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Depois de pouco tempo Fernando já estava praticamente curado.

Fernando se levantou e checou seu corpo, seus músculos, suas pernas, seus braços, tudo parecia no lugar e funcional, ele estava extremamente impressionado com isso.

Pensar que uma poção pode ser tão poderosa… alguém com o pé no caixão consegue se mover poucos minutos depois de beber isso.

Enquanto Fernando checava seu corpo Noah e Tom se aproximaram.

“Fernando, aqui estão os cristais dos Orcs.” Noah disse retirando 5 cristais do tamanho de punhos, eram muito maiores que o de Lobos Prateados ou Goblins.

Fernando aceitou os cristais.

“Vamos dividir o valor que conseguirmos com esses cristais igualmente entre nós, acredito que não tem ninguém contra isso, certo?” Fernando disse olhando para os outros que estavam próximos descansando.

“Eu tenho.” Karol disse.

Todos olharam para Karol, ela achava a divisão injusta? Por que? Alguém não contribuiu na luta?

“Fernando foi quem matou os Orcs, mesmo os que conseguimos matar depois por nós mesmos, foi só após Fernando feri-los gravemente, sem isso com certeza não teríamos a mínima chance de matar essas aberrações. Então acho que ele deveria ficar com pelo menos 80%, isso é justo.” Karol disse seriamente.

Todos ponderam por um momento e concordaram, ninguem ousava dizer que sobreviveria hoje caso Fernando não se arriscasse tanto e quase morresse.

“Eu concordo.” Noah disse.

Fernando ficou sem palavras por todos concordarem com isso.

“Aqui garoto, pegue isso também.” Edmund disse jogando o cristal que ele pegou ao matar o primeiro Orc.

“Senhor Edmund? Você pode ficar, acho que o senhor e o senhor Simon deveriam ficar cada um com um, sem vocês teríamos morrido sem dúvidas.” Fernando disse.

“Nah, primeiro que guias não podem pegar, pedir ou roubar qualquer saque conseguido por recrutas, isso é uma regra de ferro, qualquer um que desobedecer pode perder o emprego ou até ser preso.” Edmund disse sem parecer se importar.

“O que? Que baboseira! Vocês lutaram com a gente, é justo que possam ficar com uma parte.” Emily disse com raiva.

“Sério, não precisam se preocupar com isso, como essa missão foi tão perigosa e conseguimos fazer algo tão incrível, como matar Marauders, certamente receberemos uma recompensa gorda, então parem de fazer tanto alarde por nada. No máximo eu quero essa cabeça de Orc que peguei para recordação, espero que não se importem. Ah e guardem segredo.” Edmund disse gargalhando.

Fernando balançou a cabeça, que tipo de pessoa guarda uma cabeça decepada de recordação? Isso não parecia muito normal…

Depois de tudo acertado, Fernando guardou os 6 cristais em sua pulseira, assim que voltassem a Vento Amarelo eles venderiam. Fernando já havia checado com Edmund, o Salão não iria ficar com esses cristais assim como fariam com os dos Goblins, já que não se trata de algo relacionado a missão.

Fernando se levantou e foi checar como Lance estava, apesar de curado, Karol insistiu em apoia-lo ao andar, apesar de achar desnecessário, Fernando não a recusou, na verdade ele até se sentia confortável em caminhar com uma garota segurando seu braço, a sensação era ótima! Ele até pensou em fingir estar fraco para que ela o segurasse mais forte. Porém Fernando rapidamente jogou esses pensamentos tolos de lado, não era momento de pensar essas besteiras.

Fernando olhou para o estado de Lance, ele parecia extremamente pálido, ainda estava inconsciente deitado sobre um pano, Kelly havia ficado incumbida de cuidar dele. Ela estava nesse momento limpando a área ao redor da ferida do braço e a enfaixando, para precaver possíveis infeções. A Poção de Cura Menor foi o suficiente para estancar o sangramento, mas a ferida não estava cicatrizada.

Nesse momento, Fernando se sentiu amargo por ninguém ter uma outra Poção de Cura Intermediária.

“Desculpe Lance… se eu não tivesse me segurado por tanto tempo… Fiquei com medo de morrer, por isso não dei tudo de mim, o seu braço e aqueles recrutas… isso também é parte da minha responsabilidade.” Fernando disse ajoelhado próximo a Lance.

Karol e Kelly olharam surpresas para Fernando, mesmo sendo responsável por salvar todos ali ele ainda se culpava? Isso não fazia o menor sentido para elas.

Kelly sentiu o peito apertar, ela sabia que ela era a maior culpada, mas mesmo assim Fernando assumia isso como parte da sua responsabilidade também, ela se sentiu como o pior lixo do mundo. A verdade é que apesar de estar um pouco mal, ela não sentia realmente uma sensação de culpa, mas ao ouvir as palavras de Fernando foi como um trovão em sua mente.

Depois de dizer essas palavras Fernando se levantou e saiu acompanhado de Karol.

Olhando para as costas desse rapaz, Kelly sentiu uma sensação ambígua de respeito, medo e calor. Ela não sabia explicar o que era isso, tudo que ela sabia é que ela pretendia cumprir a promessa que ela fez a ele, não importa o que acontecesse.

Enquanto Fernando caminhava com Karol, tentando aproveitar o momento, de repente ele sentiu um certo calafrio em sua espinha. Ele olhou para a mata não muito longe, sua expressão calam ficando fria e séria.

“Fernando o que foi? Está se sentindo mal? Sente dor em algum lugar?” Karol perguntou preocupada ao ver Fernando parar de repente.

“Todos que não estão feridos levantem! Agora! Preparem-se para lutar!” Fernando exclamou comandos de repente.

Edmund, Noah, Karol, Emily, Kelly e Tom se assustaram com a ordem, como os únicos que estavam em condições de lutar eles levantaram apressadamente pegando suas armas.

Ronald tentou se levantar também agarrando sua espada, mas a forte dor em seu ombro o derrubou novamente, fazendo-a largar a espada no chão.

Edmund olhou seriamente para Fernando, onde esse garoto estava vendo inimigos? Ele como um guia não sentiu ou ouviu nada. Apesar das dúvidas ele cumpriu com o que foi pedido, mesmo sendo um guia ele tinha que cumprir o que o líder da equipe pedisse. Além disso, Edmund estranhamente sentia uma confiança absurda em Fernando. Nem ele mesmo sabia explicar isso.

Simon por outro lado franziu a testa, ele olhou para Fernando e depois para a mata onde Fernando encarava, ele também não estava sentindo nada… porém de repente uma sensação fria penetrou em seus poros, um vento frio bateu em seu rosto, Simon sentiu como se estivesse entrando em uma banheira de água gelada. Porém, estranhamente ele não ficou nervoso ou com medo, mas um sorriso bizarro se levantou em seus lábios.

“Está aqui.” Simon disse sorrindo.

Todos os outros não sabiam o que estava acontecendo, mas ouviram as ordens de Fernando.

“Kelly e Emily para a retaguarda, acerte qualquer coisa que sair da floresta, Karol fique atrás e protege-as! Todos os outros façam uma linha atrás de mim e preparem-se. Fernando disse enquanto avançava alguns passos a frente, para não envolver os feridos na luta que se aproximava.

Fernando não sabia o que estava na mata, mas ele sentiu uma sensação sufocante e bizarra, como se uma fera maligna o observasse das sombras.

Logo todos atenderam os comandos de Fernando e estavam prontos. Kelly e Emily tinham seus arcos curvados em máxima tensão, apenas aguardando as ordens para atirar. Noah levantou seu escudo com uma mão e avançou para a frente de Fernando, protegendo-o.

Dessa vez eu não serei um covarde! Eu farei meu papel corretamente. Naoh pensou enquanto rangia os dentes.

Isso surpreendeu um pouco Fernando, mas ele não reclamou já que o escudo de Noah era realmente adequado para proteção contra flechas e outros projéteis.

Tom, Simon e Edmund se posicionaram atrás de Fernando e Noah, com suas armas desembanhaidas. Tom tinha sua espada levantada a frente e leves faíscas piscavam em sua mão esquerda.

Ao contrário das primeiras lutas de quando entraram na floresta, todos exceto os guias, estavam completamente diferentes, não havia mais aquele pavor ou medo estampados em seus rostos. Todos estavam prontos e sabiam quais funções desempenhar. Até mesmo o covarde Tom que outrora parecia um gato assutado prestes a largar sua espada e se jogar no chão em posição fetal, estava agora calmo e composto. Ora e outra ele olhava para Fernando, como se aguardasse ordens.

Fernando e os outros encararam silenciosamente a mata, porém depois de mais de 30 segundos, nada havia acontecido. O silêncio e a espera estavam começando a esticar os nervos de todos. Kelly e Emily não aguentaram mais a afrouxaram levemente a tensão dos arcos. Afinal o tensionamento muscular necessária para atirar flechas era extremamente desgastante.

Todos continuaram fixados na mata, mas não viram nem ouviram qualquer coisa, dúvidas começaram a surgir em suas mentes, será que Fernando estava apenas um pouco paranóico depois de lutar com os Orcs? Apesar de pensarem isso, nenhum deles ousou sair de formação.

O rosto de Fernando era inexpressivo, ele apenas olhava friamente para a floresta sem demonstrar qualquer reação.

Essa situação estranha continuou por mais dois minutos. Todos estavam inquietos e pertubardos com isso. O que estava acontecendo, afinal? Karol até pensou em perguntar a Fernando se ele não estava equivocado, mas ao ver seu rosto impassível e frio ela rapidamente engoliu suas palavras.

Assim como todos estavam começando a se exaurir com o nervosismo ouviram algo.

Clap Clap Clap Clap Clap

Sons de palmas puderam ser ouvidas, e então uma figura emergiu da escuridão da mata.

“E pensar que um mero recruta desconhecido conseguiria notar minha presença, não só isso, mas colocar toda sua equipe em prontidão, estou impressionado! Realmente!”

Logo a figura foi revelada. Era um homem branco e alto, vestido em um armadura negra com contornos prateados, uma figura de leão  estampada em seu peito.

Ao ver que alguém realmente surgiu da floresta todos ficaram estupefatos, mas o que mais os surpreenderam foi o fato de ser um humano.

Fernando assim como os outros estava surpreso, não pelo fato de ser um humano, mas pelo fato dele conhecer esse homem, ele o virá uma única vez, assim que ele chegou a esse mundo. Ele se lembrava de como esse homem o havia assustado tanto que ele nem ousava olhar em sua direção.

Assim como Fernando e os outros estavam atordoados alguém avançou, era Simon, ele deu alguns passos a frente e se ajoelhou com o joelho esquerdo.

“Este humilde soldado saúda o capitão!” Simon disse.

Capitão??

Todos ficaram confusos com a saudação de Simon, esse era o capitão da guarnição que vinha resgata-los? Para Simon trata-lo com tanto respeito…isso significava que esse era o capitão da Decima Terceira Guarnição que eles tanto ouviam falar?

Fernando avançou calmamente e falou.

“O senhor é o capitão da guarnição que veio em nosso socorro?”

O homem olhou para Fernando e assentiu sorrindo.

“Isso mesmo, eu me chamo Viktor Yudin, capitão da Decima Terceira Guarnição.” O homem disse exalando confiança.

Fernando já sabia que era o mesmo, por isso sua expressão não mudou em nada, porém seu corpo ainda tremia levemente, ele já ouvirá boatos bem ruins sobre o homem, sempre menções sobre sua loucura.

“Eu me chamo Fernando Nobrega, recruta da Equipe 2, estou atualmente responsável por liderar as equipes 2 e 4.” Fernando se apresentou calmamente.

O homem encarou Fernando sem dizer nada, apenas um sorriso estranho permeava seu rosto, uma sensação gelada e fria atingia o corpo de todos que olhavam para essa cena. Alguns sentiram suas pernas tremerem devido a essa sensação, Emily e Tom caíram no chão com as pernas bambas, os outros apesar de não caírem no chão estavam tremendo loucamente.

Apesar disso tudo Fernando permaneceu parado, de forma inabalável, com seu olhar calmo e inexpressivo.

Essa pressão… é como da outra vez, meu instinto me diz para ignorar tudo e fugir ou simplesmente cair no chão e desistir de tudo. É como se eu encontrasse um predador poderoso. Sem uma forte força de vontade a pessoa comum certamente vai ser afetada, assim como eu fui na primeira vez que o vi.

“Hehehehahahah” O homem gargalhou ao ver isso.

“Interessante, você nem pisca na minha frente, mesmo estando a poucos metros. Parece que valeu a pena gastar meu tempo vindo até aqui. Minha querida subordinada ficou desesperada ao saber que Orcs foram vistos na região, já que seu querido aprendiz estava aqui. Ela me contou sobre você, Fernando.” O homem disse enquanto sorria.

Pela primeira vez a expressão de Fernando se alterou.

“Minha professora? Ela pediu para o senhor vir me ajudar?” Fernando perguntou surpreso.

O homem não respondeu imediatamente, mas olhou ao redor, vendo o resto das carcaças de Orcs.

“Você os matou?” O homem perguntou com curiosidade.

Fernando não sabia como lidar com esse sujeito chamado Viktor Yudin, então apenas acenou com a cabeça.

“Nós os matamos.” Fernando disse.

“Heh… um bando de recrutas com dois guias fracos mataram 6 Orcs Marauders, diga a verdade, você quem os matou, certo?”

Dessa vez Fernando não respondeu, onde esse sujeito queria chegar? Qual o objetivo dessas perguntas? Várias dúvidas estavam em sua mente nesse momento.

“E pensar que aquele merdinha do Raul escondeu algo tão interessante de mim, quando voltar vou ter que dar uma lição a ele.”

Fernando tremeu levemente com essas palavras, ele esperava não ter causado nenhum problema a Raul, afinal ele era um grande benfeitor seu.

“Tudo bem, já terminamos de nós apresentar. Saiam!” O homem disse.

Assim que ele falou isso, sombras surgiram aos montes da floresta. Eram dezenas de soldados vestidos em armaduras negras.

Tanto Fernando quanto os outros ficaram chocados com isso, havia tantas pessoas por perto e eles nem notaram?

Nesse momento Simon deu um olhar arrogante em direção a Edmund, como se dissesse ‘você não nos chamou de loucos antes? Diga isso novamente se tiver coragem!’

Edmund tremeu e abaixou a cabeça, nem se ele tivesse 10 vezes mais coragem ele ousaria dizer algo em frente ao famigerado capitão da Decima Terceira!

“Então, só vocês sobreviveram, certo?” Viktor perguntou a Fernando.

“Sim senhor, havia outros recrutas, mas provavelmente foram mortos pelos Orcs, não temos certeza. Também temos dois feridos aqui, se puderem ajudá-los seríamos gratos!” Fernando disse um pouco apreensivo ao mencionar os outros recrutas e feridos.

“Hmm, entendo. Façam uma busca, vejam o que acham!”

“Sim senhor!” Alguns dos homens em armaduras disseram e se dispersaram em várias direções.

Olá, eu sou o Glauber1907!

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