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Capítulo 95: Alongamento pré-pesca.

Acorde quadrúpede bovino.

Foi o que disse a voz que trouxe o irmão de Lauany de volta ao mundo dos despertos, ele conhecia aquela voz de algum lugar, mas em seu estado quase inconsciente era difícil definir de onde. Com seus olhos abertos viu que o sol mal surgira no céu e a manhã ainda se apresentava fria e cinzenta com pouca luminosidade, quem quer que tivesse lhe acordado estava com pressa.

Olhando para cima de sua posição deitada no chão, viu o responsável pelo rude despertar e finalmente sua mente reconheceu o proprietário da voz. Do chão analisou os detalhes daquele que se erguia sobre ele com um ar de superioridade, sempre com um ar de superioridade.

O corpo musculoso visto debaixo era tão bonito quanto visto de cima, porém muito mais imponente. Principalmente, aquele olhar astuto que só o media pelo valor do que poderia ser oferecido. Como um monstro tão perverso podia ser tão bonito e como continuava gostando dele mesmo que conhecendo o quão ruim era seu íntimo.

Pegue isso e me siga. — ordenou jogando sua rede de pesca sobre seu assistente relutante. — Hoje é dia de pescaria.

— O que? — o Pseudo-centauro perguntou sem entender e ninguém poderia julgá-lo por sua confusão.

Dia de pescaria. — respondeu como se aquela fosse uma resposta adequada o suficiente. — Você sabe, conseguir peixes através do uso de ferramentas.

Começou a caminhar na espera de que fosse ser seguido e não demorou até ser de fato, mesmo que o outro ainda estivesse confuso. Parou em um momento para pegar a cesta de uma mulher preparando a comida matinal e tomou uma fruta das mãos de uma criança.

Como se o mundo fosse seu reino, caminhou com a cabeça erguida e parou somente ao fim do acampamento onde começou um estranho ritual para o Pseudo-centauro. O Hobgoblin se agachou inclinando suas costas sobre o chão, suas pernas foram posicionadas abertas atrás do corpo e essa posição foi mantida por alguns minutos.

Então a trocou, deitado com a barriga para baixo, esticou as pernas e ergueu o tronco para então dobrá-las até que as solas de seus pés tocassem a parte de trás de sua cabeça. O quadrúpede bovino acreditava que uma coisa como aquela não devia ser possível para qualquer criatura com esqueleto, bípede ou não.

Desfazendo essa pose, preparou outra dobrando os braços para serem seu apoio enquanto colocava seu corpo de cabeça para baixo. Suas pernas se dobraram para frente e “ele” manteve até não conseguir mais aguentar o sangue que descia até seu crânio. Sentando-se com as costas retas, ergueu seus membros inferiores até estarem rentes ao lado de suas orelhas pontudas e foi quando o Pseudo-centauro soltou as rédeas de sua curiosidade

— O que tá fazendo?

Me alongando, me aquecendo. — falou já trocando sua posição para uma que colocasse suas pernas sobre seus ombros. — Trabalhando para manter meu corpo tão flexível quanto possível.

— Isso é nojento. — afirmou sentindo uma série de arrepios em sua espinha.

O Monstro Verde sorriu, ainda com as pernas sobre os ombros, tocou o chão com seus pés e apoiou a cabeça em seus braços, seus cabelos longos caindo como cortinas e deixando pouco de sua face visível.

É isso o que acha? Então exponha seu raciocínio, por que é tão nojento?

— Nenhum corpo normal deve se dobrar dessa forma. — fazia ele pensar se o Hobgoblin possuía ossos normais.

Então é bom saber que eu não tenho um corpo comum, tenho um que é melhor do que os corpos ordinários que vagam pela floresta. — um olho brilhante podia ser visto atrás daquelas cortinas negro e piscou para o bovino em sua frente. Se levantou de forma estranha, seus braços eram o que o mantinham de pé e suas pernas eram o que estavam no alto. — Eu trabalho com o que está ao meu alcance, aqueles Orcs brutamontes tem força, você e sua irmã tem velocidade, outros monstros tem venenos, garras feitas para cortar e presas feitas para rasgar.

— O que quer dizer?

O Monstro Verde andou sobre suas mãos e chegou perto do quadrúpede bovino, suas pernas próximas ao seu rosto.

Eu trabalhei o que posso para superar minhas desvantagens, posso não ter a força de um Orc ou correr tão rápido quanto sua irmã, no entanto me movo de forma que outros não podem e sou capaz de lutar de formas que apenas eu consigo.

As pernas grossas do Hobgoblin caíram sobre os ombros do Pseudo-centauro e antes que ele pudesse reagir, elas se fecharam sobre o seu pescoço. O monstro de quatro patas ergueu seus braços para reagir, mas antes que o fizesse, “ele” usou a força de seus membros inferiores para se impulsionar e girar seu corpo.

Antes que qualquer coisa pudesse ser feita, o Monstro Verde já estava sobre o lombo do bovino prendendo seus braços com suas mãos e com as pernas sufocando seu pescoço em uma posição que era impossível de alcançar sem treinamento, contorcer-se daquela forma causaria danos duradouros a monstros menos experientes.

Eu não sou lento ou até mesmo fraco, mas se eu me deparar com uma ameaça mais forte e rápida, só preciso ser mais habilidoso. — Aproximou seus lábios aos ouvidos de sua presa e sussurrou uma pergunta — Compreende?

O ar saindo daquela boca causou ainda mais arrepios do que a visão de seu contorcionismo, mas provocando um sentimento diferente de nojo. Libertando o seu “amigo”, o Monstro Verde se colocou novamente no chão, dessa vez em pé de forma normal.

O que fizera teria sido uma ideia estúpida em outras situações, qualquer outro monstro teria reagido com violência assim que solto. O Hobgoblin felizmente sabia que o irmão de Lauany não iria o atacar ou guardar rancor pelo que fez e não era alheio às razões que levavam o quadrúpede a ter tal comportamento.

— Tu se move igual a uma cobra. — e esse pensamento pareceu estranhamente correto.

Um comentário que foi ignorado.

Vamos em frente com nossa jornada, pois o tempo é precioso. — ordenou pegando sua cesta e caminhando lentamente.

Havia um balanço extra em seu quadril e o Pseudo-centauro não foi capaz de ignorar. O Monstro Verde sabia que por alguma razão, fosse beleza ou outras qualidades, o quadrúpede se sentia atraído por ele. Agora que não possuía mais seus servos, aproveitaria a atração dispensável do irmão de Lauany para ter quem cumprisse suas ordens.

Seria divertido.

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