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Capítulo 6

Votação

Tradutor: Zekaev

Tudo bem, vamos pôr em votação, então.

Já era noite novamente.

Lucraram bastante nesse dia e, como de costume, ocuparam um cantinho na Sherry. Haruhiro e seu grupo retomaram o assunto da noite anterior.

Seus pedidos – as bebidas – já estavam sobre a mesa, mas ninguém tocou nelas.

Haruhiro olhou para o rosto de cada um de seus companheiros.

Ranta, com os braços cruzados, fazia pose de importante, com um ar presunçoso.

Moguzo mantinha uma expressão severa, certamente estava muito tenso.

Shihori olhava para baixo.

Yumi parecia estar rezando para que isso acabasse logo.

Mary tinha o típico semblante calmo.

Haruhiro suspirou profundamente. — O assunto é se participamos, ou não, da Operação “Cobra de Duas Cabeças”. Quem for a favor, levante a mão.

Sim! — Ranta imediatamente ergueu as duas mãos.

Moguzo o seguiu.

Yumi manteve a mão sobre a mesa, levantou-a um pouco, entretanto, abaixou-a novamente.

Mary estacou, completamente imóvel.

Quando Haruhiro gentilmente levantou a mão, Shihori também o fez, como se fosse arrastada.

… Huh. — Disse ela, olhando para sua própria mão e a do Haruhiro.

… Hoh. — Yumi não pôde esconder o fato de estar surpresa.

Os olhos de Mary se arregalaram. — … Huh?

Moguzo piscou repetidamente, inclinando a cabeça para o lado. — Hm?

O qu- — Ranta saltou da cadeira, os olhos correndo ao redor enquanto contava o número de mãos. — Um, dois, três, quatro, cinco… Cinco?!

Não, Ranta, você contou suas duas mãos. — Disse Haruhiro.

Huhh?! Eu não! Como se eu fosse fazer isso! Não, espere, acho que eu fiz mesmo. Sim, eu fiz. Então, o que… são quatro? Quatro. Isso já é a maioria, hein.

Sim, é mais ou menos isso. — Disse Haruhiro. — Então, está resolvido. Aceitaremos o pedido.

C-Certo. — Disse Ranta, parecendo inseguro.

O quê? — Haruhiro perguntou. — Foi isso que votamos. Então qual é o problema?

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Eu não tenho nenhum problema com isso… Mas, espere! Haruhiro! Você é mesmo a favor?! Por quê?! — Ranta exclamou.

Você é surdo? O que importa é que eu estou dentro.

Quieto! Você é muito chato! Quer saber… tanto faz! Você é covarde até os ossos, aposto que está tramando algo, não é? Não, não me diga! Agora eu entendi! Você percebeu que perderia a votação mesmo se votasse contra, então você imaginou que abalaria menos se votasse a favor, ou algo assim! Ráh, bem no alvo! Isso é tão sua cara! — Ranta deu repetidos tapinhas no ombro de Haruhiro.

Isso dói, sabe, sua mão é bem pesada. Espere um pouco, então é isso? Você está me provocando. Por que você tem que ser assim? Ah, é porque você é Ranta, não é?

— … ainda não acabou. — Disse Haruhiro, afastando a mão de Ranta. — E também não é isso que estou pensando. Até porque se eu fosse contra, não teríamos a maioria.

Não precisa ser tão detalhista. — Ranta zombou. — O que você é, uma lupa?

Lupas não falam.

Viu só, isso é ser detalhista.

Você é muito impreciso.

E sou um ser magnânimo, por isso não me preocupo com as pequenas coisas! — Ranta exclamou. — Eu sou um REI! Afinal, EU sou digno da realeza!

Não, eu não acho que seja o caso. — Mary o corrigiu friamente.

Urkh… — Ranta ficou em silêncio, mas se recuperou rapidamente. — Bem, o que então?! Haruhiro! Por que você votou a favor?! Prove que é corajoso! Vamos lá, dê-nos a honra de seu vômito!

Yumi fez uma careta. — Isso é nojento…

… Sim… sua própria existência é… — Shihori disse, olhando para Ranta como se vislumbrasse a encarnação da indecência.

Espere, “sua própria existência é”? Haruhiro pensou. Pegou pesado aí, Shihori! Bem, Ranta não parece se importar, então está tudo bem, eu acho. Ainda assim, é impressionante o fato de ele aceitar isso. Se ela dissesse isso para mim, eu ficaria muito triste e teria dificuldades em me recuperar.

Eu gostaria de saber… — Moguzo tomou um gole de sua cerveja. — Também gostaria de saber o seu motivo… se possível. Achei que você era contra porque se preocupava com todos nós. Você sabe… já que você é nosso líder.

Nah, ele é um lixo! — Ranta bebeu sua cerveja e gargalhou com vontade.

Isso não é verdade. — Protestou Moguzo. — Haruhiro está tentando o seu melhor por nós!

Sim, isso mesmo! Moguzo está certo! Haruzinho está fazendo um ótimo trabalho! — Yumi acrescentou.

… Eu também acho. — Shihori acrescentou.

Concordo. — Mary terminou.

O que é isso? — Ranta gritou. — Fazendo complôzinho contra mim hein?! Bem, eu não me importo, não faz a mínima diferença! Que seja!

Haruhiro cobriu a boca com a mão. Ah… cara, na boa… Devo estar sorrindo feito um idiota agora. De alguma forma, eles estão me estão me superestimando…? Bem, a opinião de Ranta foi um pouco inadequada. Então, como sempre, Ranta está bem por fora do assunto.

Mas não é hora de gastar tempo pensando nisso.

Haruhiro tossiu educadamente. — Há vários motivos…

Acho que estou um pouco preocupado com a Choco.

Ele não sabia muito sobre o grupo de Choco, mas tinha certeza de que não eram novatos hiper competentes como o Time do Renji. Se fossem, Haruhiro teria ouvido falar deles.

O grupo de Haruhiro não é particularmente forte, mas se um grupo ainda mais inexperiente planejava se juntar a uma operação para atacar uma fortaleza orc, isso é simplesmente imprudente – indiscutivelmente muito perigoso.

Com isso em mente, mesmo que também entrassem na operação, não significa que ele poderia proteger a Choco. Afinal, eles integram grupos diferentes. Mas se estivesse por perto quando algo acontecesse, poderia ajudar um pouco.

No entanto, eu não posso dizer isso com total certeza.

Não posso dizer isso aos meus companheiros de equipe, é claro que não.

Afinal, a presença de Choco era apenas um bônus.

Além disso, Haruhiro decidiu que eles deveriam aceitar o pedido para seu próprio bem.

Primeiro, tem essa recompensa. — Disse ele. — O fato de que receberemos um ouro entre o pagamento adiantado e quando a missão for concluída já representa um grande negócio. E, se não for concluído em um dia, receberemos uma diária de 30 pratas a partir do segundo dia. Além disso, há uma possível compensação especial concedida em batalha, não é Ranta?

Sim. — Disse Ranta, encolhendo os ombros. Ele provavelmente estava tentando parecer legal, mas não obteve êxito. — Se derrubarmos inimigos fortes, como um comandante, eu acho. Parece que tem umas compensações especiais pra essas coisas.

Bem, eu não acho que precisamos propositalmente focar neles. — Disse Haruhiro, batendo as mãos na mesa. — E esse é o ponto.

Hmm? — Yumi perguntou, franzindo o rosto e inclinando a cabeça para o lado. — Qual é “o ponto”?

Sabe, nessa missão, somos pagos apenas por participar, certo? — Haruhiro perguntou. — Mesmo que não possamos realizar nada, receberemos o pagamento fixo. Se as coisas ficarem ruins, não temos que fazer nenhuma loucura.

Covarde! — Ranta mostrou-lhe o dedo do meio e a língua. — Seu perdedor!

Me chame do que quiser. Eu não me importo.

Haruhiro, seu fraco! — Ranta gritou.

Uhum.

Seu pedaço de merda!

— … ah, sério?! Isso é tudo?!

Você também é pequeno! — Ranta acrescentou.

Isso não tem nada a ver!

Pequeno…? — Yumi perguntou, estufando uma de suas bochechas e inclinando a cabeça para o lado.

… Y-Yumi, ele quer dizer… — Shihori começou.

O que Shihori estava tentando explicar a ela em um sussurro? Haruhiro estava curioso.

De qualquer forma… — Disse Haruhiro, coçando a cabeça.

Ele sofreu muito com a angústia de ter que tomar essa decisão. Descobrir que o grupo de Choco estaria participando da operação apenas lhe deu uma desculpa. Foi apenas isso: uma desculpa. Esta foi a decisão que ele tomou depois daquela crise de ansiedade.

Em vez de tentar uma demonstração gloriosa de heroísmo, é melhor se todos nós sairmos dessa sãos e salvos. — Haruhiro continuou. — É isso que eu penso. Mas nosso trabalho não é tão fácil, é inevitável nos deparamos com uma ou outra situação perigosa. Se quisermos sobreviver neste ambiente hostil, temos que ficar mais fortes. Precisamos de mais experiência. É comum ouvir dizer que você não é um soldado de verdade até que tenha matado um orc. Então chegará um momento em que teremos que nos desafiar e enfrentar os orcs. Já que é assim, por que não agora? Durante esta operação, teremos outros soldados voluntários conosco, então não é tão ruim quanto parece, certo?

Shihori engoliu em seco.

Ooh. — Yumi exclamou. Seus olhos se arregalaram de excitação.

Moguzo olhou atentamente para Haruhiro enquanto Mary ouvia em silêncio.

Heh, heh, heh, heh, heh, heh… — Ranta de repente deu um sorriso perverso. — Wahahahaha! Gwahahahaha! Haruhirooo! Você deve estar muuuuuiito desesperado, não é?! Sério, isso é lamentável… patético! Frangote… você devia ter vergonha da própria existência! Hmmmm?

… ah, você de novo. É realmente incrível como consegue sobreviver com essa sua personalidade deplorável.

— “Personalidade deplorável”? Como é que é? Do que você está falando? Eu só ressaltei os fatos, a verdade, entendeu?

Na próxima vez que eu ver essa linha, se ela estiver atrás do Ranta, não vou hesitar em dar uma boa apunhalada nele.

Mas eu tenho que me controlar. Sim. É isso. Paciência, paciência, paciência, paciência… Se eu der mais atenção a ele, só vai piorar. Ignore, apenas ignore, deixe passar.

Além disso […] — Haruhiro disse em voz alta. — […] fale o que quiser sobre nós, ainda seremos o grupo que matou o Deathpatch. Além disso, o castelo de Capomorti também é conhecido pelo nome “Deadhead”. Os nomes são parecidos. Não sei… você não acha que é um sinal? Talvez?

Uau! — O enorme corpo de Moguzo inclinou para trás. Sua surpresa era inegável, e acabou surpreendendo Haruhiro também. — N-agora que você mencionou, isso faz sentido! Deathpach e Deadhead… Eu não tinha percebido…!

Yumi parecia animada. — Uau. Yumi também. Yumi também. Está certo. Deathbach e Deckrat, eles são muito parecidos.

… Não é Deckrat, é Deadhead, entendeu? — Haruhiro a corrigiu, como se fosse uma obrigação indubitável. — Esses dois nomes realmente tem uma pronúncia muito parecida, porém… De qualquer forma, você é contra ou a favor, Yumi?

Hmmmeeow. — Disse Yumi. — Se todos disserem que vão fazer isso, sabe, Yumi vai pensar que não há problema em tentar também.

E você, Mary?. — Ele perguntou.

Mary acenou com a cabeça com algo semelhante a um sorriso. — Se foi isso que todos decidiram, tudo bem. Vou fazer tudo o que puder para mantê-los todos vivos.

M-eu também! — Moguzo bateu em seu peito. — Minha função é diferente da de Mary, mas se eu fizer meu trabalho direito, isso ajuda a proteger todos! Vou fazer o meu melhor!

Bem, então… — Ranta sorriu. — É unânime. Todos são a favor, certo?

Ranta: o portador do super sorriso hiper irritante. Ah, como eu invejo essa habilidade dele.

Não, na verdade não.

Haruhiro ergueu sua caneca de porcelana cheia de hidromel. — Então está decidido.

Olá, eu sou o Asu!

Olá, eu sou o Asu!

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