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Os exercícios serviram muito bem para Alexander se acostumar com o seu corpo atual e se alongar. Mas o custo por isso foi ficar bem cansado, pois se exercitar da maneira certa gastou muita energia, ou melhor, muita stamina.

Ao olhar o seu status, ele verificou que sua stamina estava bem próxima de zero. E ao perceber o quão perigoso isso poderia ser, resolveu fazer uma pausa para se recuperar.

Após refletir um pouco, Alexander decidiu usar essa oportunidade para tentar estimar quanto tempo levava para a sua estamina se recuperar, porque mesmo sem conseguir ter uma grande precisão, devido à falta de um relógio, uma estimativa ao menos lhe ajudaria a compreender melhor a sua situação. Mas como a sua recuperação de energia era relativamente lenta, ele resolveu ver a árvore de habilidades da sua classe. — Árvore de habilidades.



Árvore de habilidades da classe: Mago da Água (Aprendiz)

Feitiços básicos


|Jato d’água|: Dispara um jato d’água. Custo: (2) de mana e (1) de MP.

|Revigorar|: Cria uma massa d’água com propriedades mágicas que cura, limpa e desinfeta. Custo: (2) de mana e (1) de MP.


Aprendizagem e aprimoramento de feitiços básicos: (1) ponto de crescimento.

Obs: O requisito para subir a classe de nível é aprender os feitiços disponíveis e colocar ao menos um deles no nível máximo.


Alexander ficou bem feliz com a árvore de habilidades da sua classe. Mas desta vez a sua empolgação foi por um motivo completamente diferente de quando escolheu a classe {Mago}.

Se fosse antes, ele teria ficado empolgado por finalmente ter acesso a feitiços, mas sua empolgação atual era por ter encontrado novas ferramentas para sua sobrevivência, nada mais. Então depois de considerar um pouco, Alexander escolheu |Revigorar|, afinal esse feitiço poderia salvar a sua vida.

* Ding! *

[Você aprendeu o feitiço básico |Revigorar|]

Assim que usou seu ponto de crescimento para aprender |Revigorar|, as informações sobre o mesmo começaram a “invadir” sua cabeça. Ele não sabia como isso era possível, mas tinha certeza de que havia se tornado capaz de usar aquele feitiço.

Não tendo mais nada para fazer depois de gastar o seu único ponto de crescimento, Alexander apenas ficou sentado à sombra de uma árvore para recuperar os pontos de stamina que gastou se exercitando.

Depois de aproximadamente 2 horas de descanso, a energia dele voltou ao máximo e lhe mostrou que a sua recuperação de stamina era aproximadamente 4 pontos/hora.

Com a sua stamina de volta ao máximo, ele decidiu explorar um pouco a área além da clareira. Mas assim que deu um passo para fora da clareira, o som de notificação apareceu novamente.

* Ding! *

[Missão obtida.]

[Você pode ver as suas missões, ou acompanhar o progresso das mesmas, na aba de missões usando o comando “Missões”.]

O conteúdo desta notificação deixou Alexander muito feliz, porque era difícil não ficar remoendo a sua situação sem ter um objetivo claro.

Ele então abriu a nova aba para ver a missão que, felizmente, não era muito difícil. — Missões.



Missões

Sobreviva (Parte I)


Tipo da missão: sobrevivência

Descrição da missão: consiga o mínimo necessário para sobreviver e reúna informações sobre os seus arredores.

Recompensa(s): 50 de experiência; Recompensa(s) que variam dependendo da avaliação de conclusão da missão.

Tarefa extra: Consiga materiais excedentes à sua necessidade, mas que ainda sejam úteis para a sua sobrevivência. 

Recompensa(s) para a tarefa extra: Pacote bônus com item aleatório e XP.



Quando terminou de analisar todas as informações da missão, Alexander começou a procurar um galho razoavelmente grande e resistente na clareira. E ao encontrar um aceitável, quebrou-o na ponta menos robusta, o transformando em uma estaca, para ter algum meio de defesa fora da clareira.

Com a estaca na mão, ele deixou a clareira. Mas depois de dar alguns passos para fora dela, notou um problema: seu tamanho não lhe permitia usar a vegetação como camuflagem, e isso o deixaria vulnerável.

“Forçado” a voltar para a clareira e reavaliar a situação, Alexander se deparou com uma alternativa bem bizarra: usar o seu {Talento} e se tornar um monstro. 

Ele chegou a pensar em outras alternativas, mas a de usar o seu {Talento} ainda lhe pareceu a mais viável, pois a descrição do Goblin combinava perfeitamente com o seu atual ambiente.

Após decidir como proceder, Alexander foi ativar o seu {Talento}, mas percebeu que não sabia como fazer isso. Para sua surpresa, e sorte, o simples fato dele querer isso foi o suficiente para ativar o seu {Talento}

Com a ativação do seu {Talento}, ele sentiu a sua estrutura corporal diminuir e suas orelhas, nariz e unhas aumentarem.

O processo foi surpreendentemente rápido e indolor. Mesmo quando os seus ossos, possivelmente, foram compactados e/ou deslocados, não houve dor.

Quando o processo de metamorfose acabou, Alexander entendeu o porquê do seu (Charme) ser negativo. A sua aparência nessa forma não era agradável segundo nenhum dos padrões de beleza na sua memória.

Mas a aparência não era mais algo importante para Alexander, pois o apego às coisas da sua vida passada foi perdido. O importante era descobrir as diferenças entre as suas formas.

Tentando sentir as mudanças da sua nova forma, ele começou a se exercitar de novo, mas por muito menos tempo dessa vez, pois não queria gastar muita stamina.

Satisfeito com os seus preparativos, Alexander pegou a sua estaca/lança e saiu da clareira seguindo na direção do sol. O seu exercício leve foi o suficiente para controlar sua forma goblin, pois ela era apenas menor e mais ágil.

O primeiro objetivo da sua busca era simples, encontrar uma fonte de água potável próxima. Afinal, a água é o principal recurso para a maioria dos seres vivos.

— Lembro-me de ter lido em algum lugar que os jeitos mais simples de procurar água em um local desconhecido são:

  • Seguindo animais, pois eles sabem a sua localização. 
  • Se baseando na vegetação e nas pedras, pois quanto mais verdejantes forem, mais tendem a estar perto da umidade e da água.
  • Se baseando no relevo, pois terrenos mais baixos têm uma probabilidade maior de conter água devido a gravidade.
  • Radiestesia: uma técnica que visa sentir a “energia” emanada das coisas.

— Posso acabar encontrando predadores se tentar seguir um animal — rejeitou Alexander. 

— O relevo e a radiestesia também não são boas ideias — rejeitou ele novamente. — O terreno aqui é muito plano para procurar por partes mais baixas. E não tenho qualquer experiência em “sentir” as coisas.

Se valendo do método de escolha por eliminação, Alexander seguiu em frente procurando por vegetação e árvores mais verdejantes. 

Depois de andar um pouco, sempre na direção do sol, uma pedra com musgo verdejante, à sua esquerda, entrou no seu campo de visão. Ele então usou o musgo como referencial e passou a andar para a esquerda.

Após andar mais algum tempo na nova direção, o leve som de água corrente chegou aos seus ouvidos. Mas mesmo entusiasmado com a descoberta, Alexander ainda seguiu com calma na direção da água.

À medida que avançava, ficou claro que a vegetação estava ficando menos densa e mais verdejante. E quando a vegetação “se abriu”, foi possível ver um rio aparentemente raso, mas com certa velocidade na sua correnteza.

Parcialmente camuflado pela folhagem verde da vegetação, Alexander decidiu não ir direto ao rio. Ao invés disso, se abaixou em algumas folhagens e ficou observando o rio para ver se era o único por ali.

Mas como mesmo depois de observar por muito tempo não viu outras criaturas além de coelhos e javalis, que vinham ao rio para beber água, ele não viu perigo na área e decidiu ir beber um pouco de água como os animais.

Não houve qualquer problema na sua ida ao rio, mas mesmo assim Alexander voltou correndo para se camuflar nas folhagens e continuar a sua vigília de observação da região, pois não queria dar chance ao azar.

Ele passou tanto tempo sentado observando o rio que até perdeu a noção do tempo. Mas o sol, no meio do céu, foi seu aliado e lhe mostrou o horário.

Com o seu primeiro objetivo concluído, Alexander pensou em passar para o próximo objetivo, encontrar comida. Mas antes que pudesse se levantar, um grupo de três criaturas, bem parecidas com a sua forma atual, apareceu.

Ele imediatamente ficou o mais silencioso possível, sem nem mesmo ousar respirar alto, só sendo capaz usar |Avaliar| nas criaturas.

[{Goblin} Nv. 1] [{Goblin} Nv. 2] [{Goblin} Nv. 3]

Os goblins se aproximaram do rio e beberam água. Mas ao contrário daqueles que beberam a água do rio antes deles, eles tinham alguns recipientes.

Após encherem seus recipientes com água, os goblins foram embora. E Alexander, que se focou neles, os viu entrar em uma caverna na grande parede que parecia envolver todo o lugar.

Confirmando a presença de outras criaturas, ele resolveu esperar mais um pouco na sua posição e ver se mais alguma coisa se aproximava do rio.

Menos de meia hora após os goblins irem embora, duas criaturas, com a aparência de lobisomem peso pena, apareceram. Suas musculaturas eram finas e pareciam frágeis, mas as suas garras e presas pareciam afiadas.

Mesmo já tendo uma ideia de qual seria a espécie daquelas criaturas, Alexander mais uma vez optou pelo caminho seguro e utilizou |Avaliar|.

[{Kobold} Nv. 1] [{Kobold} Nv. 2]

Assim como os goblins, os kobolds também beberam um pouco de água, encheram recipientes improvisados e foram para uma caverna ainda mais longe do que a dos goblins. Mas fizeram todo o processo ainda mais rápido.

A rápida partida dos kobolds não deixou Alexander aliviado, bem pelo contrário, o deixou completamente apreensivo, pois essa rápida partida devia significar a aproximação de algo ainda mais perigoso. E com esse pensamento em mente, ele decidiu ficar mais um pouco escondido e ver se estava certo.

Cerca de dez minutos depois, um porco humanoide apareceu. Alexander não sabia explicar de onde vinha aquele sentimento, mas sentia que essa criatura podia enfrentar o trio de goblins ou a dupla de kobolds.

Como era de se esperar, Alexander utilizou |Avaliar| na criatura.

[{Ork (Jovem)} Nv. 3]

A criatura também bebeu água, encheu um recipiente e foi embora. Mas ao contrário de quando as outras criaturas foram embora, Alexander não conseguiu estimar para onde foi, e isso o deixou mais tranquilo. Porque significava que a probabilidade dela não morar perto da sua clareira era alta.

Lutando contra a vontade de ir procurar comida, ele persistiu na sua posição e esperou por mais algum tempo para ver se outra criatura viria beber água. Mas como mesmo depois de passar mais de 2 horas escondido nenhuma criatura apareceu, ele decidiu voltar para a clareira.

— Saí da clareira seguindo na direção do sol (Leste), mas em dado momento acabei virando para a esquerda (Norte) — analisou Alexander. — Então o jeito mais rápido de voltar é seguindo para sudoeste.

Com a direção definida, Alexander fez alguns pequenos ajustes para compensar a disparidade entre o quanto andou para leste e o quanto andou para norte, e foi em linha reta tentando chegar à clareira. Mas dessa vez não se esqueceu de deixar marcas nas árvores para marcar seu caminho.

Após alguns bons minutos de caminhada bem cuidadosa, Alexander conseguiu chegar à clareira e confirmar a direção da clareira em relação ao rio. Mas ele não descansou quando chegou, pois começou a procurar por rastros de outras criaturas na sua clareira, o que, felizmente, não encontrou.

Ao estimar um pouco usando a posição do sol, Alexander deduziu ser por volta de 02:00 (PM). O que deveria estar errado, pois haviam passado mais de duas horas desde o pico do sol no céu, ou seja, 00:00 (PM).

— O dia parece ser mais longo aqui… Talvez esse lugar esteja próximo ao ponto de inclinação para o sol — ponderou Alexander. — Mas isso não me parece certo. O clima aqui parece ser tropical e/ou subtropical.

Ao conjecturar que, provavelmente, ainda lhe restava algum tempo, ele decidiu voltar ao rio. Mas desta vez para caçar.

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