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Momentos depois…
Centro da cidade de Shang Tu | Meio dia

Definitivamente, o centro da cidade de Shang Tu era um lugar estonteante.

Com vários prédios modernos, contrastando uma arquitetura asiática milenar, era de fato uma diversidade absurda de influências.

Carros trafegavam pelas ruas movimentadas da metrópole, vias bem sinalizadas por sinal.

Lojas às margens da extensa avenida central demonstravam que o comércio estava aquecido, com um imenso shopping ao longe.

O dia estava belo, com um céu azul perfeito, sol quente, e uma brisa refrescante ideal para uma caminhada.

Esse fator era a cereja do bolo que faltava para um dia perfeito para caminhar e curtir a cidade de Shang Tu.

E foi isso que as garotas propuseram a Viktor. O rapaz, impressionado com o tamanho da cidade, disse:

— Por tudo que é mais sagrado. Essa cidade é gigantesca! E tem muita gente aqui.

— Está curtindo, Viktor? – falou Lilac, olhando para o jovem.

— Bastante. Acho que é assim em Shangai ou Hong Kong no meu mundo. Sempre quis ir até essas cidades de onde vim, mas acho que estou conhecendo uma cidade maior.

— Que bom que gostou, hehe — a dragão sorriu, feliz pelo rapaz.

O grupo caminhou em direção ao shopping que avistaram a frente, com Viktor apertando o passo a frente das garotas. Elas o acompanhou até o:

Shopping Central | Início da tarde

Ao entrar pela porta automática, Viktor pôde ver que o interior do centro de lojas era absurdamente grande.

Cinco andares, corredores largos, lojas variadas, e um imenso hall convidavam os visitantes a aproveitarem o espaço comercial.

Viktor mal conseguia se mexer tamanho era seu vislumbre, já que haviam muitos avaliceanos no local. Carol, estranhando seu comportamento, falou:

— Que foi, piá? Deu um piripaque? Quer que eu jogue água nele, Lilac? — ela logo olhou para a dragão.

— Carol, não comece!

— Tá bom. Pô, vocês são chatos. Eu tô de zoa.

— Aqui dentro é enorme! E está bem fresco — disse Viktor, olhando para todos os lados.

— É sim, cara — a gata disse. — Tu nunca viu um shopping, piá?

— Já sim, tem vários de onde eu vim. Mas nunca entrei num shopping com tanta gente diferente assim.

— Como assim, piá?

— Ué, no meu mundo todos são como eu.

— Tipo cabeludo mal vestido feito esses influensers sojadin, nyah?

Lilac não perdeu tempo e foi até Carol, a segurando pelo pescoço. O motivo? Bem:

— Será que você poderia parar de ficar dizendo essas maluquices que ninguém entende e de provocar o Viktor, sua anormal?

— Ih, calma! Tô de zoa só, diva linda.

— Pare com isso, pode ser?

— Tá, super heroína. A kid aqui nem pode quebrar a quarta parede em paz hoje em dia, nyah.

Ao lado de Viktor estava Milla, que disse:

— Aposto que você está muito surpreso de ver tanta gente diferente, não é?

— Isso, exato! Estou muito animado, senhorita, Basset. Quero ver mais do seu mundo!

— Você verá, Viktorius. Mas você não fica assustado com esse tanto de gente nova? Deve ser estranho pra você.

— Já estou me acostumando com essa diversidade. Mas você está certa em uma coisa: eu achei estranho pela primeira vez. Mas vê-las falarem comigo como se fossem pessoas do meu mundo me deixou mais à vontade.

— Legal saber disso, Viktorius! — a pequena segurou nas mãos do jovem, esboçando um sorriso.

Contudo, Carol ouviu a conversa e fez questão de entrar no assunto ao seu jeito.

— Tá falado! Então, tá pronto pra mais surpresas, piá? — ela o abraçou pelo pescoço.

— Mais surpresas?! Como assim?

— É, camaradinha, hehehe — a gata então olhou para sua amiga dragão. — Tá na hora, Lilac!

— Vai levar ele lá? Sério? — Lilac estava surpresa.

— Claro! Vamo nessa! — Carol puxou Viktor pela mão, o levando para um dos corredores do shopping.

Logo entram em um lugar com vários outros jovens habitantes da cidade, luxuoso e estiloso, como um tipo de bar temático.

Se tratava de uma danceteria. A mais famosa, que o trio frequentava com frequência. Era a:

Danceteria Beat House & Groove

Um som alto já anunciava a vibe do lugar.

Reduto dos jovens de Shang Tu, a danceteria funcionava quase 24h por dia, abrigando tudo que envolvia ritmo e agitação.

Não demorou muito e Carol praticamente l jogou Viktor no meio de uma multidão de jovens avaliceanos, começando a dançar na frente do rapaz.
O jovem, surpreso e confuso, disse:

— Senhorita Tea, o que você está fazendo?

– Vambora, piá! — ela dançava sem parar. — Entra na dança! Aqui a gente mói o pé senão a gente mói o condenado que não mói o pé!

Lilac então correu até onde os dois estavam, dizendo:

— Carol, sua louca! Não era pra jogar o Viktor aqui no meio do salão feito um boneco!

— Tá, tu vai me falar que ele não sabe dançar? — a felina apontou na direção contrária que sua amiga dragão estava. — Tá então, dona politicamente correta: olha só pro piá só! Olha!

Ela assim o fez e viu Viktor na dancando. Lilac mal acreditou quando viu. Percebendo que estava tudo bem, logo se uniu aos três e começou a dançar também.

E quando o…

— Peraí, locutor. Três? — disse Carol a mim (o locutor), confusa.

Preciso avisar mesmo? Milla também já estava ali dançando, como se ela fosse perder tempo pra se divertir.

— Tá, ok. Entendi. Volta pro limbo e continua a história, falou?

Voltando a história (agora creio que sem interrupções), os jovens estavam mesmo se divertindo.

Lilac tinha tanta destreza lutando quanto dançando, com passos bem avançados.

O mesmo pode-se dizer de Carol, a acompanhando.

Milla era mais contida, mas nem por isso poderia se dizer que ela não sabia dançar.

E Viktor… Bem, ele estava se divertindo, ainda que suas habilidades de dança não estivessem no mesmo nível das garotas.

Ao fim, depois de quase meia hora, todos saíram do salão, com Carol dizendo:

– Caraca, a gente destruiu no baile! Eu só quero é ser feliz, feliz… — cantarolava a gata selvagem, sorrindo. — Foi mó bom, fala tu!

– Fomos bem sim. Me diverti muito! — Lilac ainda estava em clima de dança.

— Eu também me diverti muito. Queria voltar — Milla também gostou.

A caminhada continuou, mas houveram reações de Viktor. Ele estava ofegante, mas muito animado.

— Ufa, acompanhar vocês foi difícil, mas me diverti muito.

— Viktor, você está bem?

— Estou sim, senhorita Lilac. Só estou um pouco cansado.

Mas foi nesse seu papo polido que Carol não conseguiu se segurar. Ela expôs sua opinião.

— Cara, misericórdia! Será que dá pra deixar de ser tão engomadinho? Chama a gente de Carol, Lilac e Milla. Tu parece o tiozin que atende a gente no restaurante. Isso é cafona, saca? — Carol voltou a abraçá-lo pelo pescoço.

— Olha, pensando bem, concordo com a Carol — disse Lilac, olhando para o humano. — Você já tem nossa amizade, não precisa ser tão educado, Viktor.

— Tudo bem, então. Eu vou tentar me soltar, senh… digo, Lilac.

— Agora sim. Está bem melhor!

Porém o rapaz, ao ficar por alguns instantes no corredor do shopping, sentiu um cheiro peculiar.

Logo percebeu que estava próximo a uma das praças de alimentação do shopping.

Imediatamente após essa constatação, ele disse:

— Opa, isso me interessou!

— O que foi, Viktorius? — disse Milla, curiosa.

— O que houve? Sente o cheiro. É comida! E a comida é comigo, hehe!

O jovem então correu até o interior do shopping, sendo seguido pelas três.

Depois da corrida, chegou até a praça, que era bem grande.

Várias mesas, com muitas pessoas sentadas se alimentando, deixavam claro que ali era o lugar que tanto procurava.

O espaço também dispunha de vários restaurantes ao redor.

Viktor parecia hipnotizado por tanta variedade de comida que era preparada e de aromas deliciosos.

Ele então parou na frente de cada estabelecimento, para ver o que estava sendo servido e como estavam sendo preparados os alimentos.

Carol, estranhando tudo isso, disse:

— Cara, tu não tá pensando em comer, né? Aqui é a parte granfina do shopping. A bóia aqui custa umas cinquenta gemas. Dá não, falou?

— Não, senh… digo, Carol. Estou mais interessado em como eles fazem a comida. Sério, é espantoso como eles preparam tudo aqui. Nunca vi igual!

Ele caminhou para cada um em seguida, extasiado.

— E olha só a cozinha daquele restaurante ali! Tem de tudo nela e a mostra e esterilizado. Nossa, olha como o chef daquele restaurante ali serviu peixe! Incrível!

As três garotas o observavam, um pouco envergonhadas, mas respeitando o jovem. Claro, só Lilac e Milla fizeram isso, Carol não.

— Esse cara é estranho pacas.

— Carol, deixa ele!

— Ah, sim. Claro, Lilac. O piá aí gosta de cozinhar, eu sei. Mas, caraca… Precisava ser bronco assim?

— Chega de ficar pondo apelidos nele!

Viktor estava indócil, olhando para todos os restaurantes, observando os mínimos detalhes. Como era um profissional da área, era quase como estar estagiando.

Depois de contemplar todos os locais de seu interesse, percebeu que a praça de alimentação havia terminado e, sabendo disso, logo tratou de acompanhar o caminho até o final, sendo acompanhado pelo trio.

Não demorou muito e ele chegou até um local mais desgarrado, com somente um restaurante pequeno com poucos clientes.

Era bem visível que a clientela não parecia muito satisfeita com a comida.

Lilac, ao ver o lugar, explicou ao jovem.

— Viktor, esse aí é o restaurante do tio Sayn.

— Nossa, esse senhor realmente precisa dar uma revitalizada neste lugar. Até o cheiro da comida não é tão agradável assim.

— Aí, piá… — falou Carol. — esse lugar é tão down, mas tão down que até quem tá com fome esquece a fome.

— Esperem aqui — disse Viktor , entrando no restaurante. — Preciso mesmo dar uma olhada nesse lugar.

Ele entrou no lugar mas, antes que pudesse ir além, um senhor rato de baixíssima estatura, natural de sua espécie, trajando roupas orientais chinesas e usando um avental, não parecia nada feliz em ver o jovem no lugar.

O pequenino logo o perguntou:

— Você está entrando pra consumir ou falar mal do meu restaurante?

— Bem, eu ia falar mal?!

No mesmo instante, o senhor o pegou pelo braço e o jogou para fora do restaurante com toda a força, fazendo o rapaz voar longe. Lilac, ao ver o ocorrido, disse:

— Ei, isso não se faz, Sayn!

— Mantenho meu negócio com quem quer consumir e não com quem quer falar mal. Simples assim, como manda o boleto pago. Não gostou? Vá comer em outro lugar!

Milla não perdeu tempo e logo foi acudir Viktor, o ajudando a se levantar.

— Viktorius, você está bem?

— Estou sim, Milla. Obrigado — ele disse, se levantando. — Mas como é que esse senhor tem tanta força assim?!

— Esse moço deveria ser mais educado. Você não fez nada.

— Sim. Mas tudo bem. Um dia desses eu volto aqui pra falar com ele quando estiver mais calmo.

— Tu tem que ser muito burro pra tentar falar com esse cara. Muito bronco! — falou Carol. — Ratinho cozinheiro só funciona em filmes, tá?

— Mas como é que um senhor rato como ele conseguiu me jogar com toda a facilidade do mundo?

— Ele era um monge, Viktor — respondeu Lilac.

— Um monge? Ele era um artista marcial?! Então meditava e seguia rituais de pureza e tal?

— Essas parada mesmo! — concluiu Carol. — Mas o tiozin enfezado aí deve ter aloprado de verdade. Senão tava em Shuigang até agora, naquele gelo.

— Nossa! — ele pensou em seguida. — “Mas como pode ser isso?! Ele deve ter uns 30 centímetros de altura!”

Logo após o incidente, o grupo se reuniu no saguão do shopping.

Entretanto, para surpresa de Carol, seu localizador, aquele que ela utilizou na floresta da noite passada, soou em seu bolso. Rapidamente o pegou, dizendo:

— Lilac! Olha só!

— Hã? O localizador está dizendo que tem uma pedra aqui na cidade?

— Isso mesmo, purpulinda! Caraca, vamo nessa!

Viktor não sabia do assunto. Por isso perguntou:

— Pedra? Como assim?

— Longa história, cozinheiro — disse Carol, caminhando com a dragão. — Rápido, Lilac.

— Sim, vamos! — ela falou à canina em seguida. — Milla, tome esse comunicador. Coloque na sua orelha e cuide do Viktor pra nós, tudo bem?

— Tudo bem. Cuidem-se, meninas — disse Milla, segurando no braço do rapaz.

Sem perda de tempo, Lilac e Carol correram em direção à saída. A urgência era muita.

Viktor, sem entender nada, perguntou:

— Milla, o que está acontecendo?

— Nós precisamos recuperar os fragmentos da pedra do reino que se despedaçou. Eles têm muito poder e alguém pode usar pra fazer o mal.

— Espere. Isso seria um tipo de pedra mágica ou coisa assim?

— É, mais ou menos. Eu não sei bem, mas o Royal Magister deu essa missão pra gente.

— Ah, sim. Entendi. Ou não, sei lá. Nunca vi algo assim na minha vida.

As dúvidas ficaram no ar, mas a missão continuou.

Enquanto isso.
Centro da cidade de Shang Tu | Início da tarde

Carol, guiando sua moto pelas ruas da cidade, usou o localizador a todo instante. E, via comunicador, entrou em contato com a dragão.

— Lilac, tá me ouvindo?

— Sim, Carol. O que foi?

— O sinal tá mais fraco, mas o pedaço da jóia ainda tá na cidade

— Aqui está forte. Estou no lado oeste da cidade.

— Tô perto da arena de Shang Tu. Tá cheio de gente aqui. Tá tendo a inscrição daquele torneio de artes marciais.

— Você sabe que fomos informadas em não participar desse torneio. Então nada de ficar animada. Nós não podemos, entendeu?

— Tá, tendi. E como tão as coisa aí?

— Carol, o sinal voltou a ficar fraco.

— E aqui agora tá forte. Isso tá muito estranho.

— Estranho nada. Tem gente usando a pedra. Alguém que sabe que ela é poderosa.

— Ih, lascou. Por isso que o localizador deu ruim. Fica ligada aí que tá tenso o bagulho.

— Você também.

As duas seguiram com a procura pelas redondezas da região, em busca do resquício perdido.

Enquanto isso…

Milla, caminhando tranquilamente com Viktor pela calçada em frente ao shopping, segurando em seu braço, percebeu algo.

Como seus instintos eram acima da média, pressentiu que:

— Nossa, tem uma pedra por perto!

— Hã? Tem certeza?

— Tenho sim.

Ela então, pressionando sua orelha, usou o comunicador. Ela logo falou com:

— Lilac, tem uma pedra aqui perto de onde estou.

— Você tem certeza, Milla?

— Sim. Eu senti a presença dela.

— Tudo bem. Onde você está?

— Estou perto do shopping. Viktor está comigo aqui.

— Tudo bem, mas proteja-o. Ele não tem nada a ver com isso.

— Tudo bem, pode deixar.

O rapaz, preocupado, falou:

— Milla, vamos pegar a pedra então.

— Não posso te envolver nisso, Viktorius. Não é certo.

— Não é certo eu te deixar fazer isso sozinha. Vamos, pra que lado você disse que sentiu a pedra?

— Viktorius, melhor não. Deixa a Lilac chegar.

— Milla, isso é uma coisa muito importante pra vocês. Já que eu terei de ficar aqui até que achem uma maneira de eu voltar, eu preciso ajudar vocês no que for preciso.

— Mas… — a pequena ficou receosa.

— Vamos, Milla. Pra onde temos que ir?

— Olha, eu acho que está nesse beco.

— Muito bem, vamos nessa!

O voluntarismo de Viktor cativou Milla, mas isso poderia lhe custar caro.

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Olá, eu sou Hunter X!

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