“Bem, se é assim que o Senhor Abel deseja, não vou forçá-lo a continuar nisto.” Cyrus viu que tentar convencê-lo com palavras não adiantaria nada, portanto, era melhor parar por aqui e somente tentar corresponder às expectativas dele quando voltar no futuro. Por outro lado, Abel apenas concordou com a cabeça sem dizer nada de volta, já estava decidido profusamente.
“Nós também aceitamos esse acordo.” Zashya foi decisiva em sua escolha também. O mesmo com Fraygher: “Sim, eu também acho que, por enquanto, é melhor ficarmos quietos até que possamos voltar a ativa como antes. O Mundo Inferior sabe demais sobre nós, mas o real problema agora é o Clã dos Heróis! Por enquanto, o Mundo Inferior não vai agir precipitadamente contra nós, primeiramente, o Rei Demônio tem seu povo a considerar sua segurança e isso é uma mais do que uma vantagem para nós. Então, não teremos problema com eles por enquanto.”
“Tenho o mesmo pensamento.” Zashya concordou com Fraygher avidamente, afinal, também entendia que o Mundo Inferior simplesmente não podia vir a terra para confrontar Abel de frente, então isso dava-lhes algum tempo de descanso para pensarem em tudo, mesmo que o Mundo Inferior estivesse de olhos atentos em tudo o que faziam. Abel falou, concluindo o assunto com todos. “Então, estamos de acordo!”
Por fim, Cyrus suspirou pesadamente devido a toda a situação repentina e seu desenvolvimento. Ele disse seriamente: “Já que é assim, meu trabalho como o Senhor acaba aqui, por enquanto.” Abel assentiu levemente às suas palavras que carregavam um intenso pesar e decepção. “Por enquanto, Cyrus Mistry, é isso. Nosso trabalho juntos acabou por agora.”
Cyrus suspirou novamente, de qualquer jeito, Abel era um bom patrocinador para as suas pesquisas. Portanto, perder uma pessoa tão generosa assim era uma dor intensa em seu coração e em seu jeito de cientista fanatico por ciência. Os experimentos que estavam em andamento de agora em diante ficarão parados, mas pelo menos havia algo com o que se ocupar durante esse tempo todo. “Então, está na minha horá de ir. Espero vê-lo novamente o quanto antes, Senhor Abel.”
“Uhm!” Ele assentiu e apenas observou o doutor louco sair de seu assento, caminhar em direção a porta de metal, então ao abri-la com um puxe leve e desaparecer na escuridão do corredor frio. Somente um senhor de meia-ideia fanatico por ciência caminhou pelo corredor sem qualquer pressa, enquanto Abel e seus subordinados – Fraygher Arterperst e Zashya Dragon ficavam na sala branca.
Depois de um longo tempo, a sala caiu em um silêncio ensurdecedor novamente. Abel ficou assim desde o momento em que o doutor louco saiu da sala, no entanto, os outros dois restantes não ousaram falar nada, mesmo que estivessem com muitas dúvidas em suas mentes. Meia-hora se passou e nada aconteceu, depois dos últimos acontecimentos nesta sala branca e com o que ocorreu antes disso, Fraygher e Zashya não tinham coragem para falar.
Os dois até pensaram em ir embora depois de tudo, mas com Abel sentado neste lugar como uma estátua, não tiveram coragem de saírem. Na verdade, havia algo em suas mentes que carecia de uma resposta definitiva e só assim os dois poderiam seguir seus caminhos, mas o medo em seus corações era tanto que servia como uma magia que os impedia de falar com o homem, que nem mesmo prestou atenção neles neste meio-tempo.
Somente depois de uma hora, Zashya engoliu em seco e, finalmente, perguntou: “S-Senhor Abel, e nós, o que vai acontecer conosco agora que ficaremos fora de cena por um longo tempo?! Já que o Senhor não vai mais se envolver nos experimentos e nem mesmo ‘naquilo’, certamente não vai precisar de nós para fazermos os trabalhos que você nos ordena a fazer, certo?! Também não vamos precisar ficar fazendo a guarda dos locais secretos, não é?!”
Abel ergueu seus olhos indiferentes para a mulher, mas não respondeu de imediato; foi Fraygher quem cruzou os braços em frente ao peito, dizendo: “Eu também quero saber isso, Senhor Abel. Agora que não precisará de nós por um bom tempo, então…” Fraygher parou de repente, notando que Abel parecia um pouco… Triste? Ou era somente impressão dele?
“Na verdade, eu realmente não sei o que fazer com vocês. Tudo o que passou em minha mente é que precisamos de um tempo para nos organizar adequadamente e nos livrarmos dos olhos do Mundo Inferior. Portanto, os experimentos, bem como todo o resto, ficará parado por um longo tempo.” Abel suspirou asperamente e continuou, “Eu também preciso pensar em como lidar com o Yuji quando ele aparecer em nossas bases secretas. Aquele garoto é um grande problema.”
Não importava como Zashya ou Fraygher olhasse para a atitude de Abel, definitivamente era um pouco estranho vê-lo agir tão calmo, porém, como se houvesse uma nuvem negra que impedia que ele mostrasse seus verdadeiros sentimentos. Claro, ninguém queria que o fizessem, afinal, seus objetivos eram apenas questão de tempo até que conseguissem concluí-los. todavia, tudo tinha que parar por causa do Mundo Inferior e nem sabiam quando voltariam a ativa novamente.
Fraygher focou seus olhos diretamente em Abel. Ele não sabia dizer se era impressão ou era apenas seus olhos o enganando, mas esse cara que sempre foi frio, impiedoso e, além de tudo, fazia qualquer coisa por seu objetivo, estava hesitante? Além de que havia algo mais em Abel que Fraygher não sabia dizer, talvez por causa de sua pouca experiência por parte emocional? Ou este homem estava assim por causa de outro motivo, por exemplo, seu filho? Seria possível?
Não! Fraygher não acreditava tanto assim na bondade de um ser como Abel. Este homem não tinha nem mesmo qualquer sentimento de simpatia por sua própria esposa, quem diria seu filho?! Então qual era o ponto para esse cara ser tão hesitante? Talvez fosse por causa de seu plano de anos sendo preparado e trabalhado com tanto vigor e seriedade, que seria possível que Abel estivesse com receio de que tudo fosse por água abaixo. Fraygher sentiu que essa última opção era a mais viável.
“Uhm. De qualquer jeito, é estranho vê-lo agir assim.” Fraygher disse com um suspiro leve, chamando a atenção de Zashya e Abel Himejima, que soltou um, “Uhm?!”, ao ouvi-lo dizer tais palavras. Abel rapidamente deixou isso de lado, pensando um pouco sobre o que conversou com os dois antes, então tomou uma decisão incisiva para este assunto. Erguendo os olhos para os dois demônios superiores, Abel deu seu veredito para a pergunta anterior:
“Para a sua pergunta, Zashya, tenho a resposta.” Assim que ouviu-o, os dois se aproximaram um pouco para ouvir atentamente. “Por enquanto, vocês e todos os outros estão dispensados de seus trabalhos comigo. Então, até que voltemos no futuro com os experimentos vocês podem fazer o que quiserem, no entanto, terão que manter o que sabem em segredo de todo mundo lá fora.” Essa era a única coisa que Abel queria deles.
“Isso não é um problema, de qualquer jeito, faríamos isso mesmo se não pedisse.” Zashya respondeu um pouco surpresa com essa decisão de Abel. “Mas Senhor, está realmente certo de que quer fazer isso?! Quero dizer, realmente quer nos dispensar de nossos serviços tão abruptamente desse jeito?!” Abel parou levemente antes de responder seriamente: “Sim. Essa é a minha decisão final, portanto, vocês estão dispensados de seus serviços. Ah, diga isso para os outros Pilares Demoníacos também.”
“Como eles não estão presentes, eles precisam saber da minha decisão. Então peço que digam isso a todos quando os encontrarem.” Esse era o último pedido, ou melhor, ordem de Abel para seus fiéis subordinados agora. Claro, eles voltariam a se encontrarem no futuro, embora não soubessem quando esse dia chegaria de fato; mas como última ordem de Abel, fariam isso. Fraygher então suspirou e aceitou isso. “Certo, se essa é a decisão final, só nos resta aceitar.”
Abel assentiu.
Depois do último encontro deles após dar-lhes um último adeus. Fraygher Arterpest e Zashya Dragon também foram embora, mas antes tinham que cumprir a última ordem dada por Abel, então primeiramente iriam encontrar os outros Pilares Demoníacos para informá-los sobre as últimas mudanças.
***
Abel mudou-se para outra sala diferente da anterior, a sala parecia mais um laboratório onde havia um assento feito de metal reforçado com cabos de energia ligados em compartimentos abaixo da mesma. Além disso, havia uma pessoa sentada lá, um jovem de cabelos brancos, olhos carmesins afiados, pele branca levemente pálida. Era Júlio Silva, que tinha vindo com Abel para a reunião que ocorreu mais cedo junto de Cyrus e dos Pilares Demoníacos.
No entanto, parecia que Júlio estava mais interessado nos experimentos que eram feitos neste lugar e por isso não participou da reunião, apenas optou por observar como eram feitos experimentos no decorrer. Contudo, enquanto assistia a sessão de testes, Júlio também achou um pouco brutal demais, observando aquela ‘garota’ sentada neste assento de metal sofrer tanto que era difícil assistir tudo até o fim. Por isso que Júlio estava sentado nessa cadeira, pensando sobre o que tinha presenciado.
Embora não fosse o doutor louco, Cyrus Mistry, que estivesse comandando os testes e sim um de seus funcionários que também era um cientista que não tinha mais de que trinta e poucos anos, porém, ele não era menos louco do que o próprio Cyrus Mistry enquanto estava comandando pessoalmente um experimento com humanos. Se um de seus subordinados já era tão diabólico fazendo isso, então pense nisso, como seria se fosse pessoalmente o próprio doutor louco? Júlio sentiu calafrios.
Querendo ou não, Júlio ainda era um humano e, ainda residiam sentimentos humanos dentro de si. Seria impossível para ele ver algo tão aterrorizante e não sentir nada como se fosse um demônio de sangue puro assim como os Pilares Demoníacos ou até mesmo Abel Himejima diante dele neste momento. Júlio até considerou que foi um erro querer presenciar uma sessão de testes apenas porque estava curioso sobre como eram feitos os experimentos em geral.
Júlio falou sobre isso com Abel, entretanto, o homem não se comoveu com a experiência terrível que Júlio passou neste meio tempo enquanto estava na reunião. Na verdade, Abel falou sobre a reunião e sua decisão de última hora o que ocasionou no mau humor do garoto, que achou tudo isso uma grande besteira por parte de Abel. No entanto, ele explicou sobre isso um pouco, então Júlio entendeu mais ou menos o ponto em geral.
Claro, Abel não se importou com o mau humor de Júlio, afinal, a palavra final era sua de qualquer maneira. Mesmo que o garoto não aceitasse de início, entretanto, teria que obedecer concisamente a ordem; mesmo que significasse ficar com raiva até o dia em que Abel voltaria a ativa novamente e colocaria seus planos em ação. Não seria tão ruim de todo modo, mas ficar parado sem fazer nada por sabe-se quanto tempo, não era o forte de Júlio Silvia.
Então, Abel se calou após a explicação breve que deu ao garoto; não era mais preciso dizer nada sobre. Em seguida, os dois saíram da sala de experimentos que estava começando a ficar com um aroma de sangue seco podre, mesmo que o lugar tivesse sido limpo de antemão pela pessoa que usou antes, o cheiro ruim de sujeira ainda pairava no ar. Depois de um certo tempo caminhando para fora eles chegaram na porta de entrada do local secreto.
A aparência do lado de fora deste lugar não era muito diferente das outras bases de experimentos. Era um laboratório improvisado às pressas já que a antiga base foi descoberta pelas tropas de buscas do Mundo Inferior e as pessoas que lá estavam foram levadas pelos mesmos. Além disso, havia uma barreira de proteção mágica que não permitia que pessoas de fora os detectasse, ao redor de todo o lugar que fora posta por Abel logo quando chegou neste lugar secreto.
Mesmo a técnica de busca do Mundo Inferior usada até agora para encontrá-los não seria páreo para essa barreira, a não ser que alguém do mesmo nível ou acima do que Kyoko Agrias, aparecesse neste lugar. As magículas de buscas que eram a fonte do poder da técnica que usavam eram mais fortes com o nível de poder dessa mulher, então seria muito fácil para ela encontrar uma barreira supostamente colocada no meio do nada.
Agora não havia o perigo de algo assim acontecer já que Kyoko Agrias estava no Mundo Inferior e a missão de resgate aos humanos foi concluída muito tempo atrás. Abel sabia e, portanto, estava mais tranquilo com a situação atual; Kyoko era um demônio no mesmo nível que ele, um Primordial e se por acaso se encontrassem em uma situação como essa, a luta dos dois seria impossível de não acontecer, ela era forte, mas esse homem não ficava atrás também.
As mágiculas que são usadas para a busca, apenas passariam por dentro da barreira não podendo ser possível localizá-la. Isto se deve ao fato de que a barreira transportar o lugar para outra dimensão, em todo caso, é como se a laboratório estivesse no mesmo lugar mas sem presenças por perto. Seria algo como uma miragem de um deserto que engana os olhos das pessoas. Portanto, esta barreira teria o mesmo efeito, em conjunto com o apagamento da presença das pessoas.
Uma barreira de nível superior não era nada diante da percepção de alguém como Kyoko Agrias. Poderia ser para os subordinados dela que eram demônios superiores, que nem mesmo poderiam criar algo do mesmo nível de Abel, isso como brincadeira de criança para ele. Se alguém tentasse criar uma coisa como essa, teria que gastar uma quantidade de poder mágico absurdo para tentar mantê-la sólida por tanto tempo como esse homem fez, portanto, se demônios superiores tentassem fazer igual, seriam dissecados até a morte.
“Então pai, vamos para casa?!” Perguntou Júlio a Abel ao seu lado que estava pensando sobre o Mundo Inferior. O homem virou a cabeça sutilmente em sua direção e respondeu com um suspiro: “Sim! Nossa visita aqui acabou.” Os dois partiram imediatamente para a mansão já que o assunto neste lugar foi concluído.