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Otaviano e Sedenta lutavam no meio do mercado, cada um empunhava sua arma única. Sedenta com a sua espada feita de sangue petrificado e Otaviano com um dos postes a óleo que haviam no mercado.

Era uma dança mortal, suas armas colidiam e faziam um ressonar único no ar. Era o som do sangue e da carne contra o metal, uma sinfonia macabra que juntava morte e força em um único rugido. Otaviano era mais forte, porém seus golpes não eram efetivos contra alguém ágil como Sedenta. Cada movimento era antecipado por Sedenta de forma milimétrica. Apesar de Sedenta conseguir várias vezes acertar sua espada, era incapaz de perfurar a aura divina que cobria o corpo oponente.

Aquela batalha iria ser vencida pelo cansaço, quem tivesse a maior resiliência para quebrar o adversário e aproveitar uma brecha sairia como vencedor. Sedenta percebeu isso, e tentou uma nova estratégia.

— Como membro do exército de libertação, fui treinada em técnicas que heróis como você nem sonham — declarou ela ao erguer as mãos. Sua espada se transformou em um rio de sangue que serpenteou pelo chão. — Uma das cinco técnicas lendárias de Erobern, adaptadas por mim. Correntes do Caos! — O sangue derramado convergiu em correntes carmesins, elas envolveram o corpo de Otaviano, prendendo-o de forma rápida e eficiente.

Otaviano olhou para ela surpreso, e usou um pouco de força para tentar as correntes que o imobilizaram.

— Técnica interessante — comentou ele ao avaliar a nova situação na qual se encontrava. — Quem é você?

— Sedenta de sangue, neta do Lorde Vlad, filha da união blasfema de um herói com uma das filhas da noite — respondeu Sedenta com total desprezo pelo seu passado.

— Uma meio-humana? — questionou Otaviano, ainda focado em suas tentativas de romper as correntes.

— Mais forte do que qualquer humano ou filho da noite poderia ter previsto! — Sedenta criou uma adaga de sangue e apontou para a garganta de Otaviano.

— Por isso o sol te deixa mais forte? São os genes do seu pai?

— Aquele maldito! — Sedenta estremeceu ao pensar nele.

A brecha havia sido criada, Sedenta ficou vulnerável. Otaviano percebeu isso e aproveitou, ele concentrou toda a aura que lhe restava. Um brilho tão forte, capaz de cegar Sedenta por um curto período. Sua aura divina era brilhante e envolveu as correntes. 

Com um grande estrondo, Otaviano se viu livre novamente. As correntes se romperam como papel, frágeis ao imenso poder mostrado pelo herói. Sedenta saltou para trás, ela recuou cautelosa, porém logo recuperou a sua arrogância.

— Técnica lendária? Isso nem mesmo serve para prender um Troll! — O corpo inteiro de Otaviano brilhava, era como uma lâmpada acesa.

Sedenta riu da afirmação dele.

— Isso é apenas uma cópia, as verdadeiras correntes do caos são feitas da mais pura escuridão, usam sua energia vital para se fortalecerem, impossíveis de serem quebradas até mesmo por deuses. Apenas quis homenagear meu mestre, Erobern reinara supremo novamente sobre toda Testfeld e vocês, heróis, serão um passado distante sem lugar no futuro glorioso que nos aguarda.

As palavras dela apenas serviram para fortalecer a determinação de Otaviano, que segurou firmemente o poste e, com um golpe preciso, quebrou a lamparina, deixando uma das pontas afiadas. Com a lança improvisada em mãos, ele tentou um novo ataque contra Sedenta.

Impressionada, ela conjurou um grande escudo de sangue. A lâmina do poste encontrou o escudo, deixando apenas um pequeno arranhão.

— Impossível! — Otaviano estava confiante de que o poste envolto com sua aura divina poderia romper qualquer defesa mágica.

— Novato… — Sedenta gargalhou ao observar o surpreendido Otaviano. — Acha mesmo que têm as capacidades para me derrotar? 

— Eu não acho. Tenho certeza. — Um único soco de direita foi o bastante para quebrar o escudo. — Agora vejo, estava cego, mas a Deusa abriu os meus olhos… Apenas com a aura divina terei o poder de derrotar um monstro como você!

— Patético… Todos os heróis são sempre patéticos…

Um soco atrás do outro, Otaviano avançou. Sedenta, pega desprevenida, foi incapaz de se esquivar.

— Golpe do Dragão da montanha de Prata! — Otaviano anunciou seu próximo movimento.

Com uma rápida conjuração, um dragão feito de aura prateada emergiu de suas mãos unidas. O golpe atingiu Sedenta em cheio, lançando-a para longe com o impacto avassalador.

— Nada mais do que um golpe de sorte — falou Sedenta ao se levantar.

— Aceitarás a sua derrota?

Sedenta olhou para ele com o rosto sério, a primeira vez na luta inteira. Enquanto isso, o líquido avermelhado que antes formava seu escudo se movia ao redor do seu corpo. A brincadeira havia acabado para ela, era o momento de lutar sério.

— Você acertou seu patético poderzinho, está na hora de sentir minha fúria.

Ela lançou uma estaca de sangue coagulado contra Otaviano, todavia, aquilo não era o suficiente para perfurar a aura inimiga. Mesmo assim, ela insistiu e lançou mais estacas.

— Patético é o seu ataque — disse Otaviano com a sua habitual arrogância.

Antes que pudesse processar o que estava acontecendo, uma força invisível o atingiu no queixo, lançando-o pelos ares. Ao recobrar a consciência, percebeu a verdade por trás do ocorrido. Levado pela arrogância, permitiu que as estacas fossem cravadas ao redor de sua aura, e a mão fantasmagórica não passava de mais uma artimanha de Sedenta, criada com as próprias estacas.

Sedenta saltou no ar e desferiu um golpe mortal contra o desamparado Otaviano. O impacto foi tão intenso que ele foi arremessado ao chão com tamanha violência, criando uma cratera no local do impacto. A calçada estremeceu e rachou sob a força do golpe.

— Como eu disse, heróis são fracos e patéticos… — Sedenta levantou sua espada, pronta para dar um fim a vida do herói desacordado.

Nesse momento, um portal negro se abriu no meio do mercado, e dele surgiu Vítor, com Mávros pousado em seu antebraço como um falcão treinado. Assim que puseram os pés do outro lado, Mávros alçou voo alto em busca de Herman e Alice.

— Otaviano… A sua queda foi tão fácil assim? Tão rápida que eu nem pude presenciar — Vítor divertiu-se com a cena.

— Se eu não tivesse visto Herman contigo, você seria a próxima vítima.

— E quem é o Senhor? — questionou Victor.

— Senhor? Sou uma dama, seu garoto insolente! — respondeu Sedenta, apontando o dedo para Victor.

— Com essa voz grave? E esses músculos? — Ele ficou incrédulo. — Abusar de testosterona faz isso. FAKE NATTY!

— Que diabos é você?

— Vítor, o marionetista. Novo recruta do exército de libertação, é um prazer conhecê-la, senhora?

— Me chame de Sedenta.

— Sedenta? Um nome bastante peculiar… Agora me diga, onde estão Herman e Alice?

— E por acaso sou o anjo da guarda deles? — retrucou Sedenta.

— Não, mas você poderia me ajudar, não é? — sugeriu Vítor.

Sedenta se preparava para responder, quando o chão começou a tremer violentamente. Uma cratera surgiu por toda a região do mercado, levando Sedenta, Vítor e o desacordado Otaviano para o subterrâneo de Etterbachen.

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Olá, eu sou o Miltil!

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