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“Um pedido de ajuda?” Fernando perguntou surpreso.

“Sim, e pelo visto deve ser algo grave, já que apenas acionaram o pedido de socorro e sequer deram informações adicionais. Isso é algo incomum. Nenhum guia faria algo tão amador.” Edmund disse franzindo a sombrancelha.

“Então.. deveríamos ir ajudar, certo?” Kelly perguntou um pouco ansiosa.

Os outros não sabiam como responder. Se fosse algo tão perigoso assim, eles deveriam realmente se arriscar? Depois de passar por uma situação tão crítica alguns estavam levemente traumatizados.

“Primeiramente vou entrar em contato com o QG e informar a situação. Saberemos o que fazer em seguida.” Edmund disse meio apático.

Tanto Edmund quando Simon retiraram o mesmo tipo de dispostivo que os outros guias usaram anteriormente na batalha com os lobos. Parecia semelhante a um rádio redondo, mas sem qualquer fio, antena ou cabo. Era um dispositivo de comunicação mágico.

Edmund e Simon informaram ao QG a situação e falaram que estavam no mesmo grupo e receberam o pedido de ajuda. Depois de passarem sua localização o QG triângulou a posição deles em relação ao pedido. Logo a resposta chegou.

“O QG também recebeu o sinal de ajuda. Parece que estamos próximos do local. Eles também não receberam qualquer informação. Primeiro precisamos averiguar a situação e entender o que aconteceu com essa equipe que pediu ajuda.” Edmund disse seriamente.

“Infelizmente por hora vocês não poderão continuar caçando goblins, tendo em vista a situação. Mas tenham certeza que adicionaremos o ocorrido nos registros e vocês serão recompensados de acordo.” Edmund disse solenemente.

O grupo parecia ansioso, mas ninguém se opôs a irem ajudar. Afinal, por mais medo que tivessem, eles precisavam ajudar as outras pessoas.

Depois de decidido, o grupo se moveu em direção a localização do sinal.

No caminho eles finalmente encontraram alguns pequenos grupos de goblins, para evitar acidentes como se deparar com esses grupos na volta caso precisassem recuar, Edmund sugeriu que limpassem qualquer inimigo que encontrassem no caminho.

Após uma hora de incursão eles notaram que os goblins subitamente sumiram. Não só os goblins, mesmo animais comuns da floresta não estavam em lugar nenhum.

“Tem algo de estranho acontecendo.” Edmund disse franzindo a sombrancelhas em preocupação.

“Como assim senhor Edmund?” Fernando perguntou.

“O clima da floresta, não parece normal, está muito silenciosa, vamos avançar com mais calma a partir desse ponto e fazer o mínimo de barulho possível.”

Com as palavras de Edmund, Fernando percebeu algo. A floresta que outrora era ruidosa com barulho de pássaros e ruídos de animais ao longe, estava mortalmente quieta, apenas era possível ouvir o som do vento rossando por entre a folhagem das árvores e alguns ocasionais cantos de pássaros. De fato estava muito mais silencioso que o normal.

Enquanto caminhavam, Fernando parou de repente. Uma sensação estranha lhe atingiu como um raio, ele começou a sentir um aperto no peito, suas mãos começaram a tremer e um calafrio percorreu sua espinha, algo lhe dizia para fugir daquele lugar imediatamente ou ele morreria!

Vendo Fernando parar de repente, todos olharam em dúvida. Apenas Simon e Edmund pareciam sentir algo também.

“Você também sentiu isso, Fernando?”

Sem saber como responder, Fernando apenas assentiu.

“Sentiu o que? Do que vocês estão falando?” Lance perguntou cheio de curiosidade, aparentemente não afetado pela atmosfera estranha. Não só ele, todos os outros pareciam sem entender o que estava acontecendo.

“Tem algo perigoso a frente, tão perigoso que nos diz para fugir imediatamente. Essa é uma sensação que só é desenvolvida depois de muitas situações de vida e morte. Estou surpreso que Fernando possa sentir isso também.” Edmund explicou.

Ouvindo as palavras de Edmund, todos ficaram em dúvida, eles não sentiram nada de anormal, que tipo de habilidade de premonição seria essa?

Assim como eles discutiam a respeito, ouviram algo.

“Ahhhhhhh!”

Um grito desraigado podia ser ouvido ao longe. Parecia ser a voz de uma mulher.

Todos ficaram assustados com isso. O grito foi muito nítido e parecia de alguém com muita dor.

“Rápido! Precisamos ir checar! Alguém está em perigo!” Ronald disse apreensivo.

Assim que ele estava prestes a começar a correr na direção geral do som, foi detido por Simon que pôs a mão em seu peito o parando.

“Senhor Simon, o que isso significa?” Ronald perguntou carrancudo.

“Se quer se matar, deixe pra fazer isso quando estiver sozinho.” Simon disse friamente.

As palavras de Simon irritaram o grupo que já estava aflito.

Percebendo o descontentamento de todos Fernando resolveu intervir. Ele também não gostou do jeito que Simon falou, mas ele sabia que esse era o jeito dele.

“Pessoal, melhor irmos com cuidado, eu também quero ajudar quem quer que esteja em perigo, mas nossa segurança é a prioridade.” Fernando disse calmamente.

Ouvindo as palavras de Fernando as pessoas concordaram e sob a liderança dos dois guias eles avançaram cautelosamente.

Ocasionalmente aqueles gritos soavam ecoando pelas floresta. Causando medo, raiva e aflição no grupo. Mas independente disso eles continuaram avançando sem causar alarde.

Conforme avançavam, os sons de gritos pareciam mais próximos, cada vez mais próximos. Então eles ouviram um som diferente.

“Huhuhuhuhuhu.”

Parecia sons de risadas de vários indivíduos, o tom era forte e grave, arranhava a garganta enquanto riam, não parecia ser risada de seres humanos.

Nesse ponto Edmund fez sinal para que todos fizessem o máximo de silêncio possível, havia algo a frente, mas devido a folhagem densa eles não conseguiam observar, então ele cortou alguns galhos de um arbusto a frente. Assim que os galhos foram removido eles puderam finalmente ver a fonte dessas risadas.

Cinco enormes criaturas de pele verde estavam de pé orgulhosamente, vestiam uma mistura de armaduras e pele de animais, cada um empunhava armas terrivelmente grandes e pesadas como machados e martelos, o eixo das armas eram tão grossos quanto o braço de uma pessoa. As críaturas humanóides tinham caninos enormes expostos na parte inferior da mandíbula que saltavam de suas bocas, pele verde com tatuagens vermelho-sangue cobrindo seu rosto e partes expostas de seu corpo, o menor deles tinha pelo menos 2,10 metros de altura e o maior quase 2,40m.

A visão disso fez todos gelaram de medo, essas criaturas eram assustadoras!

Os mais perplexos eram Simon e Edmund, seus rostos estavam pálidos e suas respirações pesadas, como se tivessem visto a coisa mais horrorosa do mundo.

“Essas coisas.. Impossível! Elas não deveriam estar aqui!” Edmund murmurou em pânico.

Simon não disse nada, mas o terror era aparente em sua expressão facial.

Vendo os dois guias, que até então sempre mostraram confiança e nunca demostraram medo independente da situação, ficarem nesse estado, abalou a todos.

Apesar de perplexos, eles voltaram sua atenção para as criaturas novamente e analisaram os arredores, depois do choque inicial eles puderam verificar as coisas com mais calma, mas o que viram só fez seu sangue gelar.

No chão não muito longe das criaturas havia 11 homens e mulheres ajoelhados, todos amontoados juntos com a cabeça baixa, alguns estavam extremamente feridos e manchas de sangue poderiam ser vistas em suas roupas, alguns estavam até mesmo com membros faltando. Porém o que fez seu sangue gelar não foi isso, mas os diversos corpos e membros decepados e esmagados pelo chão.

Claro que o grupo já estava habituado a ver corpos, mas de goblins e monstros, o que eles viram dessa vez foram corpos humanos!

Todos estavam horrorizados com isso, um terror que nunca sentiram antes tomou conta de suas mentes, mesmo quando enfrentaram o cerco de goblins eles sentiam que poderiam de alguma forma lidar com isso, mesmo que fosse perigoso, mas desta vez era diferente. Ao ver aquelas coisas e a situação que deixaram aquelas pessoas, a única coisa que lhes vinha em mente, caso enfrentassem elas era morte!

Assim como todos estavam em transe notaram algo distinto na situação, havia mais uma outra criatura debruçada ao chão que eles não notaram antes. Assim que ela se moveu um grito estridente foi ouvido.

“Ahhhhhhh, nãooo! Me mate! Apenas me mate!”

Era a voz que eles haviam ouvido anteriormente, foi então que eles perceberam o que estava havendo. Ninguém podia acreditar nisso, mas estava ocorrendo diante de seus olhos, a criatura estava debruçada sobre a mulher e estava a violando!

A cada movimento da criatura a mulher gritava horrorosamente, ela tentava desesperadamente se desvincular dessa coisa, mas cada vez que tentava se arrastar era violentamente puxada de volta. O corpo gigantesco daquela coisa cobria quase completamente a visão da pobre mulher.

“Temos que atacar! Aquela mulher, ela precisa de ajuda!!” Emily disse exasperada, ela estava com medo, mas o ódio que surgiu em seu sangue a fez ignorar isso, tudo que ela queria era atacar aquela coisa.

“Vamos, não podemos ficar parados!!” Ronald concordou, ele estava pronto para lutar.

Os outros, apesar de assustados também concordaram, não se sabe se pela adrenalina e ódio que sentiram no momento a maioria deles estava disposta a avançar e matar aquela coisa.

Assim que o grupo estava aguardando as instruções dos guias Edmund falou.

“Não, vamos recuar!” Edmund disse com a voz trêmula.

“O que??” Todos perguntaram em choque.

“Senhor Edmund, você está louco?! Tem pessoas lá que precisam de ajuda!!” Ronald que já estava descontente indagou furiosamente levantando o tom de sua voz.

Ouvindo isso os olhos de Edmund brilharam friamente, ele avançou como um raio e agarrou Ronald pelo pescoço.

Fernando e os outros sequer puderam reagir, quando se deram conta o guia Edmund já estava com uma das mãos apertando firmemente o pescoço de Ronald que se debatia por ar. O aperto foi tão forte que ele sequer conseguiu reunir forças para sacar sua espada.

“O que você está fazendo?!” Noah, Lance e todos os outros sacaram suas armas, mesmo Fernando se viu sem escolha, ele apreciava tudo que aprendeu com Edmund, mas ele não deixaria o sujeito ferir seus companheiros, então ele sacou firmemente sua espada.

“Acalmem-se!” Fernando disse entrando entre Edmund e os outros.

“Senhor Edmund, por favor, solte Ronald, não é um momento para discutirmos entre nós.” Fernando disse apontado na direção das crituras ao longe.

Ouvindo as palavras de Fernando, Edmund soltou lentamente Ronald, o mesmo caiu de joelhos em busca de ar.

“Eu só queria faze-lo ficar em silêncio. Mesmo que estejamos distantes, se aquelas coisas nos descobrirem… todos morreremos.” Edmund disse com cautela.

Todos estavam em dúvida sobre a situação, por que os guias tinham tanto medo daquelas criaturas?

“O senhor poderia dizer, por que você tem tanto medo daqueles monstros?” Fernando perguntou tentando entender a situação.

“Vocês não entendem, aquelas coisas.. elas são Marauders.” Edmund disse com a voz trêmula.

“Orcs Marauders.”

Todos ficaram surpresos com as palavras de Edmund, como estavam longe não era possível ver a aparência exata das críaturas. Então, aquilo eram Orcs? Como os dos filmes?

“Vêem aquelas listras cor de sangue? É uma indicação do clã Marauders, eles são um dos mais poderosos clãs de Orcs, são brutais fortes e violentos, eles destroem e conquistam tudo que encontram pela frente, outros clãs de Orcs não são excessão.”

“Você só está com medo por causa da reputação desse tal clã? Enquanto discutimos tem uma garota lá sofrendo! E vocês não estão fazendo nada para ajudar!!!” Emily disse, seus olhos estavam vermelhos.

“Sua tola! Se atacarmos você tem noção de que será você lá? Sob aquele orc imundo?” Edmund  disse rangendo os dentes.

Todos olharam com raiva pra Edmund, o mesmo percebeu que exagerou em suas palavras e sem jeito recuou.

“Eu lamento pela garota e lamento pelos recrutas capturados.., mas precisamos recuar e avisar ao QG, nenhum de nós tem a força para lidar com aquilo. Precisamos escapar e permitir que o QG dê uma ordem de evacuação desse vale para salvar o máximo de recrutas possivel. Só quando enviarem um exército com indivíduos poderosos é que poderemos derrotar aquilo.”

Enquanto eles discutiam era possível ouvir os gritos da garota ecoando ao longe.

Kelly era uma garota tímida, ela evitava o máximo possível discutir com os outros, mas mesmo ela estava quase explodindo de raiva neste momento.

Abandonar alguém e fugir? Mesmo tão perto ter que deixar essa moça sofrer esse tipo de dor até a morte? Se ela fizesse isso, ela não perderia o pouco de humanidade que ainda lhe restava?

“Eles são apenas 6! Nós temos 10 pessoas aqui e tenho certeza que se atacarmos as pessoas capturadas também ajudarão! Nós temos que tentar!” Emily disse.

“Números não importam contra Marauders garota estúpida! Cada guerreiro Marauder é uma besta, um monstro completo!” Edmund disse com raiva.

Nesse momento Edmund e Simon trocaram olhares, os dois guias já estavam considerando a possibilidade de recuar sozinhos e abandonar esses recrutas tolos, mas então Edmund olhou para Fernando. Perder um talento raro desses seria uma tragédia para o Salão. Se possível ele queria apenas agarrar o garoto e fugir, mas o rapaz em si era poderoso por si próprio, ele não estava confiante de fazer isso. Edmund estava em um dilema.

Assim como todos estavam distraídos com a discussão, Kelly levantou calmamente e puxou seu arco com o máximo de força que podia.

Quando Simon viu o que a garota pretendia ele tentou correr e impedi-la, mas era tarde. Kelly soltou a corda do arco e a flecha se foi.

“Não!!!!!” Edmund gritou frenético.

Kelly que estava em silêncio até então, falou.

“Me perdoem. Eu não posso apenas assistir, mesmo que eu morra hoje.” Kelly disse com um semblante indiscernível.

“Você! O que você fez? Você acabou de matar a todos nós!”

Olá, eu sou o Glauber1907!

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