Selecione o tipo de erro abaixo

“O que diabos você fez?” Nina exclamou, ao ver a mulher sumindo diante de seus olhos.

Os outros também tinham rostos espantados e olhares questionadores.

“É apenas um método que disponho, em breve teremos as informações que precisamos, mais importante que isso, eles nos acusaram de roubar suprimentos. Acho que devemos fazer jus à acusação.” Fernando disse, olhando para o Armazém do qual saíram.

“Ei, e quanto a mulher?”

“Esqueça disso por hora.” Fernando disse, com um olhar frio.

O sujeito que questionou rapidamente se retraiu, depois de ver o jovem absorver a Subtenente em sua palma, como se a ‘armazenasse’ todos tinham ficado com algum receio. Era de conhecimento comum que itens de armazenamento não poderiam absorver coisas vivas. Então estavam se perguntando como ele havia feito isso.

Ignorando os olhares cautelosos, Fernando caminhou até a velha dona do armazém. Sua expressão assustada e cheia de medo havia congelado no momento da morte. Agachando-se ao lado do corpo, calmamente fechou seus olhos, apesar de não ter simpatia alguma pela mulher, ele fazia questão de herdar seus bens, então era o mínimo a se fazer.

Pegando a Pulseira de Armazenamento e checando seu conteúdo, Fernando sorriu. Dentro havia uma quantidade razoável de moedas de prata.

“O que estão fazendo? Esqueceram nosso objetivo inicial aqui?” perguntou, ao ver os outros Oficiais hesitantes.

Somente ao serem questionados pelo jovem pálido, que todos lembraram que deveriam reunir recursos para seu exército.

“Nós realmente temos tempo para isso? Reforços inimigos podem chegar a qualquer momento! Além disso, quanto antes sairmos, mais chances temos.” O Oficial do Primeiro Batalhão disse, num tom urgente. 

Balançando a cabeça em sinal de negação, Fernando subiu os degraus em direção ao armazém.

“Assim que formos em direção aos portões, o que você acha que vai acontecer? Teremos uma multidão de guardas e soldados nos perseguindo, independente de sairmos agora ou em dois minutos, o fim será o mesmo.”

Ouvindo isso, muitos ficaram hesitantes, mas aceitaram as palavras do jovem, afinal, apesar de duvidarem, ficaram cativados pela forma calma e serena que ele estava lidando com a situação.

Numa situação de vida ou morte, as pessoas costumam seguir os fortes, os inteligentes ou os calmos, essas são qualidades que inspiram confiança. Coincidentemente, o jovem parecia dispor dos três.

O grupo entrou rapidamente no galpão, as pessoas que portavam as Caixas de Armazenamento rapidamente começaram a guardar o máximo de grãos e outros alimentos que encontraram. Fernando não foi exceção, ele pegou uma série de grãos, optando sempre pelos mais caros e com maior valor calórico.

Depois de pouco mais de três minutos revirando o armazém, o grupo havia limpo o local inteiro. Pelo tamanho esse lugar era um dos principais armazéns da Cidade das Mil Flores, eles com certeza seriam afetados ao saberem que o mesmo foi limpo, sem deixar um único grão restante.

Vendo todos focados em terminar a coleta, Fernando olhou para o Anel de Aprisionamento em seu dedo, então imaginou se já era tempo suficiente para a Subtenente ceder. Por um momento pensou em focar sua mente e observar o interior do anel, mas seus pensamentos rapidamente congelaram. Só de pensar numa possível visão traumatizante, prontamente descartou essa ideia, ele simplesmente não queria arriscar.

Brakas, como está? Já conseguiu as informações? Fernando pensou, focando sua mente no anel. Essa era uma função do Anel de Aprisionamento que descobriu depois de melhorar seu controle de mana, se focasse sua mente, poderia falar com quem estivesse dentro.

M-mestre?! S-sim, já consegui… Mas se possivel me de só mais um minuto, não, trinta segundos é suficiente!

A expressão de Fernando ficou sombria ao ouvir a voz envelhecida arfando em sua mente, ele ficou enojado com a criatura, mas mais enojado ainda consigo mesmo por ter de se rebaixar a isso.

Sem tempo extra! Fernando gritou mentalmente, então ativou o Anel de Aprisionamento, puxando a Subtenente para fora.

Não!! Ele pôde ouvir o grito de protesto do Beholder em sua mente, mas ignorou.

Logo um pequeno vórtice apareceu à sua frente e um corpo amarrado foi lançado no chão de cerâmica. Todos olharam com rostos assustados para a cena.

Ah! Ah!” Um choro lamentável encheu o salão, a Subtenente, que outrora estava poderosa e arrogante, agora chorava como um bebê. Não só isso, seu corpo estava completamente nu, com um líquido verde viscoso cobrindo todo seu corpo, o pouco de roupa que ainda tinha estava rapidamente se deteriorando perante aquilo. A única coisa que não se deteriorou foram as correntes que a prendiam.

Além disso tudo, o corpo da mulher, que outrora foi ferido por Nina e Fernando, havia cicatrizado completamente.

“Que merda é essa?!” Nina gritou, alarmada.

“O que isso significa?” O Oficial do primeiro Batalhão perguntou, com um rosto assustado e desconfiado.

Todos olharam para o jovem pálido, com rostos cheios de dúvida e espanto.

Fernando tinha uma expressão escura, um misto de culpa e pesar. Movendo o pulso, tirou um cobertor velho e jogou sobre a mulher.

“Agora você vai me dizer exatamente o que eu quero saber, ou então…” Apesar de se sentir mal com a situação, não hesitou em ameaçar, o que estava feito estava feito.

“Não!! Eu já disse tudo para aquilo, mas mesmo assim ele não parou… Por quê? Ah!” A Subtenente disse, em meio a uma mistura de choro e murmúrios. Ninguém conseguia associar a arrogante e sinistra Subtenente de antes a essa mulher lamentável no chão.

Todos olharam para Fernando, com rostos cheios de medo e pavor. O que ele poderia ter feito para deixar essa mulher nesse estado? Antes, mesmo diante de ameças de morte e tortura fisica, a mesma riu e até os provocou.

Nina Baumer estava tremendo no local, a mulher era uma Subtenente e mesmo assim foi derrotada por Fernando, depois ele fez algo que a deixou nesse estado. Apesar de não saber o que aconteceu, sua pele se arrepiou ao pensar em como o provocou anteriormente.

E-esse cara, ele é um monstro! Dane-se o Tenente Ismar, eu não vou irritá-lo de novo mesmo que me paguem!

Ignorando os murmúrios e comentários ao redor, Fernando deu um suspiro.

“Diga, por que sua Legião Pantera montou essa emboscada? Por que tentaram nos incriminar e nos prender?”

Apesar de ainda chocados com a situação, todos ficaram em silêncio.

Sniff! Sniff

“Nossa Legião Pantera… Nós sofremos uma grande derrota, perdemos uma de nossas principais cidades para os Orcs no começo da guerra. Depois disso, tudo foi de mal a pior, sem o apoio da nossa cidade mais próspera, perdemos a maior parte de nossos negócios para outra legiões e tivemos que vender outros para manter as despesas, eles nos atacaram como caçadores famintos, tomando pedaço por pedaço.” A mulher disse, em meio a um choro fraco.

Todos se entreolharam, sem entender onde ela queria chegar.

“Vá direto ao ponto.” Fernando disse, apressando-a.

Olhando para o jovem pálido, a mulher tremeu de medo, então engoliu o choro e continuou.

“Sem alternativas, nossa Legião Pantera acabou aceitando se tornar vassala da Legião dos Lobos de Batalha, isso foi a alguns dias atrás….”

Fernando tinha um rosto confuso, mas todos os outros tinham expressões de entendimento.

“Então é isso! Aqueles malditos!”

“Merda! Eu sabia que tinha algo de errado com essa cidade logo que entrei!”

Vendo o rosto confuso de Fernando, Nina se aproximou dele cautelosamente, ela sabia que ele até pouco tempo atrás, era alguém de baixa patente, então não estava familiarizado com certos assuntos.

“Os Lobos de Batalha são os maiores inimigos da nossa Legião dos Leões Dourados, temos uma longa rixa de sangue e já tivemos muitos conflitos com eles.” Nina explicou, tentando entrar em bons termos com o jovem, esperando que ele esquecesse os assuntos de antes.

Ao ouvir isso, Fernando finalmente entendeu.

“Apesar de sermos vassalos, não queríamos um conflito total. Além disso, estamos em tempos de guerra e receberíamos represálias de outras legiões se iniciassemos um conflito, então recebemos ordens dos Lobos de Batalha de capturar ou matar alguns Oficiais, isso não afetaria muito as tropas de vocês, mas causaria confusão em sua cadeia de comando.” A Subtenente explicou, nesse momento parte de sua compostura havia retornado, apesar de lágrimas ainda escorrerem por seu rosto.

Todos tinham expressões sérias, agora que sabiam que a Legião Pantera estava sob os Lobos de Batalha, sabiam que uma solução pacífica era impossível de ocorrer.

Tendo ouvido tudo que precisava, Fernando se levantou, então tirou sua espada Formek.

A Subtenente imediatamente entendeu, ela havia dito tudo que eles precisavam, não havia motivos para que a mantivessem viva. Na realidade ela estava aliviada, preferia morrer do que ver ‘aquela coisa’ novamente. Fechando os olhos, aceitou seu destino.

Os outros Oficiais viram as ações do jovem de armadura negra, mas não o interromperam, era comum matar o inimigo depois de obter as informações.

Swish!

A espada Formek desceu rapidamente.

“O que?”

Todos ficaram sem palavras com a cena diante deles, Fernando não havia matado a Subtenente, mas cortou as correntes que a prendiam!

“Você está louco?!”

“O que está fazendo?”

Os Oficiais rapidamente sacaram suas armas, a mulher era uma Subtenente, duas patentes mais alta que eles, mesmo cercada e desarmada, eles não duvidavam que tinha a capacidade de matar um ou dois deles antes de ser morta.

A pessoa mais surpresa no local não eram os aliados de Fernando, mas a própria Subtenente. Ela estava pronta para ser morta, mas sentiu o aperto em seus braços afrouxar. Rapidamente um brilho frio cruzou seus olhos.

Picture of Olá, eu sou o Glauber1907!

Olá, eu sou o Glauber1907!

Comentem e Avaliem o Capítulo! Se quiser me apoiar de alguma forma, entre em nosso Discord para conversarmos!

Clique aqui para entrar em nosso Discord ➥