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Desde que começou a liderar o Batalhão Zero, Fernando vinha se sentindo pressionado, mas, ao mesmo tempo, também achou que apesar de ainda ser um Tenente, sua força já era algo a ser reconhecido. No entanto, depois de ver a cena que havia acabado de se desenrolar a sua frente, não teve escolha senão engolir qualquer sentimento de orgulho e autoestima.

Frente a esse poderoso grupo de Majores e Capitães, ele não era diferente de um pequeno inseto que só poderia saltar por aí. Além disso, ainda haviam os Generais, que nem se incomodaram minimamente com o ataque dos Orcs.

Mesmo se sentindo menos confiante e fraco, a sensação só durou por um momento, logo se acalmou.

Não, eu não preciso me comparar a essas pessoas. Só preciso seguir meu caminho, um passo de cada vez! pensou, de forma confiante.

Apesar de todos no local serem terrivelmente fortes, a maioria eram velhos ou homens de meia idade, com pessoas jovens podendo ser contadas nos dedos de uma mão. Diferente dele, que havia chegado a Avalon a pouco mais de um ano, essas pessoas deveriam estar aqui a décadas.

Ao pensar sobre isso, Fernando notou algo. Ele não viu Heitor, Banjo e Amanda. Nenhum dos líderes das outras Tropas de Exploração estavam no local. O que poderia indicar que apesar dos Generais terem vindo, não confiavam totalmente em sua informação, assim mantendo o avanço das outras Tropas.

Isso não o incomodou de forma alguma. Theodora, Kelly, Archie e Lenny haviam arriscado suas vidas nessa missão. Se eles haviam passado essa informação, ele estava convicto de que estavam corretos e caso não estivessem, estava disposto a assumir as consequências.

Depois de algum tempo aguardando, num clima de tensão sob a chuva, no qual ninguém falava nada, o General Zado desceu do céu.

“Como foi? Avistou o acampamento?” Wayne perguntou.

O General não respondeu diretamente, mas olhou para Fernando, com seus olhos penetrantes.

Alguns dos Majores e Capitães viram isso com receio, imaginando se o homem iria executar o pequeno Tenente, um jovem promissor, ali mesmo. Temendo isso, Dimitri começou a preparar sua Pulseira de Armazenamento.

Por mais que não quisesse entrar em atrito com um General, entre as tropas que trouxe consigo de Vento Amarelo, Fernando era o mais talentoso. Não era todo dia que se encontrava alguém que ascendeu à posição de Tenente antes dos vinte anos, sem contar que não havia se passado nem um ano e meio desde sua chegada. Além disso, toda sua evolução foi através de suas experiências de vida ou morte, sem ter que ir à Academia Militar. Não importava se a informação fosse verdadeira ou não, ele não permitiria que o rapaz fosse morto.

Depois de um longo silêncio, Zado virou seu rosto de volta a Wayne.

“As informações do Batalhão Zero estão corretas, o acampamento dos Orcs fica logo à frente.” disse, fazendo com que muitos no local, incluindo Dimitri, suspirassem aliviados. “Não sei ao certo porque, mas eles ainda não começaram os preparativos para mudarem de local.”

Todos ficaram surpresos com isso.

“Isso é uma ótima chance, eles pagarão por sua arrogância de se manterem no mesmo lugar depois de encontrarem nossas Tropas de Exploração.” Herin falou, confiante.

Os outros Generais e Majores concordaram com a cabeça. Se os Orcs já estivessem atentos e em guarda, seria difícil dizer se seriam bem sucedidos ou não.

Depois de confirmarem as informações do Batalhão Zero, todos começaram os preparativos.

“Senhores, posso pedir que cuidem do lado esquerdo?” Wayne falou de forma respeitosa em direção aos dois Generais das pequenas Legiões.

Mesmo que ele fosse o General Comandante do exército dos Leões Dourados, e os dois homens de duas pequenas Legiões sem grande poder ou influência, ainda os tratou com cordialidade.

Afinal, essas pessoas não estavam sob seu comando, elas poderiam agir como bem entendessem.

Embora pudesse dissuadi-los por meio da força com seu poder superior, não era sábio ter aliados ressentidos por perto. Pessoas assim poderiam traí-lo sem remorso em momentos críticos.

“Se é um pedido do General Wayne, como eu poderia recusar? Não se preocupe, o lado esquerdo está em boas mãos.” Um dos Generais, um sujeito baixinho, disse. Com o outro, um General magro, alto e pálido, concordando.

Ao todo, na poderosa formação de combate, haviam 21 Majores, sendo 12 destes dos Leões Dourados e o restante de forças diversas. Também haviam em torno de 30 Capitães, com dois terços pertencendo à Legião.

Claramente não era a força total do alto comando do exército comandado por Wayne, afinal, seria tolice trazer todos os Majores e Capitães, deixando um poderoso exército de mais de 40.000 homens, com a cadeia de comando nas mãos de um único General e vários Tenentes.

Um Capitão tinha a autonomia de liderar uma Guarnição, que eram categorizadas como Forças Estacionárias, ou uma Brigada, que eram Forças Móveis. Independente da função, ambas, Brigadas e Guarnições, eram geralmente compostas por dois a cinco mil homens.

Isso significava que haviam muitos Capitães, no grande exército, sem tropas para liderar. Isso ocorria pois nem todos gostavam de assumir encargos de liderança, muitos eram treinados como forças de elite para fazer a segurança, realizar missões e apoiar Generais. Wayne, que tinha grande influência dentro dos Leões Dourados, conseguiu reunir muitos desses homens.

Mesmo não sendo os números totais do exército, Fernando não conseguiu evitar de soltar um suspiro frio ao ver tamanha demonstração de força. Se eles tivessem pelo menos um terço desse poder de combate durante a quebra do cerco a Belai, não teria sido tão difícil retomá-la.

Enquanto todos se preparavam, Dimitri aproximou-se de Fernando e Boris.

“Mantenha o Tenente em segurança e não o deixe se aproximar demais do campo de batalha.” disse, em direção ao homem.

Boris assentiu em resposta, enquanto Fernando franziu a testa, mas não retrucou. Esse tipo de batalha não era algo que alguém como ele estava qualificado para participar. Só o fato de Dimitri estar cedendo um Capitão para protegê-lo, mostrava o quanto o valorizava.

“Vamos começar!” Wayne falou de forma alta, fazendo com que todos sacassem suas armas, enquanto aqueles que eram focados apenas em Magia se prepararam mentalmente.

Rapidamente, o grupo começou a avançar silenciosamente em direção ao acampamento dos Orcs. Mesmo que pudessem voar, queriam chegar o mais próximo possível sem serem percebidos.

Os Majores e Capitães com altos atributos físicos tomaram a frente, enquanto o restante seguiu de perto logo atrás.

Swish! Bang!

Não demorou muito para que as primeiras escaramuças acontecessem.

Com eles tão próximos do acampamento inimigo, as patrulhas eram pesadas e recorrentes, então era normal que encontrassem mais Orcs.

Apesar dos combates, os Generais não pararam de correr, seguindo em frente como se nada estivesse acontecendo, com uma linha de Majores de perto. Apenas os Capitães eram suficientes para lidar com os Orcs fracos.

Bang! Bang!

“Gra-” Um dos Orcs queria gritar, mas sua garganta foi dilacerada por um Capitão, enquanto seu peito era perfurado logo em seguida por outros dois. Seus dois braços também estavam sendo segurados cada um por um Capitão.

Fernando não conseguiu evitar de ver aquela cena com horror, afinal, o Orc que estava sendo morto sem resistência era um Orc Líder!!

A criatura caiu com o corpo mole no chão, sem forças, seu sangue escorrendo sem parar. Contra uma força tão poderosa como esse grupo, um Orc Líder não significava nada!

Lembrando de como ele havia sofrido contra um desses que já estava gravemente ferido, sendo necessário os três membros mais fortes do Batalhão Zero lutando em conjunto com suas vidas em risco para matá-lo, não conseguiu evitar de se sentir deslocado neste grupo.

Apesar disso, sua expressão manteve-se firme. Seu objetivo ali não era assistir a luta ou ver a batalha que estava prestes a acontecer, era cumprir sua promessa e dever como um líder, ele precisava encontrar Theodora e os outros!

Conforme o grupo avançava, um rastro de corpos de Orcs Dobats foram deixados para trás. O jovem Tenente não havia precisado levantar sua espada uma única vez.

“Para o alto!” Wayne disse, levantando voo.

Os outros rapidamente seguiram o exemplo. Nesse momento, eles estavam tão próximos da grande clareira que o exército inimigo estava estacionado, que já era possível ouvir o som e burburinho de suas conversas.

“Até aqui é o suficiente, afastem-se!” Dimitri disse em direção a Boris e a Fernando.

Ele havia permitido que o jovem chegasse até aquele ponto como forma de aprendizado. Em sua opinião, seria bom para o rapaz ver como as forças de elite se comportavam.

Sem dizer uma palavra, Boris segurou Fernando pela parte de trás da armadura, levantando voo na direção oposta à que o grupo estava indo.

Assim que o Capitão da Cavalaria subiu acima das árvores, ambos conseguiram ver o grupo de elite começando seu ataque. Mais de 50 pessoas pairavam acima do grande acampamento, sob o céu chuvoso e mal iluminado pelos fracos raios de sol.

Os sons de vento, folhas e chuva rapidamente foram substituídos pelo das poderosas magias que começaram a ser convocadas.

Boris subiu ainda mais no ar, ao mesmo tempo que se afastava. Nesse momento, Fernando finalmente conseguiu ter uma visão adequada do gigantesco acampamento dos Orcs. Haviam milhares de tendas artesanais por toda parte.

Alguns dos Majores e Capitães levantaram suas mãos para o alto, convocando gigantescos paredões de fogo, enquanto outros, convocaram poderosos raios, ou gigantescos ciclones de vento.

“Matem!” A estrondosa voz de Wayne infundiu-se no ar, ecoando por toda a região como um poderoso grito de guerra.

Zooom! BOOOM! Tziii!

Dezenas de magias caíram sobre acampamento, enquanto gritos de terror eram ouvidos abaixo. 

Milhares de Orcs saíram apressadamente de suas cabanas improvisadas com armas em suas mãos.

“Shara sulmog!!” (Ataque de Humanos!!)

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Olá, eu sou o Glauber1907!

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