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Capítulo 7 – Angústia da Morte

Estava em um pequeno morro de terra quando saí do túnel e pude observar o novo ambiente. Havia uma floresta subterrânea ali, recheada de árvores esquisitas e peculiares.

Elas tinham os troncos cinzas e as folhas vermelhas, com frutas laranjas e brilhantes em seus galhos. Eram essas frutas que criavam a iluminação do ambiente.

Desci o pequeno morro e rastejei até uma árvore, onde peguei uma fruta que estava no chão e comi. Tinha um sabor estranho que me fez sentir sede imediatamente, e era difícil engolir por ser meio grudento.

Depois disso não dei mais nenhuma mordida, afinal não vi água por perto. Rastejei pelas árvores e olhei para a grama vermelha que cobria todo o chão, criando um cenário carmesim peculiar.

Após explorar uma parte da floresta subterrânea, encontrei algumas plantas longas e resistentes, e com elas tive uma ideia.

Peguei algumas e enfaixei meu torso, principalmente ao redor da espada, e usei uma fruta para fixá-las.

Meu sangue rapidamente escureceu as plantas naturalmente vermelhas, mas deu tudo certo. Explorei aquele ambiente novamente, e dessa vez encontrei algo totalmente diferente de tudo ali.

Em uma parede de rochas, havia um arco de pedras polidas e uma entrada muitas vezes maior do que eu.

A luz vermelha que de lá vinha, revestia minha mente em uma pressão esquisita. Algo lá me chamava.

Ignorei meus pressentimentos e avancei. Senti meu corpo ficando leve a cada segundo.

A dor diminuía conforme a luz carmim me cobria. Isso me deu uma certa ansiedade sobre o que me esperava lá.

No final, cheguei em uma sala pequena e simples. Não havia nada ali, exceto por um cristal vermelho do tamanho do meu punho em um altar de pedra.

Aquilo clamava por mim, e sem perceber aceitei o chamado após forçar meu corpo a se apoiar no altar e tocar a pedra brilhante. O que senti em seguida foi uma maré de emoções e sensações.

Metade do que fui capaz de processar era cura. Senti meu corpo renascer várias vezes, sendo curado e revigorado de maneira perfeita.

Já na outra metade, senti uma dor angustiante. Enquanto o cristal curava meu peito, sentia a dor de ser perfurado pela espada novamente, mas muito pior.

Meus dedos pareciam estar sendo queimados por um fogo escaldante, e todos meus hematomas criaram uma pressão do tamanho de uma montanha.

Minha consciência quase se esvaiu, mas consegui soltar o cristal a tempo. Quando percebi, minha espada estava no chão e meu corpo se mostrou completamente curado. Tive a breve e vaga sensação de que ele ficou mais forte do que antes.

Entretanto, a dor que acompanhou a cura fez minha mente quase se estilhaçar. Passei minhas mãos pelo meu rosto e percebi sangue saindo de meus olhos e espuma de minha boca.

Caí no chão entre respirações intensas, o ar escapava de meus pulmões a cada tentativa. Realmente pensei que ia morrer naquele momento.

Após alguns segundos, consegui me acalmar. Não entendi o que havia acontecido, mas o pressentimento sobre aquele maldito cristal não tinha mudado.

Mas mesmo assim, aquilo era um objeto que me curava. Não precisei pensar muito para saber que aquilo poderia me salvar em quase qualquer situação.

Quando me levantei e apontei minha mão para o cristal, algo aconteceu. Uma linha negra apareceu através do nada e abriu uma pequena fenda ao lado do altar.

Desta fenda, um braço negro e escamoso saiu e partiu em direção ao cristal. Eu reconheci a aura que aquela fenda trazia consigo, era o abismo em que minha alma foi torturada.

“Vocês!” Exclamei enquanto corria em direção ao cristal. Aquilo pertencia a mim, e poderia me salvar, por mais que o preço tenha sido alto.

Empunhei minha espada e ataquei verticalmente, mas meu corpo simplesmente tremeu quando o ataque tocou naquele membro.

Eu senti uma infinidade de sensações horríveis quando a pressão do meu ataque voltou para meu braço, mas não desisti. Ajeitei minha postura e procurei o melhor lugar para acertar minha lâmina, só que não encontrei nenhuma brecha entre as escamas negras.

Ataquei novamente, mas dessa vez a criatura recuou o braço mais rapidamente e acertei o cristal. Uma lasca saiu dele antes da fenda se fechar e levar consigo a maior parte.

Desse jeito, a sala ficou quase completamente escura, sendo o pequeno pedaço do cristal sua única fonte de luz.

“O quão longe esses deuses irão para me ferrar?” Perguntei ao olhar para a pequena lasca vermelha iluminando minhas mãos quando me ajoelhei perto dela. O suor escorrendo pelo meu corpo era visível naquele momento.

Nessa hora, a ficha caiu de verdade. Eu tinha os deuses de um mundo desconhecido querendo me prejudicar e matar a todo tempo.

Agora o cristal não mais clamava por mim, e senti-me seguro em tocá-lo novamente. O segurei com receio, mas dessa vez não senti nada.

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Olá, eu sou Kalel K. Dessuy!

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