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Capítulo 7: Bem-Vindo a Academia Ospol ( 1 )


Acordo de pé em um lugar escuro.

Ao redor, não há, literalmente, nada além de um breu sem fim.

Porém, ironicamente ou não, consigo enxergar perfeitamente a fina camada de água sobre o chão.

De repente, sinto um frio na barriga e minha cabeça começa a latejar. Como se alguém tivesse arrancado algo de dentro de mim, porém, ainda assim, sinto um peso insuportável na alma, como se ela quisesse me dizer algo.

Não sei o que, mas é como se não estivesse completo… falta alguma coisa.

Um pedestal então emerge do chão. Em cima de sua superfície, reside uma esfera branca, da qual sua luz, de tão forte, me força a cerrar os olhos.

Aproximo-me e estou prestes a tocar o objeto brilhante.

— Nananinanão, você não está pronto — diz uma voz familiar vindo de trás.

O pedestal logo desaparece, levando consigo o objeto luminoso.

Aos poucos, viro-me. Ao ter uma visão completa do que emitiu o som, não creio no que vejo.

— Ma… mamãe? — digo enquanto esfrego os olhos, mas ela continua lá.

A mulher à minha frente está exatamente como recordo: cabelo loiro curto, olhos verdes, pele clara, lábios carnudos…

— Não — responde em um tom robótico. — Sou apenas uma projeção de seu subconsciente que você mesmo criou.

— E para o que você serve? — questiono, sem deixar a emoção de antes transparecer.

— Hm, como posso explicar…

Ela coloca a mão sob o queixo, pensativa. Após alguns segundos, continua:

— Meio que você “guardou” algumas coisas em seu subconsciente, vulgo eu. Claro, conforme o tempo passar, as recordará… Bom, é isso. — Começa a coçar a cabeça e emite um largo sorriso, sinto um aperto no peito ao vê-la fazer isso. — Não posso dar muitos detalhes agora.

— Mas por que eu esconderia algo de…

De repente, como se o sol estivesse nascendo, o ambiente escuro é preenchido por luz. O chão, antes preto e coberto de água, se converte para um piso de mármore branco.

— Ah, que pena, parece que você está despertando.

Ela então dá as costas e começa a se afastar.

— Espera! Preciso saber de uma coisa! Por que esconderia as memórias de mim mesmo?!

Meu subconsciente para e vira-se pra mim.

— Isso não pode ser informado no momento, mas, já que falou isso, revelarei uma coisa…

O pedestal emerge do chão novamente, uma faísca se desprende da esfera brilhante, vem até mim e afunda no meu corpo.

Olho novamente para a mulher morta e vejo que ela está desaparecendo.

— Existem maldições infiltradas na escola.


Acordo sobre algo rígido. Abro as pálpebras e vejo que encontro-me deitado sobre um chão de mármore branco.

— É a porra do Hadria Lenox! — exclama uma voz familiar.

“Eliene?”

Logo, outra voz feminina fala:

— Né! É culpa desse desgraçado que a ceifadora Currie morreu!

“Coraline?”

— Sim, mas…

Dessa vez quem fala é Maven, um homem que passou no teste ilusonico, porém para quando levanto.

Logo, fito o ambiente ao redor: uma sala inteiramente branca.

Alguns quadros antigos estão pendurados nas paredes. Existem quatro sofás, dois em cada canto da sala, e duas poltronas, cujo cada uma está ao lado de um dos sofás.

Uma coisa em particular, no entanto, me encomoda.

“Cadê a porta?”

Volto meu olhar para aqueles que me acordaram. As duas mulheres, Eliene e Coraline, encaram-me com fúria. O homem, no entanto, possui um olhar misto. Não demonstra raiva ou simpatia, porém não chega a ter uma feição neutra.

— Oi — digo ao levantar a mão em sinal de cumprimento.

Ninguém responde. Ao invés, criam o máximo de distância possível e sentam-se no sofá mais distante: que localiza-se do outro lado contrário de onde estou.

Noto que, diferente das duas, o garoto loiro de cabelo cacheado hesitou, mas ainda assim as seguiu.

Solto um suspiro antes de ir até a poltrona ao meu lado e sentar-me.

Consigo distinguir vozes por trás da parede atrás de mim, entretanto não ouço o que dizem.

Os quatro candidatos de São Paulo estão sozinhos em uma sala, então é provável que haja diversas como está. Para ser exato: mais 25.

De repente, sinto a mana do ambiente ser condensada. Olho para os outros três e noto que Coraline e Eliene estão conversando enquanto Maven as observa, mas não emitem som algum.

Reforço os olhos com mana e então enxergo pequenas partículas brancas em volta deles.

“Barreira de mana que cancela o som?”

Coraline então me encara, e fito-a por inteira.

Possui um cabelo loiro que se estende até as costas, olhos azuis claros, lábios finos, cílios longos… Por fim os seios, eles são medianos, todavia firmes.

O que mais chama atenção, no entanto, é sua roupa extravagante. Está usando uma camiseta branca — cujo o tecido fino expõe um pouco de seu sutiã escuro — uma curta saia preta e uma sandália dourada. Não parando por aí, usa inúmeros acessórios, grande parte da mesma cor de ouro.

Paro de encará-la quando recordo do que minha “mãe” disse: existem maldições infiltradas na escola.

Ela falou no plural, então é mais de uma. Mas quem poderia ser? Estão entre os estudantes? Ou entre os funcionários? Os dois? Quantas são?

Merda, pode ser qualquer um e estar em qualquer lugar… será que tem alguma nessa sala?

— Atenção — ecoa uma voz metálica e robótica. — Todos os estudantes acordaram, por favor, dirijam-se ao salão.

“Salão? Que salão?

Como se estivesse respondendo minha indagação, uma passagem dimensional surge no meio da sala. Noto que, diferente de Dona, a cor do portal não é uma mistura de cores, mas sim possui apenas um único tom: cromado.

Eliene levanta do sofá, Coraline a segue e Maven vai logo atrás. Por fim, entram no portal, assim me deixando sozinho na sala.

Antes de adentrá-lo, vou até onde os três estavam sentados. Após colocar a mão sobre o lugar que Coraline estava sentada, fecho os olhos e foco nos resquícios de mana.

“Oh, isso é interessante.”


Saio em uma espécie de salão, assim como a voz falou. Logo, Coraline e Maven também surgem.

Ao redor, há diversas mesas redondas, para ser mais exata: 26. Todas contém uma distância considerável umas das outras, possuem quatro assentos e uma placa com o nome de um Estado.

Um palco reside no “inicio” do salão, onde é possível ver duas enormes caixas de som apontadas para a gente, uma em cada lado do palco.

Além de nós, inúmeras outras pessoas estão, pouco a pouco, surgindo dos portais cromados que ficam de frente a cada uma das mesas. Algumas passagens já estão sumindo, pois os quatro do Estado chegaram.

O nosso, no entanto, continua aberto.

“Cadê aquele bastardo?”

Coraline senta-se em uma das quatro cadeiras ao redor da mesa de São Paulo. O homem, Maven, e eu fazemos o mesmo.

Distancio-me o máximo possível do último assento e fico ao lado da garota loira. O outro indivíduo, no entanto, não segue meus passos e permanece parado.

— Puta que pariu! Onde aquele bastardo está?! — exclama Coraline ao olhar para todos os lados. — Eu juro, se ficarmos pra trás por causa dele, eu vou…

De repente, o “bastardo” sai do portal de frente a nossa mesa e a passagem dimensional desaparece.

Sem dizer nada, Hadria caminha até seu assento. Ele nos encara um por um. Primeiro, seu olhar repousa sobre Coraline, depois Maven e por último eu.

Diferente dos outros dois, o encaro de volta. Seus olhos mórbidos não apresentam um único resquício de emoção, como se o ser à minha frente fosse apenas uma casca vazia.

De repente, uma frase que ele disse vem-me à mente: “Você continua linda.”

Sinto meu rosto ficar quente e desvio o olhar.

Swish!

De repente, uma flecha surge em meu campo de visão, e noto que ela está indo direto na cabeça do Lenox.

Porém, chocando todos, inclusive eu, ele pega a flecha com a mão enquanto mantém os olhos fixos no meu rosto.

Em meio a multidão que se formou em volta de nossa mesa, um homem dá um passo à frente e caminha na direção de Hadria.

Seu curto cabelo ruivo junto da barba rala me dão a impressão de que possui em torno de 20 anos. O físico, no entanto, indica que tem mais.

— Ora, ora — diz ao parar a poucos metros do garoto de 16 anos. — Vejo que minha irmã lhe ensinou alguma coisa.

— Esor… — Hadria quebra a flecha antes de levantar e logo continua: — Vaza daqui, não tenho tempo pro seu chorinho.

Uma veia pulsa na testa do ruivo, mas, ignorando o que acabara de ouvir, permanece parado.

Uma katana surge na mão do Lenox. Esor não recua, suas mãos congelam e um par de espadas de gelo criam forma.

Ao presenciar a volunge classe elementar, imediatamente recordo de quem ele é.

Esor Kethen, um dos jovens mais promissores desse ponto e herdeiro dos Kethen, uma das mais poderosas famílias do Brasil.

Não sei o que esse desgraçado do Hadria fez, mas nem as mais poderosas famílias desejariam ser inimigas desse cara.


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Olá, eu sou Eduzim!

Opa, passando aqui pra avisar que, a partir desse capítulo, a troca de pov mudara.

Antes, era feita com o nome do pov do respectivo personagem. Agora, será por separadores.

Bom, é isso. Ah, entre no discord de HOR: https://discord.gg/dYzTV64cKS

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