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Os Orcs Líderes Inferiores estavam cada vez mais próximos, olhando ao redor, tanto Karol, quanto o velho Anane tinham expressões preocupadas, nenhum deles queria entrar em conflito com essas coisas.

Cada uma dessas criaturas tinha poder suficiente para enfrentar Sargentos Humanos em pé de igualdade e alguns poucos poderiam até mesmo confrontar Tenentes, se eles fossem pegos por elas enquanto estavam em meio aos inimigos, seria difícil recuar e logo estariam completamente cercados!

Swish! Swish! BOOM!

Quando a Cabo estava hesitante sobre qual decisão tomar para sair dessa situação perigosa, várias Flechas de Fogo cruzaram o ar, atingindo o caminho dos inimigos.

Logo os Líderes Inferiores pararam seus passos, procurando de onde estavam sendo alvejados.

Não muito longe, equilibrando-se sobre os ombros de um Soldado, Emily tinha uma expressão convencida.

“Vou te ajudar só dessa vez, sua peituda!” A garota falou, de forma arrogante.

“L-líder… até quando você vai ficar nos meus ombros?” O Soldado reclamou.

“Cala boca, eu nem sou pesada! Só carrega sua chefa calado!” A ruiva retrucou, com raiva, enquanto batia com sua mão na cabeça do homem.

Em meio às tropas Orcs, Karol ficou surpresa, ela nem precisou olhar na direção de onde o ataque havia vindo para saber quem tinha a ajudado.

Aquela baixinha… pensou, rapidamente se recompondo, com um sorriso.

“Recuar!” Dada a ordem, o Esquadrão Dama de Prata retornou para as formações, com Noah e Ronald fechando rapidamente o caminho com os escudos após a volta do último membro da pequena cavalaria.

Em meio a Sexta Brigada, a expressão no rosto do Capitão Johnathan era de incredulidade. Não só o Batalhão Zero havia conseguido resistir a carga dos Orcs sem grandes danos, como se atreveram até mesmo a fazer um ataque rápido com tropas montadas no inimigo num lugar tão apertado! O menor erro poderia levar o Esquadrão Montado ao extermínio, bem como causar uma abertura nas defesas.

“E-eles são loucos…” O sujeito falou, sem acreditar.

Ele havia pensado que o Batalhão Zero iria apenas formar uma defesa para fechar o fim do corredor de escudos até que as Balistas estivessem carregadas e pudessem bombardeá-los, mas eles realmente contra-atacaram a carga inimiga!

Quanto mais o homem via a cena, mais surpreso ficava, principalmente ao lembrar sobre o tal ‘Tenente Fernando’. Ao pensar que tal pessoa era o líder desse Batalhão, sentiu que de alguma forma fazia sentido, apenas um louco poderia liderar um bando de lunáticos como esses!

Apesar de ainda estar chocado com as ações dessas pessoas, não pôde deixar de ficar preocupado, pois causar baixas em algumas tropas rasas não era realmente difícil, o real problema era lidar com os Orcs Líderes e Líderes Inferiores.

Assim como o homem pensou nisso, alguns dos Orcs Líderes, que estavam misturados na multidão do corredor, começaram a se mover ao mesmo tempo. Seu objetivo era apenas um, quebrar a parede de escudos do Batalhão Humano a sua frente para que suas tropas pudessem avançar! Contanto que eles pudessem passar por esse obstáculo, não haveria nada entre eles e as Balistas!

Quando os Soldados viram as criaturas com as tatuagens vermelhas em seus rostos, vindo na direção deles, o medo inundou suas mentes.

Mesmo Noah, Ronald, Trayan e Lenny, que estavam na linha de frente, não eram diferentes. Eles já estavam hesitantes sobre se conseguiriam parar todos os Líderes Inferiores, muito menos esses monstros. 

“Eles estão aqui.” Ilgner falou, enquanto olhava para o céu. 

Logo acima do Batalhão Zero, onze figuras chegaram, sobrevoando em baixa altitude, estes eram os Capitães Combatentes!

Boom! Splash! Bang!

Uma saraivada de poderosas magias de ataque choveu sobre os Orcs. Um dos Dobats Líderes, o mais poderoso, de nome Aunar, tinha uma expressão irritada quando viu isso, havia sido ele quem ordenou que as tropas entrassem no corredor, mesmo desconfiado que fosse uma armadilha, a criatura sentiu que valia a pena o risco.

Mesmo entre os Orcs Líderes havia uma hierarquia, com os que se destacavam comandando os outros e Aunar era um dos mais poderosos de toda a tribo Gokut, estando muito próximo de avançar para o nível de um Lorde.

Vendo poderosos Humanos chegando, percebeu que realmente se tratava de uma emboscada, isso o fez ficar enfurecido.

Inicialmente a criatura cogitou recuar para fora do corredor, mas ao lembrar das armas humanas e da ordem de seu Mestre de Clã, seus olhos se encheram de crueldade.

Normalmente Clãs Dobats comuns, mesmo sendo ferozes por natureza devido ao seu sangue Orc, fugiriam ou recuariam ao se encontrarem em circunstâncias tensas, ou desvantajosas, isso era algo intrínseco da Tribo Dobat.

Mas isso não acontecia porque eles eram mais covardes ou medrosos que as outras Tribos, isso se tratava de uma estratégia de pura sobrevivência! Contanto que o Clã sobrevivesse, eles poderiam se reerguer e lutar mais um dia, era assim que os Dobats, de uma linhagem considerada fraca, haviam conquistado seu espaço nas terras áridas de Gash Karn.

Por isso, quando havia uma ameaça direta ao seu Clã, um Dobat poderia ter um comportamento ainda mais assustador e sanguinário que um Urukkan ou Marauder. E para Aunar, um orgulhoso descendente dos Gokut, um dos Dez Grandes Clãs Dobats, as Armas de Guerra Humanas, que ameaçavam seu Mestre, bem como seu exército principal, eram uma ameaça que deveria ser eliminada, não importando quantas perdas houvessem!

“Ishi bal! Zi gurz!!” (Em frente! Até a morte!) O Orc Líder berrou, de forma enfurecida, seu poderoso grito reverberou por toda a área.

Zi gurz! Zi gurz! Zi gurz!” (Até a morte! Até a morte! Até a morte!) De repente, os Orcs Dobats Gokut começaram a repetir sem parar.

Os que estavam à frente ficaram mais violentos, enquanto os de trás, que também ouviram o cântico, começaram a repetir as palavras, fazendo com que uma estranha corrente, como um telefone sem fio, fosse espalhada por todo o corredor. De boca a boca, o canto espalhou-se para fora das tropas presas no corredor, chegando até aqueles que estavam combatendo a Sexta e Sétima Brigadas do lado de fora.

Bam! 

“Q-que merda tá acontecendo?!” Um Soldado gritou na Sexta Brigada, quando um dos Orcs, como um lunático, bateu contra seu escudo, segurando-se a ele e recusando-se a largá-lo.

“Sai, maldito!” O sujeito gritou.

Apesar do susto, a criatura parecia tão maluca que estava cheia de aberturas, então em represália, o homem fincou sua espada no estômago do Orc.  Ele estava prestes a comemorar, já que esse com certeza seria um ferimento fatal, mas, antes que pudesse, sua expressão escureceu.

Bam! Bam! Bam!

Mais três Dobats agarraram-se ao escudo, puxando-o com força, então, de forma incrédula, o homem viu sua única defesa sendo quase tirada dele. Ele estava prestes a pedir por ajuda ao seu companheiro ao lado, quando viu mais Orcs batendo no escudo de toda a linha defensiva, numa espécie de ataque suicida!

Swish! Perfura!

Os Soldados tentaram resistir ao máximo, matando vários Orcs, que se agarravam aos escudos, mas era como se as criaturas soubessem que seriam mortas, e permaneceram com um olhar sanguinário em seus rostos, recusando-se a largar.

Não demorou muito para que várias aberturas na primeira linha defensiva começassem a ser abertas, resultando em Soldados sendo puxados para fora.

“Ah! Ah! Ajuda, me ajuda!” Um homem gritou, de forma desesperada, enquanto era arrastado por um dos Orcs para fora das fileiras.

Crack! Crack!

Seus companheiros, que também estavam tentando resistir, só puderam ver e ouvir os sons dos gritos de agonia do sujeito sendo partido em pedaços, enquanto lutavam pelas suas próprias vidas.

O Capitão da Sexta Brigada, Johnathan, que inicialmente estava prestando atenção no confronto no corredor, ficou surpreso quando ouviu vários pedidos de ajuda vindos do fronte.

“O que diabos está acontecendo?!” perguntou, no canal de comunicação.

“S-senhor! Os Orcs ficaram loucos, eles estão se matando aos montes para derrubar nossas linhas de defesa, se continuar assim, eles vão passar pela primeira e segunda linha!” Um Subtenente relatou.

Quando Johnathan ouviu isso, sua expressão ficou imediatamente pálida, o pior havia finalmente acontecido!

A verdade é que eles haviam usado muitos homens para montar o corredor de escudos, inclusive feridos, graças a isso eles haviam ficado sem tropas suficientes para manejar e repor as perdas! Somado a isso, os Dobats haviam enlouquecido, empregando táticas suicidas.

Desde o início, a Sexta e Sétima Brigadas sempre estiveram em desvantagem numérica, então mesmo com o apoio das Balistas Explosivas, eles não haviam conseguido infringir muitas perdas a Horda Orc, por outro lado, suas baixas continuavam a se acumular sem parar.

De momento, mesmo com o suporte do Batalhão Zero e de Bemir, eles tinham pouco mais de 3.000 tropas, enquanto do outro lado, os Orcs ainda tinham cerca de 8.000, a diferença era simplesmente monstruosa.

“Isso não é bom.” O Capitão Mendes disse, ao ver o modo alucinado dos Orcs.

O homem, como alguém experiente, sabia que as tropas inimigas não iriam parar quando entrassem nesse estado de fúria, era de conhecimento comum que os Dobats entravam em frenesi quando sentiam que seu Clã estava ameaçado de extinção, era por esse motivo que raramente as Legiões faziam incursões no Deserto de Gash Karn, sempre optando por combatê-los na Zona Divergente. A única forma de obrigá-los a recuar é quando sentissem que não havia chances de vitória.

Vendo que não tinha alternativas, o Capitão liderou os demais Capitães Combatentes em direção ao solo. Mesmo que seus ataques aéreos fossem efetivos, as criaturas estavam sem medo algum, ignorando tudo e avançando em direção às tropas em solo, então era a única forma de impedi-los.

Enviando os outros dez Capitães para a linha de frente do Batalhão Zero, Mendes foi em direção a Ilgner e Theodora. Mesmo que ambos fossem meros Subtenentes, ele havia visto a capacidade estratégica de ambos durante a reunião.

“Capitão.” Theodora e Ilgner cumprimentaram, levando seu punho ao peito.

“As coisas não estão boas, os Dobats entraram em frenesi.” Mendes disse, com um olhar preocupado.

Tanto Theodora quanto Ilgner notaram o jeito estranho das criaturas e como haviam se tornado mais agressivas, mas não imaginaram que algo assim tinha acontecido.

“Mas por quê? Nem estamos no território deles.” Ilgner perguntou, intrigado.

Normalmente os Dobats só agiam assim na proteção de seu território e de suas fêmeas ou quando seu Clã estava sobre grande risco.

“Eu não sei… Por algum motivo essas coisas parecem pensar que essa batalha envolve a existência do Clã deles. Mas não faço ideia do motivo para isso.” Mendes disse, levemente pálido.

Desde que as criaturas estavam agindo assim, todo o plano acabaria indo por água abaixo. Se os Dobats atacassem sem se preocupar com suas vidas, eles não teriam como aguentar por muito tempo. Talvez antes mesmo das Balistas estarem recarregadas, as formações já estariam insustentáveis.

“Eles têm cinco Líderes aqui, talvez devêssemos usar toda nossa força para destruí-los de uma vez.” Theodora falou. Com onze Capitães Combatentes ali, eles não levariam mais que alguns minutos para matar os Líderes.

Assim que Mendes e Ilgner estavam prestes a concordar, uma mensagem chegou ao mesmo tempo, para os três, era do Tenente Fernando!

“Enviem três Capitães para a Sexta Brigada e três para a Sétima, o restante deve ajudar o Batalhão Zero a manter posição.”

Quando o trio leu a ordem, não puderam deixar de olhar uns para os outros, com confusão em seus rostos.

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Olá, eu sou o Glauber1907!

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