Selecione o tipo de erro abaixo

Capítulo 12 – Investida Cruel

Todas elas abaixaram suas cabeças e murmuraram sons que não entendi. Suas ações fizeram minha intuição se aguçar.

“Por quê?” Questionei o guarda, antes que ele abrisse a porta da cela e viesse até mim, tentando me agarrar pelos cabelos. Seus movimentos bruscos se tornaram uma ameaça em minha visão movida pelo instinto.

Quando ele aproximou a mão, abaixei meu corpo e peguei uma das chaves em seu cinto. Antes que o guarda pudesse reagir, pulei atrás de suas costas e me agarrei em seu pescoço, furando seu olho esquerdo com a chave.

O homem se ajoelhou e gritou de dor quando um esguicho de sangue quente desceu pelo seu rosto. Não hesitei nem por um segundo antes de pegar a espada em sua cintura e perfurar suas costas várias vezes.

Seu corpo já estava caído no chão, coberto de sangue carmesim. Continuei perfurando com sua espada até Karla abraçar minhas pernas por trás, em prantos.

“Pare… Por favor.” Ela implorou entre soluços. Quando a razão dominou minha mente de novo, percebi que o sangue do homem cobria todo o chão da cela e nossos pés.

Elas me encararam com pânico e temor, rastejando para trás para fugir do sangue que manchava suas roupas esfarrapadas.

Enfiei minha mão pequena dentro do crânio do homem e tirei uma chave de lá. “Sintam-se livres para fugirem depois, pois é isso que farei.” Afirmei após sair da cela e caminhar em direção à saída.

“Espere!” Exclamou a garota, usando uma expressão de apelo com seus olhos vermelhos. “Como vamos fugir? Não podemos apenas sair da mansão!”

“Apenas siga o rastro de sangue depois que eu ir.” Avisei, me imaginando assassinando cada pessoa daquela mansão.

Entretanto, a imagem do homem de armadura apareceu novamente, mas isso não me abalou. Eu estava determinado a conseguir matá-lo.

Caminhei pelo corredor brevemente escuro, deixando as crianças para trás. Apenas algumas tochas fracas iluminavam a escadaria circular que comecei a subir. 

Após alguns minutos, cheguei em uma porta e a abri. Me vi em um salão com um chão de madeira repleto de barris e caixas depois disso.

Tochas penduradas nas paredes de pedra iluminavam o ambiente, e segui meu caminho ao explorar o lugar.

Barris de madeira enfileirados e apoiados criavam um visual interessante, até que encontrei um homem de pele enrugada e branca, vestindo um terno cinza.

Ele estava interagindo com um barril cheio de vinho, e fez uma expressão surpresa quando me viu em um terno ensanguentado e carregando uma espada manchada em vermelho.

“O que você está fazendo aqui?!” Ele exclamou enquanto caminhava em minha direção. “Como conseguiu uma espa–”

Cortei sua mão fora quando se aproximou, e o terror se espalhou em seu rosto quando percebeu um cotoco esguichando sangue na ponta de seu braço.

Ele caiu no chão em pânico, mas não deixei mais nenhum berro sair de sua boca quando perfurei sua garganta com a lâmina.

Segui meu caminho de maneira indiferente. Nesse ponto eu já havia abandonado qualquer hesitação na hora de tirar uma vida.

Avancei até que encontrei outra escadaria circular, e subi seus degraus. Meus pensamentos vagaram entre minhas opções enquanto isso.

Cheguei até o topo da escadaria e me encontrei com um alçapão, e o abri. Nos momentos seguintes me vi em um lugar apertado e escuro, lotado de estantes e potes de vidro.

Vozes vinham das brechas de uma porta por perto, e me esgueirei para escutá-las. 

“Ouviu sobre os ataques de magos perto da fronteira?” Uma voz feminina e abafada perguntou.

“Magos imundos… Espero que a realeza envie alguns postulados para nos proteger.” Outra voz feminina respondeu imediatamente.

Tentei abrir a porta lentamente, mas as mulheres falaram algo novamente. “Essa carne está sem gosto, deixa eu pegar uma pimenta de lóris.” 

Após essa frase, a porta que eu estava me esgueirando se abriu e revelou uma mulher jovem em roupas de cozinha, me olhando com uma expressão aterrorizada.

Antes que ela gritasse, perfurei minha lâmina em sua boca aberta, atravessando sua cabeça em questão de poucos instantes.

Peguei seu corpo prestes a cair e atirei seu cadáver no alçapão, antes de ouvir o som de sua queda pelos degraus.

“Não tá conseguindo achar? Da última vez coloquei o pote na esquerda da porta.” A outra mulher falou de costas, enquanto fazia algo que não enxerguei.

Eu estava em uma cozinha cheia de balcões e pratos. Olhei em volta com cuidado e não vi ninguém além da mulher.

Caminhei lentamente até ela e quando cheguei perto o suficiente, pulei e agarrei sua garganta. Envolvi meus braços por seu pescoço, impedindo-a de gritar.

“Onde é a saída desse lugar?” Questionei enquanto apertava mais forte, segurando minha espada com uma mão.

“Diga agora, senão irei te matar.” Ordenei ao soltar o aperto de meus braços.

“S-socorr–” Ela tentou gritar, mas quebrei seu pescoço antes que terminasse sua súplica. 

Nesse momento, meus instintos moviam completamente meu corpo. Minha mente estava vazia de qualquer razão.

Agi como uma besta e corri para uma porta que levava a um corredor branco, enfeitado pelo mesmo tapete verde e longo.

“Você!” Uma voz que infelizmente reconheci gritou do meu lado direito, e vi o homem de armadura correndo em minha direção. “Eu sabia que isso estava demorando demais.” Disse ele ao empunhar uma espada longa.

Meus instintos se alarmaram ao ver a velocidade de um homem adulto treinado, e apenas pude correr em direção a uma janela e me atirar dela.

Caí em um canteiro de flores e transformei suas belas pétalas brancas em rastros de uma fuga sangrenta. Corri por um quintal e passei por uma fonte de água, esta que mostrava uma estátua cercada por tocheiras que iluminavam a área.

Me encontrei com um muro branco e alto, que quase impediu meu avanço. Atirei a lâmina no meio da barreira e saltei. Usando a espada como apoio, saltei uma segunda vez e superei sua altura.

Caí na grama, mas quando me levantei, percebi estar rodeado por vários homens protegidos por peitorais e perneiras de metal. Eles estavam me cercando com lanças.

“Achou que eu era o único cavaleiro da mansão de um marquês?” A voz do homem que me perseguiu apareceu ao meu lado.

“Matem-no. Esse pirralho já causou muitos problemas.” Ele ordenou, e o que senti em seguida foi meu corpo sendo perfurado por todas as direções.

Senti o metal gelado nas minhas entranhas. Todo meu torso e cabeça foram perfurados pelas pontas frias das armas que me rodeavam.

Eu estava prestes a cair no chão, mas vi um sorriso doentio no rosto do homem que ordenou a minha morte. Só que não foi isso que me surpreendeu.

Por trás de seus ombros, inúmeros braços espectrais negros e escamosos seguravam seu corpo, controlando-o como uma marionete.

Eles emanavam a familiar aura do abismo. “Vocês de novo!” Gritei com as últimas forças do meu corpo.

Nesse momento, senti um ódio que fez minha alma ferver. Uma fúria de tamanho inimaginável se espalhou e encheu meu corpo de determinação.

“Podem me matar quantas vezes conseguirem, mas eu renascerei como aquele que trará a morte de todos vocês. Entrarei nesse abismo imundo e me vingarei!”

Minha consciência estava prestes a se esvair quando a imagem de um eclipse que escurecia o mundo apareceu em minha mente.

E então, minha imaginação se tornou real quando a lua que iluminava minha morte escureceu e mergulhou tudo em uma escuridão maior que a noite.

Picture of Olá, eu sou Kalel K. Dessuy!

Olá, eu sou Kalel K. Dessuy!

Comentem e avaliem o capítulo! Se quiser me apoiar de alguma forma, entre em nosso Discord para conversarmos!

Clique aqui para entrar em nosso Discord ➥