Selecione o tipo de erro abaixo

Especial de Natal Parte 4: Acaba pelo amor de Deus

Eles levaram a criança junto deles para explorar os túneis esquecidos daquelas ruínas que agora os abrigavam. Se o demônio invasor tivesse ela como alvo, fariam o possível para impedir que a matasse. Infelizmente era mais fácil falar do que fazer.

Andavam em fila, o hobgoblin como primeiro, uma vez que possuía os melhores sentidos e enxergava no escuro. Logo atrás dele a criança nobre tentava ser lenta o bastante para não chegar muito perto dele e rápida o suficiente para a mulher atrás dela não lhe empurrar. Por último, a Bruxa que agora apontava o lado vermelho de seu cajado para cima, o objeto por sua vez brilhando e iluminando as sombras próximas.

Algumas vezes “ele” parava e prestava uma maior atenção aos sons do ambiente. Podia diferenciar insetos, água correndo e muito vagamente os cascos daquele que tentavam encontrar.

O demônio era grande, pois seus passos eram pesados, entretanto também era muito ardiloso. Krampus caminhava perto das áreas alagadas por onde rios corriam, abafando o eco de seu caminhar. O hobgoblin tinha dificuldade em o localizar.

Em vez do já tradicional arco, levava machados pequenos em cada mão que seriam mais propícios àquele ambiente fechado em que estavam.

“Ele tem como função carregar carvão durante a noite, não é?” O monstro questionou enquanto parava completamente.

“Óbvio, por que?”

Seu companheiro nada respondeu, apenas se virou na direção da Bruxa. Iluminado pela claridade rubra que os cercava, pediu silêncio com um dos dedos e usando o polegar, apontou na direção contrária ao grupo, o final daquele longo corredor.

Para a mulher aqueles gestos bastaram, havia entendido a mensagem que estava sendo passada. Dando cinco passos à frente e ultrapassando aqueles dois, deslizou sua mão no cajado levemente para baixo. Com os dedos tocando na região com linhas azuis, girou o objeto em alta velocidade e atacou.

Aidê jamais esqueceria de sua primeira vez vendo magia. Os traços azuis na arma começaram a brilhar levemente a partir do ponto em que a mulher segurava. Um chamuscar claro acompanhando as cores até atingir a ponta.

O que se formou foi um fenômeno que na visão simples dos três era épico independentemente de quantas vezes viessem a ver. Ninguém ali entendia o conceito de descarga elétrica, não sabiam que os metais naquele lado do objeto de polarizaram em cargas negativas e positivas, pouco se importavam que o cajado foi capaz de produzir uma carga maior que o limite de capacidade elétrica do ar. 

Tudo que importava e sabiam é que por um ínfimo período de apenas meio segundo um raio foi formado e usando o ar como condutor atingiu o final do corredor. Iluminando as sombras das profundezas com seu relâmpago cegante.

Naquele curto momento fantástico todos puderam ver o final do corredor onde um saco de carvão repousava solitário, o calor do ataque bastou para o incendiar criando uma grande fogueira.

O vil demônio havia enganado seu olfato e isso irritou o já não tão feliz hobgoblin. 

Sua inconformidade com a situação e o crepitar das chamas contribuíram muito para que não percebesse o que vinha até eles. Apenas quando os sons dos cascos já estavam ao lado deles que os três perceberam o grande perigo que os ameaçava.

O demônio corria até eles pelo caminho que haviam percorrido antes. Seus passos antes sorrateiros agora eram tão altos que poderiam ser até o trovão que nunca veio com o ataque frustrado da Bruxa.

A mulher puxou a criança com uma mão e com a outra ergueu sua arma, ação não rápida o bastante. Antes que qualquer coisa pudesse ser feita, um chute do inimigo lançou longe um objeto. Com uma mão ele agarrou a cabeça da reptiliana e acertou a parede fazendo com que a consciência dela desvanecesse, apesar de não sumir completamente.

O hobgoblin em um tom impressionado sussurrou:

“Talvez eu também devesse carregar sacos de carvão.”

“Esse crossfit deu resultado.” A nobre escondida atrás do monstro mal registrou as palavras que saíram de sua boca.

Krampus não era como nenhum dos dois esperava que fosse ser. O demônio era grande o bastante para que seus chifres tocassem e raspassem o teto. Em suas pernas de cabra haviam correntes com ossos humanos pequenos pendurados. Seu tronco era levemente humano, mas ainda animalesco. Um corpo grosso e definido, cheio de músculos.

O mais assustador era seu rosto, nenhum deles era capaz de ver sua face uma vez que a criatura vestia uma máscara de pele humana arrancada de algum senhor idoso.

“Tu se garante Mamãe Noel?” A jovem se viu obrigada a perguntar ainda encolhida atrás do monstro verde.

“Não.” O hobgoblin falou analisando a atenção do inimigo. Logo que a Bruxa caiu, Krampus já não dava atenção alguma a ela. “Com certeza não.”

Foram suas palavras ao se virar e agarrar a criança em seus braços. Sem hesitar ou pensar duas vezes, correu em um ritmo intenso. Não serviu muito para o afastar do demônio que o seguia em uma velocidade quase igual.

“E a sua amiga?!”

“Vai ficar bem.”

“E se não ficar?” A criança perguntou quando viraram um corredor.

“Que Anhangá a tenha.” Foi o que respondeu ao saltar sobre um pilar caído que serviu para atrasar o perseguidor.

“Quem? Ah! Ele tá voltando!!” Posição terrível a que estava.

Aidê estava sendo segurada contra o goblin em um abraço. Seus braços e pernas ao redor de seu tronco e sua cabeça sobre o seu ombro, era a melhor forma de ser carregada sem que o atrapalhasse em sua corrida. O único problema é que assim a garota era obrigada a encarar o algoz que o tempo todo olhava em seus olhos.

 O monstro atravessou um grande portão rachado e se viu na beirada de uma grande salão inundado. O gigantesco cômodo era circular e não era possível dizer qual foi seu propósito um dia visto que agora era coberto por um denso manguezal.

Sem ter tempo para reflexões ou hesitações, “ele” saltou e caiu alguns metros, agarrando o galho de uma árvore antes que pudesse cair na lama. Krampus sem ter a mesma destreza acrobática saltou direito para o chão e se viu afundar no mangue, embora nenhum dos dois fujões acreditasse que aquilo fosse o parar.

Com todo aquele alvoroço, nem os sentidos afiados do monstro verde notaram os sons de sino que sobrevoaram o lugar.

Aquilo estava perto do fim. 

Picture of Olá, eu sou MK Hungria!

Olá, eu sou MK Hungria!

Eu sei, dois de janeiro e eu ainda não terminei essa merda de especial, mas o próximo realmente sera o ultimo. Dps disso não faco mais esses especiais, parece que só atrapalhou o andamento da historia.

Clique aqui para entrar em nosso Discord ➥