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Ring de luta. Hora local 18:16

O trio humano ajuda a levar a desacordada Layru para fora com o máximo de cuidado possível. Com dificuldade Alendor os seguia. Kinn visivelmente abalada segurava fortemente a mão da amiga. Passando pela porta de entrada, a jogadora de preto é colocada no chão. Kinn se ajeita para deixar a cabeça de Layru em seu colo. As setas brilhavam mostrando o caminho. Os demais jogadores concordam sem falar uma palavra que Kinn não deixaria a amiga naquele momento, dependendo deles conseguir o remédio.

— Alguém tem de ficar com ela — Alendor procurava não ligar para dor latente em seu corpo, porém estava bem complicado — sozinha ela não tem condição de ficar.

— É um ponto — Doug analisava o mapa, vendo a distância até o objetivo — vai que aparecem inimigos.

— Ela luta bem, pelo pouco que vi — Will olhava para as jogadoras, se lembrando de sua namorada— só que do modo que está, não deve nem conseguir se defender.

— Vão lá pegar o antídoto ou que quer que seja — Alf se afastava dos demais, encostando na parede próximo as jogadoras — vão logo. Vão, xô.

— Tome cuidado pouca sombra — Will nem tentou argumentar contra a decisão do amigo — voltaremos o quanto antes.

— Acho bom — Al retruca, escondendo o nervosismo da responsabilidade que pegou para si.

Doug e Alendor não falam nada, aceitando a decisão de Alf.

O novo trio segue as setas. Subindo e caminhando pelo navio. Quando estavam bem perto do topo, as setas os fazem descer para o andar mais baixo novamente. Eles chegam próximo ao ponto de objetivo, entretanto o caminho em linha reta, tinha um buraco consideravelmente grande. Os jogadores cinza e azul tomam distância e pulam razoavelmente bem o buraco. Alendor ativa as botas e luvas magnéticas, transpassando o buraco como o homem aranha.

— As vezes eu esqueço que temo essas coisas — Will comenta, visivelmente chateado de não ter usado os acessórios daquela forma ainda.

— Tudo questão de tempo, relaxa vão pegar as manhas — Alendor conduzia o grupo — tudo ao seu tempo.

Finalmente chegam ao ponto de interesse, mais uma enorme porta os aguardava. Sem fazer cerimonia eles entram. O local estava vazio. Um grande espaço de madeira e metal vazio, pouco maior que o contêiner. A porta some novamente, uma linha de energia brilha no chão, uma caixa de vidro desce do teto, ocupando todo espaço após a linha de energia. Algo cinza e prateado é borrifado na caixa, tomando toda ela. Do outro lado da sala um pedestal branco é materializado, em seu cume, uma ampola de vidro. Dentro desta, um líquido dourado repousava.

— Sejam bem-vindo à minha quadra de diversões jogadores — a holograma surgia para eles. Por algum motivo, Alendor achava que ela estava mais sensual dessa vez que nas demais aparições— o desafio é simples, atravessarem o espaço demarcado e pagar o remedinho da putinha — gargalhadas ecoavam pelo local, deixando os jogadores desconfortáveis — um de cada vez. E cuidado, posso ter programado o sistema ante incêndio para molhar vocês — ela pisca para Alendor, que se arrepia todo — boa sorte.

— Certo — Will segura Alendor pelos ombros — o que caralhos é fuligem de pensamento? Pela cara que fez no Ring, tu sabe o que é.

Alendor se solta de Will, indo para frente do vidro.

— Fuligem de pensamento é uma droga sintética alucinógena — o jogador preto encara os outros — ela não dá barato, ou alivia dores, não ela é um composto feito para usar na guerra, para deixar os inimigos confusos e desorientados. Enquanto tiver contato com ela, você não vai passar de um zumbi semiconsciente. Ela não é letal, assim que para de ter contato, os efeitos passam quase de imediato.

— E já teve de passar por ela? — Doug tocava o vidro, indagando como a fumaça não o transpassava — tem como passar de boas?

— Eu nunca tive que passar por ela em todo jogo.

— Então… como? — Will se aproximava com cautela.

Alendor bufa.

— Meu povo criou isso, na verdade meu tio… era um projeto para uso em animais selvagens que atacavam as nossas cidades… ai veio o jogo… e ele modificaram… fazendo ser bem pior e mais potente… por isso eu tenho que entrar e pegar o antídoto.

— Certo, tá carregando uma culpa que não é sua amigão — Will se põe frente a Alendor — eles pegaram do seu mundo e pioraram, ok, eu entendo querer pegar o antídoto, mas a louca lá vai ligar os irrigadores e tu vai virar uma pasta branca no chão, e isso não ajuda em nada a missão.

O jogador preto se acalma um pouco.

— Tem como “vencer” a fuligem? — Doug pergunta esperando uma resposta positiva.

Alendor pondera por alguns segundos, parecendo analisar vários cenários em sua mente.

— Bem… — começa ele— teoricamente, sim. Como a fuligem foi feita para uso de surpresa, o ato de saber sua existência nos dá uma vantagem. Só é preciso focar no objetivo e ser mais teimoso que ela.

Doug gargalha baixinho olhando para Will.

— Se a pessoa manter a cabeça em algo, um lema, uma pessoa, um veículo, a porra que for — Alendor continua — ela pode se manter consciente o bastante para “vencer” a fuligem.

— E já aconteceu? — Will coçava a cabeça, imaginado o que lhe manteria pensante.

— Para falar a verdade, sim. Algumas vezes na verdade. Criaturas que não fossem pegas de surpresa e fossem teimosas — Doug novamente ri e olha para Will — conseguiam entrar e sair da fuligem completando objetivos.

— Já é alguma coisa — Will se prepara para entrar na fuligem, sendo segurado por Doug — pois não?

— Oxi, e quem decidiu que tu vai primeiro?

— Tava de risinho até agora quando falavam em teimosia, então aparentemente, eu sou o mais teimoso dos dois, e não vou derreter com água. Eu vou primeiro sim meu jovem.

Doug até tentou contra-argumentar, mas Alendor o lembrou do tempo que estavam perdendo.

— O que vai mentalizar para manter a cabeça funcionado? — Alendor tinha curiosidade.

Will para frente a porta de vidro que se materializou após decidirem que entraria. Ele balança a cabeça sorridente.

— O lema dos Lanternas Verde — Ele entra.

Doug ri da resposta do amigo. Ele sabia o quanto Will era fã dos lanternas, e esperava que o lema deles o mantivesse no caminho.

Alendor não sabia o que raio era um lanterna verde, ou a razão uma lanterna esverdeada ter um lema, mas agora tinha de confiar na escolha de Will.

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