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Capítulo 91: Informações tensas.

— Três dos meus foram atrás de suas informações.

O Monstro Verde ergueu uma sobrancelha interessada, atualizações sobre aquela situação em específico sempre seriam muito bem vindas de sua parte.

— Um voltou — continuou o Chefe Orc.

Isso era… menos que o ideal na opinião do Hobgoblin

— Sem lembrar o que viu.

Isso era… muito menos que o ideal. Era uma falha completa em todos os sentidos, ”ele” conteve um suspiro que quase deixou sua garganta e descruzou suas pernas para cruzá-las em posição contrária. Desejava parecer desinteressado, como se não desse importância o bastante ou estivesse avesso ao mundo, mas ao mesmo tempo estar pronto para reagir fisicamente se necessário. Seu desejo era difícil de alcançar, muito mais prática seria necessária e como conclusão, foi incapaz de fazer o Orc baixar sua guarda e subestimá-lo. 

Então, estou aqui porque tu achas que eu menti sobre os humanos.

Muitas coisas naquela floresta podiam matar dois Orcs adultos, o próprio Hobgoblin tinha essa capacidade e dezenas das centenas de espécies da Floresta de Dante poderiam fazer o mesmo. Quanto às memórias perdidas? Entre as várias criaturas habitando aquela selva, era plausível haver uma capaz de afetar as mentes de forma tão íntima, algo ha mais com o que ter cautela.

— Eu sei que goblin diz verdade. — afirmou se agachando para pegar algo debaixo da mesa, quando voltou à posição inicial, largou um objeto na superfície da madeira. — Por causa de que trouxeram isso.

Seus olhos amarelos analisaram o item com cuidado, um caixote de madeira com um tamanho mediano. As laterais traziam um símbolo gravado que não conhecia, uma letra C e uma letra S entrelaçadas a uma caveira sangrenta. Seu topo destampado permitia a visão das dezenas de frascos de vidro escuro tampados com rolhas de madeira,

Pegando uma das pequenas garrafas e a destampado, pode ver um líquido dourado reluzente no interior. Aproximando de seu nariz, sentiu um aroma floral com algum toque leve de frutas. Parecia refrescante, pelo ar em volta da abertura, sabia que a bebida (se é que era algo de se beber) estava gelada mesmo estando quente aquela tarde. Existia algo de atrativo fosse na cor ou no cheiro, sentia vontade de engolir tudo de uma única vez, no entanto não sobreviveu tanto tempo jogando a cautela pelos ares e ingerindo qualquer coisa.

Alguém já ingeriu?

— Ninguém vai beber até eu saber o que é. — afirmou com propriedade, o que o outro podia aceitar.

O Hobgoblin tampou a garrafa e prendeu o item entre sua pele e a tira da sua roupa de baixo dizendo:

Minha amiga talvez saiba o que é.

— Bom, quero ser informado sobre o que é. Acho que haverá paz entre nós por algum tempo, mas não abuse da sorte, goblin.

Paz, palavra estranha para se ouvir saindo da boca de um Orc, um que era muito interessante. “Ele” se permitiu dar uma olhada atenta no monstro sentado à sua frente, ele era diferente e era difícil entender o porquê. Algo o distinguia de seus iguais, mas nada que fosse evidente. Era obviamente mais eloquente, mais inteligente e como os liderava, provavelmente era o mais forte.

Todas características importantes, mas não o suficiente para explicar a aura única que o Chefe da Tribo exalava. Talvez, considerando que o monstro menor também era o mais eloquente, inteligente e forte entre os seus, dois tivessem sido afetados pelo mesmo soro que de alguma forma foi dado a uma série de habitantes da Floresta de Dante.

Esse pensamento era incômodo, a ideia de não ser mais especial quando comparado aos outros gerava mal estar.

Há algo diferente em você. — afirmou antes de pensar, movido por impulso — Algo que o torna diferente dos outros Orcs.

Os olhos do Orc reluziram por um segundo, aquelas palavras o afetando, olhos verdes com as copas das árvores e escuros como seu tom de pele. O Hobgoblin nunca pensou muito sobre como suas espécies tinham tons de pele tão próximos e cor de olhos tão diferentes, naquele momento pareceu que os segredos que buscava estavam naquelas esferas.

— O que Goblin dizer com isso? — perguntou em um tom que quase foi um rosnado.

Eu não sei, me diga tu, o que eu quero dizer com essa frase, o que faz de você tão diferente dos outros Orcs?

— Sou como qualquer Orc nessa tribo. — afirmou com orgulho que soava insincero.

Não. — afirmou simplesmente com conhecimento de causa, um Orc de verdade teria afirmado o fato com arrogância, orgulhoso de ser o maior, o mais forte, o melhor — Tu se difere de todos eles

— Acho que acabamos aqui. — sua voz deixando claro que não era um pensamento ou uma sugestão, era uma ordem.

É claro. — aceitou sem relutância, irritar o outro seria perigoso e era melhor recuar quando ainda em vantagem. — Tu serás rapidamente informado sobre qualquer novo desdobramento que eu souber.

“Ele” deu o seu sorriso característico, aquela expressão alegre e simpática, falsa e predatória. Um sorriso que podia ser considerado bonito ou enervante a depender de quem fosse questionado sobre.

Se levantou com calma e paciência, uma elegância desnecessária em seus movimentos, deu uma olhada no caixote aberto em cima da mesa e ver o símbolo desconhecido fez seu sorriso sumir e com que o frasco em seu quadril parecesse mais pesado. O futuro sempre foi incerto, mas aquela nova perspectiva das coisas tornava esse fato mais palpável. 

Sem cerimônia chegou até a entrada da tenda, deu uma última olhada no Orc e seu sorriso voltou rapidamente. Ainda se sentia incomodado com a ideia de ser mais um igual aos outros de novo, mas ainda excitado com a ideia de descobrir um segredo bem escondido. Amava conhecer novas informações, principalmente as inéditas.

Foi com esses pensamentos que deixou a tribo dos Orcs e rumou para casa.

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