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Atualmente, tanto o Mestre de Runas quanto o seu assistente, estavam tecnicamente sob os cuidados do Batalhão Zero. Então, pela lógica, se ambos fossem cobrar por um serviço como esse, era justo que eles fossem cobrados de volta por seus gastos.

Alfie Caiman olhou para o jovem pálido, que os observava com um leve sorriso no rosto, sua expressão mudando de confiança, para resignação.

Parece que subestimei ele… pensou, sentindo-se derrotado

Ele tentou ajudar o doutor, exagerando alguns fatos e colocando um ar de importância, mas Fernando não só não caiu nesse truque, como até mesmo parecia estar brincando com os dois.

“J-jovem, esqueça o dinheiro…” Wedsnagauer falou, com menos confiança. “Todos aqui nos damos bem, então no lugar de uma negociação financeira, que tal termos um acordo diferente?”

Ouvindo isso, Fernando levantou uma sobrancelha, com curiosidade. 

Obviamente ele não estava falando sério quando mencionou cobrar cem moedas de ouro da dupla. Mesmo que o velho não tivesse o ajudado diretamente nos combates e coisas relacionadas, suas informações sobre terreno e região, além de seus conselhos, eram algo que valorizava.

Entretanto, percebeu que os dois estavam planejando algo, e por algum motivo, estavam exagerando nos preços. Mesmo que não conhecesse o valor real dos trabalhos de um Mestre de Runas para a criação de matrizes, suspeitou da troca de olhares entre a dupla, e vendo a mudança de postura do velho, sabia que seu palpite estava certo.

“E o que você sugere, senhor?” perguntou, com interesse.

Inicialmente Fernando planejava pagar pelos serviços, mas se houvesse uma forma de economizar, ele estava mais do que disposto a negociar. Além disso, mesmo que o sujeito tivesse tentando o enganar, por algum motivo, não sentia maldade em suas ações, o que atiçou ainda mais sua curiosidade para entender o que ele estava planejando e por qual motivo.

“Eu posso ativar as matrizes para sua Pedra de Mana, e não seria algo simples, mas uma dupla ativação.” O Mestre de Runas falou, com confiança.

“Dupla ativação?” Fernando indagou, com desconfiança, perguntando-se se era mais um esquema.

Percebendo como o jovem estava com suspeitas, Wedsnagauer decidiu deixar os jogos e enganações de lado e partir para uma abordagem mais direta.

“Em suma, seriam mais duas matrizes unidas em uma, que trabalham em sintonia, gerando um efeito convexo que multiplicaria suas propriedades naturais. Basicamente, sua Pedra de Mana teria o dobro da capacidade de armazenamento e velocidade de conversão. Eu não gosto de me gabar, mas mesmo entre os Mestres de Matrizes e Runas, poucos têm a capacidade de fazer isso.” O velho falou, com confiança. “E dessa vez estou falando sério…” murmurou baixinho a última sentença.

Fernando colocou a mão no queixo, sua expressão mostrando que estava interessado.

Dobrar a capacidade de armazenamento com matrizes extras, então isso é possível? Quanto mais pensava a respeito, mais interessado estava.

“Então, exatamente que tipo de acordo você está falando?” perguntou.

Se o que o velho estivesse falando fosse verdade, mesmo ele conseguia entender que esse tipo de serviço não seria tão simples e muito menos barato. Logo, não conseguia entender que tipo de troca ou negociação ele poderia oferecer para ser equivalente a isso.

O doutor colocou a mão em sua barba, alisando-a, enquanto sorria.

“Torne-se meu aprendiz!”

“…”

O olhar apático e desconfiado, do jovem Tenente, caiu sobre a dupla de Mestre de Runas e seu assistente.

Na realidade, mesmo Alfie ficou perplexo com a proposta repentina do doutor. Apesar de saber que o velho planejava de alguma forma recrutar Fernando, não imaginou que ele seria tão direto.

“E-eu estou falando sério, rapaz! Se você aceitar virar meu aprendiz, prometo que não irá se arrepender!” insistiu.

Fernando tinha um olhar intrigado ao ouvir isso, mas logo juntou os pontos, lembrando-se da negociação em Belai, intermediada por Ferman.

“Se está planejando que eu me junte à aquela Guilda Solus, eu não tenho interesse algum nisso.” disse, diretamente. “Já tenho meus próprios problemas, não quero me envolver com as dificuldades de uma Guilda aleatória que foi destruída.”

Ao ouvir isso, a expressão de Wedsnagauer, que sempre se mantivera dócil e convidativa, mudou. Seus olhos calmos se tornaram furiosos e ameaçadores.

“Não ouse falar do que você não sabe, pirralho! Se a humanidade ainda continua de pé hoje, é por causa da Guilda Solus! Se não fosse pelos traidores… Malditos traidores!”

Quando o doutor falou isso, o ar no ambiente ‘ficou pesado’, quando uma poderosa pressão se espalhou. Mesmo Fernando sentiu um leve arrepio na pele, bem como um aperto no peito.

Um denso mana brilhante começou a ser emitido a partir da ponta dos dedos de Wedsnagauer, espalhando-se e dissipando-se rapidamente.

“Doutor! Controle-se, por favor!” Alfie exclamou, nervosamente.

“Caiman, aqueles traidores… Os traidores… Espera, o que eu estava fazendo mesmo?” O velho disse, parecendo confuso, quando a pressão do mana dissipou-se.

Vendo isso, tanto Fernando quanto Alfie suspiraram.

Esse velho é meio perigoso… O jovem pálido pensou.

Ele não sabia exatamente o que o Mestre de Runas estava fazendo, mas mesmo que por apenas um momento, sentiu um intenso sentimento de perigo, apesar de não ser realmente direcionado a ele.

“Você convidou o Tenente Fernando para ser seu aprendiz…” Alfie disse, suavemente, esperando que o doutor se esquecesse de seu ataque de fúria de alguns momentos antes.

“Oh, isso!” O velho homem disse, voltando a ficar animado. “Rapaz, se você virar meu aprendiz vou lhe ensinar muitas coisas! Então, o que me diz?”

Fernando levantou a sobrancelha, sem saber como responder ao ver o doutor falar de forma tão energética, como se seu ataque de raiva de momentos antes nunca tivesse existido. O Mestre de Runas parecia não estar completamente recuperado de sua confusão, já que tinha variações tão extremas de humor.

Alfie Caiman o olhou com um olhar de desculpas, como se pedisse que ele tomasse cuidado em sua resposta.

Vendo isso, o jovem Tenente suspirou, ele sabia que havia sido rude em sua resposta anterior. Ao que parecia, o velho homem valorizava muito a antiga Guilda Solus. Mas apesar disso, sua opinião permanecia a mesma.

“Eu não quero mais inimigos, então não planejo me juntar a sua Guilda.” repetiu, dessa vez com mais respeito.

Fernando estava cansado de conseguir inimigos. Além disso, pelo que ouviu falar na reunião com Ferman no passado, a Guilda Solus não deveria ter sido uma organização simples. Se havia inimigos poderosos o suficiente para aniquilá-los, ele com certeza não iria querer entrar em sua mira.

“Oh? Mas eu nunca te chamei para Guilda alguma, eu te convidei para ser meu aprendiz.” Wedsnagauer falou, coçando a cabeça como se estivesse confuso. “Tudo que você precisa fazer é aprender o que eu vou ensinar, não quero mais nada.”

Dessa vez foi Fernando quem ficou surpreso, olhando o sujeito desconfiadamente.

“Então você vai me ajudar a ativar a Pedra de Mana e ainda me ensinar sobre Matrizes? O que exatamente você iria ganhar com isso?”

O doutor olhou para o rapaz com um olhar calmo, enquanto começou a organizar os pêlos de sua barba.

“O que quero te ensinar não é exatamente sobre Matrizes, mas Runas. Acredito que você, assim como a menina Emily, tenham um talento natural para isso. Veja bem, o ramo das Runas é um pouco peculiar e não muito popular, cada vez menos pessoas se interessam por ele. Se as coisas continuarem assim, em poucos anos será um campo de estudos extinto. O que eu ganho é simplesmente passar meus conhecimentos adiante e impedir que isso aconteça.” Wedsnagauer falou, com sinceridade.

Fernando ainda estava desconfiado das intenções do homem, mas, ao mesmo tempo, sentia que havia sinceridade em suas palavras.

Estudar Runas? pensou.

Havia muitas coisas sobre as quais ele gostaria de aprender, Runas e Matrizes certamente se encaixavam entre elas. Entretanto, devido a seu trabalho na Legião e seus treinos, raramente lhe restava tempo livre para se aventurar nisso. Mas com um ‘professor particular’ o acompanhando por aí, esses problemas não seriam resolvidos?

Após ponderar por um breve momento, Fernando não viu contras nessa situação. Mesmo que o velho estivesse tentando atraí-lo para sua Guilda, nesse tipo de acordo, não teria obrigação alguma de se juntar. No fim, ele só tinha a ganhar com isso!

“Se é assim, eu concordo.” O jovem pálido disse, apesar das incertezas.

“Oh, então chegamos a um consenso!” O doutor falou, esticando a mão para firmar o acordo.

O velho Mestre e o jovem Tenente do Batalhão Zero apertaram as mãos com firmeza. A partir daquele dia, Fernando seria um aprendiz de Runas!

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