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Capítulo 6: O Lenox Renegado Retorna!


HADRIA HIRAETH:

— COMO ASSIM?! — As duas cabeças berram em uníssono, assim produzindo uma voz grave.

— Já disse. — Dou de ombros antes de continuar: — Não faço ideia de quem são vocês.

Claro, isso é mentira: não esqueço o rosto de ninguém.

A cabeça da direita é o garoto que, como eu, fez o teste da ilusão 13 dias atrás. Minha mentora contou-me que Harvey havia falhado e seria executado, porém, de alguma forma, conseguiu fugir e me culpa por ter reprovado no teste.

Já a cabeça da esquerda é Greg Fernandes, um ex-ceifador de 1ª classe rank F. Aparentemente, um vídeo de mim chutando sua cara viralizou na internet. Sua esposa o deixou e ele também me culpa por tal decisão.

“Foram burros o suficiente para assimilaram-se em um único ser… idiotas.”

— Fodase, isso não importa… — As cabeças esboçam um sorriso macabro, revelando assim seus dentes pontiagudos. — Agora, vamos te matar e levar sua cabeça para o chefe.

— Chefe?

— GRRR!

Começam a correr em minha direção. Os movimentos estão dessincronizados, como se ainda estivessem adaptando-se ao corpo.

Uma rajada de água é disparada, o chão abaixo racha e os estilhaços do concreto voam para cima. Recuo com um pulo para trás.

A maldição chega e, no instante que iria me atingir, nossos antebraços colidem. Meus pés afundam no chão pela pressão e meu estômago é atingido.

Sou arremessado por vários metros e caio, porém, fazendo um kip up, lanço as pernas em movimento crescente e novamente estou de pé.

Sem me dar tempo, outras rajadas de água vem até mim. Piso no chão, após ele rachar, levanto as mãos em sinal para a terra formar uma barreira e receber o ataque.

Ela, no entanto, se reduz a poeira no instante em que recebe um chute da criatura. Ele começa a socar sem parar, assim me forçando cada vez mais a ir para trás.

Sem escolha, abro a palma da mão, penso na katana dentro do anel dimensional e ela surge.

Desfiro um golpe em seu braço, o movimento é tão veloz que vejo apenas o rastro prateado. Metade de seu membro cai no chão.

— AHH!

A criatura recua com a mão sobre a ferida esguichando líquido azulado.

— Ei. — Agacho e pego o membro. — Quer uma mãozinha?

As duas cabeças me encaram ao mesmo tempo. Noto fumaça saindo do local recém amputado.

“Sua regeneração é mais rápida que o normal.”

Correm até mim novamente enquanto deixam pequenas crateras por onde pisam.

Faço o mesmo em sua direção.

Estamos prestes a colidir.

Eles levantam o punho em direção a minha face, entretanto, usando o impulso da velocidade, me jogo no chão e passo por baixo de suas pernas enquanto as desconecto de seu corpo.

A maldição cai de bruços no chão. Tenta se levantar usando os outros três braços, porém afundo sua cabeça no chão novamente usando meu pé.

Um brilho surge em sua nuca.

“Então seu ponto vital fica aí, hein?”

— Mesmo sendo maldições, vocês continuam patéticos… — Levanto a katana e miro em sua nuca.

— Isso não acabou! Outros irão atrás de você!

— Outros?

— Hehe, não sabemos o que fez, mas você é bem famoso entre as maldições… e não de um jeito bom.

Eles continuam forçando os braços para levantarem, porém permaneço com o pé sobre sua cabeça.

— Se nos deixar ir, podemos te aju-?! — Afundo minha katana em seu ponto vital. — AHHH!

Tiro meu pé de sua cabeça e imagino minha arma dentro do anel dimensional, quando o mesmo brilha, ela desaparece.

A maldição começa a se desintegrar. Aos poucos, cada parte do seu corpo se transforma em cinzas.

“Ah?”

Noto um ponto vermelho em minha camiseta, agora manchada de azul. Observo melhor e vejo uma fina linha escarlate que origina-se em uma janela do último andar no hospital.

Uma silhueta embaçada está presente ao lado de um rifle. Reforço os olhos com mana e vejo uma figura de cabelo escuro junto de uma mecha verde.

Um sorriso genuíno cria forma em meus lábios.

— É o Hadria Lenox! O garoto que matou a ceifadora Currie a alguns anos!

De imediato, viro em direção a voz e deparo-me com uma multidão. Vários celulares e câmeras estão apontados para mim e para as cinzas no chão onde a maldição estava.

“Merda.”

Viro as costas para as pessoas se aproximando e começo a correr.


— Bom, isso explica muita coisa — fala Dona.

Antes de ir ao hospital, havia marcado com minha mentora de nos encontrarmos em um restaurante.

Agora, estamos sentados em bancos estofados grudados na parede de frente um ao outro. Apoio os cotovelos na mesa e seguro a cabeça com as mãos.

— Como assim?

— Pera ae…

Ela dá alguns cliques na tela do celular e então o vira para mim. Um site está aberto, bem no centro uma enorme frase se destaca: O LENOX RENEGADO RETORNA!

Pá!

— Que merda é essa?! — exclamo bater as duas mãos sobre a mesa.

— Parece que seu “showzinho” foi gravado e publicado na internet — responde calmamente com o olhar fixo para baixo, provavelmente lendo a matéria. — Mesmo com o cabelo pintado, te reconheceram.

Não esperava esconder quem sou para sempre. Mesmo com o cabelo tingido e outro sobrenome, estava ciente de que não duraria. Todavia, não residia em meus planos ser tão rápido.

— Droga — murmuro. — Se aqueles dois merdinhas não tivessem aparecido…

— Por falar neles, alguma ideia de que maldição pode tê-los transformado?

“Tenho um palpite.”

— Não, não faço ideia. — Sinalizo com a mão para um garçom passando, e ele vem até mim. — A conta.

— Sim, sr — responde ao se curvar. Logo, pega a comanda e se retira.

— Já vai? — indaga minha mestra, ainda olhando para a tela do celular em mãos.

— Sim, é que usei minha volunge hoje, então…

— Hã? Não conseguiu cuidar de uma maldição classe E sem ela?

“Melhor deixar de fora a parte que usei só pra impressionar uma mulher.”

— Nhe, só tava testando.

— Certo… — Me encara antes de continuar: — Bom, iria falar sobre isso mais tarde, mas parece que vai ter que ser agora.

Inúmeras folhas de papéis surgem em sua mão e ela me entrega. Dou uma folheada.

— Nomes? — digo enquanto continuo fitando-as

— Sim, esses são os estudantes da Ospol esse ano. Consegue ver o que todos têm que você não?

Após observar as páginas mais um pouco, olho para Dona.

— Todos têm mais de 18 anos — respondo, sem entender aonde quer chegar.

— Exato. — O anel dimensional brilha no dedo de minha mentora e as páginas somem de minhas mãos. — Você é, literalmente, a pessoa mais jovem a adentrar na Ospol, isso significa que as coisas não serão tão fáceis lá, por diversas razões.

— Hm… Eu dou conta.

— Não, você não tá entendendo…

— Olha, agradeço que queira me ajudar, mas não preciso de informação privilegiada pra ser melhor que alguns adultos idiotas.

Levanto da cadeira e dou as costas para ela.

— Espera, Hadi, tem outra coisa que precisa saber…

— Tchau, Dona, entro em contato depois.

Saio do estabelecimento antes que fale mais alguma coisa.


Chego na entrada de casa, logo, noto três pacotes embalados em plástico ao lado da porta.

Agacho a sua frente. Em cada, existe um par de roupas perfeitamente dobradas: um paletó vermelho e uma calça da mesma cor.

“Os uniformes tinham mesmo que ser vermelhos?”

Sem muito o que fazer, pego-os. Agora, com os três juntos em minha mão, penso neles dentro do anel dimensional e então somem de vista.

Levanto e, de repente, uma mensagem me vem à mente:

ATENÇÃO:

VOCÊ ATINGIU O LIMITE DE ARMAZENAMENTO.

QUANTIDADE DE ITENS GUARDADOS: 379

Então desaparece, como se nunca tivesse existido.

— Já? Mas não faz nem um mês desde que comp-?!

Shhh

De repente, como se a cabeça de um fósforo estivesse queimando minha pele, sinto uma sensação estranha no pescoço.

Puxo a coisa que me atingiu: um dardo.

A fina agulha está manchada de sangue. Dentro da pequena cápsula de vidro que está acoplada ao objeto pontiagudo, reside apenas resquícios de um líquido esverdeado.

Minha visão de repente embaça e uma sonolência repentina toma conta. Em meio aos borrões, vejo a silhueta de duas pessoas vindo até mim.

— Mais que… merda. — É a última coisa que consigo dizer antes de perder a consciência.


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