[0.060/3.740]
Ao ser mergulhado na completa escuridão, Alexander perdeu a noção do tempo. Mas em algum momento uma pequena luz aconchegante o acordou do seu lento processo de submersão na escuridão.
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“Desperto” em meio a escuridão, Alexander olhou ao redor em busca de algo, mas tudo o que encontrou foi a pequena luz vinda de cima que, como um farol solitário, parecia estar ali apenas para tentar ajudar alguém perdido a voltar para casa.
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Ao observar a pequena luz que tentava protegê-lo da escuridão total, Alexander sentiu uma grande familiaridade com ela. Mas mesmo com essa familiaridade, a luz não conseguia salvá-lo de toda aquela escuridão.
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Incapaz de se impedir de afundar ainda mais na escuridão, Alexander sentiu uma sensação de imensa perda. Era como se toda a sua essência estivesse lentamente se perdendo em meio àquelas trevas.
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A sensação de estar desperto, mas não poder fazer nada para parar de afundar era angustiante. Tudo o que Alexander podia fazer era afundar mais e mais, enquanto a pequena luz aconchegante se tornava cada vez mais distante e fria.
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A pior parte dessa situação para ele era saber que estava morrendo e que nunca saberia se realmente havia conseguido salvar aqueles que queria proteger.
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— Eu não posso morrer assim… Eu quero viver. Não posso estar morto — pensou Alexander. Mas, por mais que desejasse com todas suas forças, ele não conseguia mudar o fato de que continuava afundando cada vez mais.
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Desespero e angústia eram as maneiras mais fáceis de descrever os sentimentos que tomaram conta de Alexander. Mas mesmo eles ainda eram pequenos demais para descrever a sensação de afundar naquela escuridão em direção à morte.
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Justo quando Alexander pensou que aquele seria o dia da sua morte, a pequena luz que tentava salvá-lo foi suplantada e dissipada por uma luz muito mais poderosa.
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PDV Diana
Ao ouvir as últimas palavras de Alexander, e vendo ele parar de mostrar qualquer reação, Diana caiu em completo desespero e tentou intensificar ainda mais os seus feitiços, que já estavam sobrecarregados. Mas, apesar de todos os seus esforços, a deterioração dele só diminuiu, nunca mostrando sinais de reverter a situação geral.
Quando o desespero dela atingiu o ápice e ela não sabia mais o que fazer, uma gigantesca “sombra” cobriu o grupo, parecendo iluminar tudo com o seu brilho.
Mesmo sabendo que a sombra surgiu da direção do {Pássaro Imortal das Chamas Infernais}, Diana não se importou ou olhou para trás. Mas Anna, que até então estava assistindo a situação de Alexander aflita, voou para confrontar a figura.
O voo da pequena dragonesa foi destemido, mas ela não conseguiu subir nem meio metro antes que uma energia estrondosa, que parecia ser capaz de pressionar o próprio mundo, descesse sobre todos do grupo.
Completamente sobrepujada pela energia avassaladora que desceu sobre eles, Diana viu, para seu desespero, todos seus feitiços se dissiparem de uma só vez.
Incapaz de aceitar essa realidade, ela pareceu perder a capacidade de reagir e ficou com uma expressão completamente vazia. Mas assim que voltou à realidade, seus olhos estavam mais vermelhos do que os que Alexander havia apresentado.
Pronta para cobrar ao menos um pouco daquela dívida, mesmo que tivesse que pagar o preço final por isso, Diana olhou para Alexander uma última vez, para se despedir, e se preparou para enfrentar a criatura acima deles1. Mas assim que os olhos dela estavam prestes a deixar o rosto dele, ela notou que a condição dele estava ainda mais estável do que quando ela o estava ajudando, embora ainda não mostrasse nenhum sinal de melhora.
Surpresa com aquilo, Diana virou-se para a criatura acima deles e percebeu que se tratava de um dragão vermelho colossal. Mas antes que ela pudesse superar a sua surpresa e esboçar qualquer reação, um fio de sangue, vermelho cintilante, quase dourado, saiu do peito do dragão e fez seu caminho até o coração de Alexander.
Assim que o sangue daquele dragão colossal fluiu pelo corpo de Alexander, a condição dele pareceu se estabilizar e ele não parecia mais mostrar quaisquer sinais de deterioração. Mas antes que Diana pudesse suspirar de alívio, uma voz, masculina e poderosa, soou na sua mente: — (Sinto muito. Ele vai morrer.)
— (Meu sangue e energia conseguiram retardar a morte dele, mas nem mesmo eu conseguirei salvá-lo) — explicou o dragão. — (Infelizmente eu demorei muito. Não consigo mais sentir a força vital dele para poder salvá-lo.)
Ignorando o veredito do dragão, Diana colocou as mãos em Alexander e começou a liberar o seu poder de cura nele de uma forma que ela nunca havia feito antes, de uma forma que ninguém no nível de habilidade dela já havia feito antes.
Ao notar que nada que ele dissesse importaria para aquela jovem, o dragão escolheu permanecer em silêncio enquanto continuava a fornecer o seu sangue e energia para manter Alexander vivo o máximo que pudesse, pois parecia o mínimo que ele poderia fazer por eles. Mas a sua escolha logo mudou quando ele percebeu que o poder exercido por Diana não parava de crescer.
— (Pare com isso ou você vai morrer) — disse o dragão. — (Você acha mesmo que ele iria querer que você morresse aqui depois do que ele fez para salvá-la?)
— Eu não me importo com isso! — rebateu Diana enquanto sangue começava a escorrer da sua testa2. — Nós vamos ficar juntos… De um jeito ou de outro.
Admirado com a determinação daquela jovem, e ainda mais admirado ao se ver simpatizando com aquelas pequenas criaturas, o dragão até pensou em nocauteá-la para que ela não morresse. Mas ele desistiu dessa ideia ao vê-la liberar um poder/brilho que não parecia nada condizente com o nível/a condição dela.
PDV Alexander
Alexander ficou bem surpreso quando a luz pairando sobre ele mudou para uma enorme luz vermelha. Mas ele logo percebeu que não importava o quão grande e poderosa ela fosse, ela também não poderia salvá-lo daquela escuridão.
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— É uma pena — Alexander não pôde deixar de pensar. — Se ela fosse como aquela luz aconchegante, talvez ela pudesse me encontrar e me tirar destas trevas.
[0.013/3.740]
Sentindo que não havia muito que pudesse fazer, Alexander não pôde fazer nada além de olhar para a luz acima dele enquanto afundava lentamente.
[0.012/3.740]
— ?
[0.011/3.740]
— ??
[0.010/3.740]
— ???
[0.009/3.740]
— Estou ouvindo alguém chamar meu nome3 — pensou Alexander. — Parece muito ser a voz de alguém que conheço… Não é uma voz de homem.
[0.008/3.740]
— Eu não consigo lembrar de quem é a voz que chama — ponderou. — É parecida com a voz de Diana?… Não, não, não. A voz de Diana, aqui, não me alcança.
[0.007/3.740]
— Será que isso quer dizer que eu morri? Sei lá…
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— ALEXANDER!!! — chamou uma voz, agora nítida, alta e clara.
[0.005/3.740]
Completamente desperto após ouvir o chamado da voz, Alexander viu a grande luz vermelha acima dele assumir leves tons de branco e dourado.
[0.004/3.740]
— Diana? — perguntou-se Alexander novamente. — Não. É parecido, mas não é ela que eu estou ouvindo me chamar.
[0.003/3.740]
Totalmente desperto, mas ainda sem saber o que fazer, ele começou a pensar freneticamente em formas para tentar sair daquela situação. O que estava em jogo não era seu nome e atitude, seria uma vez Alexander que se meteu a Robin Hood.
[0.002/3.740]
— Ao menos a minha vida neste mundo não foi tão ruim depois que me acostumei um pouco com ele — confortou-se Alexander. — Eu até encontrei alguém que amei e consegui torná-la mais forte.
[0.001/3.740]
Como se a parte final do seu último pensamento tivesse feito um grande “click” na sua cabeça, Alexander se lembrou de que ainda tinha algo ao qual poderia recorrer. — Sistema, aloque meus 40 pontos de atributo livre em Vitalidade.
[40 pontos adicionados a Vitalidade]
Felizmente para Alexander, o sistema respondeu ao seu comando, mesmo que ele estivesse em uma situação em que seu próprio corpo não queria responder. Mas mesmo com o aumento da sua (Vitalidade), ele não sentiu muita diferença devido à situação crítica em que se encontrava.
O que ele não sabia era que esse aumento fez seu coração bater e sua força vital brilhar, o que por sua vez permitiu que “a luz” o encontrasse e lhe fornecesse calor. Um calor que começou aconchegante, mas logo se tornou a pior tortura.
Sob aquele calor escaldante, Alexander perdeu o controle sobre si mesmo e seu corpo começou a convulsionar enquanto algo que parecia lava circulava dentro dele. Mas mesmo com uma dor sem precedentes em sua vida, ele se sentiu feliz até desmaiar, porque aquela dor significava que ele podia sentir o seu corpo, aquela dor significava que ele estava vivo.
Obs 1: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (00,00 R$ / 20,00 R$).
Obs 2: Chave PIX para quem quiser, e puder, apoiar a novel: 0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b. Caso não consiga copiar a chave pix, é só clicar nela que vai ser gerada uma aba/guia que tem como URL/Link a própria chave pix com algumas barras nas pontas: http://0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b/, e é só retirar a parte excedente.
Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguiram normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.
- Para aqueles que se baseiam em informações cinzentas para teorizar o futuro da novel e dos personagens, neste ponto, nesta situação, Diana seria de fato capaz de fazer o pássaro imortal pagar um preço alto que ele nunca esperaria, embora ela também morresse ao fazê-lo. ↩︎
- Pelo que pesquisei, li e lembro, é possível de fato uma pessoa “saudável” soar sangue. Isso acontece quando o estresse físico e/ou mental da pessoa atinge/excede um certo limite e colapsa as glândulas sudoríparas, que começa a secretar sangue. ↩︎
- Sim. O título, alguns trechos e o próprio capítulo fazem uma enorme referência à música “Tô Ouvindo Alguém Me Chamar” do grupo Racionais MC’s. Portanto, todos os créditos artísticos e criativos dos trechos que citam a música são reservados ao grupo Racionais MC’s. ↩︎