Tanto Noah, quanto Ilgner e os outros se prepararam, não importava o que acontecesse, eles deveriam manter o perímetro que conquistaram a qualquer custo.
Do outro lado, Fernando observou com olhos frios os Orcs que pareciam embriagados.
“Mate!” disse, com um rosto frio.
Theodora, Gabriel e Argos com seu Pelotão atacaram, cheios de vontade de matar.
As pequenas esferas que os arqueiros haviam usado eram as Bombas Estáticas que ele havia comprado de Karius antes de contratá-lo, na negociação pelos restos mortais do Obscuro. Apesar de serem pequenas, tinham efeitos incríveis.
Bomba Estática: Paralisa e deixa o corpo do alvo lento, alcance 10 metros quadrados.
Vendo os Orcs paralisados, ficou encantado, era uma incrível arma de guerra. Lembrando que essa era uma invenção pessoal de Karius, começou a pensar sobre o que aconteceria se ele começasse a fabricar isso em massa. Como Karius agora era seu contratado, todo o lucro potencial disso seria dele.
Quanto dinheiro eu não conseguiria se vendesse isso para o Salão? pensou.
Apesar dos pensamentos, Fernando logo balançou a cabeça, não era o momento de pensar em coisas assim. Mesmo que estivessem sob o efeito das Bombas Estáticas, elas foram feitas visando ser usadas em humanos, Orcs eram muito mais fortes, então os efeitos não durariam muito.
Logo um verdadeiro massacre se iniciou, todos os Orcs dentro do grande V começaram a sofrer um abate incondicional. Alguns tentavam resistir, apenas para se verem impotentes, seus corpos não respondiam corretamente a seus comandos.
Os Orcs fora do perímetro logo entenderam que havia algo de errado e se apressaram para ajudar seus companheiros, mas Noah e Ilgner se colocaram no caminho, impedindo seu avanço.
Enquanto isso, Argos levou seu Pelotão para garantir as laterais do perímetro, se os Orcs invadissem, todo o plano iria por água abaixo.
Olhando de lado, Argos encarou o jovem pálido, que parecia frenético, a cada balançar de espada, ou manejo com sua magia, Orcs morriam. Olhando para o estado decadente dos Orcs, que nem conseguiam resistir, o medo apareceu em seus olhos.
Ele é perigoso. pensou, olhando para Fernando.
Kelly atualmente tinha uma expressão sanguinária, com os Orcs imóveis, ela andou calmamente, puxando seu arco sem precisar mirar muito. Como os Orcs estavam afetados pelas bombas, estavam indefesos a suas flechas. A cada disparo, acertaria o crânio de um deles. Um sorriso incomum e sombrio levantou-se em seu rosto, como se estivesse em deleite, algo que ninguém associaria a quieta e timida Kelly que conheciam.
Emily por outro lado parecia indiferente, com sua besta, ela atirou várias flechas embebidas em chamas, que explodiam ao atingir seu alvo. Vários Orcs gritaram ao serem atingidos.
Ela se sentia mal ao ver a agonia e dor em seus rostos, mas depois de tantos campos de batalha e matanças, Emilly começou a se sentir anestesiada em relação a isso. Toda compaixão e remorso que sentira desde a primeira missão, quando mal conseguia matar Goblins Negros, eram quase inexistentes.
Karol avançou a passos largos, ao seu lado Remir, com cada ataque de um deles, mataria um Orc, que urrava, cheio de dor e desespero.
Mesmo sabendo que Orcs eram criaturas cruéis e impiedosas, sentiu seu coração se apertar sempre que fincava sua lança no coração de um deles. Matar alguém paralisado, completamente indefeso, era diferente de matar alguém que lutava e tentava matá-la.
Apesar de frustrada, Karol engoliu toda a sensação de sufoco que sentia na garganta. Ao olhar para frente, viu Fernando, que avançava feito uma flecha, ceifando vidas. Vendo isso, uma expressão decidida apareceu em seu rosto.
Eu tenho que ser forte, se eu quiser apoiá-lo, tenho que carregar parte do peso!
Karol sabia que apesar de parecer indiferente, frio e decisivo, na realidade Fernando era um garoto sensível, emotivo e cheio de dúvidas. Ela sempre odiou deixar todas as responsabilidades em suas costas.
Como a mulher que dormia ao seu lado todas as noites, ela entendia tudo a seu respeito. Acompanhando as noites mal dormidas que ele tinha, cheia de pesadelos, sabia que as responsabilidades que ele carregava eram como um auto flagelo. Com uma expressão firme, decidiu que não seria um fardo para ele, mas alguém que poderia apoiá-lo.
Avançando com sua lança em mão, cortou e destroçou, Orc por Orc. De repente, ao vê-la chegar, um deles se jogou no chão, tentando se arrastar para longe. Quando se aproximou, viu o terror em seus olhos. Apesar de não dizer nada, era como se estivesse pedindo por piedade.
Karol hesitou por um segundo, mas logo levantou a lança.
“Desculpe.”
Perfura!
A lança atravessou o Orc, fincando-se no chão.
“Senhora?” Um dos soldados disse, ao ver a deusa da guerra parando por momento.
“Vamos continuar!” Karol disse, voltando a avançar, porém seus olhos estavam marejados.
Em menos de um minuto, os Orcs, dentro do perímetro foram completamente exterminados. Ao todo, eles haviam matado mais de 250 inimigos. Apesar disso, era um número pouco relevante no cenário total.
Do outro lado, os outros Batalhões tinham matado pouco mais de 700 Orcs, mas ainda restavam quase 1.000 deles, enquanto seus números diminuíram pouco a pouco.
Dos 1.500 homens do Décimo, Décimo Primeiro e Décimo Segundo Batalhões na linha de frente, só restavam pouco mais de 800. Mesmo que tivessem infringido pesadas baixas, os Orcs eram mais fortes e agressivos, além disso muitos morreram na investida inicial.
Fernando olhou em volta, apesar de terem matado tantos, não foi a um preço barato. Do Pelotão Zero original, agora só restavam cerca de 60 homens. O Pelotão Lazuli estava um pouco melhor, restavam cerca de 70. Afinal, o Pelotão Zero foi quem desempenhou as partes mais perigosas do plano.
Depois de matar o último dos Orcs, Fernando olhou em volta. Noah, Ilgner e Argos não conseguiriam manter o perímetro por muito tempo. Centenas de Orcs começaram a pressionar de todos os lados.
“É a vez de vocês.” disse, de forma calma.
Logo Tom, Louisa e um mago do Pelotão Lazuli avançaram. Desde o início eles não haviam atacado uma única vez, poupando todo seu mana. Tudo isso era para esse exato momento.
Atualmente eles estavam metidos bem no meio do exército Orc, se não fizessem algo, seriam atacados por uma maré de inimigos de todos os lados. Esse era o motivo pelo qual Raul avisou que havia uma chance de ambos os Pelotões serem aniquilados.
“Os Orcs sofreram uma emboscada na retaguarda! Eles sofreram pesadas baixas! Os responsáveis são o Pelotão Zero e Pelotão Lazuli!”
“HOHHHHH!”
Ouvindo as notícias, muitos soldados gritaram, com ânimo renovado. Há algum tempo haviam sentido que a pressão sobre eles diminuiu bruscamente, mas não tinham entendido o motivo, agora estava claro.
Apesar disso, os Subtenentes que sobreviveram, tinham expressões estranhas. Atualmente Raul tinha liderado três dos Pelotões do Décimo Terceiro Batalhão, atacando a lateral esquerda do inimigo. Agora eles finalmente descobriram para onde tinham ido os outros dois Pelotões.
Mesmo que estivessem contentes com o sucesso do plano e da diminuição da pressão do inimigo sobre eles, acharam que era uma pena, pois agora seria apenas questão de tempo até que os solitários Pelotão Zero e Lazuli fossem exterminados.
Raul, junto aos homens de Túlio, Nina e Marlon, mantinham a frente à esquerda. Atualmente ele adotava uma postura mais defensiva, focada em combater e recuar, tudo que ele queria era segurar o Líder Orc.
Segurando sua espada com o braço esquerdo, Raul tinha uma expressão solene. Seu braço direito estava inerte, completamente mole e sem forças. Desde que o Líder Orc quebrou seu ombro, ele não conseguia mais usá-lo.
Apesar disso, manteve-se lutando. Sempre que o Líder Orc perseguia, ele recuava, quando o mesmo tentava retornar para o exército Orc, ele atacaria, provocando sua ira.
Olhando para os Batalhões e vendo seus números despencando, depois olhando para o Sul, finalmente uma expressão preocupada apareceu em seu rosto.
No seu plano inicial, ele usaria a oportunidade do ataque do Pelotão Zero e Lazuli para avançar suas tropas, matando o máximo de Orcs. Porém, ele não imaginou que enfrentaria um Líder Orc. Atualmente ele estava tão ferido, que mesmo manter sua posição estava difícil, muito menos invadir as fileiras inimigas.
Porra, moleque, se você não tiver um plano, é melhor sair dai. pensou, consigo mesmo.
A estratégia de Dimitri era combater os Orcs por um tempo e recuar, se o Major desse a ordem, todos os Batalhões fugiriam com o rabo entre as pernas. Se Fernando estivesse do outro lado quando isso acontecesse…
Na retaguarda dos Orcs, cercados de inimigos, o Pelotão Zero e Lazuli mantinham sua posição com tudo que tinham.
Nesse momento, Louisa, Tom e o mago do Lazuli foram até a borda do perímetro e começaram a convocar suas magias mais fortes.
Argos que viu isso, estava cético, como alguns magos poderiam mudar o resultado da batalha?
Logo Louise formou uma bola de fogo, era do tamanho de três bolas de futebol juntas. Os soldados ficaram estupefatos, era uma magia muito poderosa! Por outro lado, o mago Lazuli tinha uma Bola de Fogo muito mais comum, apenas do tamanho de uma bola de futebol, a diferença e qualidade de ambos eram gritantes.
Nesse momento, Tom que estava com os olhos fechados, levantou a mão esquerda, depois à direita.
“Por que ele está fazendo todo esse teatro? Ele não vê a situação em que estamos??” Um dos soldados do Pelotão Lazuli reclamou.
“Cala a porra da boca e assiste.” Lance disse, com um olhar irritado.
O soldado queria retrucar, mas não se atrevia. O homem à sua frente era muito forte, com seu braço metálico, ele o viu matar Orcs com facilidade e ferocidade.
De repente, Tom abriu os olhos.
Tsss!
Uma grande Bola de Fogo de três metros de diâmetro surgiu acima de sua cabeça.
Quando todos viram isso, arregalaram os olhos, não só os membros do Pelotão Lazuli, mesmo os soldados do Pelotão Zero ficaram estupefatos, apenas os membros originais do Esquadrão Zero mantinham-se calmos, como se soubessem o que estava por vir.
Theodora tinha um largo sorriso, enquanto observava Tom.
“Ataquem.” Uma voz fria soou, Fernando deu a ordem.
Sem hesitação, os três magos arremessaram suas magias para o alto. As três Bolas de Fogo no ar imediatamente chamaram a atenção, principalmente a maior e colossal.
Os Orcs levantaram a cabeça, ao ver as magias chegando, todos tentaram correr, mas estavam densamente embalados.
BOOOM! BOOM!
Uma poderosa explosão soou, um mar de chamas caiu em meio ao exército de Orcs.