Selecione o tipo de erro abaixo

O Beholder tinha uma expressão estupefata, não sabia se ria ou chorava. Ele, uma criatura sábia, havia sido ludibriado por um mero humano.

Fernando pegou uma Poção de Cura e jogou em direção a criatura. 

Inicialmente tinha ficado duvidoso a respeito da tal Matriz de Contrato, mas agora sentia uma certa conexão entre ele mesmo e o Beholder. Apesar de não ter certeza dos efeitos, havia uma sensação intrínseca de que a criatura não poderia traí-lo.

“Beba isso e levante-se e aliás, como você se chama?.” Fernando perguntou, achou muito incômodo se referir a ele como ‘isso’.

O Beholder agarrou a poção com um dos tentáculos, sem pensar muito jogou o frasco em direção a boca e o engoliu inteiro.

“Meu nome é Brakas, senhor.” A criatura falou de forma obediente, agora que havia assinado o contrato de vassalo, não havia como enganar o jovem humano.

“Entendo, Brakas, restaure meu amigo ao normal.” Fernando falou, olhando para Simon.

“Sim senhor.” O Beholder, apesar de ainda ferido, pareceu ganhar alguma força depois de beber a poção. Então flutuou em direção a Simon, que andava aleatóriamente pela caverna.

Enquanto via isso, Fernando tinha um rosto pensativo. Não sabia o que fazer com Brakas. Se o levasse para fora nesse momento, todo o esquadrão se assustaria. E se algum aliado o visse, poderia acabar considerando o Esquadrão Zero como um inimigo.

Com um rosto frio, ele decidiu-se, se manter a criatura fosse prejudicial, ele o mataria.

Como se sentisse algo, alguns dos olhos do Beholder voltaram-se para Fernando. Vendo seu olhar frio, Brakas tremeu. Sua vida estava nas mãos desse jovem humano, se ele não mostrasse serventia, temia que as coisas não acabariam bem para si.

“S-senhor, você parece aflito, nós Beholders somos conhecidos por nossa sabedoria, talvez eu possa ajudá-lo.”

Fernando ouviu isso com um rosto sereno.

“Você ouviu o que eu disse antes, pense em algo a respeito. Mesmo que tenha assinado esse contrato comigo, não significa que vou mantê-lo vivo se minha vida ficar em risco por causa disso.”

Ouvindo isso, Brakas tremeu, sua suposição de que algo não estava bem estava certa. O jovem humano havia dito antes que seus aliados estavam por perto e obviamente poderiam vê-lo como um inimigo devido a sua presença.

Fernando ficou enojado quando viu a criatura fazer uma careta enquanto pensava. Ele já o achava feio, com essa expressão havia ficado pior.

O grande olho do Beholder se abriu, como se tivesse tido uma grande ideia. Então cuspiu algo de seu olho.

“Senhor, podemos usar isso.” Brakas disse, mostrando um anel preto, não havia adornos nem simbolos, apenas uma superfície lisa.

“O que é isso?” Fernando perguntou, enquanto analisava o item.

“Esse é um Anel de Aprisionamento, normalmente é usado como uma prisão móvel, eu roub-… Ahem, quer dizer, eu o adquiri em uma das minhas viagens na terra dos Anões.”

Fernando ignorou a frase incompleta e focou no anel.

“E qual a função exata disso?”

“Bem, você já deve saber, mas itens de armazenamento normalmente não podem conter coisas vivas. Pensando nisso, alguns Mestres de Matrizes da raça dos anões se reuniram a muitos anos atrás e conseguiram criar essa façanha, um Anel de Aprisionamento. Você pode usá-lo para capturar coisas vivas e mantê-las dentro. Obviamente tem suas desvantagens, diferente de itens de armazenamento reais, o anel não conserva nada que é preso dentro, afinal, não tem como ‘congelar’ algo vivo sem matá-lo.”

Fernando ouviu isso com um rosto surpreso, não havia imaginado que esse pequeno anel tinha uma função tão impressionante.

“Então o que você está dizendo é usá-lo para prender você?”

O Beholder se sentiu ofendido, seu objetivo não era ser mantido ‘preso’, mas sim usar o Anel de Aprisionamento como esconderijo.

Nesse momento, Simon, que foi libertado da magia de atordoamento, começou a se recuperar. Vendo isso, Fernando franziu a testa.

Com um pensamento, introduziu seu mana no anel e então se aproximou do Brakas. Ele não sabia ao certo como funcionava, mas imaginou que seria semelhante a Pulseira de Armazenamento.

Com um pensamento, Brakas sumiu da frente de Fernando. Quando o mesmo focou sua mente no espaço interno do anel, viu o Beholder lá dentro. A criatura estava olhando em volta, como se explorasse o interior. Dentro era relativamente maior que uma Pulseira de Armazenamento, chegando a trinta metros quadrados. O local estava dividido em 5 celas de seis metros quadrados cada, era realmente como uma prisão.

Com isso, o problema foi resolvido, mas Fernando ainda estava pensando sobre como utilizar Brakas, afinal, era uma criatura realmente forte, principalmente em espaços apertados. Era algo surreal poder controlar algo tão forte e com aparência tão assustadora.

De repente, imaginou algo estranho.

Eu meio que pareço um treinador de pokémons agora… Fernando pensou, enquanto olhava para o anel, de certa forma o anel parecia uma pokebola.  Só que meu Pikachu é meio feio…

“L-líder? O que aconteceu? Onde está o Beholder? Você o matou?” Simon perguntou, seu rosto estava pálido e seu semblante cansado, provavelmente devido ao efeito da magia de confusão.

“Não se preocupe com isso, está resolvido.” Fernando falou, sem revelar muito sobre o que houve.

“Vamos embora, já não há inimigos aqui. A parte interna da mina está assegurada.” Além da caverna central, Fernando viu algumas cavernas menores. Mas como Brakas viveu ali por tanto tempo, ele já teria matado qualquer outra besta no interior.

Simon concordou, sair daquele lugar soava bom.

No trajeto de volta, Fernando recolheu alguns fragmentos de cobre para passar o tempo, mas sabia que não era algo que valia muito a pena. Seriam necessárias dezenas de pessoas trabalhando naquele lugar por dias a fio para que um valor considerável fosse conseguido.

Em poucos minutos, ambos viram o brilho do sol. Eles tinham passado pouco tempo dentro da escuridão da mina, mas parecia uma eternidade.

Assim que Fernando pisou o pé fora da mina, vários rostos olharam em sua direção. Todos do Esquadrão Zero estavam lá, mas vendo suas expressões, notou que algo não estava certo.

Vagando com seu olhar, logo notou algo estranho. Havia um homem ajoelhado não muito longe do acampamento que foi montado. Theodora estava com sua espada desembainhada sob a cabeça do indivíduo.

“Fernando, você voltou!” Karol falou, com um rosto preocupado.

“O que está acontecendo aqui?”

Ouvindo isso, Karol e os outros tinha expressões estranhas, então resolveram contar o que houve.

Segundo eles, esse homem estranho tinha aparecido nos arredores da mina. Estranhamente, ele não tentou se ocultar ou fugir, mesmo sabendo da localização da mina e que eles estavam lá, o homem simplesmente havia se rendido dizendo que queria falar com o líder deles.

Desde então o sujeito ficou imível, sem conversar com ninguém, aguardando-o.

Depois de entender a situação, Fernando assentiu. Então caminhou em direção ao sujeito, era um homem magro, com cabelo loiro cacheado, amarrado atrás como um rabo de cavalo. Era um sujeito com uma aparência deslumbrante, de relance poderia facilmente ser um modelo, isso é, se não fosse seu nariz gigante.

Quando o homem loiro viu Fernando se aproximando, levantou seu rosto.

“Presumo que você seja o líder desse pequeno esquadrão.” disse, olhando Fernando nos olhos.

Theodora franziu a testa ao ver isso, encostando a espada na nuca do mesmo.

“Desculpe, líder, não consegui arrancar nenhuma informação dele. Claro, se você me permitir, posso usar alguns métodos…” Theodora disse, com um sorriso amedrontador.

Fernando sentiu um arrepio ao ver aquele sorriso, não queria imaginar que tipo de métodos seriam.

“Sim, meu nome é Fernando Nobrega, Cabo, quem seria você? Essa mina foi reivindicada pela Décima Terceira Guarnição.”

Ouvindo isso, o homem loiro com nariz grande sorriu.

“Quem eu sou? Hahahahaha.” Depois de dar uma gargalhada, o homem levantou-se.

Os olhos de Theodora ficaram afiados, ela planejava decapitar o sujeito ali mesmo, mas foi impedida por Fernando, que acenou com a mão.

“Eu sou Ilgner, o grande! Ilgner, o belo! Ilgner o bravo!” O homem esbravejou, cheio de orgulho.

Todos do Esquadrão Zero olharam para o sujeito com rostos confusos. Quanto ego alguém precisaria para se auto intitular tantas vezes?

Fernando manteve um rosto inexpressivo, então falou.

“Nunca ouvi falar.”

“…”

Picture of Olá, eu sou o Glauber1907!

Olá, eu sou o Glauber1907!

Comentem e Avaliem o Capítulo! Se quiser me apoiar de alguma forma, entre em nosso Discord para conversarmos!

Clique aqui para entrar em nosso Discord ➥