos daquele lugar nojento. Se recusando a esperar de pé, caminhou até onde ficava o trono de rocha que o monstro provavelmente usava quando ficava por lá e se sentou. Sua paciência estava sendo testada, diferente do outro, ela não tinha a simples capacidade de sentar e ficar esperando.

Apoiou o cajado no trono e o soltou, cruzou suas pernas e os braços. Desistiu da posição, abriu as pernas e começou a bater o pé no chão. Não ficou mais fácil aguardar. Estava prestes a gritar uma segunda vez quando percebeu a criatura curiosa que a encarava, um goblin, ou seria uma goblin?

Sua pele verde tinha um tom amarelado, seu corpo estava claramente desnutrido. A monstro vestia folhas porcamente amarradas ao redor do seu corpo com cipós secos. Uma vestimenta improvisada e muito mal feita. Era estranho, até onde a mulher sabia, monstros não vestiam roupas e todos os moradores daquela caverna pareciam seguir essa regra, com exceção óbvia do líder.

Era inteligente?

Não, a goblin tinha o mesmo olhar irracional das outras criaturas do tipo. Apenas imitou o mais forte daquela tribo e se cobriu. Curioso, assim como ela era curiosa. A Bruxa notou que o olhar da outra estava em seu cabelo loiro. Inveja talvez, um pensamento interessante.

A criatura se aproximou do trono até estar o tocando, apoiada no braço do móvel de pedra, encarando agora o pedaço sem escamas da pele da Bruxa. O monstro tocou a própria pele verde em comparação, aparentemente decepcionada consigo mesmo.

Elas se encararam por alguns segundos, dois pares de olhos amarelos se observando. A réptil se indagou sobre os tipos de pensamentos mal formados que ocupavam aquela cabeça oca. O momento encontrou seu fim quando “ele” finalmente retornou ao salão comentando que estava pronto.

O monstro durante aquele tempo reabasteceu sua aljava a deixando lotada de flechas e carregava seu fiel arco preso em suas costas. Em uma das mãos carregava carne podre e putrefata.

“Qual o problema dela?”

O hobgoblin ergueu uma sobrancelha em indagação? Não havia compreendido o propósito do questionamento, a goblin era livre de quaisquer problemas sejam físicos ou mentais. 

Questiona devido às vestimentas rudimentares?” Era a única coisa incomum na criatura.

“Não só, mas também, ela é esquisita.”

Ela só está me imitando, tentando repetir as minhas ações, os meus hábitos.

“Isso é óbvio seu idiota, eu quero saber, por que ela parece tão doente?” Disse já se levantando para sair o mais rápido possível.

É incapaz de obter a própria comida, há uma lesão grave em sua perna esquerda, causada pelos homens macacos. Graças a isso ela come os restos de carne podre que os outros deixam para trás.” Digno de piedade, não que o monstro sentisse muito por ela.

“Coitada.” A mulher falou apenas para comentar, sem realmente sentir empatia. “E nessa questão de carne podre, que merda é essa na sua mão?”

Não é capaz de reconhecer?” Indagou erguendo o item em questão para que a outra desse uma boa olhada.

“É um Órgão Transformador?” 

É, ordenei que separassem de tudo que viessem a caçar, mas infelizmente não tive tempo para essa questão. Quase tudo veio a apodrecer. Ainda serviria?” 

“Credo, não, ou mais ou menos.” A Bruxa respondeu tapando o nariz com a mão esquerda. “É como cozinhar, perde o efeito. Você iria precisar de talvez quatro desses podres pra ter o efeito de um fresco.”

Que fatídico esperdicio, bom, é seu garota, aproveite.” Falou entregando aquele pedaço de carne a goblin. “Coma, coma todos.

Sem mais questões a resolver, caminhou na direção da saída e foi seguido pela mulher. Os hobgoblins saíram do caminho e nem foi por temerem o Mais Forte, todos corriam da Bruxa e de seus poderes incríveis. Assim começaram a caminhar pelo escuro, auxiliados apenas pela visão noturna de ambos.

Então, o que acha da ideia de morar em um templo?” O monstro perguntou iniciando uma nova conversa.

“Como assim? Que templo?” 

Não sei bem, parece uma espécie de fortaleza. Piramidal com sólidos fundamentos em rocha, cercado por rios. É uma visão agradável.”

“Espera, está falando mesmo das pirâmides perto dos rios que saem da montanha?” Questionou até parando para ouvir a resposta.

É, espaço amplo e bem posicionado, de difícil acesso e longe o bastante das fronteiras da selva. Um fornecimento adequado de água e uma vasta variedade de frutas na região.” Falou calmamente enquanto caminhava, parecia vender o lugar perfeito para se viver.

Só existia um problema.

“Não é lotado de homens macacos?” Indagou se forma acusadora com um tom ríspido.

Um pequeno detalhe de importância mínima, você seria capaz de lidar com todos em questão de poucos minutos.” Afirmou como se não visse o problema.

“Eu sabia, você só ofereceu essa opção pra fazer eu cuidar dos homens macacos pra você, seu canalha!” Acusou convicta ao mesmo tempo em que enxergou ao longe a saída.

O que? Eu?! Jamais seria capaz de uma atitude tão baixa, posso cuidar de meus próprios problemas.

“E não o fez por que?” Questionou de forma debochada.

Apenas estava ocupado.” Respondeu com um tom infantil e braços cruzados.

“Aham, sei.” 

Encontraram o túnel de entrada e a Bruxa agradeceu internamente por finalmente ter deixado o subsolo. O hobgoblin prestou atenção no topo dos galhos onde viu um vulto escuro se afastar pulando entre as folhas das árvores.

Certeza que não tem desejo de viver nas pirâmides?” Continuou olhando entre as árvores, todos os sinais estavam lá.

“Nem tente me fazer resolver tuas confusões.”

Não tentei, mas de qualquer forma é melhor que mudemos o assunto. O que acha das regiões montanhosas?

“Hum, posso até dar uma olhada.”

Então vamos.

Pelo menos tinha tentado enganar a Bruxa, o que infelizmente não deu certo. Os homens macacos eram uma questão que devia ser resolvida logo.

Afinal, conseguiram de novo descobrir onde ele morava.

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