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Depois de tanto Viktor insistir em ajudar, Milla acabou cedendo.

Todavia, isso ia contra o que Lilac havia pedido à pequena.

Viktor tinha boas intenções, ademais. Porém isso poderia trazer problemas.

Às pressas, os dois seguiram com o combinado entre eles, com a canina indo na frente, fazendo uso de seu faro.

Logo chegaram em um beco, que desembocou em uma bifurcação.

Milla, confusa, disse:

— Estranho. O cheiro sumiu.

— O que?

— Do nada eu perdi o cheiro. Agora não sei pra qual lado ir.

— Ah, sem problemas, Milla. Cada um vai pra um lado. Eu vou pela esquerda.

Mais um motivo para Milla ficar receosa.

— Viktorius, você acha que isso é certo?

— Porque não seria?

— Vamos ficar longe um do outro. Isso pode ser perigoso.

— Não se preocupe, Milla. Precisamos achar essa pedra logo. E em breve nós nos encontraremos aqui outra vez.

— Mas não é disso que estou falando. É que você não conhece a cidade e… — ela foi interrompida em seguida.

— Acalme-se, senhorita Basset. Eu sei me defender. Lembra que eu disse que treino karatê? Então fique tranquila com isso, tudo bem?

— Tá bom — ela disse, com uma das orelhas para cima. — mas tome cuidado.

— Pode deixar.

Cada um então seguiu para os caminhos, com Milla tentando farejar onde estaria a tal pedra na direita e Viktor seguindo para o outro lado.

Ela, ao adentrar a um beco sujo e escuro, típico daqueles de cidades chinesas do nosso mundo, disse:

— Aqui é um lugar bem típico de um filme de terror. E eu odeio filmes de terror. A Carol insiste em assistir esse tipo de filme e eu sempre fico abraçada a Lilac nesses momentos. E agora é real. Cadê essa pedra, poxa?

Pelo lado de Viktor, as coisas estavam um pouco mais tranquilas, pois o beco era bem iluminado e limpo.

— Estranho. Para um lugar escondido, aqui está parecendo uma trilha turística. Bem, isso vai me ajudar na procura.

Porém, ao chegar em um beco sem saída, ele avista seis indivíduos, de espécies sortidas do planeta Avalice, um pouco suspeitos. Todos trajavam roupas que remetem à moda chinesa.

O rapaz então caminha para até entre eles, dizendo:

— Pessoal, boa tarde. Será que vocês viram algum tipo de pedra mágica por aqui?

E um desses indivíduos, que se parecia com um cachorro preto, a exemplo dos outros cinco, logo tomou a palavra.

— Quem é você, idiota? Porque fez essa pergunta?

— Peço desculpas pela minha falta de respeito. Me chamo Viktor. Prazer.

— Hahaha! — ele gargalhou, rodeando o humano em seguida. — Olha só o jeito desse cara falar, gente! Que fracassado!

Logo todos começam a rir de Viktor. O jovem não demorou para se impor.

— Qual é a graça, pessoal? Só fiz uma pergunta simples.

— Você é uma piada, retardado! Mas estou de bom humor hoje. Então, caia fora!

— Claro que irei — disse o jovem, cruzando os braços. — Assim que você responder a minha pergunta.

Logo o semblante de todos ficou irritado, entendendo que Viktor estava mesmo falando sério e estendendo um pouco mais a insistência.

A conversa prosseguiu, em um tom mais intimidador.

— Você não tem noção do perigo que está correndo, idiota. Vai dando o fora daqui!

— E minha resposta? Ou devo insinuar que vocês estão com essa pedra e não querem dizer?

— Você teve sua chance, retardado! — gritou o arruaceiro, correndo em direção a Viktor.

O canino então executou um soco mirando o rosto de Viktor, que se esquivou facilmente, desviando para seu lado direito.

Durante o movimento evasivo, o jovem emendou um contra-ataque: segurando o braço de seu agressor, o arremessou para longe, sobre uma lata de lixo alí próximo.

A atitude do carateca chamou a atenção dos demais, que correram para atacá-lo. Mas Viktor, mostrando maestria em seus movimentos, conseguiu evitar cada golpe executado pelos arruaceiros; usou esquivas e bloqueios, todos efetivos.

O jovem humano não ficou parado. Usando de um repertório preciso de socos e chutes, o jovem conseguiu neutralizar a todos usando suas técnicas de karatê: após os golpes ofensivos de seus adversários, ele respondia com movimentos certeiros nas boca do estômago de cada um, preservando sua integridade.

Viktor, se aproximando de um dos arruaceiros, definiu o diálogo que levaria ao desenrolar da história.

— Pronto. Já nos conhecemos bem dessa vez. Agora digam: cadê a pedra?

A integridade preservada foi a dele, mas os arruaceiros ainda sentiam dores, todos deitados ao chão. E um deles, apontando para a retaguarda do rapaz, falou:

— Seu miserável… Ah… está com ele!

O jovem então se virou, se surpreendendo: Era um outro canino, só que dessa vez maior e mais forte, trajando uma vestimenta do mesmo padrão chinês, só que de cor preta.

Viktor logo perguntou:

— Então é você que está com a pedra?

— Porque derrubou meus capangas, imbecil?

— Porque eles me atacaram. E então, vai responder minha pergunta?

— Você não tem noção onde se meteu, idiota.

— Só me entregue a pedra e tudo vai ficar bem. Eu não tenho nada contra vo… — ele foi interrompido abruptamente.

E antes que pudesse terminar sua fase, eis que essa tal pessoa retirou de dentro de seu bolso um fragmento da pedra do reino.

Imediatamente após a ação, a pedra emanou uma luz branca, envolvendo o corpo do canino.

Ele, já dominado por toda a energia, disse:

— Você vai morrer hoje, estrangeiro.

Sem perder tempo, o canino de vestimentas pretas apareceu em questão de segundos na frente de Viktor que, surpreso, tentou se defender.

Mas Viktor estava diante de uma ameaça inimaginável em seu mundo. Então o enfrentamento era inútil.

— “O que está acontecendo aqui? — ele pensou, segundos antes de ser atingido. — Nunca vi coisa assim na minha vida!”

E antes que fosse golpeado, como um raio Lilac apareceu entre os dois. Suas botas estavam repletas de faíscas após frear, assim como seus braços e mãos.

Sem perder um milissegundo sequer, ela golpeou o canino com um chute, o jogando para trás, conseguindo acudir Viktor.

Ela, na frente do rapaz, explanou:

— Viktor, você está bem?

— Hã?! B-bem… — ele tentou se restabelecer — Ah, estou sim, Lilac. Mas o que está acontecendo?!

— Te explico melhor depois. No momento, eu terei de lutar contra esse brutamontes.

— O que? Você, sozinha? Esse cara tem o dobro do seu tamanho!

— Isso não é um problema — ela falou, estalando os dedos, olhando para seu adversário. — E então, Yan Shu, vou ter que te mandar de volta para Xihan Zone a força outra vez?

Tratava-se de Yan Shu, um dos líderes escolhidos pelo Clã Uhma, grupo de criminosos de uma das regiões de Shang Tu.

Ele se levantava lentamente rangendo os dentes.

— Ah, então essa é você, Sash Lilac, a dragão púrpura? Que sorte que estou hoje!

— Não me importa o que você tem a dizer. Só me entregue a pedra, eu sei que está com ela!

– Hahaha! — ele gargalhou, eloquente. — Sua presença aqui me incomoda, mas terei um imenso prazer de te esmagar!

— Isso é o que veremos! — Lilac disse, se colocando em base de luta.

Yan Shu mais uma vez usou o poder da pedra, aparecendo como mágica à frente de Lilac.

Sem perder tempo, ele executou um soco logo após seu último movimento, mas a dragão se esquivou facilmente do ataque, tão rápido quanto seu agressor. A velocidade da dragão era natural, não lhe causando nenhuma estafa.

Ela, usando de seu poder super sônico, rodeou pelo flanco do canino arruaceiro, lhe atacando por trás com um violento em suas costas, fazendo com que fosse arremessado para cima.

Ela, aproveitando, pulou até Yan Shu e executou um de seus golpes mais poderosos:

— Tome isso! Ciclone! — ela gritou, enquanto seu movimento em rodopio contínuo era aplicado.

Yan Shu é acertado inúmeras vezes no ar por Lilac que, ao terminar seu ataque, se concentrou no ar: foi o momento que ela o golpeou ferozmente com sua habilidade especial mais poderosa:

— Impulso do Dragão!

Lilac, a toda velocidade, atingiu seu oponente, não dando chances de defesa a Yan Shu.

O movimento sônico da dragão fez com que perdesse toda e qualquer forma de defesa ou contra ataque, já que se baseava em um fortíssimo golpe contundente motivado por inércia e deslocamento de massa.

Ao fim, o canino teve uma aterrissagem bem desagradável.

Tonto e derrotado, tentou se levantar, impedido pela dragão.

— Acho que você deveria me entregar essa pedra agora — disse Lilac, ainda em base de luta.

— Sua dragão detestável!

— E então, como vai ser? — a dragão cerrou seus punhos.

Ele então pegou a pedra, quase estendendo sua mão para entregá-la.

Mas, durante a ação, eis que Carol apareceu, montada em sua moto.

A felina, com um sorriso no rosto, diz:

— Nossa, tu deu um baita sacode no maromba aí, hein. Pena que eu não vi — disse a felina, se aproximando de Yan Shu, que ainda estava no chão. — Onde tá sua força agora, bodybuilder?

— O Yan Shu estava com a pedra, Carol. Tentou atacar o Viktor também.

— Caraca, sério? Haha, quero ver ele fazer Birl agora! Tá, mas cadê o piá?

Foi uma pergunta pertinente da gata tagarela, ao menos.

E as duas puderam ver Viktor completamente estático logo ao fundo. O jovem parecia estar atônito com o que tinha acabado de ver.

Esse comportamento preocupou Carol.

— Ei, Piá. Tu tá bem, cara? Tá travadão aí, sem falar nada. Que houve?

— Mas o que…? Como…? — ele custava acreditar no que aconteceu. — Como é que a Lilac fez isso tudo?!

— Hã? Como assim?

— A Lilac parecia um raio, atacou ele e o derrotou em segundos. E eu não conseguiria evitar o ataque dele se não fosse ela me salvando!

— Ora, é o que ela faz de melhor — disse Carol, abraçando sua amiga. — Lilac, a heroína do planeta! Pede autógrafo depois, nyah!

— Carol, deixa de ser boba — disse a dragão, olhando para o canino. — E você, Yan Shu, me dê a pedra.

Mas Yan Shu tinha outro plano.

Frustrado por ter sido derrotado por Lilac, ele jogou a pedra em uma caçamba de lixo alí próximo. E estava cheia que até transbordava.

Carol, bastante irritada, mostrou esse sentimento.

— Ah que manezão, pô! Agora vamo ter que limpar a pedra toda. Mó vacilão do caramba!

— Yan Shu, como você é desprezível! — disse Lilac, sentindo nojo.

Ele se levantou, se juntando a seus capangas em seguida. O grupo de arruaceiros realizou sua retirada, mas não sem antes Yan Shu dizer:

— Eu ainda me vingarei dessa humilhação, Lilac! Você verá! Todos vocês, inclusive esse estrangeiro idiota!

Milla, que estava procurando pelo outro lado, apareceu no beco onde todos estavam logo que os membros do clã fugiram.

Olhando para as demais, ela então perguntou:

— Oi, garotas. Conseguiram encontrar a pedra?

— Sim, mas o pulguento do Yan Shu jogou a pedra no latão!

– Ah, deixa que eu pego, Carol. Espera um pouco.

Mas antes que Milla pudesse ajudá-las, eis que da lata de lixo surgiu uma criatura monstruosa formada de lixo. Foi inesperado e sem cerimônias, surpresa total.

Logo a criatura tomou uma forma humanóide, assustando a todos, Carol não demorou para se manifestar.

— Ih, caraca! Olha o bicho chegando!

— Rápido! Temos que deter essa coisa! — disse Lilac, já se preparando para lutar.

— Falar é fácil, diva linda. Olha o tamanho dessa coisa!

— Estou vendo, Carol. Vamos precisar agir juntas para derrotá-la!

— Ah que falta faz uma bomba, né? Uma só já era o suficiente. Seria muito bom a gente ter um botão para apertar e um gambé usando uma bazooka aparecer e salvar o dia.

— Carol, para de viajar! Isso não existe!

— Eu sei, mas não custa sonhar, né?

E, do nada, surpreendendo a todos, era possível ver a moto de Carol sendo guiada por Viktor que, num movimento digno de filmes, engatou a última marcha e jogou a moto da felina verde contra a criatura, pulando da garupa em seguida.

A moto atingiu o monstro e explodiu, acabando de vez com a ameaça.

Logo o fragmento da pedra vai ao chão, sendo pego por Milla.

— Olha, a pedra! Eu peguei! Viktorius nos ajudou!

O rapaz, se levantando lentamente, ficou aliviado por ter sucesso na manobra.

– Ufa, ainda bem que deu certo.

Entretanto aquilo teria um efeito. E dos piores possíveis.

— Viktor, porque fez isso? — perguntou Lilac, preocupada.

— Eu ouvi Carol dizer que uma bomba poderia acabar com a criatura de uma vez só e vi que a única coisa que poderia ajudar era a moto.

— Mas Viktor… — ela foi interrompida.

— Não precisa agradecer, Lilac. Eu fiz pra ajudar.

— Não, Viktor. Não era isso que eu iria dizer.

— Então o que seria?

— Olha a Carol — disse, apontando para a gata.

Foi nesse momento que todos puderam ver Carol, que não estava mesmo com o melhor semblante.

Ela estava pasma, tentando raciocinar e tentar acreditar que tudo aquilo tinha mesmo acontecido.

— Lilac, ele fez isso mesmo? Tipo, tudo que eu vi aconteceu mesmo, não é flashback nem efeito especial? Eu não tô vendo coisas? A minha moto explodiu de vez, tudão? Eu tô a pé agora? Vô ter que pegar busão?

— Olha, Carol… Eu não sei o que dizer…

— Diz o que eu quero ouvir, Lilac! Diz, na sinceridade. Diz!

— Sua moto explodiu. É isso!

Carol parecia ter perdido um grande amigo naquele minuto. Seu nível de estresse estava em um nível muito acima do normal, quase mudando de cor.

Viktor, percebendo que Carol estava mal, tentou divagar.

— Carol, eu sinto muito pela sua moto, mas foi o único jeito.

— Piá, a Lilac já derrotou aeronaves, robôs gigantes, amoebas, um dragão ancestral de verdade, o Lord Brevon, o Chuck Nóia, o John Cena tem um autógrafo dela. Acha mesmo que ela e eu não poderíamos vencer aquele monstro?

— Mas eu fiz no calor da batalha. Para ajudar vocês.

Carol então respirou fundo, como se quisesse evitar o pior.

Ela, olhando para Viktor de uma forma bem intimidadora, deixou claro sua insatisfação.

— Viktor, amiguinho lindo que gosta de cozinhar, como sou sua amiguinha linda fofinha e lindinha, vou te dar dez segundos de vantagem pra você correr e se esconder de mim, tá? Começando agora.

— Carol? Você está falando sério?

— Um, dois, três…

— Lilac, o que eu faço?

— Acho melhor você correr como nunca correu na vida, Viktor — disse a dragão, deixando claro de que não tinha controle da situação

— Sério mesmo?!

E Carol não parou a contagem.

— Cinco, seis…

Viktor então correu como nunca para fora do beco, percebendo que estava mesmo correndo perigo.

Era muito visível seu desespero, pois seu rosto deixou isso muito evidente.

Carol então chegou até dez em sua contagem e, da forma mais tranquila e segura do mundo, caminhava até Milla.

— Milla, onde o piá se escondeu? — perguntou Carol.

— Ele se escondeu na lata de lixo do outro lado da avenida perto do shopping.

— Muito obrigado, Milla. Só que dessa vez sem nyah.

— Carol, isso não é justo! — disse Lilac, irritada com sua amiga.

— Ah, vai plantar batata, heroína!

A gata selvagem estava muito irritada, sem dúvidas.

Horas depois…
Floresta do Dragão
Casa da árvore de Lilac | 22:00

A noite estava bem tranquila dentro da casa.

As garotas já se aprontavam para dormir.

Milla estava escovando seus dentes, enquanto Lilac e Carol conversavam no quarto.

— Lilac, tu deu a pedra ao Royal Magister?

— Sim. Os cientistas isolaram a pedra com os outros fragmentos que encontramos esses dias.

— Belezin. Nossa, que dia cheio. Tô morta de sono, putz.

— Eu também. Que bom que conseguimos pegar mais uma.

— É. Menos um problema no mundo. Bem, boa noite, Lilac — disse, abrindo a porta do quarto das garotas em seguida. — Milla? Tá aí?

— Estou sim. Entrei agora. Tô na cama já.

— Que bom. Boa noite, Milla.

— Boa noite, Carol.

— Brigadin, nyah!

Após o boa noite, Carol e Lilac deitam em suas camas.

Mas Carol se lembrou de algo, indo até a sala e, como consequência, até a janela, dizendo:

— Boa noite, piá. Bons sonhos.

Viktor estava amarrado de ponta cabeça, amordaçado e com as mãos presas. Ele tentava falar algo, mas era inútil.

Foi nesse momento que Lilac apareceu ao lado de Carol, dizendo:

— Carol, temos que tirá-lo daí.

— Não, Lilac — a gata disse, fechando a janela. — Ele vai passar a noite aí. Ele tá bem e longe de problemas. Não tem bicho papão.

— Mas Carol…

— Tô falando que ele tá bem! Vai dormir, lilac! AGORA!

A dragão colocou “o rabo entre as pernas” após o grito de sua amiga furiosa e voltou para o quarto aterrorizada, sendo seguida por ela.

— Ninguém mexe na minha moto!

A moto de Carol é um item valiosíssimo da gata tagarela. É praticamente uma extensão de seu corpo.

E sim, ela morre de ciúmes de sua máquina.

A história vai continuar em breve, com mais aventuras.

E provavelmente nada será como antes.

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