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— Matinta está… — Curupira parou por um momento imaginando se era bom compartilhar informações com o Monstro Verde, mas o achava divertido e se o Olhos de Fogo via potencial naquela criatura, ficava tentado a instigá-la cada vez mais — A necromante está se preparando para um ritual sacrificial e pretende obter a ajuda dos deuses, de um deles.

— Sacrificando a princesa, eu imagino — supôs “ele” imaginando objetivos de tal ação.

— Sim, sacrificando a princesa — confirmou surpreso por aquele em sua frente saber tanto, embora não demonstrando — Um sacrifício digno suficiente para ressuscitar os mortos.

— Interessante no mínimo, mas uma ideia que exala estupidez. O conceito de necromancia já não é construído em volta da ideia de ressurreição? Um sacrifício de tal tamanho é desnecessário até onde aprendi sobre o tema.

— Ela não quer só ter um escravo sem mente ou uma imitação barata da vida, ela quer trazer alguém de volta a vida em toda a sua plenitude, igual a como era antes de morrer.

— E no entanto isso é impossível, não é — perguntou com uma expressão curiosa, lábios levemente abertos, sobrancelha levantada.

— Sim, ela está perseguindo algo que não pode alcançar, os mortos não podem ser ressuscitados.

— Embora, ela o faça constantemente como parte de seu ofício — argumentou com um sorriso malicioso, mas que combinava com seu rosto bonito. 

— Ela anima cadáveres, não ressuscita ninguém, aprenda algo kurumin, os mortos não podem ser ressuscitados. — afirmou em um tom que não abria margem para quaisquer contestações. 

— E fantasmas? Ghouls? Zumbis? Corpos Secos? Criaturas que surgem após morrerem, e quanto aos… — o Hobgoblin foi interrompido, uma vez que poderia ter continuado por um longo tempo dando mais exemplos.

— Todas criaturas entre a vida e a morte, nem em um desses estados e nem no outro, incompletas e anti-naturais. Perdem parte de sua vida, mas não são completamente tocadas pela morte. Perdem o corpo, mas mantêm a alma no mundo ou perdem sua alma e ficam com seus corpos.

— Interessante, no mínimo, não estam adequadamente vivos e dessa forma não poderiam ser adequadamente mortos.

— Quem ela quer trazer dos mortos já completou sua travessia, mas ela acha que com ajuda dos deuses, pode forçar uma ressurreição verdadeira. 

— E como ela reagirá quando descobrir que não pode?

— Eu não sei, ninguém pode prever.

O Hobgoblin encarou um ponto no chão perdido em meio a pensamentos, aquele era um desenvolvimento interessante da situação. Recebeu novas informações sobre diferentes assuntos, ambos centrados em um único caso. Embora não fosse de seu interesse, entendia melhor as motivações da antiga companheira de sua amiga réptil, talvez a bruxa pudesse lhe dizer qual o possível alvo daquela ressurreição fadada ao fracasso. O importa é que “ele” não precisava mais de Curupira a fim de chamar a atenção dos deuses, pois era um objetivo mais fácil do que considerou inicialmente mais fácil do que imaginava.

Até mesmo um sacrifício adequado já aguardava pelo Monstro Verde, o que infelizmente vinha com alto risco uma vez que outros indivíduos estavam em busca de resgatar essa que era uma parte tão essencial do plano. Isso o fez ter uma nova pergunta para se fazer ao Guardião das Matas. Abriu sua boca para fazer o questionamento quando se viu interrompido por um tremor. Outro terremoto abalou a Floresta de Dante, o Hobgoblin não recordava do último que presenciou.

Assim como todos os outros, sumiu tão rápido quanto veio. “Ele” e Curupira admiraram o céu enquanto uma profusão de diferentes pássaros tomava conta do céu, se afastando solo e das árvores com medo do abalo incomum e ainda assim quase rotineiro. Acreditando que outra interrupção como aquela estava fora do horizonte, retomou a questão que queria fazer ao homem dos cabelos de fogo.

— Os elfos possivelmente devem chegar à floresta em breve, um conflito é inevitável.

— Em breve? — o pés virados questionou divertido, algo no pensamento o fez rir e logo o Monstro Verde entendeu a razão — Os orelhas longas estão aqui há semanas já.

— Semanas? — sua voz tinha um tom surpreso quando falou — Eu não considerei isso em meus cálculos. É impossível, semanas e eles ainda não encontraram Matinta? Os elfos são tão incompetentes assim?

— Hahaha, incompetentes não, não completamente. Parece fácil para Kurumin, Kurumin é um monstro e nasceu aqui, os sons e os cheiros são conhecidos. Kurumin sabe quando algo está errado e já é familiar a muitos dos perigos, os orelhas de ponta não. — existia um tom jocoso, quase amargurado quando Curupira mencionava os elfos e “Ele” não teria como dizer a razão. — Entraram por um lugar distante da região em que estamos, há sessenta dias de distância pra leste, trinta dos orelhas entraram, atualmente só sete restam.

Isso era um desenvolvimento interessante, mesmo que fosse impossível dizer se as direções indicadas pelo Curupira estavam certas. A falta de pontos geográficos claros e um senso cartográfico tornava inútil tentar conseguir posições exatas de qualquer lugar naquela floresta. O único ponto claro é que eles iniciaram sua busca em uma direção inversa à que deviam, pelo menos a sessenta dias de distância a pé. Eles não encontrariam o que queriam dessa forma, isso dava idéias ao Monstro Verde.

— Até mesmo um deles tentou comer uma destas — informou o guardião apontando um dedo para a moita frutada onde a Caipora estava jogando animais. 

Essa informação fez o Hobgoblin imaginar os elfos, ou como Curupira jocosamente preferia, orelhas pontudas, mais despreparados do que pensou inicialmente. Um despreparo que poderia servir aos seus interesses.

— E como sabes tudo isso? 

— As matas têm ouvidos Kurumin, os deuses têm olhos, o vento tem boca, eles me dizem as coisas.

O Monstro Verde revirou seus olhos amarelos, desgostoso com tanto enigma em uma resposta que deveria ser simples, mas apenas aceitou.

— Eu… — “Ele” teria dito outra coisa se não fosse a interrupção de Caipora

A garota vermelha voltou com outra cobra, dessa vez longa e volumosa, os dois machos sabiam que aquela era  grande o suficiente para o que a menina agitada queria ver. Eles se afastaram a passos rápidos enquanto ela lançava o animal sobre o arbusto carregado de frutas. Quando o peso da criatura caiu sobre a planta, terra foi lançada para o alto enquanto quatro membranas vegetais finas se erguiam do solo que antes as cobria.

As quatro se fecharam sobre a moita formando um bulbo verde claro com saliências venosa em sua extensão visível. A planta carnívora afundou no chão deixando para trás um grande buraco que tornaria a ocupar depois que digerisse sua última refeição serpentina. Caipora bateu palmas com aquela demonstração da natureza de mais um dos fascinantes ramos da cadeia alimentar.

Vendo a garota finalmente conseguir o que queria, o Hobgoblin se voltou ao Curupira para concluir sua frase e se viu impedido pelo próprio que falou:

— Essa conversa terá que esperar outro momento, há algo que exige nossa atenção.

Os olhos do pés virados se voltavam para uma árvore, mas seu olhar indicava que olhava para além dela. Como se visse através, em uma região distante. Curiosamente, a atenção de Caipora estava na mesma direção.

— Kurumin deve voltar para sua alcateia.

— Alguma sugestão sobre isso. — perguntou em um tom leve, mas de real necessidade.

— És um Kurumin inteligente, vai saber o que fazer — não foi uma mentira.

O Hobgoblin seguiu seu rumo deixando os dois para trás com planos em sua cabeça, tanto para seu nome quanto para os elfos e a alcateia, quase conseguia ver os cenários em sua frente. Era de fato, alguém confiante em sua esperteza.

— Matinta está… — Curupira parou por um momento imaginando se era bom compartilhar informações com o Monstro Verde, mas o achava divertido e se o Olhos de Fogo via potencial naquela criatura, ficava tentado a instigá-la cada vez mais — A necromante está se preparando para um ritual sacrificial e pretende obter a ajuda dos deuses, de um deles.

— Sacrificando a princesa, eu imagino — supôs “ele” imaginando objetivos de tal ação.

— Sim, sacrificando a princesa — confirmou surpreso por aquele em sua frente saber tanto, embora não demonstrando — Um sacrifício digno suficiente para ressuscitar os mortos.

Interessante no mínimo, mas uma ideia que exala estupidez. O conceito de necromancia já não é construído em volta da ideia de ressurreição? Um sacrifício de tal tamanho é desnecessário até onde aprendi sobre o tema.

— Ela não quer só ter um escravo sem mente ou uma imitação barata da vida, ela quer trazer alguém de volta a vida em toda a sua plenitude, igual a como era antes de morrer.

— E no entanto isso é impossível, não é? — perguntou com uma expressão curiosa, lábios levemente abertos, sobrancelha levantada.

— Sim, ela está perseguindo algo que não pode alcançar, os mortos não podem ser ressuscitados.

Embora, ela o faça constantemente como parte de seu ofício — argumentou com um sorriso malicioso, mas que combinava com seu rosto bonito. 

— Ela anima cadáveres, não ressuscita ninguém, aprenda algo kurumin, os mortos não podem ser ressuscitados. — afirmou em um tom que não abria margem para quaisquer contestações. 

E fantasmas? Ghouls? Zumbis? Corpos Secos? Criaturas que surgem após morrerem, e quanto aos… — o Hobgoblin foi interrompido, uma vez que poderia ter continuado por um longo tempo dando mais exemplos.

— Todas criaturas entre a vida e a morte, nem em um desses estados e nem no outro, incompletas e anti-naturais. Perdem parte de sua vida, mas não são completamente tocadas pelo fim. Perdem o corpo, mas mantêm a alma no mundo ou perdem sua alma e ficam com seus corpos.

— Interessante, no mínimo, não estam adequadamente vivos e dessa forma não poderiam ser adequadamente mortos.

— Quem ela quer trazer dos mortos já completou sua travessia, mas ela acha que com ajuda dos deuses, pode forçar uma ressurreição verdadeira. 

E como ela reagirá quando descobrir que não pode?

— Eu não sei, ninguém pode prever.

O Hobgoblin encarou um ponto no chão perdido em meio a pensamentos, aquele era um desenvolvimento interessante da situação. Recebeu novas informações sobre diferentes assuntos, ambos centrados em um único caso. Embora não fosse de seu interesse, entendia melhor as motivações da antiga companheira de sua amiga réptil, talvez a bruxa pudesse lhe dizer qual o possível alvo daquela ressurreição fadada ao fracasso. O importa é que “ele” não precisava mais de Curupira a fim de chamar a atenção dos deuses, pois era um objetivo mais fácil do que considerou inicialmente mais fácil do que imaginava.

Até mesmo um sacrifício adequado já aguardava pelo Monstro Verde, o que infelizmente vinha com alto risco uma vez que outros indivíduos estavam em busca de resgatar essa que era uma parte tão essencial do plano. Isso o fez ter uma nova pergunta para se fazer ao Guardião das Matas. Abriu sua boca para fazer o questionamento quando se viu interrompido por um tremor. Outro terremoto abalou a Floresta de Dante, o Hobgoblin não recordava do último que presenciou.

Assim como todos os outros, sumiu tão rápido quanto veio. “Ele” e Curupira admiraram o céu enquanto uma profusão de diferentes pássaros tomava conta do céu, se afastando solo e das árvores com medo do abalo incomum e ainda assim quase rotineiro. Acreditando que outra interrupção como aquela estava fora do horizonte, retomou a questão que queria fazer ao homem dos cabelos de fogo.

Os elfos possivelmente devem chegar à floresta em breve, um conflito é inevitável.

— Em breve? — o pés virados questionou divertido, algo no pensamento o fez rir e logo o Monstro Verde entendeu a razão — Os orelhas longas estão aqui há semanas já.

Semanas? — sua voz tinha um tom surpreso quando falou — Eu não considerei isso em meus cálculos. É impossível, semanas e eles ainda não encontraram Matinta? Os elfos são tão incompetentes assim?

— Hahaha, incompetentes não, não completamente. Parece fácil para Kurumin, Kurumin é um monstro e nasceu aqui, os sons e os cheiros são conhecidos. Kurumin sabe quando algo está errado e já é familiar a muitos dos perigos, os orelhas de ponta não. — existia um tom jocoso, quase amargurado quando Curupira mencionava os elfos e “Ele” não teria como dizer a razão. — Entraram por um lugar distante da região em que estamos, há sessenta dias de distância pra leste, trinta dos orelhas entraram, atualmente só sete restam.

Isso era um desenvolvimento interessante, mesmo que fosse impossível dizer se as direções indicadas pelo Curupira estavam certas. A falta de pontos geográficos claros e um senso cartográfico tornava inútil tentar conseguir posições exatas de qualquer lugar naquela floresta. O único ponto claro é que eles iniciaram sua busca em uma direção inversa à que deviam, pelo menos a sessenta dias de distância a pé. Eles não encontrariam o que queriam dessa forma, isso dava idéias ao Monstro Verde.

— Até mesmo um deles tentou comer uma destas — informou o guardião apontando um dedo para a moita frutada onde a Caipora estava jogando animais. 

Essa informação fez o Hobgoblin imaginar os elfos, ou como Curupira jocosamente preferia, orelhas pontudas, mais despreparados do que pensou inicialmente. Um despreparo que poderia servir aos seus interesses.

E como sabes tudo isso? 

— As matas têm ouvidos Kurumin, os deuses têm olhos, o vento tem boca, eles me dizem as coisas.

O Monstro Verde revirou seus olhos amarelos, desgostoso com tanto enigma em uma resposta que deveria ser simples, mas apenas aceitou.

Eu… — “Ele” teria dito outra coisa se não fosse a interrupção de Caipora

A garota vermelha voltou com outra cobra, dessa vez longa e volumosa, os dois machos sabiam que aquela era  grande o suficiente para o que a menina agitada queria ver. Eles se afastaram a passos rápidos enquanto ela lançava o animal sobre o arbusto carregado de frutas. Quando o peso da criatura caiu sobre a planta, terra foi lançada para o alto enquanto quatro membranas vegetais finas se erguiam do solo que antes as cobria.

As quatro se fecharam sobre a moita formando um bulbo verde claro com saliências venosa em sua extensão visível. A planta carnívora afundou no chão deixando para trás um grande buraco que tornaria a ocupar depois que digerisse sua última refeição serpentina. Caipora bateu palmas com aquela demonstração da natureza de mais um dos fascinantes ramos da cadeia alimentar.

Vendo a garota finalmente conseguir o que queria, o Hobgoblin se voltou ao Curupira para concluir sua frase e se viu impedido pelo próprio que falou:

— Essa conversa terá que esperar outro momento, há algo que exige nossa atenção.

Os olhos do pés virados se voltavam para uma árvore, mas seu olhar indicava que olhava para além dela. Como se visse através, em uma região distante. Curiosamente, a atenção de Caipora estava na mesma direção.

— Kurumin deve voltar para sua alcateia.

Alguma sugestão sobre isso? — perguntou em um tom leve, mas de real necessidade.

— És um Kurumin inteligente, vai saber o que fazer — não foi uma mentira.

O Hobgoblin seguiu seu rumo deixando os dois para trás com planos em sua cabeça, tanto para seu nome quanto para os elfos e a alcateia, quase conseguia ver os cenários em sua frente. Era de fato, alguém confiante em sua esperteza.

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