Assim que Alexander começou a voar em direção à ave de fogo, uma conexão mental foi estabelecida entre ele e Diana, que logo disse seu ultimato: — (Não vou fugir sem você. Prefiro morrer aqui com você.)
— (Todos, sem exceção, devem fugir) — respondeu Alexander assertivamente, de alguma forma sentindo toda a resolução dela. — (Você não pode voar para tentar pará-lo comigo. E já que é esse o caso, você só vai me fazer morrer mais rápido.)
— (Não vou abandoná-lo aqui) — repetiu ela.
— (Mesmo que eu provavelmente morra ao ficar para trás, ainda não desisti de sobreviver) — explicou ele. — (Mas a única possibilidade que consigo pensar para nossa sobrevivência é se encontrarmos a mãe ou o pai de Anna. E se vocês não forem na frente, a probabilidade disso acontecer é ainda menor.)
— (…) — Diana.
— (Eu sei que você provavelmente não gosta da ideia, mas ela ainda é a melhor opção para sobrevivermos) — persuadiu Alexander. — (Diga a Ocean e a Pequeno Preto para ativarem suas habilidades furiosas e correrem na direção que Anna indicar, enquanto protegem vocês, assim que eu der o sinal.)
Ao terminar de passar suas instruções a Diana, Alexander retirou e guardou a sua armadura e ficou entre seu grupo e o pássaro, que não pareceu levar Alexander muito a sério como uma ameaça. Provavelmente porque ele realmente não representava nenhuma ameaça à vida da criatura naquele momento…
Um pouco antes do pássaro começar a carbonizar e vaporizar o “pequeno estorvo” à sua frente, Alexander conseguiu estabelecer uma comunicação mental e avaliar a gigantesca ave.
[{Pássaro Imortal das Chamas Infernais} – Besta Mágica – 4ª Evolução]
— (Não sei como meu grupo lhe ofendeu, mas garanto que não era essa a nossa intenção) — disse Alexander. — (Por isso, peço humildemente que nos desculpe.)
— (…) — Pássaro Imortal.
Aquela abordagem e apresentação destemidas realmente pareceram surpreender o pássaro, o que ficou claro não porque ele pareceu entendê-la, mas porque ele interrompeu seu ataque e começou a lhe observar. Parecia que ele queria entender algo antes de responder.
— (Você fala como alguns dragões e tem energia dracônica, mas eu sei que você não é um deles) — apontou o pássaro. — (O que exatamente você é?)
— (Pode-se dizer que sou parte dragão) — disse Alexander — (Mas a verdade é que sou apenas uma pequena criatura que teve um pouco de sorte na vida e ainda não quer morrer.)
— (Sei que eu e/ou o meu grupo ali embaixo não podemos nem escapar de você, por isso vim tentar negociar. Lhe garanto que tenho tesouros que podem deixar até você interessado) — explicou ele sem esconder sua intenção ou situação. — (Na pior das hipóteses, eles vão valer mais para você do que o meu grupo. Mas se você nos matar, lhe asseguro que nunca será capaz de vê-los, muito menos obtê-los.)
— (…) — Pássaro Imortal.
Assim que as suas palavras caíram, Alexander sentiu um pouco de incerteza no pássaro. Ele parecia um pouco apreensivo com alguma coisa, que certamente não era eles, mas também parecia bem curioso para saber quais tesouros os mesmos tinham para lhe oferecer.
— (Acha que tem algo que possa me interessar?) — perguntou o pássaro, quase desdenhando de Alexander. — (Interessante… Vamos ver o que você tem.)
— (Eu lhe ofereço os núcleos desta armadura) — disse Alexander ao materializar sua armadura, sem o capacete. — (Meu grupo tem 6 membros, e essa armadura tem 6 núcleos. 1 núcleo para cada um de nós.)
Ao ver que o pássaro estava minimamente interessado nos núcleos, Alexander o incentivou: — (Cada um deles é de um {Dragão} no auge da 3ª evolução…)
— (Eles devem valer muito mais para você do que o meu grupo, pois estamos bem longe do nosso auge) — rapidamente acrescentou ele para tentar persuadir ainda mais a grande ave. — (E se você nos atacar, eles certamente serão destruídos.)
Ao sentir que o pássaro se interessou, mas também soltou uma “leve” malícia, Alexander guardou a armadura de volta no seu anel e o avisou: — (Se você tentar me matar sem danificá-los, eu sempre posso fazê-los desaparecer assim.)
Surpreso e intrigado por aquela pequena criatura conseguir esconder algo tão facilmente dos seus sentidos, o pássaro respondeu: — (De fato, embora estejam um pouco desgastados, são mesmo núcleos de {Dragão} no auge da 3ª evolução.)
Após uma pequena deliberação interna, o pássaro pareceu concluir que este não seria um mau negócio com um pequeno ajuste: — (Vou aceitá-los em troca da vida do resto de vocês, mas eu quero aquele pequeno dragão.)
— (…) — Alexander.
Sabendo que estava em uma situação em que morreria tanto por entregar Anna quanto por não entregá-la, e que o máximo que isso mudaria seria seu carrasco, Alexander só pôde tentar barganhar novamente: — (Posso lhe dar a carne e os núcleos de todas as criaturas de 3ª evolução que tenho em troca dela. Mesmo não sendo dragões, garanto que a quantidade é grande… Uma estava até no auge.)
— (Insuficiente) — respondeu o pássaro. — (Ainda prefiro o pequeno dragão.)
Ao ouvir o pássaro, Alexander notou que o olhar dele mudou. A ave ainda parecia querer saber o que mais ele tinha, mas não parecia ter a menor intenção de deixar Anna ir.
Notar esse interesse não foi desfavorável para Alexander, pois poderia usá-lo para ganhar tempo. E com esse objetivo em mente, ele começou a oferecer tudo o que tinha para o pássaro, alternando entre bons e ruins, para ganhar o máximo de tempo possível, até que só sobrou 2 coisas boas.
— (Esta é a segunda coisa mais valiosa que tenho) — disse Alexander ao mostrar sua última fruta de mana. — (É um tesouro natural raro cheio de energia e mana que quando consumido torna o corpo mais forte.)
Ao ouvir a descrição e sentir as oscilações que emanavam da fruta, o pássaro soltou uma leve e rápida malícia, o que fez Alexander pensar que o pássaro pensou em imobilizá-lo com um ataque surpresa, o que por sua vez só deve ter sido suspenso porque o mesmo se lembrou de que ainda havia algo melhor do que a fruta.
— (Lhe darei tudo que já mostrei até agora se nos deixar ir) — tentou Alexander.
— (Insuficiente) — disse a ave. — (Mas você ainda tem mais 1 tesouro, certo?)
— (Sim. O melhor dos meus tesouros) — garantiu Alexander — (A questão é que é muito complicado descrevê-lo, por isso ele deve ser sentido. Mas se eu entregá-lo para você, nada garantirá que você não me matará logo em seguida.)
— (…) — {Pássaro Imortal das Chamas Infernais}.
— (Que tesouro estranho) — pontuou a ave. — (Ele é realmente valioso?)
— (Mas é claro que é. Ele tem a capacidade de absorver energia natural, bem como a mana do ambiente) — assegurou Alexander. — (Ao mantê-lo sempre ao seu lado, ele o tornará constantemente mais forte, mesmo enquanto você dorme.)
Os olhos do {Pássaro Imortal das Chamas Infernais} literalmente se iluminaram quando ele ouviu a descrição de Alexander. — (Onde ele está? Deixe-me vê-lo…)
— (Claro) — respondeu Alexander, tentando permanecer natural mesmo sabendo que havia “fisgado” o pássaro. — (Mas lhe adianto logo que você não entenderá o real valor dele sem senti-lo de perto. E eu não vou entregá-lo a você antes que o meu grupo lá embaixo tenha saído a um bom tempo.)
Ao terminar de falar, Alexander materializou o [Núcleo de Masmorra (Avançado)] da {Masmorra Avançada – Variante} por um curto período antes de guardá-lo…
O tempo foi curto, mas foi o suficiente para que a energia do Pássaro Imortal, que estava sobre ele, se estendesse e também sentisse o núcleo.
— (Essa esfera realmente parece ser um grande tesouro) — admitiu a ave, tentando conter o seu claro interesse. — (Mas e se você estiver tentando me enganar?)
— (É como eu disse: “você não entenderá o real valor dele sem senti-lo de perto. E não vou entregá-lo antes que o meu grupo tenha saído a um bom tempo”.) — respondeu Alexander. — (Eu obviamente ficarei aqui. Não precisa se preocupar.)
O Pássaro Imortal pensou por um momento, obviamente não querendo desistir de Anna, nem do núcleo, e disse: — (Não posso deixá-los ir sem confirmar que esse tesouro realmente vale a pena, mas também não vou dificultar as coisas para você… Vou deixá-lo se aproximar de mim para que eu possa senti-lo melhor.)
Alexander sabia que isso provavelmente era uma armadilha. Assim que o núcleo fosse retirado novamente, o pássaro deveria tentar imobilizá-lo com sua energia ou fazer um ataque surpresa. Mas como não tinha outra opção, ele só pôde tentar se adaptar ao plano do pássaro. — (Ok, podemos fazer do seu jeito…)
Como Alexander esperava, assim que mostrou o núcleo, o Pássaro Imortal usou sua energia e aura para imobilizá-lo. Mas como já esperava por isso, ele rugiu e usou |Natureza Selvagem| para resistir à pressão que o restringia, bem como revidar, rasgando a asa da ave com energia espacial em um movimento ascendente.
— AGORA!!! — gritou Alexander ao fazer 4 enormes rasgos na asa esquerda do {Pássaro Imortal das Chamas Infernais} com seus chifres e garras.
O pior erro do Pássaro Imortal foi subestimar Alexander. Ele pensou que poderia enganá-lo usando sua aura, energia e inteligência… O que foi um grande erro.
Independentemente de tais circunstâncias, esse erro não poderia ser inteiramente atribuído ao pássaro imortal. Já seria bem difícil imaginar que Alexander tivesse o aprimoramento (Existência Superior) para resistir, muito menos que ele era capaz de usar energia espacial para machucá-lo naquela magnitude.
Após o pequeno intervalo que o pássaro imortal levou para entender a situação, Alexander foi repelido e lançado como uma bala por uma explosão de mana que a ave liberou em sua fúria. Um ataque que era mais forte que a maioria dos ataques dele, mas que foi apenas um ataque “impensado” do pássaro.
Satisfeito por ter sido lançado em uma trajetória ascendente para longe do grande pássaro, que não conseguia mais voar direito, mal conseguindo se manter estável no ar, Alexander aproveitou esse impulso para se virar e fugir…
Ao sentir a sua distância em relação ao Pássaro Imortal aumentar cada vez mais, Alexander finalmente teve um pequeno vislumbre de esperança de sair vivo daquela situação. Mas logo toda a sua esperança acabou, pois assim que se estabilizou, o pássaro não tentou persegui-lo, só começou a concentrar sua mana para atacá-lo enquanto vários pássaros menores começaram surgir das árvores circundantes e subir ao céu em resposta ao poderoso chamado dele.
O objetivo do {Pássaro Imortal das Chamas Infernais} era bem simples: como não conseguiria realizar uma perseguição nas condições em que se encontrava, ele iria exterminar a todos sem lhes dar nenhuma chance de sobrevivência.
Sabendo que não conseguiria fazer nada contra aquele desastre natural que estava no pico extremo da 4ª evolução, a apenas meio passo da 5ª evolução, Alexander considerou que a única coisa que poderia fazer era continuar subindo ainda mais alto, para distanciar o ataque de Diana e do grupo que estava com ela. Porém, para o seu desespero, ele logo percebeu que aquele maldito pássaro não estava mirando nele, mas sim no grupo de Diana.
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Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguiram normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.