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Lian tinha uma expressão estranha com a pergunta de Fernando.

“Infelizmente não, estamos no limite com o orçamento, se contratarmos mais pessoas, ficamos no vermelho e não conseguiremos concluir a construção com os fundos atuais. Mesmo que seja mais demorado, é mais barato com um limite de trabalhadores.”

Ouvindo isso, Fernando entendeu. Uma pessoa poderia construir uma casa ao longo de dez anos com gastos mínimos, ou poderia construí-la em meio ano com dez pessoas trabalhando, mas o gasto seria muitas vezes maior.

“Eu tenho 30 homens e mulheres comigo, não se preocupe com seus salários, eu posso pagá-los. Só preciso que você arrume alojamento e os direcione para o que precisar.”

Lian ficou surpreso com a oferta de Fernando. Afinal, o mesmo não teria retorno desse investimento posterior.

“Você tem certeza? Mesmo que contrate mais pessoas para aumentar a velocidade da Linha Negra, não vai ganhar nada com isso.”

“Eu sei.”

Ao ouvir a resposta do Cabo a sua frente, Lian ficou confuso, mas assentiu. Não havia contras nessa oferta, ele apenas teria que lidar com custos operacionais, como comida e instalações e ganharia mais mão de obra.

“Tudo bem então, mande seu pessoal aqui amanhã cedo.”

Fernando concordou, quando estava prestes a se levantar, lembrou de algo.

“É possivel você comprar equipamentos que não tem uso pra mim? Não precisa ser a preço de mercado, é claro.”

“Que tipo de equipamentos?” perguntou o garoto, surpreso com a proposta. Como Ferreiro Negro, ele costumava vender equipamentos, não compra-los.

“Dê uma olhada.” Fernando disse, jogando uma Pulseira de Armazenamento em sua direção.

Ao olhar o conteúdo, Lian ficou surpreso. Dentro continha quase duas centenas de armaduras, armas e equipamentos em geral. Era o suficiente para equipar quase dois Pelotões inteiros. Não só isso, eram equipamentos de ótima qualidade.

“O-onde você conseguiu isso?”

Fernando manteve-se em silêncio ao ouvir a pergunta, indicando que não queria responder.

“Bem, eu posso comprá-los, mas quanto você quer nisso?”

“75% do preço de mercado.”

Ouvindo isso, Lian franziu a testa, apesar de ter lucro, seria trabalhoso revender tudo.

“60%, eu preciso remodelar essas coisas para o padrão da minha loja, além de encontrar compradores. Além disso, muitas delas têm danos de perfuração e queimadura, vou ter que restaurá-las.”

Fernando tossiu secamente, em parte as perfurações e queimaduras eram sua culpa. Eram armaduras que foram retiradas dos soldados mortos, outras mais intactas estavam nas Pulseiras de Armazenamento dos mesmos como reserva, então estavam inteiras.

“Tudo bem, é justo.”

Com o acordo fechado, Lian chamou alguns de seus homens, então começaram a avaliar o valor da mercadoria.

Os subordinados do jovem Ferreiro Negro olharam desconfiados para o rapaz, afinal muitas armaduras continham traços de sangue. Eles se perguntaram que tipo de meios esse Cabo usou para conseguir isso.

Cerca de uma hora depois, a avaliação foi completa. Todos no local ficaram surpresos com a soma total, mesmo a 60% do preço de mercado e diminuindo o valor dos itens danificados, o montante havia chegado a 21.400 moedas de prata.

Porra! Como saquear é quase tão lucrativo quanto o corpo de um Obscuro?! Fernando pensou consigo mesmo, nesse momento ele considerou seriamente viver como saqueador, mas logo balançou a cabeça com a ideia idiota.

O jovem Ferreiro Negro trouxe o montante, então entregou a Fernando.

“Err… Aqui está.”

“…”

“Você poderia largar a Pulseira?”

“Ah, claro, sim.”

Lian sentiu uma dor no peito ao dar o pagamento, afinal eram mais de 20.000 moedas que eles estavam falando! Mas ao pensar que isso era um investimento e que ganharia quase 100% de lucro, sentiu-se melhor.

Depois de terminar seus negócios, Fernando saiu.

Andando pelas ruas, começou a pensar sobre o quanto tinha. Atualmente a fortuna que obteve era de 80.490 moedas de prata. Era um valor extremamente absurdo. Ninguém jamais poderia acreditar que um Cabo conseguiria reunir tal quantia.

Se eu tivesse tanto dinheiro antes, poderia ter comprado todo o projeto Linha Negra sozinho…

Com a quantia em sua Pulseira de Armazenamento, poderia comprar não só uma, mas quase três Linhas Negras. nem ele conseguia acreditar que possuía tanto dinheiro.

Mas em que eu uso isso? Não tenho nada para gastar agora… Seria esse um daqueles dilemas que homens ricos encontram?

Atualmente todo o Esquadrão Zero havia sido reforçado ao limite com Poções Fauser e também já estavam equipados com armas e armaduras de tropas de elite. Não havia muito mais em que melhorar.

Ao pensar nisso, Fernando pensou num lugar em que poderia encontrar coisas que fossem úteis a si. A Loja Secreta do velho Papi.

Algum tempo depois, chegou a entrada da Loja de Alquimia e Magia de Morgana.

Ding!

“Bem vindo!” Morgana disse, ao ver quem se tratava, ela abriu um sorriso. Fernando já havia se tornado um cliente regular. Segundo Papi, ele já havia gasto somas enormes.

“Bom dia senhorita Morgana, eu-”

“Ja sei, você quer ver o Papi. Sabe, era bom quando você comprava algumas coisas comigo tambem…” A mulher disse, fazendo uma cara de tristeza.

Fernando coçou a cabeça com a brincadeira de Morgana. A verdade é que ele tinha tanta mana guardada que não precisava de mais. Além disso, com o acordo com o Catador, basicamente tinha um alquimista produzindo poções quase de graça para ele.

“Estou apenas brincando, não precisa agir assim. Claro, se quiser fazer uma compras depois, será bem vindo.”

Fernando assentiu sem dizer muito. Morgana era uma mulher muito atraente apesar de ser mais velha. Ele sentiu que se fosse o antigo Fernando, antes de conhecer Karol e os outros, provavelmente teria sido ‘limpo’ por ela sem conseguir reagir.

Como um cliente regular e também aluno de Gallia, Fernando ja tinha a confiança de Morgana, então ela não o acompanhava mais. Logo ele estava descendo as escadas sozinho.

Por que esse lugar precisa ser tão escondido?

Apesar de visitar frequentemente a loja de Papi, ainda não conseguia se acostumar a ter de descer até o subsolo.

Chegando ao saguão, não precisou procurar muito. Papi estava sentado em frente a uma mesa, parecendo analisar alguma coisa.

“Hm, interessante, essas runas incrustadas no vaso não são nada mal. Acho que posso empurrar isso para aquele velho amante de vasos caros. Acho que consigo vender pelo dobro, não pelo triplo do preço que comprei, hahahaha.”

Parado atrás do velho, Fernando sentiu que ouviu algo que não deveria.

“Ahem…”

“Q-quem é?!” Papi gritou, dando um pulo da cadeira.

“Garoto, o que está fazendo aqui? Está pensando que minha loja é sua casa, ou o que? Onde está Morgana, aquela pestinha deveria cuidar da entrada!”

Fernando sentiu que o velho estava mais irritado dele ter ouvido seus murmúrios do que pelo fato de ter entrado sem avisar.

“Bem, deixando de lado o fato de você ser um comerciante de coração negro, vim aqui comprar algumas coisas.” Fernando falou com um rosto sério.

“Quem diabos é um comerciante de coração negro?! Eu só… Que seja, diga de uma vez o que quer.”

Fernando sorriu, era raro ele conseguir abalar o velho Papi assim.

“Bem, eu queria… Na verdade não sei bem o que quero.”

Papi ficou confuso com as palavras de Fernando.

“Como assim? Veio aqui só para passear ou o que?”

Fernando achou um pouco constrangedor dizer que tinha tanto dinheiro que precisava gastar um pouco.

“Quero algo que me ajude a ficar mais forte, eu e meus membros de esquadrão.”

“O que? Garoto, você comprou dezenas de Poções Incrementadoras Fauser antes. Vai gastar ainda mais com suas tropas? Você é meio estranho.”

Coçando o queixo, Fernando não respondeu nada. Ele não se importava em ser estranho, para ele, melhorar a força de seus amigos e companheiros não era um desperdício.

Vendo que o jovem a sua frente estava sério, Papi suspirou.

“Que seja, o dinheiro é seu, faça o que quiser. Mas eu realmente não tenho muitas coisas que sejam tão úteis quanto a Poção Fauser. Afinal não são muitos clientes em Vento Amarelo que têm dinheiro para esbanjar assim.”

Fernando franziu a testa ao ouvir isso. Se nem mesmo Papi tivesse itens que pudesse ajudá-lo a ficar mais forte, então dificilmente mais alguem teria.

Vendo o rosto decepcionado do jovem, Papi sorriu.

“Eu disse que não tenho muitas coisas, não que não tenho. Me siga.”

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