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Capítulo 6 – Desespero Imediato

Senti meu corpo arrepiando no momento em que cruzei meus olhos com aquela criatura. Ela atravessava o rio como uma mestra, meus instintos disseram que em questão de segundos eu morreria.

Meu raciocínio se dedicou completamente em não tropeçar enquanto corria pelas entranhas da floresta. Desviava das árvores a toda velocidade, mas não importa o quanto corresse, em um momento comecei a ouvir seus passos.

Parecia que uma montanha estava me seguindo, a cada segundo a criatura se aproximava. Continuei a correr, os passos atordoantes estavam chegando perto.

Não havia nada além de árvores em minha volta, e estava me esforçando para não colidir com elas. Entretanto, alguns minutos depois, encontrei um pequeno morro.

Tentei dar a volta, mas quando cheguei no outro lado do relevo, achei uma entrada no chão. Parecia ser uma caverna, a entrada era estreita e iniciava um túnel claustrofóbico. 

A criatura não me mataria ali, mas eu não estava confiante em sair vivo também. Mas de repente, não me deixando decidir, senti um empurrão.

Algo aplicou pressão em minhas costas, derrubando-me pelo túnel. Não havia nada atrás de mim quando olhei durante a queda, e logo em seguida minha visão ficou escura enquanto eu caía e rolava.

Bati a cabeça várias vezes, ouvi sons de rachaduras e uma dor se alastrou pelo meu braço. Meus instintos gritaram e usei todas minhas forças para me segurar em algo.

Botei minha espada entre meu braço direito quebrado e meu torso, na axila, e tentei perfurá-la na parede enquanto abria minha outra mão e tentava agarrar qualquer coisa.

Meus dedos estavam rasgando e logo senti as pontas dos meus ossos raspando nas rochas, e a espada quase virou e perfurou minha garganta em um momento.

E então abri minhas pernas. Já estava caindo rápido o suficiente para meus dois tornozelos quebrarem no mesmo momento em que tentei apoiá-los no túnel.

Mas aguentei, a dor se espalhou pelo meu corpo a cada centímetro que caía, e consegui parar minha queda após alguns segundos.

Não ouvia nada, e se essa caverna não tivesse outra saída, eu morreria. Após algumas respirações, comecei a descer com cuidado.

Lentamente posicionava meus pés abaixo, e com o tempo comecei a ouvir o som das gotas do meu sangue caindo no chão.

Estava perto do final daquele túnel, e isso aumentou minha determinação. Entretanto, me descuidei em algum momento e caí.

Meu pé parecia ter deslizado em algo escorregadio, mas depois disso simplesmente rezei para não cair em cima da minha espada.

Só que em um mundo onde o acaso oferecido pelos deuses era meu inimigo, rezar não adiantaria nada.

Tentei fazer algo, qualquer coisa para poder conseguir apoio, mas falhei e só pude naturalmente derramar lágrimas quando senti uma lâmina fria perfurar meu ombro por trás quando caí de costas no fim do túnel.

‘Merda.’ Murmurei mentalmente quando senti meu sangue quente escorrendo pelo meu torso ao ficar de lado e tentar me levantar.

Seria esse meu azar de merda alguma façanha dos deuses? Como eu esperava sobreviver em um mundo onde todos seus governantes buscavam meu sofrimento?

“Irei sobreviver e ficar forte o suficiente para nunca mais depender da sorte.” Anunciei sozinho na escuridão que me cercava.

Minhas costas estavam vazando sangue, então bati ela contra a parede rochosa, fazendo com que a espada entrasse mais fundo e tapasse o ferimento de trás com sua guarda.

A dor aumentou, mas só prestei atenção por um segundo. Abri meus braços para explorar o apertado ambiente que estava.

Soltei um suspiro de alívio quando percebi uma passagem, e então a atravessei com cuidado.

Rastejei de lado, tomando cuidado para caso houvesse um buraco mais fundo em frente. Segui meu caminho lentamente, prestando atenção na escuridão total ao meu redor.

Tudo que tocava era áspero e úmido, só que algo aconteceu alguns minutos depois. Passei meus dedos ralados e lesionados em uma textura parecida com a grama lá de cima.

De repente, tudo à minha volta possuía essa textura. Isso aumentou minhas esperanças e avancei mais rápido.

Foi quando notei uma luz no fim do túnel, literalmente. Avancei até que o pequeno ponto de luz se tornou uma paisagem subterrânea vívida e iluminada.

Parecia ser a superfície, mas um teto de pedras impedia a entrada do sol. Entretanto, isso não impediu o crescimento de plantas e alguns tipos de árvores vermelhas pela caverna imensa.

Queria observar aquele ecossistema novamente para achar uma saída, mas uma dor de cabeça imensa tirou-me o foco.

Minha pele estava mais pálida que o normal, eu havia perdido muito sangue. Quando a adrenalina deixou meu corpo, um cansaço anormal se espalhou.

Não conseguia andar por conta de meus tornozelos, e com uma espada atravessando meu peito, não conseguia descansar direito. Saí de uma situação desesperadora para entrar em outra logo em seguida.

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Olá, eu sou Kalel K. Dessuy!

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