Nota do autor: Olá a todos. Este é o oitavo capítulo da publicação diária referente aos capítulos do sorteio.
Bom capítulo a todos.
Com a situação dos seus pedidos anteriores resolvida, Alexander decidiu focar nos atuais: — Pode ser um pouco problemático, mas eu vou ter que incomodar vocês dois com mais alguns pedidos.
— E quais seriam? — perguntou John.
— O primeiro é que você me apresente alguns ferreiros que tenham ao menos um nível parecido com o de vocês — disse Alexander. — Eu preciso encomendar alguns itens bem específicos, frágeis, sensíveis e delicados.
— O que? Você acha que não podemos fazer itens assim? — resmungou Jayce.
— Não é isso, é que esse pedido é muito “sensível” e importante para mim… Se por algum acaso ele vazar, eu posso acabar perdendo o controle e vindo caçar a pessoa que o vazou — explicou Alexander. — Não estou dizendo que vocês vazariam meus pedidos intencionalmente. Só não quero envolvê-los em um contrato de homem morto. Especialmente porque às vezes fico instável e se Diana não estiver por perto, eu posso acabar perdendo o controle…
— … — Jayce.
— … — John.
A reação dos irmãos ferreiros não foi sem razão. Os contratos de homem morto eram uma forma de vincular os artesãos em geral à sigilosidade do produto. Se qualquer forma de vazamento fosse comprovada, a outra parte teria o direito legal de caçá-lo.
— Infelizmente, eu não posso apresentá-lo a ninguém sabendo dessas possíveis consequências, afinal, sou um membro sênior da associação dos ferreiros e tenho que cuidar dos nossos associados — explicou John.
— Entendo- — começou a dizer Alexander.
— Mas nada nos impede de produzi-los — rapidamente cortou John. — Pode ter sido simples entregar aquelas cartas, mas para nós elas foram inestimáveis… Algo pelo qual vale a pena arriscar nossas vidas.
— Para que esse clima tão tenso? Não é como se não pudéssemos esquecer o pedido após finalizá-lo — brincou Jayce. — Só precisamos beber bastante, rsrsrs.
— Vocês têm certeza disso? — perguntou Alexander.
— Mais é claro — prontamente concordou Jayce. — Do que você precisa.
— De muitas coisas — ironizou Alexander, sem se preocupar em redigir qualquer coisa, pois confiava naqueles irmãos. — Mas as principais são dois pedidos.
— O primeiro pedido é algumas armas, e o segundo é um conjunto de itens muito delicados — explicou ele. — Mas todas as especificações para ambos devem ser seguidas à risca.
O conjunto de itens que Alexander queria encomendar eram itens de aferição, como balança e os pesos, densímetro, bússola, termômetro e alguns outros.
Seguindo suas especificações, os itens seriam desenhados com base em uma régua, que ele criou usando como base a polegada e a estimativa em suas memórias, e na magnetita que encontrou. Mas para fins práticos, após criar a régua, ele arredondou a polegada para 2,5 cm até que todos tivessem um meio de aferição mais confiável.
Para constar, Alexander não tirou especificações aleatórias da cabeça. Primeiro, ele criou um retângulo de água de uma polegada, aproximadamente 2,54 cm, ajustou a medida para 2,5 cm e então duplicou o retângulo, marcando-o em 5 partes iguais, que foi replicado e congelado até formar uma régua de 1m marcada em centímetros.
Não satisfeito apenas com essas medidas, Alexander também dividiu os centímetros em mais 10 partes iguais, ajustando a régua também para milímetros.
A partir daí, foi fácil utilizar o sistema métrico para estabelecer o sistema de volume e peso, tudo utilizando o sistema básico de conversão: 1 cm³ de água é igual a 1 mL de água, que por sua vez é igual a 1 grama. Ou seja, uma caixa cujo interior mede 10 cm x 10 cm x 10 cm, comporta 1 L de água, e esse litro de água pesa 1 kg.
Quando viram aquelas informações e especificações, os ferreiros ficaram surpresos com as possibilidades. Claro, eles poderiam fazer um trabalho muito bom mesmo sem elas, mas era impossível ensinar isso sem anos de prática, bem diferente de um sistema de medição exato e quantitativo.
— Eu não me importo se vocês quiserem usar esses sistemas como referências ou ensiná-los a potenciais alunos — disse Alexander. — Só não digam que eu os criei, nem permitam que alguém tenha acesso às especificações dos meus itens.
— Obrigado — disse John. — Eles podem vir a ser bem úteis algum dia.
— Eu ficarei feliz se eles puderem ajudar vocês — disse Alexander.
Uma vez acertadas as solicitações relacionadas aos sistemas métricos, eles passaram para os materiais que seriam utilizados nas solicitações, bem como as armas.
O grupo passou quase 1 hora na casa de John, apenas com Alexander debatendo com os irmãos ferreiros, mas finalmente acertaram tudo… Os ferreiros ficaram tão animados que basicamente expulsaram o grupo para que pudessem começar.
Como o grupo não tinha outro objetivo claro para o resto do dia, Alexander ficou tentado a passar o resto do dia limpando as masmorras avançadas. Mas como estava sem sua armadura ou lança, ele poderia acabar atraindo muita atenção e suspeita por conseguir lutar totalmente desequipado, especialmente das suas “convidadas”.
— Não iremos para nenhuma masmorra hoje, pois o meu equipamento está em manutenção para ajustes — informou Alexander para suas “convidadas”. — Então vocês devem tirar o dia para conhecer a cidade e se familiarizar com ela.
— E não precisam se preocupar — complementou ele. — Essa cidade é bem segura devido ao grande número de aventureiros e os guardas que estão aqui para mantê-los sob controle.
— Essa é uma boa ideia — concordou Ariel. — Esta cidade parece ser bem animada… Talvez possamos até encontrar algo interessante aqui.
— Vocês ainda têm dinheiro, Ariel? — perguntou Alexander. — Se não tiverem, eu posso lhes dar um adiantamento pelo seus serviços.
— Nós ainda temos um pouco, mas eu agradeceria se você pudesse nos dar um adiantamento — disse Ariel. — Queria comprar alguns itens para Helena.
— Há 4 masmorras avançadas perto desta cidade — disse Alexander. — E como eu pagarei a vocês 1 grande moeda de platina por cada masmorra, lhes darei um adiantamento da metade do valor, 200 grandes moedas de ouro.
— Mas não gaste ele comprando um arco — pediu ele. — As armas que eu estava discutindo eram arcos. Assim que o meu estiver pronto, mandarei fazer um parecido para ela… Começar a treinar com outro arco só iria atrapalhá-la.
— Obrigada — disse Helena, um pouco feliz e um pouco envergonhada.
— (O que acha, Diana?) — perguntou Alexander, mentalmente. — (Nós devemos ajudá-las mais, ou isso é o suficiente?)
— (Eu queria ajudar mais Ariel) — respondeu Diana. — (Mas não sei se ela vai se sentir bem com isso).
— Aqui — disse Alexander ao pegar um grande rolo de fio tesouro de seda e entregar para Ariel. — Contrate alguém para transformá-lo em uma capa de combate. Isso deve ajudar você, que é focada em velocidade, a se proteger de ataques cortantes e perfurantes… Mas tenha cuidado, pois ainda sentirá o impacto.
— … — Ariel. — Obrigado…
— (Segure-se, Diana) — disse Alexander. — (Nós vamos embora antes que ela perceba o que é e queira recusar.)
— (Tudo bem) — concordou Diana, sorrindo.
— Vejo vocês amanhã de manhã na Guilda — disse Alexander. — Se vocês não encontrarem um bom lugar para passar a noite, podem alugar um quarto lá. A guilda dos aventureiros possui um serviço de hospedagem para os membros.
— Agora se vocês nos derem licença, estamos indo — disse ele ao abraçar Diana pela cintura e levantar voo.
— Espera, isso aqui é… — tentou argumentar Ariel ao notar o que era os fios.
Antes que ela tivesse a chance de continuar, Alexander usou o velho truque de ir embora antes que a pessoa tivesse a chance de detê-lo. E como eles não tinham nada planejado, ele decidiu seguir seu próprio conselho e ir reservar um quarto na Guilda, mas primeiro fez alguns pequenos ajustes antes disso.
— Aqui, Diana — disse Alexander ao pegar 2 itens e passar 1 para Diana.
— As máscaras que você comprou? — surpreendeu-se Diana. — Por que?
— Você vai ver — sorriu Alexander — E quando você entender o porquê, vai me agradecer por ter dito para você colocá-la.
— … — Diana.
Mesmo com um misto de dúvida, confusão, excitação e medo, Diana imitou ele e também colocou a máscara, que ironicamente era de dragão enquanto a dele era de cão negro.
Felizmente para eles, não havia fila na recepção quando chegaram à Guilda. Muito provavelmente porque a maioria dos aventureiros diurnos sai assim que o sol nasce para ter mais tempo.
Ao chegar na recepção, o casal foi atendido por uma bela mulher madura de um sorriso bem envolvente. Mas Alexander sabia que sob aquela fachada havia olhos que brilhavam com o carisma especial da experiência em vários combates.
— Bom dia, gostaria de reservar um quarto de casal com isolamento acústico no primeiro andar — disse Alexander. — Aqui está a minha identificação.
Quando ouviu o pedido de Alexander, os olhos da recepcionista “ganharam vida” e ela começou a analisá-lo com um sorriso torto. Parecia que ela tinha entendido algo errado e o confundido com outra pessoa.
— Me desculpe senhor, mas mesmo que você seja um aventureiro rank ouro, eu não posso abrir qualquer exceção em relação aos quartos de casais — explicou a recepcionista pacientemente. — Só temos um disponível no momento e eles são reservados para casais onde ambos são aventureiros acima do rank bronze.
— Você não vai conseguir consentimento só porque voltou em outro horário usando máscara para ser atendido por outra recepcionista — zombou a mulher.
— Mas ela também está acima do rank bronze — sorriu Alexander ao apontar para Diana — Você pode verificar a identificação dela, rsrsrs.
Ao ver a identificação de Diana, a mulher percebeu o seu erro e o seu rosto ficou atordoado. Ela não sabia bem como lidar com aquela situação embaraçosa.
— Não se preocupe, eu entendo porque fez isso. Hoje mais cedo acabei ouvindo falar de um aventureiro que recentemente chegou ao rank ouro e está causando problemas — disse Alexander. — Mas tome mais cuidado antes de julgar.
— Obrigada por entender a situação — agradeceu a mulher. — A verdade é que fui colocada aqui para dar uma lição nele, já que ele tende a passar dos limites… Mas isso não tem nada a ver com vocês, então me desculpem.
Superficialmente, a mulher parecia gentil, mas Alexander e Diana podiam sentir os olhos dela brilhando de raiva pelo constrangimento que sentia. Aparentemente, o idiota que estava causando problemas naquele ramo da Guilda não terá um destino muito feliz quando cair nas mãos dela.
— Aqui estão as suas chaves… Vou pedir para alguém levá-los até o quarto — disse a mulher ao entregar as chaves. — Só tentem não exagerar. As nossas acomodações podem ceder sob a voz e o “poder” de 2 rank ouro.
— … — Diana.
— Eu disse que ia me agradecer pela máscara — sussurrou Alexander para Diana.
Mesmo com eles usando máscaras, ele podia dizer que o rosto dela estava ficando vermelho de vergonha. A “recepcionista” a acertou exatamente no ponto fraco dela ao falar da questão sonora.
Após eles fazerem a reserva e conhecerem o quarto, o qual era muito espaçoso, Alexander virou-se para Diana e perguntou: — Quer ir para algum lugar ou comprar alguma coisa? Se não, eu gostaria de levá-la a um lugar.
— No momento não — respondeu Diana, feliz. — Para onde nós vamos?
— Surpresa — sorriu Alexander, maliciosamente. — Mas mantenha a máscara.
Como Diana ficou bem animada, eles saíram do dormitório e Alexander voou com ela em direção ao destino deles. Mas ele não se esqueceu de usar uma fusão de luz e água para erguer uma cúpula que iria distorcer e desfocar a imagem deles.
A cúpula tinha 3 camadas sobrepostas. A primeira era uma névoa gélida, a segunda era de gotículas de água suspensas e a mais externa era feita de luz “condensada”.
A cúpula em si não era exatamente um feitiço ou técnica, mas ainda assim era bem difícil mantê-la enquanto eles estavam se movendo, o que fazia com que mantê-la fosse considerado um bom treinamento. E mesmo que eles nunca tenham ido para onde Alexander os estava levando, pareceu bem fácil para ele localizar o lugar, o que deixou Diana perdida quando eles desceram.
— Já chegamos? — perguntou Diana, confusa.
— Sim. Só me dê um tempo — confirmou Alexander ao analisar seu entorno. — Tudo bem, iremos por ali.
Após escolher o estabelecimento que lhe pareceu melhor, ele a levou até lá e bateu na porta, de onde saiu um homem bem constituído para dizer algo, embora o homem tenha parado ao ver a cena bizarra à sua frente.
— Não se preocupe, nós não pretendemos lhes causar qualquer problema. Eu só estou treinando… — assegurou Alexander ao homem. — Você poderia chamar o responsável pelo local?
— Não precisa — disse uma voz feminina. — Já estou aqui… Mas você já sabia.
Após a autoapresentação, uma Demi felina veio de dentro do estabelecimento. Ela dava a impressão de ser musculosa, como uma amazona, mas todas as suas curvas eram bem formadas e suaves, sem músculos evidentes.
Todo o corpo dela parecia macio ao toque… E como se aquilo não bastasse, a sua energia também era estranhamente suave/macia.
Mesmo sabendo que ela estava lá desde o começo, Alexander ainda foi incapaz de estimar a força dela com precisão. Mas uma coisa era certa, seus instintos gritavam que essa mulher era potencialmente perigosa.
— Me pegou — admitiu Alexander. — Erro meu.
— Sem problema — sorriu a mulher. — A questão mais importante é por que você veio ao meu estabelecimento durante o dia, ainda mais assim…
— … — Diana.
— Na verdade, eu esperava contar com sua compreensão para pedir algo um pouco fora do comum — explicou ele. — Eu gostaria de alugar o seu melhor espaço por hoje… Se você não se importa, é claro.
— Não creio que isso seja um problema — respondeu a mulher, alargando ainda mais o sorriso. — Mas devo avisá-lo que o custo disso não será baixo.
— Sem problemas — garantiu Alexander. — Eu estou disposto a lhe pagar bem.
— Então tudo bem — concordou a Demi responsável pelo estabelecimento.
Só quando entraram que Diana soube com certeza no que estava se metendo, pois, como era de manhã, ainda não havia muito movimento do lado de fora. Mas para Alexander, que já havia sobrevoado a cidade à noite, era impossível não saber onde ficava aquela área, especialmente considerando o “rosa” que ela emana à noite.
Obs 1: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (00,00 R$ / 20,00 R$).
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Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguiram normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.