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Pela manhã o exército de apoio de Vento Amarelo deixou o território da Cidade das Mil Flores. A General da cidade observou silenciosamente enquanto as tropas inimigas partiam, então ela suspirou. Ao ver as terras aradas e plantações ao longe totalmente devastadas, seu coração sangrou, sua cidade passaria por uma crise alimentar nos próximos meses.

“Tudo por causa daqueles malditos Lobos de Batalha! O que passou na cabeça da liderança ao se curvar para aqueles vermes?” A general exclamou, furiosa. Todas as mulheres de alta patente e soldados no entorno se afastaram, não ousando incomodá-la.

Após partir, sob a liderança do Major Dimitri, o exército rumou para leste, então desviou para o sul e sudoeste, evitando territórios em que não eram bem vindos. Quanto mais avançavam em direção ao sul, menos bestas e monstros encontravam. 

Após cerca de dez dias, evitando territórios inimigos e fazendo pausas em pequenas cidades, os soldados haviam enfim se acostumado ao ambiente militar. Porém, algo que preocupou Fernando, foi que a perda de 16 Oficiais foi muito severa, muitos batalhões estavam desnorteados e desorganizados. Alguns até mesmo optaram por promover alguns Cabos para o cargo de forma provisória para compensar as perdas.

Felizmente, em relação aos outros Batalhões, o Décimo Terceiro estava se saindo muito bem, não só tinha todos seus Oficiais, como agora tinha um Tenente os liderando pessoalmente.

Alguns até sentiram inveja desse fato, desejando estar na Décima Terceira. Normalmente as pessoas sempre falariam mal da Décima Terceira Guarnição, lançando insultos e os depreciando, mas ao verem seus próprios batalhões parecendo zangões sem rainha, não puderam deixar de pensar que seria bom fazer parte daquele batalhão.

“Líder, como você está?” Vendo Fernando observando os outros acampamentos, Theodora ficou curiosa. Desde que ele havia conseguido escapar da Cidade das Mil Flores, sentiu que seu temperamento estava levemente diferente.

“Está tudo bem.” disse, olhando para sua segunda em comando. Fernando sentiu que Theodora era como seu braço direito, tudo que ele a atribuía a ela, a mesma fazia com perfeição. Mesmo que Ilgner fosse mais poderoso, ele era orgulhoso e às vezes egocêntrico, então não era adequado para algumas coisas.

“Líder… Se quiser, você pode tocar.” Theodora disse, segurando seus próprios seios sob a armadura leve, enquanto mantinha um estranho sorriso em seu rosto.

Foi só então que ele notou que havia se perdido em pensamentos enquanto olhava para seu busto. O que levou a um mal entendido.

“Não fale bobagem, vá reunir os outros, vamos sair em trinta minutos.”

“Tsk.” Theodora estalou a língua em descontentamento ao ser rejeitada.

Balançando a cabeça, Fernando foi até sua tenda. Devido a correria dos últimos dias, não havia tido muito tempo para descansar. Sentando na cama de sua barraca, ele pegou a Pulseira de Armazenamento da Tenente que Raul matou.

Inicialmente o Urso Tirânico tentou tomar a pulseira para si, já que era sua por direito, mas ao ver Fernando agarrando-se a ela como um cachorro mordendo um osso, acabou deixando de lado.

Cheio de curiosidade, focou sua mente no interior da pulseira, assim que o fez, seus olhos tremeram.

Apenas em moedas, havia cerca de 10.000 moedas de prata. Fernando desconfiava que se Raul soubesse disso, ele o espancaria para ter a pulseira de volta. Vendo a quantia exorbitante, percebeu que a Tenente não era uma mulher qualquer, ela deveria ser alguém importante na Cidade das Mil Flores.

Sentindo que tirou a sorte grande, vasculhou com sua mente por cima do restante dos itens, mesmo que não tivesse mais nada de importante, ele já estaria satisfeito. Dentro havia vários itens, como anéis, pulseiras, brincos, roupas glamorosas e algumas poucas armas e poções. Apenas pelos itens dentro, Fernando percebeu que a dona anterior era uma mulher vaidosa.

“Oficial Fernando, o Tenente Raul esta o convocando.” Um dos soldados falou, do lado de fora.

Fernando imediatamente tremeu, guardando apressadamente a pulseira, se Raul soubesse que havia tanto dinheiro dentro… Ele nem conseguia imaginar as consequências.

Saindo apressado, foi até o acampamento de Raul. Chegando lá, o viu comendo alguma carne em frente a fogueira, enquanto Nina, Argos, Marlon e Túlio estavam em seu entorno.

Assim que viu Fernando, Raul se levantou sorrindo.

“Ei garoto, como está? Você só fica enfurnado no seu pelotão, pelo menos venha dizer um ‘oi’ de vez em quando.” Raul disse, andando em sua direção.

Vendo o Tenente abrindo os braços, Fernando habilmente se esquivou de seu abraço. Ele jamais esqueceria a cena da mulher sendo esmagada por ele.

Todos viram a cena, e ficaram atordoados, quem entre eles ousaria recusar um cumprimento do Urso Tirânico?

Vendo Fernando esquivar-se como uma enguia, Raul franziu a testa.

“Garoto, você está muito frio e distante, nem parece que dividimos a mesma cama, abraçados em conchinha algum tempo atrás.” Raul disse, num tom brincalhão.

Ao ouvir isso, Fernando ficou pálido.

Que tipo de merda você tá falando velhote! gritou mentalmente.

Todos olharam para Fernando com olhos arregalados, mesmo Argos que se mantinha calmo nas mais diversas situações parecia embaraçado.

O olhar de todos parecia perfura-lo como agulhas, a raiva e vergonha encheram sua mente, quase fazendo-o sacar sua espada e ataca-lo.

“Hahahaha!” Raul não conseguiu evitar cair na gargalhada ao ver o rosto do rapaz.

As veias na testa de Fernando saltavam, como se estivessem prestes a explodir. Ele já conseguia imaginar os próximos rumores a seu respeito. Anteriormente muitos alegavam que ele era amante de sua professora, só conseguindo seu cargo devido a isso. Agora também diriam que ele tinha algo com o Urso Tirânico!

Vendo o rapaz prestes a explodir como um vulcão, Raul lançou um olhar de desdém.

“Pode vir se quiser, mas não me culpe se não conseguir andar pelos próximos três dias depois.”

Ouvindo isso, Nina cobriu o rosto que estava tão vermelho quanto uma beterraba.

É tão grande que ele não vai conseguir andar?

Vendo a garota ficando envergonhada, Fernando sentiu que ela definitivamente tinha entendido alguma coisa errada.

Depois de mais algumas provocações, Raul parou de importunar Fernando. Então ficou sério.

“Amanhã chegaremos à região central do Continente Humano, eu sei que a maioria de vocês são um bando de caipiras que nunca pisou nas terras centrais, então espero que não causem problemas.” Raul disse, olhando para cada um deles. “Estaremos chegando amanhã a Aquilones, também conhecida como Portão do Norte. Diferente das outras cidades pelas quais passamos, Aquilones não é governada por nenhuma legião.”

Fernando ficou surpreso ao ouvir isso.

“E quem governa então?” perguntou, curiosamente.

“O Conselho Superior.” Raul respondeu, seu tom sereno mostrava o quão importante esse termo era.

“O Conselho Superior é formado pelas dez maiores Legiões humanas de Avalon. Eles detêm o poder e domínio absoluto do território central e são eles que ditam as regras básicas que as outras legiões devem seguir. Apesar de não se envolverem nos conflitos entre legiões, podem punir ou até mesmo destruir aquelas que irem longe demais, ou não seguirem as regras impostas.” Raul explicou, sua voz estremeceu levemente.

Pela primeira vez em muito tempo, viu o Urso Tirânico tratando algo com seriedade. Ao pensar com cuidado, Fernando viu que fazia sentido ter alguma organização que colocava limites, caso contrário, vendo como as coisas eram, o território humano já teria caído sob o caos da guerra. Nem seria necessário que outras raças atacassem, os próprios humanos se exterminariam.

“Na cidade de Aquilones, todas as Guildas e Legiões com algum poder podem abrir uma filial. Felizmente nossa Legião dos Leões Dourados não é um peixe pequeno e temos uma base de operação. Iremos reabastecer lá e depois pegar vagões de transporte rumo ao sul.”

Ouvindo isso, Fernando e os outros tinham expressões surpresas, mesmo que já tivessem ouvido falar que nas maiores cidades haveria ferrovias, ainda era surpreendente saber que poderiam usá-la.

Depois de explicar mais algumas coisas, Fernando e os outros foram liberados. Raul enfatizou o fato de não causarem problemas ao chegar em Aquilones, ou ele puniria pessoalmente o culpado.

Na manhã seguinte, enquanto marchavam, depois de cruzar uma densa floresta, todos não puderam deixar de parar seus passos. Ao longe era possível ver gigantescas muralhas, que cruzavam o horizonte por dezenas de quilômetros.

“I-isso, é surreal, como tal construção poderia ter sido feita nesse mundo precário?” Noah indagou, mesmo com as maravilhas da engenharia do mundo moderno na Terra, ele achava pouco provável que algo dessa magnitude pudesse ser feito.

“Você esqueceu das muralhas da China? Eles fizeram algo enorme também, e nem tinham magia!” Lance retrucou ao lado.

Quanto mais se aproximavam, mais detalhes poderiam ver, ao lado dos grandes portões, era visível duas estátuas colossais, um pouco mais baixas que a muralha. Uma era de um homem com elmo, apoiando-se no punho de sua espada que ficava ereta, até a altura do queixo. A outra era de um homem também com elmo, usando um grande escudo na mão direita e uma lança na esquerda, mais alta que ele próprio.

Ambas as estátuas, junto a enorme muralha causavam uma sensação extasiante em todos.

Olá, eu sou o Glauber1907!

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