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Helian olhou para o jovem humano de aparência pálida a sua frente, uma mistura de raiva e um misto de outras coisas o inundava.

“Não entenda errado, eu não sou seu amigo, muito menos seu salvador. Apesar de nós Elfos Negros e vocês Humanos lutarmos por decadas, sempre o fizemos por interesses e território. Ja seres malignos como aquele Obscuro, são inimigos que se alimentam de nossos corpos e nosso ser. Mesmo que eu odeie vocês humanos, aquela coisa é algo que não posso tolerar existir.” Helian falou num tom sombrio.

A expressão do elfo de pele clara e cabelos negros escorridos mostrava que havia uma indecisão dentro de si próprio.

“Eu não posso perdoá-lo por matar um dos meus homens, mas você cumpriu sua parte e não tirou minha vida ou de Avic. Como o único filho de Valeres, eu não posso voltar atrás em minhas palavras.”

Fernando ouviu isso em silêncio, ele percebeu que o elfo parecia não satisfeito com a situação e parecia até confuso, mas ele não podia dizer muito, já que ele próprio também se sentia assim.

“Claro, eu só voltei porque vi que aquele era um Obscuro recém nascido, então havia uma chance de matá-lo. Se fosse um pouco mais maduro, mesmo que tivesse que ir contra minhas palavras, eu teria ido embora.” Helian complementou.

Ouvir isso deixou Fernando sem palavras, se aquilo era um recém nascido e já era tão forte, como seria um adulto?

“Espera… Se é um recém nascido significa…” Uma ideia passou pela mente de Fernando, que o fez tremer por um momento.

“Isso mesmo, pelo tamanho, aquele nasceu a no máximo um mês. O que significa que o progenitor dele não deve estar muito longe. Obscuros não se reproduzem entre si, quando adultos eles soltam uma pequena parte de seu próprio corpo a cada poucos anos, isso forma Obscuros recém nascidos.”

Ouvir essa informação causou um calafrio em Fernando, se um adulto atacasse Vento Amarelo, o que aconteceria? Isso o fez querer voltar o quanto antes e informar sua professora.

Depois de pensar um pouco, Fernando olhou para os dois elfos.

“Vocês podem voltar a partir daqui. Seu pai parece não estar mais nos perseguindo. E independente dos seus motivos, eu agradeço pela ajuda.” Fernando falou num tom calmo.

Ouvir aquilo surpreendeu tanto Helian quanto Avic. Não só esse humano estava os libertando, como até os agradeceu.

Helian não disse nada, mas fez um sinal para Avic. Ela rapidamente começou a recolher algumas coisas pelo chão.

Quando Fernando estava prestes a sair, Helian tirou algo de sua cintura, de dentro de uma espécie de bolsa, mas o item negro que ele começou a retirar era grande demais para caber ali. Certamente se tratava de um item de armazenamento como sua Pulseira.

“Aqui, foi você quem matou, é seu por direito.” Helian jogou uma esfera vitria do tamanho de uma bola de futebol.

Fernando apressadamente segurou o item e o olhou com curiosidade.

“O que é isso?” Ele perguntou com curiosidade.

O elfo imediatamente olhou para ele como se fosse um idiota.

“Esse é o cristal do Obscuro. Entre meu povo isso é algo de grande valor, acredito que seja o mesmo para vocês humanos.”

Fernando olhou para a esfera negra em sua mão, parecia diferente dos cristais das criaturas que ele matou anteriormente. Além disso, era pesado.

Ele olhou para Helian e estava se aprontando para sair.

“Eu sei que você não gosta de humanos, mas pelo menos não deixe o povo daquela vila morrer de fome, eles não tem nada haver com os conflitos entre soldados.” Fernando falou num tom sério.

Helian ouviu isso e parou por um instante, mas não se virou ou respondeu, apenas continuou andando, com Avic logo atrás. Depois de um tempo ambos os Elfos Negros sumiram em meio a mata.

Quando eles saíram, os membros do esquadrão que observavam a situação de longe, se aproximaram.

“Você os deixou ir?” Noah perguntou.

Fernando assentiu. Na verdade, se eles quisessem partir, ninguém ali poderia detê-los. Pelo menos não com Fernando ferido e o restante do esquadrão exausto.

Depois disso, o grupo descansou por mais algumas horas.

Com a ajuda de Simon, Fernando recolocou seu braço quebrado no lugar. Seria problemático se seu corpo se regenerasse antes do braço estar no lugar.

Fernando não sabia que tipo de poção o elfo havia dado a ele, mas seus ferimentos estavam se recuperando numa velocidade impressionante. Mesmo que ele tivesse a habilidade Auto Regeneração, ela atuava muito lentamente em sua forma passiva. Apenas quando ele gastava mais mana e focava em algum ponto específico, ela atuaria mais rápido.

Enquanto o esquadrão descansava, algo inesperado ocorreu. Tom finalmente havia acordado.

Quando soube, Fernando rapidamente se levantou para ver sua situação.

“Seu merda, tomando uma flecha antes mesmo da luta começar!” Lance apertou Tom pelo pescoço de forma brincalhona.

“Tom, que bom que você está bem agora.” Ronald falou sorrindo.

“Obrigado, isso é graças a vocês.” Tom respondeu timidamente.

“Achei que você ia bater as botas mesmo, eu aqui pensando que finalmente ia ser a maga mais forte do grupo….” Emily falou brincando.

“Sua peste!” Karol pegou Emily, dando-lhe alguns cascudos.

“Ai, ai!” Emily reclamou, tentando se soltar.

Fernando viu aquilo tudo e sorriu.

Tom que mal havia acordado não sabia o que dizer, mas ele parecia satisfeito em ver que todos estavam bem.

Quando ele viu Fernando, seu rosto mudou muito. 

“Lider! O que aconteceu com você!?” Ao ver o estado precário, cheio de ferimentos que Fernando se encontrava, Tom imediatamente soube que as coisas não haviam saído tão bem quanto ele imaginou.

“Não é nada, só alguns arranhões.” Fernando falou num tom inexpressivo, como se não fosse nada demais, mas internamente ele sentia tanta dor que sentia vontade de se agachar no chão e chorar um pouco em silêncio.

Obviamente, como líder do grupo, ele não poderia se prestar a esse papel, então aguentou tudo com um rosto calmo.

Logo contaram a ele o que havia acontecido. Ao saber que todos quase morreram, incluindo Fernando, seu rosto ficou pálido.

“Me perdoem, se eu não fosse tão fraco…” Tom se sentiu inútil, quando o grupo mais precisou, ele estava desacordado.

“Cale a boca! Só o fato de sobreviver depois de tomar um flecha daquela, já é bom o bastante!” Lance falou com raiva.

Sendo repreendido dessa forma, Tom ficou quieto, não se lamentando mais. Afinal não havia sentido nisso.

Depois de conversarem por um tempo, todos deixaram Tom descansar um pouco.

Enquanto Fernando estava sentado ao lado de uma árvore, descansando. Archie chegou ao seu lado. Fazendo-o abrir os olhos.

“O que houve?” 

“Fernando, ou melhor, líder do esquadrão. Eu queria agradecê-lo.” Archie falou.

Fernando olhou para ele com um rosto cheio de dúvida.

“Louisa e Ugo me contaram, se não fosse você voltando e parando o Obscuro, eles provavelmente teriam morrido. Eu estava tão desesperado na hora, que nem reparei que eles tinham ficado tão para trás… Antes de me juntar ao seu esquadrão eu sempre o via como um rival entre os recrutas, mas depois de vê-lo fazer tantas coisas que parecem impossíveis, eu percebi que estamos em níveis completamente diferentes.” Archie falou com um rosto solene.

Fernando ouviu tudo aquilo em silêncio, ele não sabia muito bem o que responder.

“Muito obrigado por convidar a Equipe 33 para seu Esquadrão, apesar das perdas que sofremos, sinto que cresci muito desde que cheguei aqui. Novamente, obrigado por tudo!” Archie falou num tom sério, o que era incomum, já que ele era sempre brincalhão com todos.

Fernando assentiu, vendo isso Archie saiu com um rosto satisfeito e resoluto.

Fernando sentiu que como líder, deveria ter dito algumas palavras inspiradoras ou algo do tipo, mas ele simplesmente não era bom com isso.

Após descansarem por algum tempo, Fernando se levantou. Ele havia tentado concentrar parte de seu mana na sua armadura, como Theodora havia dito. Para sua surpresa, a Armadura Negra Kinfar começou a se regenerar. O problema é que ela consumia uma quantidade absurda de mana, então ele foi obrigado a consumir algumas poções, já que não se atrevia a usar sua Pedra de Mana nesse momento. 

Em questão de minutos, Amadura Negra Kinfar estava completamente recuperada, escondendo a maior parte de seus ferimentos.

Fernando também sentiu que já conseguia andar, então ordenou a todos que se preparassem para partir. Era hora de voltarem para Vento Amarelo!

Em questão de minutos todos estavam prontos. Na verdade, eles já haviam se recuperado a muito tempo, o esquadrão só estava parado ainda devido aos ferimentos pesados de Fernando. Como ele sentiu que ja era hora de partir, o grupo obviamente seguiu suas instruções.

“Tem certeza que está tudo bem, Fernando? Se quiser podemos ficar mais um tempo.” Karol perguntou.

“Não, vamos partir, já me sinto melhor.” Fernando respondeu sem delongas, ele não queria correr mais riscos.

Inicialmente, ele pensou que depois de ficar mais forte não haveria perigos. Mas nesse dia, depois de se encontrar com aquele Obscuro, viu que isso não era necessariamente verdade. 

Havia perigos em todos os cantos nesse mundo. Em uma missão que parecia ser tão simples, ele e os outros quase perderam a vida tantas vezes.

O Esquadrão Zero logo começou a marchar, entrando em formação.

Dessa vez, sem ninguém os perseguindo, eles avançaram com cautela. O encontro com o Obscuro causou um certo trauma em alguns deles.

No caminho encontraram uma grande quantidade de animais e bestas. Enquanto os matavam, Fernando apenas recolheu seus cristais, sem perder tempo em limpar suas carcaças e tirar as outras partes valiosas. Tudo que ele queria era voltar logo.

Algumas horas depois, perto do anoitecer, o grupo viu do topo de uma colina uma cidade iluminada.

“Finalmente estamos de volta.”

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