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Enquanto encarava o Elfo Negro caido, Fernando manteve uma expressão fria. Então desceu com sua espada.

“Não!!” A elfa chamada Avic gritou em pânico.

A espada atingiu o chão, a poucos centímetros do rosto de Helian, mas ele manteve-se encarando Fernando, com os olhos sem hesitação.

Fernando achou estranho isso, mesmo sendo seu inimigo, ele tinha que admitir que essa ‘pessoa’ era corajosa.

“Você parece ser o líder aqui, se me prometer que não vão nos perseguir, vou deixá-los vivos.” Não é como se Fernando estivesse sendo piedoso, mas ele imaginou que seria mais vantajoso fazer um acordo do que uma rixa de sangue.

Além disso, se apenas três Elfos Negros estavam dando tanto trabalho, o que aconteceria se eles fossem perseguidos por dezenas? Ou talvez até centenas? 

O caminho até Vento Amarelo era longo, as chances deles serem mais rápidas que os elfos eram pequenas.

“Humph! Quer barganhar comigo humano?” Helian disse, com uma expressão de desprezo.

Vendo isso, Fernando moveu sua Kilrayzer, colocando-a no pescoço do Elfo Negro.

“A decisão é sua.”

Sentindo o calor do fio da espada vermelha em sua garganta junto ao rosto inexpressivo desse humano, o elfo engoliu em seco.

Mesmo que ele fosse um guerreiro orgulhoso que não temia morrer em batalha, não quer dizer que ele se mataria de boa vontade se houvesse uma saída disponível.

“Muito bem, eu Helian, filho de Valeres e sucessor do Vale das Orquídeas, dou a minha palavra de que você e suas tropas não serão perseguidas.”

Ouvindo isso, Fernando levantou sua espada.

“Se voltar atrás nas suas palavras, ou tentar algo, eu te mato.”

“Você acha que nós Elfos Negros somos como vocês humanos despreziveis? Nós prezamos por nossas palavras.” Helian respondeu.

Ouvindo isso, Fernando franziu a testa.

“Cercear e matar pessoas inocentes de fome, quão nobres vocês são.” Fernando falou em um tom irônico.

Helian queria retrucar, mas permaneceu em silêncio, por mais que odiasse os humanos e suas ardilosidades, ele não poderia negar que estavam fazendo o mesmo.

“Fernando, isso é sério?! Vamos deixar esses caras irem embora? Eles acertaram o Tom e o Ronald! Nem sabemos como o Tom está!” Lance gritou enfurecido ao ouvir o acordo sendo feito.

Archie, Remir e os outros também estavam sem palavras.

“Vocês mataram um dos meus, é justo que tenhamos matado alguns dos seus.” Helian falou, se aproximando da elfa Avic e tirando alguma espécie de poção e derramando sobre seu braço ferido.

Ouvindo isso, todos ficaram furiosos.

“Deixe-me matar esse maldito! Se o Tom morrer, pelo menos teremos nos vingado!” Lance esbravejou.

Nesse momento Fernando colocou o braço em sua frente, o encarando em silêncio.

Vendo isso, Lance parou seus passos.

“Eu sou o líder do Esquadrão Zero, eu fiz um acordo e ele deve ser seguido até o fim.”

Lance rangeu os dentes, pela primeira vez ele discordava de uma decisão de Fernando.

“Lider… Eu não quero me intrometer, mas se chegar aos ouvidos do Salão que fizemos qualquer tipo de acordo com Elfos Negros…” Remir falou, hesitante.

“É simples, eles não precisam saber. Além disso, não é da minha conta qualquer conflito que eles tenham com esses caras.” Fernando falou sem se importar, mas ele não percebeu o quão chocados os dois elfos ficaram ao ouvir essas palavras.

Theodora que já conhecia esse lado de Fernando sorriu. Ela sabia que contanto que alguém não tentasse feri-lo ou a seus companheiros, ele não consideraria essa pessoa inimiga.

Os dois Elfos Negros se levantaram, com Helian apoiando Avic.

Do outro lado, Fernando, Theodora e os demais permaneceram os encarando.

Nesse momento o restante do esquadrão chegou. Emily, Noah e os outros ficaram surpresos ao ver aquilo, os dois inimigos parados em frente de seus companheiros. O que estava havendo? Eles não deveriam matá-los? Por que estavam deixando-os fugir?

Quando os elfos estavam prestes a ir embora, um som ensurdecedor soou ao longe.

“Haaa!”

Um grito ecoou por toda a floresta, então, o céu escuro como o breu brilhou, sendo preenchido por raios azuis celestes que tornaram a noite escura tão clara quanto o dia.

Fernando e os outros não sabiam o que estava acontecendo, mas sentiram uma pressão inimaginável em seus corpos.

De repente um clarão incandescente cortou os céus.

Bang!

Algo havia pousado a poucos metros deles. Quando olharam para o local, viram um Elfo Negro, com longos cabelos pretos tranceados e vestido com uma armadura azul-esverdeada se levantando. Seu corpo preenchido com arcos elétricos azuis.

Quando os olhos dele se voltaram para o grupo, todos sentiram suas pernas enfraquecendo e seu corpo congelando.

Vendo isso, a expressão de Fernando mudou.

Boom!

Sem pensar duas vezes, ele ativou seus Passos Tirânicos, aparecendo logo atrás de Helian, sua mão segurando seu pescoço como se fosse uma garra.

Quando o elfo desconhecido viu aquilo, seus olhos brilharam com fúria.

“Humanos malditos, vocês se atrevem a ferir meu filho?!”

Quando Fernando ouviu isso, confirmou sua hipotese, esse era o tal Campeão dos Elfos Negros, Valeres.

Isso é um Campeão?! Eles são mesmo do nível de um general? Sinto que mesmo dois Kalfas não seriam páreo para ele!! Fernando pensou consigo mesmo, perplexo. 

Todo seu corpo estava tremendo, seus olhos arregalados, prestando atenção ao menor dos movimentos desse inimigo. Se ele atacasse, Fernando quebraria o pescoço de Helian. Suas intenções eram claras para serem vistas.

Helian inicialmente ficou feliz ao ver seu pai, mas logo sentiu uma dor excruciante em seu pescoço, algo havia o agarrado brutalmente.

Quando olhou para trás, entendeu tudo. Temendo ser morto, o humano havia o capturado como refém.

A elfa Avic, estava chocada, quando achou que as coisas tinham terminado bem, seu jovem senhor foi capturado.

“Solte meu filho e eu irei dar-lhe uma morte indolor.” Valeres gritou.

Ao ouvir isso, Fernando permaneceu em silêncio, com um rosto inexpressivo.

Valeres ficou furioso ao ver isso.

“É sua última chance, humano!”

Nesse momento, a expressão fria de Fernando foi desfeita quando ele levantou um fraco sorriso.

“Se eu for morrer de qualquer jeito, não ligo se vai ser mais ou menos doloroso. Nesse caso eu posso muito bem levar esse cara comigo.”

Ouvindo essas palavras, mesmo o grande Campeão Valeres tremeu.

A única coisa que ele amava mais do que seu povo, era seu único filho, Helian.

Mesmo sendo um verme fraco que ele poderia pisar a qualquer momento, esse jovem humano havia incutido pavor em seu coração. 

“O que você quer?” Valeres perguntou, com um rosto enojado por ter que falar com esse ser humano.

“Pai! Eu já fiz um acordo com esse humano, ele poupou minha vida, em troca de deixá-los ir.” Helian falou, mesmo sendo vergonhoso admitir isso, ele se viu obrigado.

“O que?!” Valeres ficou perplexo ao ouvir isso. Se fosse qualquer outro elfo, ele teria explodido de raiva, mas sendo seu próprio filho, não havia como dizer algo.

O Campeão élfico olhou para Fernando, ao perceber a armadura negra que vestia, seu rosto ficou azedo. Era uma armadura de seu povo.

“Ele traja a armadura de um Svartalfar, como esse humano poderia ser confiável?!”

Ao ouvir isso, Helian arregalou os olhos, olhando para a armadura desgastada do jovem humano.

Svartalfars eram Senhores Élficos, os governantes de uma pequena região.

Fernando franziu a testa ao ouvir isso.

“Eu só comprei isso, não tenho culpa se seu povo a perdeu.”

Vendo a falta de respeito desse humano, Valeres sentiu seu desejo de matá-lo arder ainda mais. Raios crepitaram de seu corpo.

“Pai! Eles cumpriram sua parte no acordo me libertando antes, eu dei minha palavra! Se quebrarmos um pacto, não seremos diferentes da escória humana.” Helian exclamou.

O coração de Fernando estava acelerado, se ele não conseguisse chegar a um consenso com essas pessoas, ele e os outros seriam mortos ali mesmo.

Depois de ficar em silêncio, Valeres fez um rosto de raiva.

“Os Elfos Negros são nobres e justus, se meu filho fez esse pacto, ele sera cumprido. Liberte-o e eu deixarei que vivam.”

Emily e os outros que estavam tremendo, finalmente viram um pouco de luz em meio a escuridão de desespero, mas as próximas palavras de Fernando quase os fez desmaiar.

“Eu recuso!” Fernando respondeu com um rosto sério.

Ao ouvir isso, tanto os elfos quanto o Esquadrão Zero ficaram chocados.

“Eu tenho cara de idiota? Se eu liberta-lo agora, nossas vidas estarão em suas mãos. Não sou inocente a esse ponto.”

Valeres ficou furioso ao ouvir isso.

“Ele irá me seguir até metade do caminho, então eu o libertarei.”

Tanto Helian, quanto Avic e até o próprio Valeres ficaram chocados com a ousadia desse jovem.

Nesse momento, tudo que o Campeão Élfico queria era deixar esse humano em pedaços. Mas a vida de seu filho era mais importante.

“Que garantias você me dá de que não irá ferir meu filho? Como eu posso confiar em um humano como você?”

“Se eu fizer algo, você sabe onde me encontrar, não é como se eu pudesse fugir.” Fernando sentia que esse “Campeão” era muito mais forte do que Kalfas que era o lider e guardião de Vento Amarelo.

Ouvindo isso, Valeres ficou sério. Assim como esse jovem havia dito. Com o poder que ele detinha, mesmo que sofresse grandes perdas, ele poderia varrer a cidade-fortaleza humana.

“Muito bem, deixarei que partam, mas se tirar a vida de meu filho, destruirei sua cidade e todos que lá vivem.”

Tanto Fernando quanto os outros sentiram um calafrio ao ouvirem isso. Para fazer essa afirmação, significava que ele tinha os meios para isso.

Sem dizer mais uma palavra, Fernando recuou lentamente, enquanto puxava Helian consigo.

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