Nota do autor: Olá a todos. Este capítulo adicional é referente ao valoroso apoio de um dos nossos leitores. Se puderem, eu ficaria muito grato se vocês deixassem um grande salve para KiraKunf e (F.F.F.C) nos comentários.
Bom capítulo a todos.
Com algum tempo e através do seu grande poder de cura, Diana estabilizou bem a situação de Helena, fazendo com que ela melhorasse e começasse a dormir.
— Esperem um momento — disse Alexander ao parar seu grupo. — Vamos fazer uma pequena parada.
— Por que? Aconteceu alguma coisa? — perguntou Ariel.
— Não — explicou Alexander. — É só para trocarmos de lugar.
Aproveitando que todos pararam, Alexander gesticulou com a sua mana e pegou Helena de Diana. E antes que Ariel pudesse protestar, ele a passou para ela.
— Não fique nervosa por nada. Eu não pretendo levá-la comigo — esclareceu Alexander. — Eu só sou a melhor pessoa para trocá-la de montaria.
— Uma última coisa. Mantenha o rosto dela em uma direção contrária a minha, só por segurança — avisou ele. — Eu não acho uma boa ideia ela me ver logo que acordar.
Mesmo tendo as suas várias reservas quanto Alexander, Ariel não pôde deixar de se surpreender com o quão atencioso ele era quando queria ser. Ela até começou a entender por que alguém como Diana estava com alguém como ele.
— Me chamem quando Helena acordar e estiver melhor. — disse Alexander ao desmontar de Ocean. — Mas não se preocupem, eu estarei logo acima de vocês.
— Hmm? Você não vai com Diana? — estranhou Ariel.
— Eu realmente não acho que o familiar dela esteja disposto a me levar, então por que nos colocar nessa situação desnecessariamente — explicou ele. — Um familiar não é um escravo.
— … — Ariel.
— Deixe-me lhe dar um conselho antes de subir — disse Alexander após pensar um pouco sobre a situação. — Não vou te dizer o que fazer com a relação de vocês, mas ela não parece muito bem definida para quem olha de fora.1
— … — Ariel.
— Pense bem no que quer e seja fiel a isso — aconselhou Alexander. — Não vale a pena estar disposto a morrer por alguém se você não se dá a chance de viver de verdade ao lado dela.2
— … — Ariel.
Sem esperar pela resposta, Alexander aproveitou o fato dela estar pensando em suas palavras para pular de galho em galho até chegar ao topo das árvores, abrir as suas asas e voar.
Apesar de todas as situações vividas desde que evoluiu, Alexander ficou feliz por poder voar. E como aquela era a primeira vez que voava sem um objetivo, ele finalmente teve tempo de saborear de verdade a bela vista e a sensação de liberdade.
— Quando chegarmos a uma área mais segura, trarei Diana comigo para que ela também possa ver essa vista — pensou Alexander, pois mesmo já estando em uma área mais próxima do Império, a segurança do grupo ainda era uma preocupação legítima, já que poderosas criaturas de 3ª evolução iam liberando suas presenças em resposta à presença do grupo nos territórios delas. Mas com o avanço do grupo, o número desses encontros tornou-se cada vez menor.
Quando o grupo finalmente chegou a uma área mais segura, Alexander desceu para pegar Diana. Mas assim que retornou ao seu grupo, ele logo percebeu que os seus planos teriam que ser adiados, pois Helena havia acordado.
— … — Alexander.
— … — Ariel.
— … — Diana.
— … — Helena.
Assim que o grupo voltou a se reunir com a chegada dele, o clima ficou um pouco estranho. Helena não parecia muito confortável, Ariel parecia evitá-lo pelo que ele havia lhe dito antes e Diana não sabia como melhorar o ambiente.
— Já que nenhuma de vocês parece disposta a iniciar essa conversa, deixe-me começar — disse Alexander — Vou ser franco com você Helena, pelo que senti, você tem vários problemas, em especial um, que é a raiz da maioria dos outros, e é grave. Mas antes de falarmos sobre o problema em si, deixe-me confirmar uma coisa: você passou a infância aprendendo a lutar fisicamente em vez de aprender magia, correto?
— … — Helena. — Como a minha família é tradicionalmente de guerreiros, eu só comecei a aprender sobre magia depois da maioria… Mas por que a pergunta? Eu nem tenho dom para magia.
— … — Alexander.
Após um longo suspiro de indignação diante daquele desperdício quase criminoso, Alexander explicou: — Se eu estiver certo, e acho que estou, o seu problema é exatamente o oposto. Não é que você não tenha um dom para a magia, é que você basicamente nasceu para ela.
— O seu problema é que por seu talento não ter sido devidamente trabalhado, ele acabou virando uma espécie de “jaula” para você e agora aprisiona seu talento mágico — continuou ele, mesmo ao ver os rostos surpresos delas. — Dentro do seu corpo, da sua linhagem, existe algo antigo e poderoso que logicamente nem deveria estar ali, mas que é capaz de superar parte da sua linhagem dracônica, o que, acredite, não é nada fácil.
Mesmo sabendo que deveria haver uma mistura de sentimentos e pensamentos correndo soltos dentro de Helena, Alexander decidiu “martelar o ferro enquanto ainda estava quente”, pois segundo vários pensadores, inclusive Maquiavel, o mal deve ser feito de uma só vez para que possa ser logo assimilado e superado.
— Você parece vir de uma boa família, e o problema que eu notei é até fácil de se detectar — informou ele. — O que nos deixa com três hipóteses principais:
— 1ª: A sua família é muito tradicional e por isso o seu talento foi basicamente ignorado… Mas isso é tão estranho quanto extremo, pois qual família não gostaria de ter uma potência tão grande quanto a que você poderia se tornar?
— 2ª: A sua família é gigantesca e por isso seu talento foi negligenciado até que fosse tarde demais e o responsável por isso disse que você não tem talento para que ele não fosse responsabilizado… Acredite, isso acontece muito.
— 3ª: A sua família é intrigada a ponto de ter conflitos internos, e por isso alguém que faz parte dela suprimiu à força o seu talento com desculpas idiotas… Mas neste cenário as coisas ficam realmente complicadas para você.
— … — Ariel.
— … — Helena.
Ariel e Helena esconderam bem o que sentiram e não olharam para Alexander, mas ele ainda percebeu que uma das suas hipóteses chegou muito, muito perto da verdade. Helena até teve que reprimir o choro com muito esforço.
— Mas não é como se tudo estivesse perdido — colocou rapidamente Alexander para melhorar o clima. — Ela ainda tem opções para resolver esse problema.
— Verdade? — perguntou Ariel, surpresa. — Você pode realmente ajudá-la?
— Não posso… — admitiu Alexander. — Pelo menos no momento eu ainda não tenho poder suficiente para ajudá-la. Mas posso explicar a raiz do problema dela e dar-lhes algumas opções, embora isso coloque vocês em rota de colisão com as circunstâncias que mencionei acima.
— Na melhor das hipóteses, ela pode acabar brigando com a família. Mas se for o pior cenário, aqueles que a negligenciaram/reprimiram podem agir contra ela de forma ainda mais agressiva e violenta — explicou ele.
— … — Ariel.
— Está tudo bem, Ariel — confortou Helena. — Não é como se a minha situação pudesse piorar.
— Ok, então — concordou Ariel.
— Parece que vocês chegaram a um acordo — comentou Alexander antes de iniciar a sua explicação: — O problema dela é que ela está basicamente lutando contra o próprio corpo pelo controle da sua mana, pois as suas escamas tem uma atração maior do que o próprio controle/vontade dela. E como se não bastasse, as suas escamas continuam a se fortalecer à medida que o tempo passa e seu corpo se desenvolve.
Bem surpresas com o que Alexander havia dito, Ariel e Helena se voltaram para as lindas escamas verdes claras e caíram em uma pequena contemplação. Mas ele logo as acordou, pois ainda não havia terminado: — Numa primeira instância, a mana de uma pessoa, por ser algo quase intangível, só responde à própria pessoa. Algo externo geralmente só pode suprimi-la ou desestabilizá-la com uma quantidade de mana ainda maior e mais densa… A grande questão no caso de Helena é que as escamas fazem parte do corpo dela.
— É por isso que o seu controle sobre a mana é difícil — explicou Alexander. — É como se você vivesse em uma eterna disputa com suas escamas pelo controle da sua mana. E a pior parte disso é que suas escamas ficam mais fortes a cada dia com o seu desenvolvimento, e isso consome parte do seu esforço para melhorar o seu controle da mana.
— Então é por isso que ela melhora tão pouco se esforçando tanto… — comentou Ariel. — E como podemos resolver isso?
— Na verdade é simples — disse Alexander. — O problema é que não é fácil.
— Para resolver esse problema ela tem que aumentar e melhorar o seu controle sobre a mana até um ponto onde seu controle seja mais forte que a atração das suas escamas — explicou ele. — Assim as escamas deixarão de ser um problema e passarão a ajudar no controle de mana. Mas isso não será fácil.
— … — Ariel.
— … — Helena.
— Como disse: é simples, mas não é fácil — destacou Alexander. — Mas ainda posso sugerir alguns paliativos e uma possível solução rápida enquanto vocês procuram uma solução mais concreta.
Ao ouvir falar sobre uma possível solução rápida, o rosto de Ariel se iluminou e ela não pôde deixar de perguntar: — E qual seria essa possível solução rápida?
— achar uma potência que possa e esteja disposta a fazer nela (Veias Mágicas) artificiais, pois isso criará “ramos” tão condutores de mana quanto as escamas dela, o que lhe ajudará a controlar sua mana como quiser. — explicou Alexander.
O rosto até então iluminado de Ariel escureceu, como se ela tivesse passado do dia mais claro à noite mais densa3. Como {Elfa}, ela sabia claramente o que eram (Veias Mágicas), e o que elas significavam para o povo élfico.
— Eu não estou brincando com vocês. Estou apenas lhes falando as opções — disse Alexander ao ver o rosto sombrio de Ariel. — Essa seria a solução mais rápida, pois isso distribuiria e ajudaria ela a controlar a sua mana.
— Não sei onde você ouviu falar sobre (Veias Mágicas) artificiais, mas isso é um grande tabu élfico — disse Ariel, ainda sombria, como se aquilo tivesse um peso extra para ela. — Então mesmo que algum elfo seja capaz de fazer isso, ele não o fará… Mesmo que seja por, ou para, alguém da família dele.
— (!!!) — Diana.
— Desculpe-me por falar tão descuidadamente — disse Alexander. — Eu só ouvi falar sobre isso por alto. Não sabia que isso era um tabu para o seu povo.
— Tudo bem — disse Ariel, já tendo recuperado uma boa parte da sua grande compostura — Mas já que essa opção não é possível, quais são os paliativos que ela pode usar?
— O primeiro é aumentar a quantidade de mana dela até preencher as escamas e ainda sobrar uma quantidade razoável para ela usar — disse Alexander. — Mas esse método é muito difícil de pôr em prática e cria outro problema: que é ela conseguir usar apenas uma parte da capacidade dela ao invés de toda por muito tempo.
— Existe algum outro? — Ariel.
— O segundo método seria optar por um estilo híbrido que não exija muito controle — apontou ele. — Ao invés de usar feitiços, ela usaria uma arma encantada. Eu, pessoalmente, acho que essa é uma boa opção, pois não tem muitos contras.
— O que você acha? — perguntou Alexander ao se virar para Helena.
— Essa não é uma opção — disse Ariel. — Qual é a outra opção?
— Eu não tenho outra sugestão no momento — mentiu Alexander, escondendo o lampejo de crueldade que passou por seus olhos. — Mas tenho que dizer, você não deveria tentar fazer as escolhas dela por ela, não importa o quanto se preocupe com ela. Ou acabará negando a própria determinação dela e dando a ideia errada de que ela significa mais para você do que você significa para ela…
— … — Ariel.
Por mais que parecesse que Alexander mentiu para dar um sermão em Ariel, a verdade era mais perturbadora. Ele mentiu porque a outra ideia que teve foi a de pegar algo afiado, assim como resistente, e simplesmente descamar Helena toda, removendo assim, mesmo que temporariamente, a causa do problema.
— Então, mais uma vez, o que você acha, Helena? — perguntou Alexander ao jogar a ideia de descamá-la como um peixe para o fundo da sua mente.
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Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguiram normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.