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Quando sentiu seu corpo sendo pego por algo, o Orc Líder entrou em pânico, então usou toda sua força numa tentativa de se desvincular, mas os poderosos tentáculos apertaram-no firmemente, sem dar chance alguma a ele.

Em um último esforço, a criatura tentou gritar, mas um dos tentáculos rapidamente envolveu sua boca e apertou seu pescoço.

Kelly e Lenny tinham olhos chocados. A garota, que havia tomado uma poção de cura para amenizar sua dor e a manter consciente, lembrava-se perfeitamente dessa criatura. Foi ela quem salvou Cíntia, após a batalha com a Guilda Massacre, sob as ordens de Fernando. No entanto, naquela época, Brakas era diferente, muito menor e seu corpo era verde escuro. 

A criatura era um dos segredos de seu líder, ela não imaginava que ele iria mandá-lo nessa missão. O que significava que a Equipe de Infiltração não tinha quatro membros, mas cinco!

Ao contrário de Kelly, que se acalmou ao ver o Orc Líder dominado, Lenny sentiu todo seu corpo tremer, estava mais assustado até mesmo do que quando esteve frente a frente com o Orc.

Um Baiholder! gritou mentalmente.

Beholders normalmente eram encontrados em muitos lugares de Avalon, principalmente ao norte. Sua pele verde, grande olho e tentáculos eram facilmente reconhecíveis. Apesar de serem conhecidos como criaturas vis e maldosas, os Beholders adultos comuns, no geral, não eram uma grande ameaça a humanidade. Alguns eram tão fracos que mesmo Sargentos proficientes conseguiriam enfrentar, e apenas em alguns casos raros alguns tinham a força de um Capitão. Mas as coisas eram completamente diferentes para Beholders Anciões, também conhecidos como Baiholders.

Beholders costumam acumular conhecimento e mana por muitos anos, alimentando-se e nutrindo-se. Quando seu corpo e mente atingem um certo limiar, sua força alcança um novo patamar, se tornando um ancião, fazendo com que seu tamanho aumentasse e sua pele mudasse para uma tonalidade amarelada. Ao alcançar este ponto, seu corpo e mana atingem uma força que ia além de Capitão.

Mas sua força não era o que causava temor, mas sim suas práticas perversas. Com seu alto intelecto e crueldade, Baiholders costumam escravizar suas vítimas, fazendo com que estas vivessem uma vida pior que a morte.

Para Lenny, morrer nas mãos de um Orc Líder era algo aterrador, mas cair nas mãos de uma criatura como essa, era muito mais aterrador.

Theodora sorriu ao se aproximar do Orc Líder e ver seus olhos em pânico. Então levantou a mão, tocando suavemente seu rosto.

“Um homenzinho verde assustado.” disse a mulher, com uma voz suave e de forma debochada. “Você vai gostar muito disso.” Após terminar de falar, piscou o olho direito de forma brincalhona.

A criatura sentiu-se mais do que assustada, humilhada. Até então essa mulher mestiça estava em suas mãos, mas agora a situação estava invertida.

Brakas, com seu grande corpo, que media mais de três metros de diâmetro, e seus tentáculos, que se estendiam para mais de cinco, envolveu o grande Orc. Um grande buraco negro abriu ao seu lado, jogando seu inimigo dentro. Era o espaço interno do Anel de Aprisionamento.

“O que vai fazer com ele?” Theodora perguntou, enquanto pegava a parte de sua armadura que foi tirada. A peça estava danificada, então a guardou em sua Pulseira de Armazenamento, tirando uma nova e começando a colocar, cobrindo a parte superior de seu corpo que estava nua.

O grande olho da criatura virou-se, encarando-a.

“Isso não é problema seu, Medusa.” disse, com uma voz idosa e áspera.

Ouvindo isso, os olhos da mulher se estreitaram, mas não disse nada.

Vendo que a situação estava sob controle, correu para pegar um braço que estava caído no chão e seguiu em direção a Archie, que estava inconsciente.

Ao perceber a quantidade de sangue perdida, Theodora sabia que o sujeito não tinha muito tempo de vida.

“Você sabe Magia de Cura, certo? Cure-o, ele não tem muito tempo.” disse, levantando Archie e apoiando-o em seu colo.

O enorme Baiholder virou vários de seus tentáculos em direção a mulher, observando-a em silêncio.

“Por que eu deveria?”

Ouvindo isso, a expressão da Subtenente mudou, ficando fria.

“Você precisa de motivos para ajudar um aliado?”

Com a pergunta de Theodora, uma longa risada ecoou.

“Aliado? Que aliado?” disse, flutuando no ar, aproximando-se da linda mulher pálida, com seus tentáculos cheios de olhos movendo-se ao seu redor. “Esse humano quase morto em suas mãos? A garota caída ali? Aquele outro humano fraco todo arrebentado? Ou você? Uma Medusa, híbrida entre Elfos Negros e Humanos. Por que eu deveria ajudá-los e não devorá-los? Assim como farei com esse pequeno Orc.”

Ouvindo isso, Kelly, que estava no chão, sentiu um arrepio em seu corpo. A criatura que Fernando mandou estava se rebelando? Se isso acontecesse, eles estariam acabados! Mesmo um Orc Líder, que quase os destruiu sem esforço, não parecia diferente de uma criança em suas mãos. 

Apesar de todo esse medo, outra coisa chamou sua atenção.

Como assim uma Medusa? perguntou-se, olhando para Theodora.

Lenny, que estava longe, já sentia seu corpo suar frio, seja o que ele estava ouvindo ou vendo, tudo parecia irracional.

Baiholder? Medusa? Que merda tá rolando?!

Naquele momento, o rapaz começou a questionar sua decisão de se juntar ao Batalhão Zero.

Poderia ser que eles são infiltrados? Traidores da raça humana? pensou.

No entanto, pensando em como o Batalhão Zero atuava e nas ações de seu jovem líder, não pareciam algo que um traidor faria. Porém, caso não só seu Tenente, mas vários dos membros centrais fossem traidores, agora que ele descobriu, só lhe restava a morte.

A expressão de Theodora, ao ouvir as palavras de Brakas, era calma. Logo um fraco sorriso abriu-se em seu rosto.

“Você e eu servimos a mesma pessoa, mas eu represento as palavras do mestre, ir contra o que eu digo, é ir contra Fernando. É realmente isso que você quer?”

Ao ouvir isso, o grande olho do Baiholder dilatou-se e a criatura ficou em silêncio.

“Além disso, por que menospreza tanto os humanos? Você não serve a um?” A mulher falou, num tom irônico.

Brakas olhou para Theodora, então moveu um de seus tentáculos em sua direção.

A Subtenente manteve-se calma, mesmo quando o tentáculo deu a volta nela. Após isso, o olho na ponta aproximou-se de seu rosto, observando-a de perto.

“Olhe para você, uma pequena criança. Rejeitada tanto por Humanos quanto por Elfos Negros, não há um lugar que você possa chamar de lar. Deixe-me adivinhar, você foi vendida? Abandonada por sua mãe? Por quais infernos você passou para sobreviver, jovem Medusa?”

Até então, Theodora havia se mantido calma, mas ao ouvir as provocações da criatura, principalmente sobre ser vendida, sentiu sua mão trêmula. As únicas memórias claras que restavam de sua mãe era do dia em que ela a levou a floresta no meio da noite e a entregou aos Elfos Negros, em troca de comida e algumas moedas.

Mesmo com seus gritos e choro, sua mãe desviou o olhar, partindo sem olhar uma única vez para trás. Ela, uma criança, foi levada naquele dia, e desde então tratada como um mero instrumento.

Sejam Elfos Negros ou Humanos, desde aquele dia, Theodora não sentia nada por nenhuma das duas raças. Tudo que ela fazia era viver para cumprir o objetivo para o qual foi treinada. 

Enquanto a mulher pálida divagava em pensamentos, ouviu uma voz.

“Ela tem um lar! Se ela é uma Medusa ou Humana, isso não importa. Ela é a Subtenente Theodora do Batalhão Zero!” Kelly falou, com uma voz fraca e contida devido a dor.

A expressão da mulher vacilou ao ouvir as palavras da sua subordinada. Olhando para a garota, seus olhos continham uma miríade de pensamentos. 

Essa garota… pensou, com um fraco sorriso.

Então tornou a olhar para o Baiholder, com seu coração novamente calmo. Beholders, no geral, eram criaturas que gostavam de brincar com a mente e coração, e por um momento ela se deixou levar.

“Cumpra sua missão!” disse de forma firme, em direção a criatura.

Brakas olhou para Theodora. Beholder e Medusa, duas raças completamente diferentes. Então uma fraca risada soou novamente.

“Você perguntou porque eu menosprezo os humanos apesar de servir a um. Bom, isso é verdade. No geral, humanos são fracos, gananciosos e… Sentimentais.” disse, olhando para Kelly. “Não comecei a servi-lo pelo mesmo motivo que você. Mas eu confesso, ele sempre me surpreende, meu Mestre é diferente. Acredito que ele não é como os outros, há grandeza nele, apesar de imaturo.”

Após dizer isso, um tentáculo próximo a Theodora foi em direção a Archie, agarrando-se a ele e levantando-o no ar. Enquanto isso, outro pegou o braço das mãos da mulher.

“Isso vai ser trabalhoso.” disse, com uma voz entediada.

Sem dizer mais nada, arrastou o homem loiro para dentro do Anel de Aprisionamento, então flutuou em direção a Lenny.

“Não, não! Fica longe!” O rapaz disse, tentando se arrastar para longe da criatura.

Brakas, sem se importar, pegou o baixinho pela perna, arrastando-o para dentro do portal negro em meio a gritos. Após isso, foi em direção a Kelly.

A garota estava assustada e trêmula, então olhou para sua líder, que assentiu em resposta.

Com Kelly sendo colocada no Anel de Aprisionamento, restaram apenas o Baiholder e a Medusa no local.

“Se encostar um dedo neles…” Theodora falou, com um olhar penetrante. Ela já viu do que a criatura era capaz.

A grande boca de Brakas abriu-se, como se estivesse sorrindo.

“Você sabe, eu não desgosto totalmente dos humanos. Graças a eles, descobri muitas… Sensações novas.” falou, olhando para a Medusa de forma brincalhona. “Não se preocupe, não tocarei nos servos do meu Mestre, mas enquanto eu estiver os tratando, você estará por conta própria.” Após dizer isso, o grande corpo da criatura começou a entrar no espaço do Anel de Aprisionamento.

No fim, Theodora ficou sozinha, no local onde uma batalha de vida ou morte havia acontecido momentos antes.

Seus olhos negros mudaram para uma cor prateada, olhando para longe. 

Sem hesitar, começou a correr. 

Não demoraria muito para que as tropas do Orc Líder voltassem para investigar. Com tantos rastros de batalha, era apenas uma questão de tempo até que notassem que algo havia acontecido.

Tenho que cumprir a missão! pensou, com seus olhos frios focados em uma direção.

Knight of Chaos é uma Webnovel brasileira escrita por Glauber1907, publicada na Kiniga, Vulcan e Reaperscan, se você esta lendo em outros sites, provavelemente trata-se de uma cópia não autorizada, nesse caso, considere ler no site original e apoiar o autor.

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